Até amanhã!




- Até amanhã Sra. professora.

- Até amanhã não, amanhã é Sábado!


Esta é uma batalha perdida. Pais, filhos, professores, alunos, doutores e trolhas, todos cometem este erro.

O português adora o seu passado, orgulha-se de Portugal ter sido a maior potência mundial no século XV. O português vive no presente, lembrando o passado e temendo o futuro. Isto significa que, se estamos na merda hoje nem quero pensar no futuro, preferindo lembrar o passado.

Já ninguém diz:

- Ontem fui ao médico

- Hoje vou ao médico

- Amanhã irei ao médico

O futuro é ignorado. O português diz:

- Ontem fui ao médico

- Hoje vou ao médico

- Amanhã vou ao médico


Ontem foi Sábado, hoje é Domingo, amanhã é Segunda. Desculpem as minhas merdas, mas amanhã é futuro, portanto será Segunda.


Eu sei que é um caso perdido, o erro está generalizado e não é o único mas é sem dúvida dos mais graves.

Quem lê e quem escreve, tem um papel importante, preservar a língua, tentar evitar ao máximo possível este "murro nos rins" á nossa gramática. Quem escreve, mas principalmente, quem gosta de escrever, deve e deverá fazê-lo correctamente... Pelo menos pode tentar.


"Ah e tal, pode-se dizer pois é um futuro próximo, uma certeza"... sim... diz-me isso a quem tem planos para um futuro próximo pseudo-certo e morre pelo caminho.

7 Comentários:

  Babe Certificada

quinta-feira, julho 19, 2007 10:56:00 da manhã

Melhor é este hábito do "vou ir". Já consigo evitar, mas por vezes, ainda caio. :-)

  Bruno Fehr

quinta-feira, julho 19, 2007 12:01:00 da tarde

Esse ainda não tinha ouvido, mas gosto muito do "Estás aqui, estás alí"!

  Anónimo

sábado, setembro 08, 2007 1:41:00 da tarde

E tu falas mesmo assim?
Eu dou diversas calinadas no português, a maior parte para me despachar a falar...:D

  Bruno Fehr

sábado, setembro 08, 2007 5:01:00 da tarde

Musa:

Claro que dou calinadas e gosto de as dar de vez em quando, mas na verdade tento e gosto de falar correctamente.

  Pedro do Mar

terça-feira, setembro 18, 2007 11:01:00 da manhã

Muito bem visto.

Ainda em relação a verbos mal conjugados, há ainda um outro caso igualmente flagrante.
Falo do uso do Pretérito Imperfeito do Indicativo quando se deveria usar o Condicional.

Por exemplo, tendemos a dizer "Eu gostava que me saísse o euromilhões" e "Se não fosse isso tinha-me perdido", em vez de dizermos "Eu gostaria que me saísse o euromilhões" e "Se não fosse isso ter-me-ia perdido".

Já agora, só falta começarmos a dizer como a Maria Elisa diria: "Se não fosse isso teria-me perdido." Mas enfim, dessa senhora também não se pode esperar muito.

Cumprimentos

  Bruno Fehr

terça-feira, setembro 18, 2007 3:12:00 da tarde

Pedro do Mar:

"ter-me-ia"

Ehehe, eu já nem exijo tanto, as pessoas mal sabem escrever cor-de-rosa, quanto mais conjugar os verbos no condiconal.

A sua nota está correcta.

A Maria Elisa é só um exemplo da praga mundial de jornalista que não sabem a sua própria língua. Espero o dia em que a língua de cada país seja obrigatória nos curso s de jornalismo.

Em Portugal poderia substituir a cadeira de ética pela de Português. Assim em vez de esquecerem o Portuguêes e a ética, esqueciam só a ética!

  R.

quarta-feira, julho 29, 2009 12:07:00 da manhã

Eu dou esse erro, confesso. Mas felizmente não dou tantos outros que vejo as pessoas à minha volta darem. Como por exemplo "escreves-te....". Esse hábito irritante de usar hífen onde não é para usar põe-me os cabelos em pé.