José Luis Peixoto


Considerado um brilhante jovem escritor Português que já editou 11 livros (3 deles poesia), dos quais destaco:

Morreste-me (2000)
Uma casa na escuridão (2002)
Antídoto (2003)
Hoje não (2007)





José Luís Peixoto é o padrinho de um prémio literário que consiste, não em lançar novos talentos mas a furtá-los da sua propriedade intelectual. Sim! A Câmara Municipal de Ponte de Sôr criou um prémio literário ao qual deu o nome deste escritor, natural daquela freguesia. O escritor permitiu que o seu nome fosse usado em tamanha ofensa ao jovens, que seguindo o sonho de editar um dia um livro, enviam ano após ano os seus manuscritos de maneira a concorrer a este prémio.

Este prémio é um furto e na minha opinião uma NÓDOA no nome de José Luís Peixoto, uma nódoa suficientemente grande para me levar a recusar a comprar o que quer que seja escrito por este senhor e a desejar que ele não venda nem um livro, até que retire o seu nome de tamanha monstruosidade.
Este prémio leva-me até a questionar a originalidade do que ele escreve, pois dado o regulamento do prémio com o seu nome, não me admira nada que não "busque inspiração" nos trabalhos dos concorrentes.

Podem pensar, lá está o Crest© a falar mal, só porque sim!

Estarei? Qual é o propósito da existência de um prémio literário? É premiar e não furtar, certo? Ou seja, o escritor vencedor deve ganhar algo, um prémio em dinheiro ou se for o caso da edição do seu trabalho, deverá receber os respectivos lucros que cabem ao autor, ou seja +-10%. Será que o meu raciocínio está errado?

Ora bem, podem ver aqui o regulamento do prémio literário de José Luis Peixoto.
Não precisam ler que eu destaco a palhaçada:

"Artigo 8.º Ao trabalho que, pela sua qualidade literária, mais se distinga entre os autores naturais e ou residentes no concelho de Ponte de Sor será atribuído um prémio pecuniário de 1000,00 euros. § único. Igual montante será atribuído ao trabalho que, nos mesmos moldes, mais se distinga, entre os autores que não sejam residentes no concelho de Ponte de Sor, nem dele naturais."

Muito bonito, dão 1.000€ de prémio ao vencedor natural ou residente de Ponte de Sôr, mais 1.000€ para o vencedor entre os restantes Portugueses em todo o mundo. Mas seria ainda mais bonito se o artigo 9.º não existisse:

"Artigo 9.º Caberão ao município de Ponte de Sor todos os direitos sobre a primeira edição dos trabalhos premiados, comprometendo-se este a oferecer aos respectivos autores 50 exemplares, considerando-se os direitos de autor regularizados desta forma."

Mas que lindo. A obra é publicada, os rendimentos seguem para os cofres da câmara municipal de Ponte de Sôr e o autor, o criador da obra, recebe 50 livritos.
Eu acho que podem meter esses 50 livros no cu dos responsáveis por este prémio.

Mas o que é isto? Agora em todos os concursos o vencedor cede direitos de autor ao participar?
Quer dizer, um puto participa para ganhar 1.000€, a câmara municipal edita um livro que se vender a 10 euros cada, só precisa de vender 100 para recuperar o dinheiro (Sim, porque uma câmara municipal dispensa a intervenção de uma editora). É claro que vendem 100 livros, qualquer merda que se escreva e se coloque à venda, vende 100 exemplares.

"Artigo 10.º Caso haja interesse por parte do município de Ponte de Sor e dos autores dos trabalhos premiados, poderão ser promovidas reedições, em condições a acordar. Artigo 11.º Poderão, ainda, ser editados, mediante condições a acordar, caso haja interesse por parte do município de Ponte de Sor e dos respectivos autores, os trabalhos agraciados com menções honrosas."

Pois é, tal como é camufladamente dito no artigo 9.º, os direitos de autor da primeira edição pertencem à câmara municipal, mas a ultima frase desse mesmo artigo, refere que "comprometendo-se este a oferecer aos respectivos autores 50 exemplares, considerando-se os direitos de autor regularizados desta forma."

Ou seja em qualquer edição posterior, tem de haver acordo entre o autor e a câmara municipal de Ponte de Sor, mas o autor cedeu os seus direitos excepto SOBRE 50 exemplares, como consta do regulamento!

E se alguém decidir comprar os direitos sobre a obra, para um mini-filme, um spot publicitário ou só porque sim? Quem vai receber o dinheiro é quem tem os direitos de autor e no caso desse interesse surgir durante a primeira edição, os direitos pertencem à câmara municipal e não ao autor.

Imaginem que aparece um livro que venda tanto como o Harry Poter? Biliões para os criadores do prémio e 50 livros (talvez renegociados para 100 na segunda edição) para o génio criador. Que giro!

Acho incrível que alguém tenha a cara de cu, de dar o seu nome a um prémio deste teor, que rouba os jovens escritores. Sim, pois julgo que só podem concorrer jovens até aos 25 anos, o regulamento é confuso:

"Artigo 5.º Podem concorrer jovens que completem 25 anos de idade até ao dia 31 de Dezembro do ano a que respeita o prémio."

Quererá isto dizer que um jovem de 23 não poderá concorrer pois não completa 25 anos nesse ano?
Quererá isto dizer que posso concorrer todos os anos até ao resto da minha vida, pois certamente terei 25 anos completados todos os anos?

Uma obra tem direitos de autor assim que é criada e concurso nenhum, regulamento nenhum se sobrepõe a esses direitos. Este é um abuso, um furto camuflado de propriedade intelectual, muito parecido com o concurso de roubo de blogues, promovido pela Super Bock, com o seu SuperBock SuperBlog Awards.

Eu chamo à Câmara Municipal de Ponte de Sôr, abusadores de confiança sendo o senhor José Luís Peixoto cúmplice! Tenham vergonha na cara, cambada de inúteis!

Anda meio mundo a foder outro meio, agora até os sonhos de alguns querem foder dando a ilusão que os estão a ajudar.

O autor tem o direito a 10% (em média). Numa primeira edição de 5.000 exemplares o autor tem direitos sobre 500 e não sobre 50. Mesmo que seja uma primeira edição mínima e limitada de 1.000 exemplares, o autor tem direitos sobre 100. Dar direitos sobre 50 em troca dos direitos de autor para a primeira e edições futuras, é roubo, é uma atitude que só posso desprezar e para a qual preciso de um copo de água com ENO para não me vomitar todo para cima do teclado.

Um escritor como o José Luís Peixoto, não precisa destas baixarias, no entanto é o padrinho deste prémio dando o seu nome e além disso é membro do júri de selecção o que significa que conhece o regulamento.

José, até metes nojo!

Nota: Sabiam que em Portugal existem 86 prémios literários e em Espanha só existem dois? Nos EUA 5 e no Brasil 9? E que o país depois de Portugal com mais prémios literários é o Japão com 13? Será este texto explicativo para a existência de tantos prémios?

65 Comentários:

  Bruno

segunda-feira, dezembro 29, 2008 12:19:00 da manhã

Olá, Cobridor, não entendo tamanha surpresa de alguém tão esclarecido. É assim que funciona a maioria dos prémios literários para jovens escritores. O autor cede os direitos da obra para uma primeira edição com a chancela do promotor do concurso. Depois vai à sua vida. Se é justo para o escritor? Depende da sujeição a que ele estiver disposto. Uma primeira obra editada pode ser uma porta aberta para novos trabalhos. E para que quer ele mais de cinquenta livros? Para dar aos amigos, para vender na Feira da Ladra? Para fazer estante? É claro que as câmaras municipais e outros promotores ficam sempre a ganhar (se conseguirem vender os livros), ou não, têm sempre a possibilidade de editar uma obra sem que precisem de descruzar os braços. Mas pondo as coisas nos dois pratos, é isso que acontece também com as editora. Elas não escrevem livros. Só aparecem depois do processo criativo.

E esses artigos de cedência de direitos fazem parte de um acordo que ninguém é obrigado a aceitar. Quem está em desacordo, não concorre, não se habilita a fantásticos mil euros, deixa o manuscrito na gaveta ou vai bater a outra porta. Se ninguém concorrer, acabam os concursos literários. Se há gente que se põe a jeito, problema deles.

Quanto ao nome de José Luís Peixoto, acho que ele não tem culpa nenhuma, está lá na dele, no bem bom, se calhar nem sabe do regulamento, é-lhe indiferente. Mas daí a ser crucificado... Estamos no Natal, a Páscoa é só depois da Quaresma.

Abraços.

  Maria Manuela

segunda-feira, dezembro 29, 2008 12:36:00 da manhã

86 prémios ??? 86 ??? Para quê, carago ??

bj

  Bruno Fehr

segunda-feira, dezembro 29, 2008 12:38:00 da manhã

Bruno disse...

"não entendo tamanha surpresa de alguém tão esclarecido. É assim que funciona a maioria dos prémios literários para jovens escritores."

E por funcionar assim, não faz deles legais. Estes prémios não são legais, não há um regulamento privado que se sobreponha à lei dos direitos de autor e ISSO é o que as pessoas devem saber!

"O autor cede os direitos da obra para uma primeira edição com a chancela do promotor do concurso. Depois vai à sua vida."

Neste caso ele sabe que cede os direitos de autor para a primeira, mas o artigo nono, deixa dissimulado que os cede para toda e qualquer edição posterior. Aqui está a premeditação de uma ilegalidade ainda maior.

"Uma primeira obra editada pode ser uma porta aberta para novos trabalhos."

Seja a primeira de muitas ou não, ele tem direito à sua percentagem.

"E para que quer ele mais de cinquenta livros? Para dar aos amigos, para vender na Feira da Ladra? Para fazer estante?"

50 livros que nao recebe. 50 livros é o preco de capa sem IVA, no caso de eles serem vendidos. Ele recebe o valor dos 50 livros.

Tal como quem paga para ser editado, que anda entre os 50 a 200 livros a preço de capa, ele paga-os e tem direito ao valor total sem IVA da venda deles. Recebe os livros se não forem vendidos. Claro que pode receber os livros, se assim o desejar ou se for parvo.

"Mas pondo as coisas nos dois pratos, é isso que acontece também com as editora. Elas não escrevem livros. Só aparecem depois do processo criativo."

Sim, mas a percentagem do criador é garantida, não são feitos furtos como este. A editora cobre as despesas de redacção, impressão, distribuição e até trabalho artístico de capa. São dezenas de pessoas a trabalhar para um livro sendo os 90%, um valor aceitável por fazerem 90% do trabalho.

"E esses artigos de cedência de direitos fazem parte de um acordo que ninguém é obrigado a aceitar. Quem está em desacordo, não concorre, não se habilita a fantásticos mil euros, deixa o manuscrito na gaveta ou vai bater a outra porta."

Tendo em conta que entenderam a dissimulação no regulamento, pois qualquer leigo, vê lá a cedências por UMA edição, mas de facto não é o que está lá. E estamos a falar de autores jovens, sem idade mínima e com idade até aos 25 anos, ou seja um grupo etário, pouco esclarecido neste campo.

"Quanto ao nome de José Luís Peixoto, acho que ele não tem culpa nenhuma, está lá na dele, no bem bom, se calhar nem sabe do regulamento, é-lhe indiferente."

Queres fazer-me a creditar que alguém DÁ o seu nome a um prémio, sem saber o regulamento. Queres que eu acredite que ele é o principal elemento do juri e nao conhece o regulamento?
Se assim for é ainda mais parvo do que como o pinto. Visto que ele parece não ler o que assina, tenho aqui um cheques aos quais ele pode ceder o seu nome.

"Mas daí a ser crucificado... Estamos no Natal, a Páscoa é só depois da Quaresma."

Ele merece ser crucificado, pois sabe as dificuldades por que passou para editar ao ter de PAGAR para editar o seu primeiro livro e agora participa num furto que não ajuda jovens autores em nada.

  Bruno Fehr

segunda-feira, dezembro 29, 2008 12:40:00 da manhã

Maria Manuela disse...

"86 prémios ??? 86 ??? Para quê, carago ??"

Em Portugal, escreves um livro, vendes uns quantos e aparece logo um idiota a criar um prémio com o teu nome. Mas só dás nome ao prémio se o entenderes fazer.

O regulamento deste prémio é o PIOR que li e já li o regulamento de mais de 50 destes prémios.

  afectado

segunda-feira, dezembro 29, 2008 12:48:00 da manhã

Por essas e por outras é que se deve ler sempre o regulamento dos concursos em que participamos.

Claro que há muita gente que participa sem ler o regulamento, mas o certo é que ele lá está.

  afectado

segunda-feira, dezembro 29, 2008 12:49:00 da manhã

Esqueci-me de acabar :)

Realmente são prémios a mais. Mas pronto, é a velha mania portuguesa de arranjar estrelas à força!

  Anónimo

segunda-feira, dezembro 29, 2008 12:49:00 da manhã

:) adoro, simplesmente, adoro que tenhas um advogado que veja estas coisas! :) é fantabulástico :) uma vez enviei um guião para a SIC e no regulamento também tinham essa trampa de cedência de direitos...o que vale é que não deu nada e já foi há uns bons anos atrás.
agora contento-me com um blog que nem para livro serve (lol), quando escrever um livro pode ser que faça um blog dele :) eheh
beijinhos e bom 2009!

  Bruno Fehr

segunda-feira, dezembro 29, 2008 12:53:00 da manhã

afectado disse...

"Por essas e por outras é que se deve ler sempre o regulamento dos concursos em que participamos."

Sempre, bem como ler tudo antes de assinar o que quer que seja e SEMPRE consultar um advogado quando se trata de um contracto.

O facto de ter pago 350€ ao meu advogado para ler o contracto da ultima casa que aluguei, fez com que não perdesse 4 mil euros de caução, bem como ter de indemnizar o senhorio em igual quantia.

  Bruno Fehr

segunda-feira, dezembro 29, 2008 12:58:00 da manhã

Physalia physalis disse...

":) adoro, simplesmente, adoro que tenhas um advogado que veja estas coisas! :) é fantabulástico :)"

Depois de me terem tentado furtar 21 textos deste blogue. E depois de duas ameaças de processo, achei por bem dar trabalho a alguém que é pago todos os meses sem que precise dele.

"uma vez enviei um guião para a SIC e no regulamento também tinham essa trampa de cedência de direitos...o que vale é que não deu nada e já foi há uns bons anos atrás."

Pois mas as televisões estão bem fornecidas de advogados que sabem que esses regulamentos são ilegais e não teem valor jurídico, por isso quando aprovam um projecto, fazem o autor assinar um contracto castrador.

"quando escrever um livro pode ser que faça um blog dele :) eheh"

Já o fiz, mas antes faz um registo dele no departamento de direitos de autor do Ministério da cultura, em Lisboa fica nos restauradores e é um registo baratuxo.

  Ana GG

segunda-feira, dezembro 29, 2008 1:02:00 da manhã

Entendo perfeitamente a tua indignação e acho que estás carregado de razão. Contudo, apesar de ter lido apenas "Uma casa na escuridão", fiquei completamente rendida...o carácter do homem que se lixe.

  Bruno Fehr

segunda-feira, dezembro 29, 2008 1:09:00 da manhã

Ana disse...

"Entendo perfeitamente a tua indignação e acho que estás carregado de razão. Contudo, apesar de ter lido apenas "Uma casa na escuridão", fiquei completamente rendida...o carácter do homem que se lixe."

Compreendo que sim, eu simplesmente me recuso a comentar os seus livros, apesar de ter uma critica ao "Morreste-me", já escrita.

O carácter de um autor é muito importante, pelo menos para mim no que toca às suas atitudes no mundo literário.
Poderia escrever lindamente e andar a roubar pasteis de nata, que isso não era importante, mas ser um escritor a andar a castrar jovens que gostariam de ser como ele... É baixo demais para lhe ter qualquer tipo de respeito pessoal ou profissional.

Esta critica, será usada também aqui na Alemanha, onde estes casos, são levados a sério.
Até porque um dos jovens que queria participar é filho de um emigrante aqui e natural de ponte de sor e foi quem me pediu para me informar sobre este prémio.

  Jane Doe

segunda-feira, dezembro 29, 2008 1:12:00 da manhã

wowww!

Acho que tenho mais perguntas que comentário em si...

Há uma coisa que me confunde com tudo isto. Ceder direitos de autor, significa, por exemplo que a pessoa a quem os cedemos pode por lá o seu nome como autora?

E, realmente, pelo que escreves, isso significa que a pessoa nunca mais vê, pelo menos como inteiramente sua, a obra na sua vida! E um pouco também ali para o primeiro comentário...

Achas bem haver campanhas a torto e a direito para não se roubar cultura (sim, downloads e blablabla) punindo com pena de prisão, e depois dar-se azo a estes concursos?
E uma pessoa esclarecida não pode ficar indignada? Falar contra isso? Eu acho que deve, até porque expõe essa realidade a pessoas (como eu) que não têm a minima noção disso!

Terão mesmo os Novos escritores de dar o cu para subir? Por muito que seja a realidade, acaso não é crime? Cometido pelo mesmo estado (sim, eu suponho que isto tenha que ter aprovação do Ministério da Cultura ou não?)que faz propaganda contra a violação da propriedade intelectual de tudo o que seja "sacável" ou "pirateavel"

Se eu escrevesse um livro, eu não iria querer aceitar isto! E sim, esse senhor (O José que?... tou mal eu...) deve de compreender porque como disse o Crest, ele teve de pagar por edição da sua primeira obra...

Physalia Physalis: Eu se fosse a ti, escrevia um livro. PorquÊ?
Porque hoje em dia qualquer merda que escreve meia duzia de coisas pomposas escreve um livro, e é famoso... Nem sei bem porque nem quero saber. Por isso eu acho que devias! Quem sabe te venhas a surpreender com o resultado;)

(Passei-me, só pode...)

  Demian

segunda-feira, dezembro 29, 2008 2:13:00 da manhã

Concordo plenamente com tudo o que dizes. É de facto repugnante, que um escritor da craveira do JLP se apreste a ver o seu nome associado a uma palhaçada desta envergadura, e para o não basta, pertencer ao júri do dito prémio.
Não existem mecenas despretensiosos, nos dias que correm. Se tens talento e o mostras ao mundo, depressa correm até ti como cães a ossos, e muitas vezes, este tipo de prémios mais não são que presentes envenenados, que a não haver cabeça da parte dos premiáveis, podem significar o fim, ainda antes do começo.
Passa-se isto não apenas em relação à literatura, mas é sem dúvida a área mais visada, até porque é mais exposta e teoricamente mais fácil de ser plagiada. Daí os tais oitenta e tal concursos que existem - mas alguém se admira que a corrupção neste país se cinja apenas às áreas mais visíveis ao grande povo? Não. Ela está por todo o lado e propaga-se como um vírus incontrolável, e eu, para ser sincero, há muito que perdi a esperança de algum dia voltar a ter orgulho em ser português.

  Bruno Fehr

segunda-feira, dezembro 29, 2008 2:49:00 da manhã

Jane Doe disse...

"Há uma coisa que me confunde com tudo isto. Ceder direitos de autor, significa, por exemplo que a pessoa a quem os cedemos pode por lá o seu nome como autora?"

Nao, o nome do autor é o do criador da obra, pois quem promove estes concursos irá defender-se com o regulamento, enquanto alterado o nome do autor entram num crime muito mais grave em que a simples suspeita de plágio mancha a imagem da instituicao. Até porque há maneiras de provar a autoria da obra, mesmo sem registo.

Irei fazer um texto sobre isto em breve, visto que foi uma questão colocada no meu blogue de questões.

"E, realmente, pelo que escreves, isso significa que a pessoa nunca mais vê, pelo menos como inteiramente sua, a obra na sua vida! E um pouco também ali para o primeiro comentário..."

Com este regulamento é essa a ideia, mas este regulamento não seria válido em tribunal, mas se fizerem o autor assinar um documento de cedência de direitos, ele nunca receberá os dividendos da obra, excepto o valor de 50 livros por edição.
Sem contracto de cedência de direitos, este regulamento é lixo.

"Achas bem haver campanhas a torto e a direito para não se roubar cultura (sim, downloads e blablabla) punindo com pena de prisão, e depois dar-se azo a estes concursos?"

Essas campanhas são falsas, omitem parte da verdade, porque:

1 - Tu podes fazer cópias de todos os CD's e DVD's que tenhas e não tenhas desde que sejam para uso pessoal. No caso de os usares de forma profissional (ex: DJ's), aos que tenhas, dá-se o nome de backups de segurança, que servem para não danificar a obra original. Os que não tens, podes dizer que tens e as autoridades terão de te dar um prazo para mostrares os originais e até lá arranjas os originais.

Já me aconteceu num caber café do qual fui proprietário em Portugal, tive uma vistoria e só tinha cópias na cabine do DJ, tive 10 dias úteis para apresentar 200 Álbuns originais, por acaso tinha 90% deles. Emprestaram-me os que faltavam, mas eles nem sequer os confirmaram. Todas as cópias me foram devolvidas.

2 - Tu podes fazer downloads "ilegais" de musica para uso privado. O crime reside nos proprietários de sites de downloads que vendem o que não.
Se fizeres cópias múltiplas, aí já é pirataria, pois irao haver suspeitas de possivel comercializacao.

As campanhas, são falsas devido ao exagero. A lei é clara e onde não é clara é omissa. No caso de omissão, o efeito duvida é a favor do réu.

"E uma pessoa esclarecida não pode ficar indignada? Falar contra isso? Eu acho que deve, até porque expõe essa realidade a pessoas (como eu) que não têm a minima noção disso!"

Tanto pode, que o estou a fazer. Estou-me a cagar para quem ele é. Nao o acho grande "espingarda", acho-o tipo João Pedro Pais, escreve sobre sentimentos mais imaginados que sentidos, para puxar a lágrima do, "óh que bonito que homem tão sensível". Isto não lhe retira o mérito da escrita, retira-lhe sim essa pseudo-sensibilidade ao apadrinhar algo como este "prémio".

Uma pessoa realmente sensível e sofredora como ele dá a entender ser nos seus livros, não faria isto.

"Terão mesmo os Novos escritores de dar o cu para subir?"

Nao é necessário. Os novos escritores, devem é estar informados e saber que ninguém dá nada a ninguém. Excepto em certos prémios de mérito como o Prémio Camões.

Mas se acharem que dar o cu a um editor é a solução podem-no fazer, pois o cu é deles. A blogosfera está cheia desses autores :)

"Por muito que seja a realidade, acaso não é crime?"

O furto de propriedade intelectual, o plágio e usurpação de direitos de autor, são crimes mesmo antes de a obra estar registada. Tal como disse já várias vezes a lei é clara, "Uma obra goza de direitos de autor no momento em que é criada", há é que ter a inteligência para provar a autoria da obra.
Mas a assinatura da autor no documento certo, dificulta o processo.

"(sim, eu suponho que isto tenha que ter aprovação do Ministério da Cultura ou não?)que faz propaganda contra a violação da propriedade intelectual de tudo o que seja "sacável" ou "pirateavel""

O Ministério da cultura tem de facto um departamento de direitos de autor, onde podes por pouco dinheiro registar obras sem fins de comercialização, mas ao quereres mais tarde comercializar, o processo é dificultado e os preços sobem assustadoramente.

O interesse do Ministério da cultura em que toda a gente registe o que cria, não é para defender o autor, mas sim para obter lucros, pois além dos lucros do registo. Se registas uma obra sem a comercializares, passados 20 anos o Ministério da Cultura pode comercializar a tua obra, sem necessitar do teu aval. Ou seja, regista pois 20 anos é quando findam os direitos de autor, caindo a obra no domínio publico, mas como tu nunca a editaste, ela não é publica, por isso o próprio Ministério da cultura faz um registo comercial, edita a tua obra e ganha mais 20 anos de direitos de autor.

É uma coisa fantástica, mas legal :D

"Se eu escrevesse um livro, eu não iria querer aceitar isto! E sim, esse senhor (O José que?... tou mal eu...) deve de compreender porque como disse o Crest, ele teve de pagar por edição da sua primeira obra..."

Sim, se alguém deveria apoiar os novos talentos, seria alguém como ele, que não teve padrinhos.

"Porque hoje em dia qualquer merda que escreve meia duzia de coisas pomposas escreve um livro, e é famoso... Nem sei bem porque nem quero saber. Por isso eu acho que devias! Quem sabe te venhas a surpreender com o resultado;)"

Vender é fácil. Se ganhares no lotto, podes escrever a maior merda e ser o escritor Português que mais vende. Como? Publicidade!
Na Alemanha há livros publicitados por todas as cidades e as vendas são assombrosas, mas regra geral a qualidade não o é :)

  Bruno Fehr

segunda-feira, dezembro 29, 2008 2:55:00 da manhã

Gravepisser disse...

"É de facto repugnante, que um escritor da craveira do JLP se apreste a ver o seu nome associado a uma palhaçada desta envergadura, e para o não basta, pertencer ao júri do dito prémio."

Por isso digo, que ao contrário do autor do primeiro comentário, não acredito que ele assine documentos sem ler e que presida a um júri sem ler o regulamento.

"Se tens talento e o mostras ao mundo, depressa correm até ti como cães a ossos, e muitas vezes, este tipo de prémios mais não são que presentes envenenados, que a não haver cabeça da parte dos premiáveis, podem significar o fim, ainda antes do começo."

Mas é isso mesmo. Imagina que a tua primeira obra é A obra, algo que não conseguirás superar, aquela que seria a tua maior fonte de rendimentos e de prazer... pois é, já não é totalmente tua e o que acontece? Um grande talento rende-se à desmotivação.

"Daí os tais oitenta e tal concursos que existem - mas alguém se admira que a corrupção neste país se cinja apenas às áreas mais visíveis ao grande povo? Não. Ela está por todo o lado e propaga-se como um vírus incontrolável, e eu, para ser sincero, há muito que perdi a esperança de algum dia voltar a ter orgulho em ser português."

O orgulho em se ser Português perdeu o sentido para mim há muito tempo. Hoje identifico-me mais com o ideal Europeu e sonho com o dia em que os países não sejam mais do que estados ou regiões de uma nação chamada Europa. Aí, o orgulho nacionalista, irá perder todo o sentido.

  LaveyGirl

segunda-feira, dezembro 29, 2008 2:55:00 da manhã

Já vens um bocado atrasado, lol este ano já se celebrou a II Edição do Prémio Literário José Luís Peixoto. e esta historia já foi mais que falada e comentada...

Não nutro nenhuma adoração especial pelo escritor mas, gosto do que escreve e da maneira como o faz, especialmente dos livros que destacas-te.

O mísero prémio de 1.000€ não é incentivo pecuniário algum para a dedicação de ninguém à escrita e a Câmara Municipal reserva para si todos os direitos da edição do trabalho vencedor.

Isto é gozar com a cara das pessoas, não é?

É preferível remeterem os trabalhos a editoras a arriscarem-se a ganhar este concurso e venderem-se por tão baixo preço.

Isto para além de vir sujar o nome do escritor vem pôr em causa, como referiste, a originalidade das ideias que deram origem aos livros dele.

Não estou a chamar Ignorante ao homem, ate porque o tenho bastante em conta, mas será que não se terá dado o caso, de só ter emprestado o nome ao prémio em troca de mais valias publicitarias e monetárias?

Mas enfim, é triste....

  Bruno Fehr

segunda-feira, dezembro 29, 2008 3:06:00 da manhã

LaveyGirl disse...

"Já vens um bocado atrasado, lol este ano já se celebrou a II Edição do Prémio Literário José Luís Peixoto. e esta historia já foi mais que falada e comentada..."

Pois, eu estou na Alemanha e longe dessas tretas, dei de cara com isto, pois fui questionado por um puto Luso-descendente com talento, que sendo a sua família de Ponte de Sor, me pediu a opinião.
Este puto será certamente editado, pois o talento dele é grande e com o domínio da língua Alemã, tem um mercado gigantesco aberto aqui.

"O mísero prémio de 1.000€ não é incentivo pecuniário algum para a dedicação de ninguém à escrita e a Câmara Municipal reserva para si todos os direitos da edição do trabalho vencedor."

1.000 não é nada. Envias 300 páginas por correio registado e lá se vai boa parte do dinheiro, depois vais a Ponte de Sor receber o prémio, almoças e passas lá a noite num hotel e ficas com dinheiro para um café :D

"Isto é gozar com a cara das pessoas, não é?"

Com a cara e com a inteligência"

"Isto para além de vir sujar o nome do escritor vem pôr em causa, como referiste, a originalidade das ideias que deram origem aos livros dele."

E porque não? Se me basta um frase para escrever um texto de 1.000 palavras, uma ideia retirada de um texto de alguém, poderá fazer qualquer pessoa escrever uma boa obra.
O difícil não é escrever nem expandir a ideia, o difícil é uma boa ideia.

"Não estou a chamar Ignorante ao homem"

Sabendo agora que este assunto já foi debatido em Portugal e o prémio ainda tem o nome dele...

"mas será que não se terá dado o caso, de só ter emprestado o nome ao prémio em troca de mais valias publicitarias e monetárias?"

Disso não tenho dúvidas.

  Mafal∂a

segunda-feira, dezembro 29, 2008 4:24:00 da manhã

Estou a pensar enviar um manuscrito para os tais charlatões com o titulo “Morreste-me José”.

Agora fora de brincadeiras, porque o que li no teu texto deixou-me bastante desiludida, primeiro por saber que ele se lançou como escritor após ter recebido o “Prémio Jovens Criadores” publicado em edição de autor,leva-me a duvidar até se ele sabe valorizar a sua própria obra, se soubesse não poderia compactuar com esse “furto” intelectual, eu quero acreditar que não sabe, porque se sabe eu iria duvidar sim do seu carácter, e isso é muito pior (aí sim metia os livros todos que tenho dele no Livrão).
Segundo a mim mete-me mais nojo a vaidade da nossa sociedade, 86 prémios literários?? !! Mas nós temos assim tantos escritores de mérito?? Temos alguns é verdade, mas tantos…que justifique? não sei. Talvez. Eu pelo menos considero um premio literario como algo importante, distinto.
Faz-me sentir que todo o escritor para ser reconhecido em Portugal, tem de dar o seu nome a um prémio destes e entrar em esquemas assim. Parece que é entrar numa moda qualquer..é triste.
Não sei se ele se deu ao trabalho ou não de ler o regulamento do prémio literário a que dá o nome, mas se não leu tivesse lido, que isso não é desculpa.
deixo-te o link do blog de Basílio Baltasar, não sei se já leste por algum lado…
http://www.elboomeran.es/blog-post/3/5707/basilio-baltasar/el-editor-sentenciado/
pareceu-me bastante interessante partilhar contigo, espero que aches o mesmo.


Bom texto, obrigada pelo esclarecimento.
=)

  Mafal∂a

segunda-feira, dezembro 29, 2008 5:25:00 da manhã

"Compreendo que sim, eu simplesmente me recuso a comentar os seus livros, apesar de ter uma critica ao "Morreste-me", já escrita."

Aqui no teu blog? não consegui encontrar..

  Pax

segunda-feira, dezembro 29, 2008 1:26:00 da tarde

Eu acho muito bem que este tipo de situações sejam aqui comentadas.
Servirão para que muitas pessoas, neste ou em outro tipo de "iniciativas", estejam atentas ao que poderá ser o reverso ou o interesse da questão por parte dos supostos "patrocinadores".
Infelizmente é mesmo quem tem mais poder que mais prejudica. É pena.

  I.D.Pena

segunda-feira, dezembro 29, 2008 1:55:00 da tarde

Concordo em pleno.
Eles mostram-se interessados mas apenas em sugar o tutano do autor, enfim ... :) Tou como a Pax , é pena .

  Bruno Fehr

segunda-feira, dezembro 29, 2008 3:04:00 da tarde

lontra=) disse...

"Estou a pensar enviar um manuscrito para os tais charlatões com o titulo “Morreste-me José”."

3 meses depois aparecia um livro chamado "mataram-me".

"eu quero acreditar que não sabe, porque se sabe eu iria duvidar sim do seu carácter"

Bem, se ele não soubesse eu chamaria-o de ignorante, burro, asno, tapado, pois dar o nome ao que não se lê, não cabe na cabeça de ninguém. Como licenciado em letras ele sabe bem o valor, peso e poder das palavras e nunca o faria sem regalias. Pois para muita gente, há compensações que compensam a falta de carácter.

"Mas nós temos assim tantos escritores de mérito?? Temos alguns é verdade, mas tantos…que justifique? não sei. Talvez."

Achas? Como poderá um país de 9 milhões de habitantes ter escritores para justificar 86 prémios...? Não podemos comparar com os Best-Sellers constantes que saem em Inglaterra e EUA, com bem menos prémios.

"Eu pelo menos considero um premio literario como algo importante, distinto."

Na verdade é só mais um negócio.

"Faz-me sentir que todo o escritor para ser reconhecido em Portugal, tem de dar o seu nome a um prémio destes e entrar em esquemas assim."

Nao tem, mas lá que os ajuda a vender mais, lá isso ajuda. Qualquer escritor sabe que poucos se dao ao trabalho de ler os regulamentos e quem le os livros nao se importa de um certo prémio é justo ou nao.

Tal como alguém já escreveu nestes comentários, ela rendeu-se à escrita dele. Mas, eu vejo o autor como pessoa e se a pessoa na vale 5 centimos a sua escrita será com toda a certeza falsa e nunca poderei gostar e antes pelo contrário, irei com toda a certeza encontrar erros e contradições.


"Não sei se ele se deu ao trabalho ou não de ler o regulamento do prémio literário a que dá o nome, mas se não leu tivesse lido, que isso não é desculpa."

Nao é desculpa e não acredito que não tenha lido, ou que (visto que este assunto é de conhecimento publico, pois não sou o primeiro a comentar isto) não tenha pelo menos ouvido falar. O que é certo é que nada fez e o prémio continua vivo, indo para a terceira edição.

"deixo-te o link do blog de Basílio Baltasar, não sei se já leste por algum lado…"

Já tinha lido, acho que há problemas bem maiores na realidade Portuguesa.

"Aqui no teu blog? não consegui encontrar.."

Tenho imensas criticas escritas a imensos livros. Mas escrito não significa publicado.

  Bruno Fehr

segunda-feira, dezembro 29, 2008 3:06:00 da tarde

Pax disse...

"Servirão para que muitas pessoas, neste ou em outro tipo de "iniciativas", estejam atentas ao que poderá ser o reverso ou o interesse da questão por parte dos supostos "patrocinadores"."

Ninguém dá nada a ninguém, se, se participa num concurso, pelo menos que as regalias justifiquem o risco... o que é raríssimo.

  Bruno Fehr

segunda-feira, dezembro 29, 2008 3:07:00 da tarde

I.D.Pena disse...

" Concordo em pleno.
Eles mostram-se interessados mas apenas em sugar o tutano do autor, enfim ... :)"

Claro que sim, o grande escritor só é visto como grande por haver pequenos, "Os fracos existem para justificar os fortes".

Se David não existisse, seria Golias um gigante?

  Provocação 'aka' Menina Ção

segunda-feira, dezembro 29, 2008 3:30:00 da tarde

Parabéns Crest, muitos parabéns por teres colocado aqui um tema que para mim nem existia, não fazia ideia deste aproveitamento do intelecto alheio. Admito que fiquei desiludida também com o escritor, porque afinal, sendo ele profissional deveria ser o primeiro a tentar combater esta usura...ainda falam vocês mal dos judeus...

  Francisco Norega

segunda-feira, dezembro 29, 2008 6:44:00 da tarde

Confesso que, gostando eu de escrever, já tinha apontado este prémio como um a ter em atenção quando acabasse alguma coisa...
O regulamento é realmente enganador, não tinha reparado.
Se bem que já tinha visto um muito mais... como é que eu hei-de dizer... indigno do que este. Eles ROUBAM os direitos de autor à descarada. (Quando o meu pc estiver arranjado tenho de ver se encontro o prémio e mando-te o link...)

Enfim, obrigadissimo Crest, já estou alertado para este prémio. Faltam os outros 85 x)

  Bruno Fehr

segunda-feira, dezembro 29, 2008 7:04:00 da tarde

provocação disse...

"Admito que fiquei desiludida também com o escritor, porque afinal, sendo ele profissional deveria ser o primeiro a tentar combater esta usura..."

Esse é o problema, ele é um profissional da escrita. É extremamente difícil viver-se da escrita só por si, um profissional tem de ter livros editados constantemente e para isso é preciso inspiração. Patrocínios e dinheiros passados a negro livres de impostos, são uma mais valia. Que não se pense que ele dá o nome e lucros a uma câmara municipal, sem obter regalias financeiras.

  Bruno Fehr

segunda-feira, dezembro 29, 2008 7:07:00 da tarde

Francisco Norega disse...

"Se bem que já tinha visto um muito mais... como é que eu hei-de dizer... indigno do que este. Eles ROUBAM os direitos de autor à descarada. (Quando o meu pc estiver arranjado tenho de ver se encontro o prémio e mando-te o link...)"

Terei todo o gosto em analisar esse "prémio", visto que fiquei curioso. Os direitos de autor é uma área em que tento manter-me bem informado.

"Faltam os outros 85 x)"

Depende do que escreves. Visto que há uns só para poesia, outros para prosa. E incluí o Prémio Camões que é um prémio Luso-Brasileiro de motivação politica.

  Dianinha

segunda-feira, dezembro 29, 2008 11:05:00 da tarde

Vim parar ao teu blog porque tu vieste parar ao meu (obrigada pelo comentário e estás à vontade para comentares quando quiseres! afinal, o que é a vida sem um belo desafio pela frente ... tipo um rapto :D)

Continuando ... Algumas impressões:

1. Gostei da abordagem acima descrita (não agora no momento da publicação deste comentário) RUA! Paaaahh... Fez-me rir! E a esta hora, depois de mais um dia fechada em casa com uma gripe, soube mesmo bem!

2. Este teu último post (ainda não tive tempo de ler o resto) fez-me pensar ... não é que pense alguma coisa de jeito mas ... repara só numa coisa: em Portugal muitos dos melhores escritores são lançados a partir destes concursos, tal como aconteceu com o J.L. Peixoto (gosto dele, nada a fazer!). O que não justifica, de facto, de haver 86 ... God! Como é que é possível?!?!?! Cá em Portugal é tudo assim: em exagero! O que eu quero e preciso é de continuar a ler bons livros ... boas histórias e estórias ... palavras que inspiram e me fazem respirar!

3. Fica sempre bem haver três pontos ... e agora não sei o que dizer, proque não tenho muito mais a dizer ... bem, fica um beijinho, pode ser?

* * *
Parabéns pelo blog ;0)

  Bruno Fehr

segunda-feira, dezembro 29, 2008 11:12:00 da tarde

Dianinha disse...

"... repara só numa coisa: em Portugal muitos dos melhores escritores são lançados a partir destes concursos, tal como aconteceu com o J.L. Peixoto (gosto dele, nada a fazer!)."

Nao é correcto dizer-se isto. O José Luís Peixoto lançou em edição de autor, ou seja sem editora nem concursos, após o livro estar à venda, recebeu um prémio pelo livro. Ele não participou em concursos destes, pois se o tivesse feito o "Morreste-me" não lhe tinha rendido um cêntimo e provavelmente ele não seria quem é.

Obrigado pela visita.

  amêndoa

terça-feira, dezembro 30, 2008 12:04:00 da manhã

1ª vez q cá venho, apaixono-me p'lo Blog e levo uma facada do José...

ele não deve ter percebido bem a coisa em si!

  amêndoa

terça-feira, dezembro 30, 2008 12:04:00 da manhã

1ª vez q cá venho, apaixono-me p'lo Blog e levo uma facada do José...

ele não deve ter percebido bem a coisa em si!

  Bruno Fehr

terça-feira, dezembro 30, 2008 12:11:00 da manhã

amêndoa disse...

"ele não deve ter percebido bem a coisa em si!"

Visto que este assunto já gerou polémica na primeira edição do prémio e já vai para a terceira... não me parece que ele não tenha percebido. Se não percebeu, deve viver na Lapónia com o Pai Natal :)

Claro que percebeu, ele é licenciado em Letras. OK, em Inglês/Alemão, não tendo conhecimentos profundos da língua Portuguesa, mas visto que escreve em Português, também sabe ler o regulamento e acima de tudo interpretar, que é o que mais se faz em Letras.

  SolitaFit

terça-feira, dezembro 30, 2008 12:20:00 da manhã

Eu so li um livro deste autor, o "Uma casa na Escuridão"


Gostei do livro embora o ache-se um pouco pesado.

Jinhos

  ipsis verbis

terça-feira, dezembro 30, 2008 2:21:00 da manhã

São os prémios e as árvores de natal. As feijoadas pela ponte e os não-sei-quantos-mil-pais-natal... qualquer dia o Livro dos Recordes do Guiness muda o nome para Livro dos Recordes de Portugal. Enfim!

  Teté

terça-feira, dezembro 30, 2008 2:21:00 da manhã

Nunca li nada de José Luis Peixoto, portanto não tenho opinião dele como escritor!

De qualquer forma distingo dois planos em qualquer autor: um é a faceta de escritor, outro a faceta do homem. E aí nunca deixei de ler livros de ninguém por achar que não simpatizo com a pessoa enquanto tal (imagem a maior parte das vezes veiculada pelos media, portanto um pouco ilusória). Mas também não leio livros de ninguém por os considerar simpáticos ou boas pessoas. Quando não gosto das primeiras páginas (normalmente as primeiras 30 chegam), ponho de lado. Com tantos livros bons para ler, não faço fretes a ler o que não me agrada.

Quanto ao prémio propriamente dito, suponho que a maior parte dos camarários funcionam nesses moldes. Mas também tenho ideia que essas edições são bastante limitadas e que as obras publicadas não se destinam essencialmente a vendas (e retirar delas os respectivos lucros), sendo parcialmente oferecidas a bibliotecas e a alguns membros destacados da comunidade. Do que li, não me parece que resulte nenhuma cláusula de exclusividade para o escritor, que poderá publicar o seu livro, conto ou poesia noutra editora qualquer. Onde ele prescinde dos direitos de autor é para aquela publicação camarária, não das eventuais restantes. Já nas possíveis futuras edições parece-me existir um certo abuso - porque tal só se dá se o livro tiver bastante sucesso, como é óbvio. Mas está na mão do premiado recusá-las ou negociar um contrato que não o espolie dos seus direitos de autor.

Enfim, mas valeu como chamada de atenção. A malta tem a mania que escreve um livro e fica rica e famosa, mas em Portugal está longe de ser assim. Aliás, só escritores de nomeada já com bastantes livros no mercado (preferencialmente internacional também) se podem dar ao luxo de viver exclusivamente da escrita... ;)

  Bruno Fehr

terça-feira, dezembro 30, 2008 2:37:00 da manhã

Sol disse...

"Gostei do livro embora o ache-se um pouco pesado."

Devias ter comprado a edição de viagem, é mais barata, tem a capa de papel e é mais leve :)

  Bruno Fehr

terça-feira, dezembro 30, 2008 2:39:00 da manhã

ipsis verbis disse...

"São os prémios e as árvores de natal. As feijoadas pela ponte e os não-sei-quantos-mil-pais-natal... qualquer dia o Livro dos Recordes do Guiness muda o nome para Livro dos Recordes de Portugal. Enfim!"

Nao esquecer os maiores fogos de artificio do mundo, durante a passagem de ano. Viva a crise, toca a gastar fortunas em foguetes que a malta quer é festa.

  Bruno Fehr

terça-feira, dezembro 30, 2008 2:56:00 da manhã

Teté disse...

"De qualquer forma distingo dois planos em qualquer autor: um é a faceta de escritor, outro a faceta do homem."

Eu distingo até que o mau carácter do homem se revela na sua área.

"Quanto ao prémio propriamente dito, suponho que a maior parte dos camarários funcionam nesses moldes. Mas também tenho ideia que essas edições são bastante limitadas e que as obras publicadas não se destinam essencialmente a vendas (e retirar delas os respectivos lucros), sendo parcialmente oferecidas a bibliotecas e a alguns membros destacados da comunidade."

Nao conheço um exemplo assim. O que vejo é serem imprimidos exemplares comparáveis a uma primeira edição de uma editora, mas em vez de livrarias, são promovidos e vendidos nos jornais locais e regionais. Este é o método mais comum em Portugal. Daí o destaque ir para autores da região ou com raízes lá. Tenho a certeza que a obra do forasteiro irá acompanhar possivelmente o mesmo exemplar da obra do filho da terra. Pois esse irá vender com toda a certeza.

"Do que li, não me parece que resulte nenhuma cláusula de exclusividade para o escritor, que poderá publicar o seu livro, conto ou poesia noutra editora qualquer."

O registo de direitos de autor é feito sempre imediatamente antes da publicação e após serem revistos. O que o regulamento diz:

"comprometendo-se este a oferecer aos respectivos autores 50 exemplares, considerando-se os direitos de autor regularizados desta forma."

Se os direitos de autor revertem a favor da câmara municipal, será desta forma que o registo é feito, o que impede uma publicação numa outra editora sem o consentimento do detentor dos direitos.
A câmara municipal de ponte de sor, poderá autorizar a publicação numa editora, mas será que vale a pena arriscar? Será que como detentora dos direitos não irá exigir regalias?

"Onde ele prescinde dos direitos de autor é para aquela publicação camarária, não das eventuais restantes."

Aqui está a dissimulacao, por ter causado confusao pedi para um advogado e amigo ler. De facto qualquer advogado camarário poderá alegar que as futuras edições estão sujeitas ao registo de direitos de autor, ou seja em nome da câmara municipal. O acordo entre o autor e câmara municipal para futuras edições, não permite ao autor recusar, visto que ele não detém direitos. A câmara é que terá de permitir a nova edição.

Isto não está claro, para quem lê, mas o advogado em questão, afirmou, ser capaz de defender a câmara municipal contra o autor, baseado neste regulamento, enquanto só poderia defender o autor contra a câmara municipal se nao existir um contracto com estas clausulas. Se este regulamento for tornado contracto e assinado pelo autor antes de edição, ele dirá adeus a qualquer reclamação futura de direitos.

"Já nas possíveis futuras edições parece-me existir um certo abuso - porque tal só se dá se o livro tiver bastante sucesso, como é óbvio. Mas está na mão do premiado recusá-las ou negociar um contrato que não o espolie dos seus direitos de autor."

Já expliquei um pouco acima neste comentário esta parte. Visto que o registo de direitos de autor, pertencerá à câmara municipal, tenho o autor os direitos sobre 50 livros. O acordo para futuras edições, será atingido se a câmara o entender.
O autor poderá recusar a dar o seu nome, numa nova edição, poderá recusar os 50 livros, mas não poderá impedir nova edição.
A câmara por seu lado, poderá querer mais do autor, poderá querer um texto extra, uma introdução e para isso oferecer mais regalias ao autor. Mas o mal está feito.

"Aliás, só escritores de nomeada já com bastantes livros no mercado (preferencialmente internacional também) se podem dar ao luxo de viver exclusivamente da escrita."

Sim, há um sobre o qual ainda irei escrever, que é profissional e já editou 23 livros em 7 anos. O que acho um exagero de livros e que me levanta imensas questões.

  Anónimo

terça-feira, dezembro 30, 2008 1:30:00 da tarde

ahahahah! só agora é que vi...epá ainda me dá na telha e acabo os 3 ou 4 manuscritos que tenho por aqui espalhados no computador...lol!
por acaso sempre quis saber se conseguiria escrever um bom livro, porque um livro (tal como dizes Jane Doe) toda a gente escreve, mas um bom livro...é difícil. e eu gostava de o conseguir.
bom, daqui a uns tempos (anos) vai sair um livro with my name on it ;) mas não vai ser best-seller para todos, vai ser demasiado científico e com um público demasiado exclusivo. pode ser que depois dele eu me entusiasme! lol
bom 2009!!

  Bruno Fehr

terça-feira, dezembro 30, 2008 2:24:00 da tarde

Physalia physalis disse...

"ahahahah! só agora é que vi...epá ainda me dá na telha e acabo os 3 ou 4 manuscritos que tenho por aqui espalhados no computador...lol!"

Pois... eu entre iniciados, deixados a meio e à espera de fim tenho 5 e sinopses tenho mais 15. Eu também digo que um dia acabo aquilo, mas acabo sempre por escrever outra coisa.
Se a escrita deixa de fluir eu nao insisto, espero que me de vontade de lhe pegar. Insistir é forcar a escrita e perder qualidade.

"por acaso sempre quis saber se conseguiria escrever um bom livro, porque um livro (tal como dizes Jane Doe) toda a gente escreve, mas um bom livro...é difícil. e eu gostava de o conseguir."

A melhor maneira é dares a ler. Mas Alguém que saiba realmente ler, que leia sem se sentir obrigado e que seja capaz de oferecer uma critica cruel, se for necessário. Família e amigos, não servem :)

Podes optar por publicar uma sinopse online e veres reacções, mas online é um pouco como dar aos amigos, raros são os que te vão dar uma critica honesta.

  Vício

terça-feira, dezembro 30, 2008 3:34:00 da tarde

com papas e bolos se enganam os tolos!

por falar em edições de livros... http://www.luso-poemas.net/modules/newbb/viewtopic.php?topic_id=1573&forum=21

  Afrodite

terça-feira, dezembro 30, 2008 3:39:00 da tarde

Vou enviar aquilo que te enviei aos gajos eheheheheehh, com as minhas normas e regulamentos ;).

Gostei da tua critica aquilo que comecei a escrever...há anos :).

Abreijinhossss

  Diabólica

terça-feira, dezembro 30, 2008 7:54:00 da tarde

Venho só desejar umas boas entradas!

Volto com mais tempo.

Feliz 2009!

Beijokinhas.

  Bruno Fehr

quarta-feira, dezembro 31, 2008 12:16:00 da manhã

vício disse...

"por falar em edições de livros... http://www.luso-poemas.net/modules/newbb/viewtopic.php?topic_id=1573&forum=21"

Ahahaha, os autores a terem de comprar os seus próprios livros com IVA incluído, ahahahahah LINDO!

  Bruno Fehr

quarta-feira, dezembro 31, 2008 12:18:00 da manhã

Afrodite disse...

"Vou enviar aquilo que te enviei aos gajos eheheheheehh, com as minhas normas e regulamentos ;)."

Ainda vez algo de muito parecido por aí editado por outra pessoa... é melhor não enviares.

"Gostei da tua critica aquilo que comecei a escrever...há anos :)."

Que deverias terminar, assim que tiveres tempo, fiquei como a história em suspense :S

  Bruno Fehr

quarta-feira, dezembro 31, 2008 12:18:00 da manhã

Diabólica disse...

"Venho só desejar umas boas entradas!"

Igualmente.

  Jane Doe

quarta-feira, dezembro 31, 2008 1:04:00 da manhã

Physalia physalis:

Acho que deves tentar a tua sorte, ainda mais se já tens ensaios;)

Se quiseres eu posso ler alguns!

Vais ver eu tambem hei-de escrever um livro:P

Já que toda a gente escreve, e canta e é famoso... Isto realmente dá-me raiva dá...

Mas se achas que tens qualidade, e se as pessoas em quem realmente confies também... Força!

Crest, Andava mesmo para te perguntar se já tinhas escrito algum livro... Pelos vistos, já... está é tudo na prateleira...

  Bruno Fehr

quarta-feira, dezembro 31, 2008 3:33:00 da manhã

Jane Doe disse...

"Physalia physalis:

Acho que deves tentar a tua sorte, ainda mais se já tens ensaios;)"

Concordo. Mas deve escrever sem pensar em editar. Escrever por prazer. Isso dá um sentimento de realização pessoal que torna o editar ou não secundário. Eu orgulho-me das minhas obras terminadas e lentamente continuo outras, nunca pensei em publicar, mas o sentimento de missão cumprida é fantástico.

"Crest, Andava mesmo para te perguntar se já tinhas escrito algum livro... Pelos vistos, já... está é tudo na prateleira..."

Já sim, um deles publiquei online. Nao o estava a conseguir terminar e fiz um blogue com 1 capitulo por semana. Ao fim de 5 meses cheguei ao fim. Publiquei 17 capítulos, o original tem 22.

Tenho mais 2 terminados que me agradam, outros não os vejo como terminados apesar de ter encontrado o fim.
Depois tenho imensas sinopses, ideias a desenvolver, tenho também inícios e fins...

  Rita

sexta-feira, janeiro 02, 2009 3:15:00 da tarde

Ola! Obrigada pelo comentário. Quanto à quantidade de prémios literários que existem em Portugal, não fazia a mínima ideia! É realmente uma estupidez, assim nunca se vai dar valor a quem realmente merece.. *

  Bruno Fehr

sábado, janeiro 03, 2009 12:26:00 da manhã

Rita disse...

"Quanto à quantidade de prémios literários que existem em Portugal, não fazia a mínima ideia! É realmente uma estupidez, assim nunca se vai dar valor a quem realmente merece..."

Somos um povo movido a interesses.

  I.D.Pena

domingo, janeiro 04, 2009 5:05:00 da tarde

"Ps: Para possíveis dói-dóis no rabinho ou ego, que este texto poderá causar, terei todo o prazer em reenviar as vossas queixas ou ameaças para o meu advogado que leu o regulamento e este texto, partilhando da minha interpretação do mesmo."

Um Homem prevenido vale por 2, um Homem prevenido de um advogado Bom, vale por quantos mais ?

"Na minha opinião , devem "comer e calar" e alterar tal insanidade!"

Lol... e se arrotarem faz favor de dizerem "Perdão" , ou "licencinha" :P Ahahahaha .
Não ?

  I.D.Pena

domingo, janeiro 04, 2009 5:08:00 da tarde

dizer* (fdx pretuguês)

  Ana C. Nunes

segunda-feira, janeiro 05, 2009 11:39:00 da tarde

Sim, tens razão, é vergonhoso! Mas como já outros disseram, infelizmente, a maioria dos prémios literários portugueses tem estas condições ou semelhantes.
É uma tristeza e já por isso é que eu nem sequer ponderei concorrer a alguns desses concursos.
Ridículo!

  Bruno Fehr

segunda-feira, janeiro 05, 2009 11:54:00 da tarde

I.D.Pena disse...

"Um Homem prevenido vale por 2, um Homem prevenido de um advogado Bom, vale por quantos mais ?"

Nao sei é um advogado bom, mas lá que é um bom advogado, isso é :)

  Bruno Fehr

segunda-feira, janeiro 05, 2009 11:57:00 da tarde

Ana C. Nunes disse...

"É uma tristeza e já por isso é que eu nem sequer ponderei concorrer a alguns desses concursos."

Há concursos justos, mas também há alguns em que os regulamentos estao incrivelmente bem escritos e furtam os direitos de autor da mesma maneira. Devemos ler os regulamentos sem pressas e até pedir a outra pessoa que o interprete.

Eu sempre disse, que se queremos editar não podemos depender de prémios ou concursos, podem ajudar como podem destruir uma carreira antes de ela começar.

  Ana

terça-feira, janeiro 06, 2009 6:56:00 da tarde

Quem já vem tarde sou eu... LOL. Participei em dois concursos, que me lembre, e era pita demais para saber o que isso envolvia. Para mim, chegava-me o prémio e o alimento pró ego que era saber que tinha ganho looool.

  Bruno Fehr

terça-feira, janeiro 06, 2009 11:08:00 da tarde

Van disse...

"Quem já vem tarde sou eu... LOL. Participei em dois concursos, que me lembre, e era pita demais para saber o que isso envolvia. Para mim, chegava-me o prémio e o alimento pró ego que era saber que tinha ganho looool."

Mas eu também, o meu primeiro prémio foi aos 10 anos com um mix 25 Abril com fábula de La Fontaine. O que ganhei? Nada ganhei fiquei sem o texto e saiu no jornal...

  Ana

quarta-feira, janeiro 07, 2009 1:36:00 da tarde

Acho que um foi um concurso de contos que tinha de ter como tema o castelo da minha terra. Ganhei livros, canetas e alimento pó ego eheheheh. Devia ter dez ou onze anos. O que me lembro melhor, desse concurso, era do contentamento de uma colega minha por ter ganho dois premios e "ela" (eu) só ter ganho um (naquela turmazita de ciclo, era o máximo ter-se melhor nota que "ela", eu). Acresça-se que a gaija concorreu com um poema e um desenho, feitos pelo irmão mais velho de 16 anos (ela própria o disse) - num escalão que ia dos 9 aos 11. Foi quando aprendi que as pessoas podem ser burras e estúpidas (porque não estava a perceber qual era o contentamento dela...ainda se tivesse sido ela a criar as coisas com que concorreu...).
Outro, penso que foi aos 15 ou 16, na escola. Não ganhei nada, só alimento pó ego! :D

Também me calhou um outro, mas esse logo conto um dia destes...acabou comigo a rasgar os certificados todos, qd entrei prá univ :-p. Mas sempre me rendeu cem contos, que na altura era dinheirito que se visse, hehehe.

  Ana

quarta-feira, janeiro 07, 2009 1:37:00 da tarde

ah, mas nesse concurso de poemas prá escola, devolveram-me o original. Que eu saiba, não guardaram nem usaram cópias.

  Bruno Fehr

sábado, janeiro 10, 2009 1:15:00 da manhã

Van disse...

"Ganhei livros, canetas e alimento pó ego eheheheh. Devia ter dez ou onze anos."

Pois mas aqui não estamos certamente a falar de possíveis prémios nobel :)

"Foi quando aprendi que as pessoas podem ser burras e estúpidas (porque não estava a perceber qual era o contentamento dela...ainda se tivesse sido ela a criar as coisas com que concorreu...)."

Para muitos o importante é ganhar, como, não importa.


"ah, mas nesse concurso de poemas prá escola, devolveram-me o original. Que eu saiba, não guardaram nem usaram cópias."

Honestidade a 100%

  Pedro Pinto

terça-feira, março 23, 2010 1:06:00 da tarde

Boas grande Bruno!

fiz uma menção aos teus textos "Bastidores da Música" no meu blog com os links para os mesmos (não há hipótese de plágio até pq eu acho q as pessoas devem ler os originais e não as versões escritas ou faladas...)
fiquei fã do blog e vou segui-lo avidamente!

já agora, o concurso de bandas da TMN, que costumava acontecer todos os anos desde 2004 para cá, salvo erro, tb tinha o mesmo problema de apropriação de direitos de autores em troca de exposição do tema, da banda e da promessa de um concerto num festival de verão. não sei se existe e se continua a ser nos mesmos moldes, mas achei q poderia interessar-te como referência neste tipo de textos.

  Marco

terça-feira, novembro 02, 2010 4:13:00 da manhã

A análise tem dados interessantes, mas perde-se em "falsas burrices" como a da idade.
Seja como for, há pequenas nuances:
se o jovem escritor conseguisse negociar com uma editora 10 por cento de comissão sobre o preço de capa e se o livro fosse vendido a 10 euros, o jovem ganharia 1 euro por livro.
Assim, precisaria de vender 1000 livros. E 1000 livros, infelizmente, nem todos vendem.
Mais: atendendo a que a primeira edição de um livro editado por uma câmara municipal não terá mais de 1000/2000 livros, parece-me altamente improvável que logo na primeira edição se apercebam os críticos de que o jovem será uma JK Rowling.
E se for, o menor dos seus problemas futuros será o de ter perdido uma primeira edição - afinal, será catapultado para a fama.
Nota final: que tem o José Luís Peixoto a ver com tudo isto?

  Bruno Fehr

terça-feira, novembro 02, 2010 7:49:00 da manhã

Gandim_

Sem problemas, a série está suspensa até Dezembro mas depois regressarei a ela.

"o concurso de bandas da TMN, que costumava acontecer todos os anos desde 2004 para cá, salvo erro, tb tinha o mesmo problema de apropriação de direitos de autores em troca de exposição do tema, da banda e da promessa de um concerto num festival de verão."

Estou fora de Portugal por isso não sei, mas parece-me prática comum em todo o tipo de concursos que envolvam direitos de autor em Portugal.

  Bruno Fehr

terça-feira, novembro 02, 2010 7:50:00 da manhã

Marco:

"A análise tem dados interessantes, mas perde-se em "falsas burrices" como a da idade."

A minha avó completa 25 anos até 31 de Dezembro, podes chamar-lhe o que bem entenderes mas é um mau uso da língua portuguesa num regulamento para um concurso literário.

"se o jovem escritor conseguisse negociar com uma editora 10 por cento de comissão sobre o preço de capa e se o livro fosse vendido a 10 euros, o jovem ganharia 1 euro por livro. Assim, precisaria de vender 1000 livros. E 1000 livros, infelizmente, nem todos vendem."

Independentemente do que vende ele recebe 10% da primeira edição e não de cada livro vendido. Além disso qualquer edição é superior a 1000 exemplares, excepto raras mini-edições.

"atendendo a que a primeira edição de um livro editado por uma câmara municipal não terá mais de 1000/2000 livros, parece-me altamente improvável que logo na primeira edição se apercebam os críticos de que o jovem será uma JK Rowling."

Não importa se ele vai ou não ser famoso, ele escreveu um obra e tem de receber os direitos dela. Parece-me óbvio que não leu os regulamentos pois fica claro que ele cede os direitos à Câmara Municipal e passo a citar o regulamento: 'Caberão ao município de Ponte de Sor todos os direitos sobre a primeira edição'. Quem edita não tem todos os direitos tem unicamente o direito de editar e divulgar. O direitos de autor permanecem SEMPRE com o autor ou seus herdeiros.

"Nota final: que tem o José Luís Peixoto a ver com tudo isto?"

Como não leu o regulamento. José Luís Peixoto, dá o nome ao prémio e abençoa esta farsa presidindo ao júri. Como elemento do júri conhece o regulamento, como licenciado em letras e escritor sabe ler e percebe que este regulamento é um furto de propriedade intelectual.

Mas o que se pode esperar de alguém que "se inspirou" num trecho do trabalho de Eddy Izzard para o conto de Ano Novo na revista Visão?