A Odisseia



Toda a gente já leu este livro e se não o leu, já viu o filme e se não viu o filme certamente já ouviu falar d'A Odisseia.

Até aos dias de hoje, quando se fala da guerra de Gregos e Troianos, vêm à nossa memória nomes como Helena esposa de Menelaus rei de Sparta, que se apaixona por um troiano e foge com ele, causando uma guerra. Aquilles e Agamemnon, entre outros. Odisseu? Quem é Odisseu? Um mortal. Não era meio Deus, não era meio mentiroso, nem era maio parvo. Desfiou os Deuses e foi testado.
Mas, Odisseu é Ulisses e desse já devem ter ouvido falar. No entanto eu prefiro chamar-lhe Odisseu, pois ele era Grego, pois o seu nome era Ὀδυσσεύς (Odysseýs) ou seja, Grego. Ulisses, Ulysses, Ulixes, são tudo teorias/versões em Latim logo menos correctas.

Falo da Odisseia, por recentemente ter discutido este livro com alguém que o está a ler.
Acho sinceramente, que deveria fazer parte do currículo de Português no ensino secundário (acho que é falado muito por alto) e não na faculdade (como foi o meu caso) e muito menos antes do décimo ano, quando os alunos não possuem maturidade para interpretar o livro, vendo unicamente a violencia e o sexo. Fazer parte do curriculo do décimo ano, seria o ideal, mas não para analisar e dissecar de uma forma idiótica, como é normal se fazer nas aulas de Português, mas sim para identificar as mensagens que nos tenta passar. E que mensagens tem este livro?
Tem a melhor colecção de mensagens que já encontrei num livro.

Honra: Como Odisseu assume as suas responsabilidades, ao ser rei e mesmo que perdido, se sente responsável pelos homens que o acompanham. Protegendo-os, defendendo-os, orientando-os. Isto não é coragem, é honra.

Amizade: É um sentimento que explica, que os seus homens fiquem ao lado de Odisseu e o sigam na sua odisseia, quando sabem que basta que o matem, ou atirem Odisseu ao mar para voltarem a suas casas. É Odisseu que está perdido e eles, só estão perdidos, por o acompanharem. No entanto dão as suas vidas por ele.

Amor: Um amor verdadeiro que une Odisseu a Penélope. Ele que tudo o que faz, é para a voltar a ver e ela, que o espera ano após ano, ano após ano, sem nunca perder a esperança, sem nunca ceder a pretendentes, pois sabe que o Odisseu é o amor da vida dela e vale a pena esperar. Amor esse explicado quando Odisseu recusa uma oferta de imortalidade, dizendo: "prefiro um momento nos braços da minha mulher, que uma eternidade sem ela".

Poder & Autocontrolo: A maneira como Odisseu vence e supera obstáculos, é demonstrativa que o verdadeiro poder está na mente, usar a cabeça e a inteligência é mais eficaz do que a força, na maioria dos casos, mas também que a raiva na altura certa, no momento certo, com o alvo certo é decisiva.
Ao fim de 20 anos Odisseu ao chegar a casa o que faz? Não corre para o braços da sua mulher, do seu destino, só para ser morto pelos pretendentes à sua esposa. Ele pára, espera e pensa no seu próximo passo. É isto que poucos fazem, antes de lançarem nos braços de outra pessoa, deixando que lhes trucidem o coração.

Conhecimento: Aquela que é sem dúvida a melhor mensagem do filme. Não nos podemos cegar por um destino, mas sim desfrutar da viagem que é a vida.
Claro que é bom ter objectivos, como Odisseu tem ao querer voltar para o seu amor, mas a viagem é importante, é nela que ele aprende e que tem de aproveitar.
Poseidon quer que Odisseu perceba que sem os deuses, o homem não é nada e é verdade. Os deuses representam mais do que fé, representam medos e sem medos o homem não tem nada para enfrentar, não tem conhecimento a retirar. Por isso é preciso aproveitar a viagem que é a vida, enfrentado sempre os nossos medos, retirando lições e aprendendo a viver melhor.

Porque basicamente podemos retirar toda a história, todas as aventuras e reduzir o filme a esta ultima mensagem:
-Odisseu é um homem, mortal como todos nós.
-Penélope é o destino.
-Os Deuses são os medos dos mortais.
-A odisseia é a vida, o processo de aprendizagem.

Se transportarmos isto para as nossas vidas:
Odisseu somos nós
, a Penélope é a morte e a Odisseia é a vida onde enfrentamos os Deuses que são os nossos medos, superando-os. Por mais destinos, por mais objectivos que queiramos atingir, o único destino que temos como certo é a morte e pessoalmente não tenho pressa de lá chegar. A vida é a viagem até à morte.

A aprendizagem, o amor, a felicidade, as memórias, são todas construídas nessa viagem. Por isso é que não devemos ter pressa de chegar a lado nenhum, pois aprendemos do bom e do mau, das alegrias e das tristezas, dos nossos momentos mais fortes e das nossas mais profunda depressões.

Não tenham pressa de viver, vivam o momento, vivam o agora. Sonhem com o futuro, sim, mas não ignorem o momento. Se o momento é bom sorriam, tirem umas fotos, guardem no vosso disco rígido mental, para mais tarde recordar. Se o momento é mau, reflictam sobre ele, aprendam dele, de maneira e evitar votar a vive-lo. Nunca fujam dos maus momentos, pois um mau momento evitado, está condenado a voltar e assombrar os nossos dias.
Tal como Odisseu, acreditem em vós próprios, acreditem que merecem ser felizes, acreditem que podem ser melhores e ter mais da vida, mas não tentem correr até lá, usem a cabeça, esperem, aprendam e gozem a viagem.

Apesar de achar que a mensagem deste livro é das melhores e mais completas, nas verdade não é perfeita, pois passa uma mensagem completamente desactualizada sobre o sexo. Enquanto Odisseu dá quecas a torto e direito, nas Deusas de pito aos saltos que encontra pelo caminho, a sua esposa que o espera, mantém a fidelidade e manteve-a por 20 anos. A estupidez é agravada pelo medo de Odisseu, que a sua mulher lhe tenha sido infiel, quando ele não lhe foi fiel.

Se não leram o livro, leiam, se não gostam de ler vejam o filme.


67 Comentários:

  Jane Doe

sexta-feira, dezembro 26, 2008 11:01:00 da tarde

Vou ler concerteza...

Já o tinha andado a rondar, mas depois acabei por ler o Dostoievski, que tambem estou a gostar.

Gostei da mensagem deste post...

Fosse noutra altura e ser-me-ia útil... fosse...

  Afrodite

sexta-feira, dezembro 26, 2008 11:29:00 da tarde

Já sabes a minha opinião mas como te disse...facilitaste-me o trabalho, já sei quem vai ficar com os pelinhos do rabo a baterem palmas quando lerem este teu resumo. Brilhante como sempre...OBRIGADA!

Depois de elogios feitos, repito o que já te tinha dito em modo "moita" ehehehehe...este livro é machista, inadequado para putos do 6º ano por tantas más informações que passa: Sexo à grande e à grega e violência gratuita :). Mas para mais velhinhos creio que sim, já poderão tirar dali os tais ensinamentos de que falas :). Mesmo assim eu diria que a Penélope é a cornuda, o Ulisses o Don Juan mentiroso e piroso e os restantes...coitaditos, nem sei que diga. A passagem pelo reino dos mortos é engraçado, matam animais em sacrificio aos Deuses dali e eis que aparecem resmas de mortos para beberem o sangue quentinho...e contam coisas ao heroi ehehehehe...pois está bem! :)...ok ok, o tempo em que foi escrito tem de ser respeitado :)...eu respeito mas mesmo assim dá cá uma vontade de criticar por todos os lados :).

Abreijinhos e obrigada pela ajuda :)...muito útil mesmo

  Afrodite

sexta-feira, dezembro 26, 2008 11:30:00 da tarde

Rectificação:

"facilitaste-me o trabalho, já sei quem vai ficar com os pelinhos do rabo a baterem palmas quando lerem este teu resumo." - Quando ler. É só uma e tem bigode :)!

Abreijinhos

  Afrodite

sexta-feira, dezembro 26, 2008 11:32:00 da tarde

Irra...é engraçada, não é engraçado...eu hoje não dou uma para a caixa :)! É do cansaço da sobrevivência ao natal! :)

  mf

sexta-feira, dezembro 26, 2008 11:33:00 da tarde

Há ainda uma coisa de que gosto na Odisseia. Tu falas dela de forma encoberta, mas sempre foi uma coisa que me impressionou, no meio de todas as que enumeraste: a tenacidade. Com que se segue viagem, com que nunca se desiste, com que se sonha, com que se espera, com que se resiste. E há uma história de que nunca me esqueço: a da morte do cão, mesmo no final, depois do reconhecimento do dono. Isso também é amor.

Quanto à imagem desactualizada sobre o sexo: desactualizada agora. Ao tempo era mesmo assim... Aliás, foi assim até muito recentemente e hoje, em alguns sítios e para muitos, ainda continua a ser...

  Bruno Fehr

sexta-feira, dezembro 26, 2008 11:36:00 da tarde

Jane Doe disse...

"Já o tinha andado a rondar, mas depois acabei por ler o Dostoievski, que tambem estou a gostar."

Já tive a minha fase Dostoievski, mas já me passou :)

  Jane Doe

sexta-feira, dezembro 26, 2008 11:48:00 da tarde

Eu não vou por fases de autores, mas por livros... Nem gosto de ler demasiado do mesmo autor. Geralmente vou alternando, e ando mesmo a explorar. Ando na mira, quando acabar, do oscar wilde e do kafka... E pronto, o Odisseia, e os Miseráveis...

LOL.

  Bruno Fehr

sexta-feira, dezembro 26, 2008 11:51:00 da tarde

Afrodite disse...

"já sei quem vai ficar com os pelinhos do rabo a baterem palmas quando lerem este teu resumo."

Pelos no rabo. eeeeeeeeekkkk

"este livro é machista"

É, hoje, mas na altura em que foi escrito não o era. Além disso fala de mitologia promiscua como é a grega.

"inadequado para putos do 6º ano por tantas más informações que passa"

Nao pelas más informacoes, mas pela incapacidade de um aluno do sexto ano de identificar as metáfora usadas. Alias, no sexto ano nem sabem o que é uma metafora...

"Sexo à grande e à grega e violência gratuita :)."

Sexo concordo, mas a violência não é gratuita, Ulisses diz, que a raiva, no homem certo, no momento certo, pelas razoes certas é justificada. E de facto é, justificada e eficaz bem como necessária, por vezes.

"Mesmo assim eu diria que a Penélope é a cornuda, o Ulisses o Don Juan mentiroso e piroso e os restantes...coitaditos, nem sei que diga."

A Penélope é cornuda mas fiel, logo um bom exemplo de mulher paciente. O Ulisses é um infiel mas nao mentiroso, pois ele não mentiu, simplesmente não contou a viagem. Omitir não é mentir.

"A passagem pelo reino dos mortos é engraçado, matam animais em sacrificio aos Deuses dali e eis que aparecem resmas de mortos para beberem o sangue quentinho...e contam coisas ao heroi ehehehehe...pois está bem!"

Hades é o purgatório da mitologia Grega, os sacrificios eram normais na altura. Pior foi o facto que nao vem nessa história de Agamemnon, ter sacrificado a vida de seu filho ou filha em troca dos favores dos Deuses, para receber bons ventos para invadir as praias de troia.


"com os pelinhos do rabo a baterem palmas quando lerem este teu resumo." - Quando ler. É só uma e tem bigode :)!"

Pelos no rabo, bigode... sabes mesmo deixar um homem enojado sem desejo algum, ahahahahaha

  Bruno Fehr

sexta-feira, dezembro 26, 2008 11:54:00 da tarde

Jane Doe disse...

"Eu não vou por fases de autores, mas por livros... Nem gosto de ler demasiado do mesmo autor."

Eu regra geral, se gosto de um livro, continuo a ler o autor até ler uma bosta dele e depois deixo-o. Ando numa onde mais actual, pós ano 2000.

  Jane Doe

sexta-feira, dezembro 26, 2008 11:56:00 da tarde

Pois, eu ando a sacudir pó das prateleiras. Mas sabes que mais? Encontro ideias bem actuais... pelo menos que me lembre, uma... encontrei.

Que andas a ler tu, diz-me:)

  Bruno Fehr

sábado, dezembro 27, 2008 12:03:00 da manhã

mf disee...

"Tu falas dela de forma encoberta"

Claro, acho que precisava de 5 textos para falar correctamente, além disso teria de ler o livro novamente. Eu li-o no segundo ano da faculadade, há +-9 anos.

"a tenacidade. Com que se segue viagem, com que nunca se desiste, com que se sonha, com que se espera, com que se resiste."

Mas no fundo os motivos dele eram errados, ele só pensava no destino e não em compreender a viagem. E ele não tinha outra escolha, Poseidon não o queria matar, por isso não valia a pena desistir.

"a da morte do cão, mesmo no final, depois do reconhecimento do dono. Isso também é amor."

Sim, é e nem me recordei disso :S

"Quanto à imagem desactualizada sobre o sexo: desactualizada agora. Ao tempo era mesmo assim... Aliás, foi assim até muito recentemente e hoje, em alguns sítios e para muitos, ainda continua a ser... "

Correcto.

  Bruno Fehr

sábado, dezembro 27, 2008 12:17:00 da manhã

Jane Doe disse...

"Que andas a ler tu, diz-me:)"

A trilogia de Stieg Larsson, após ter gostado do primeiro e ser a única pessoa no mundo a achar o segundo previsível, estou no terceiro. Infelizmente ainda só há em Sueco e Alemão. Sai em Jan de 2010 em Inglês e Português.

  Jane Doe

sábado, dezembro 27, 2008 12:23:00 da manhã

E isso trata...?

Ai maldita curiosidade a minha...

2010? Credo, irei eu aprender alemão? Não...
Daqui até lá...

Já me esqueci... Espero que não... espero que não...

Bem vou continuar a sacudir o pó às prateleiras... Quando sair da onda das velharias (que é dizer,de alguns dos grandes nomes da literatura mundial...) venho pedir a tua ajuda...

  Bruno Fehr

sábado, dezembro 27, 2008 1:24:00 da manhã

Jane Doe disse...

"E isso trata...?"

De tudo um pouco, este homem não tem estilo, as influencias dele são muito variadas e dá uma mistura única. É moderno e por ser actual é facilmente identificável com o que nos rodeia.

Infelizmente ele faleceu pouco tempo depois de terminar os 3 livros e não os chegou a ver editados. Portanto são únicos e não aparecerá mais nada dele.

"2010? Credo, irei eu aprender alemão?"

Até lá tens 2 para ler. O segundo foi lançado este mes em Português. Os títulos em Português não teem nada a ver com os originais, são ridículos e ofensivos ao original... Títulos tipicamente tugas para chamar a atenção e na verdade dá nojo.

Livro 1:

The Girl With Dragon Tatoo, que em Português ficou num impressionante: Os homens que odeiam as mulheres

Livro 2:

The Girl Who Played With Fire, que em Português foi tornado num indescritível e incompreensível: A Rapariga que Sonhava com uma Lata de Gasolina e um Fósforo

Devido aos títulos, decidi comprar em Inglês, pois é uma tradução directa do Sueco.

O terceiro livro, em Alemão tem aquele que é o titulo provisório em Inglês: Castles in the sky... estou com medo da tradução Portuguesa que poderá ser algo como:

"A gaja das meias rotas, que guardava um corta-unhas no sapato de verniz"

Os tradutores e editores Tugas, são uns tristes, envergonho-me de pertencer à classe :(, só me alegra o facto de não exercer a profissão e não ter de me render a essas vontades e modas sem sentido.

  Anónimo

sábado, dezembro 27, 2008 1:37:00 da manhã

jovem - tanto como eu mas menos que amanhã -, vim deixar-te aquele abraço de natal e coiso + uma beijoca para 2009 (se não antes)

bjs

  Provocação 'aka' Menina Ção

sábado, dezembro 27, 2008 9:08:00 da manhã

"O terceiro livro, em Alemão tem aquele que é o titulo provisório em Inglês: Castles in the sky... estou com medo da tradução Portuguesa que poderá ser algo como:

"A gaja das meias rotas, que guardava um corta-unhas no sapato de verniz"


MUITO BOM!!!! Lol, e ainda me parti a rir com os t´tulos traduzidos, dava para fazer um blogue só com más traduções na literatura e cinema. Quanto à Odisseia, fiquei com uma dúvida, a não andaria a levar no rabinho?

  Provocação 'aka' Menina Ção

sábado, dezembro 27, 2008 9:09:00 da manhã

*a que eu pergunto se andaria a levar no rabinho é a Penélope, claro está...

  Pax

sábado, dezembro 27, 2008 11:59:00 da manhã

Eu só acho que te deve ter acontecido alguma coisa estranha nestes últimos dias...

:)

  Bruno Fehr

sábado, dezembro 27, 2008 12:47:00 da tarde

anatcat disse...

"jovem - tanto como eu mas menos que amanhã -, vim deixar-te aquele abraço de natal e coiso + uma beijoca para 2009 (se não antes)"

Boas entradas e saídas e entrada e saídas e entradas... até ao orgasmo, ahahahahaha

  Bruno Fehr

sábado, dezembro 27, 2008 12:51:00 da tarde

provocação disse...

"Quanto à Odisseia, fiquei com uma dúvida, a não andaria a levar no rabinho?

*a que eu pergunto se andaria a levar no rabinho é a Penélope, claro está..."


Tendo em conta que estamos a falar de Gregos que teem muito em comum com os árabes... levar no cu não é trair. Isto ainda hoje faz parte da cultura árabe e grega.
O sexo anal para preservar a virgindade ou simplesmente a vagina, para a pessoa amada é comum e bem visto pelo sexo masculino. Bem visto porque eles não são esquisitos e sempre gostaram de cu, quer seja de homem ou mulher.

É algo socialmente aceite.

  Bruno Fehr

sábado, dezembro 27, 2008 12:53:00 da tarde

Pax disse...

"Eu só acho que te deve ter acontecido alguma coisa estranha nestes últimos dias..."

Porque escrevi sobre um livro genial?

Claro que aconteceu algo de estranho, foi natal e pela primeira vez não consegui fugir a ele, pois passei na blogosfera e não havia UM ÚNICO blog que não desejasse Feliz NATAL...

  I.D.Pena

sábado, dezembro 27, 2008 1:10:00 da tarde

Um grande Livro e não acho nada violento, basta comparar com os jogos de playstation que por aí existem, não vamos ser hipócritas okay :D

Parece que a selecção dos livros nas escolas anda tudo na onda dos HIGH SCHOOL MUSICAL da Disney , ao menos algo bem escrito, pelo menos na minha modesta opinião.

Não conhecia esse teu lado de pedagogo Crest ...

Mas tenho que dizer algo sobre isto :

"Hades é o purgatório da mitologia Grega, os sacrificios eram normais na altura. Pior foi o facto que nao vem nessa história de Agamemnon, ter sacrificado a vida de seu filho ou filha em troca dos favores dos Deuses, para receber bons ventos para invadir as praias de troia."

Esta parte já não é entendida por todos, nessas idades, mas também aprendi o Lusíadas cedo e ainda hoje não o entendo por completo.

Agora os comentários . LOL, acho que parece um filme erótico mexicano. Oh si carinho.

Bom fim de semana a todos :)

  Anónimo

sábado, dezembro 27, 2008 1:43:00 da tarde

wooow! ainda ontem ,era 1:30 da manha, quando eu acabei os meus resumos da Odisseia, que dei numa desciplina da faculdade.

e olha que o que aqui escreves-te bate bem certo!

nao te apetece fazer o mesmo para a Eneida, Rei Édipo e Oresteia de Sófocles? :)


ahaha**

  Anónimo

sábado, dezembro 27, 2008 1:55:00 da tarde

ah so mais uma coisa:

o meu professor fez referencia a historiadores que defendem que penélope não fora sempre fiel a Ulisses, chegando a fazer "test.drives" a todos os 112.

sabes, a maneira como o sexo e a fidelidade está encarada na Odisseia pode ser,para nós antiquada, mas já viste durante quantos séculos ela foi regente? O homem é um papa pitos e a esposa ou se porta bem ou apanha. pena que ainda hoje isto aconteca....

  Provocação 'aka' Menina Ção

sábado, dezembro 27, 2008 4:05:00 da tarde

Cresto, repõe a verdade, no meu blogue não se desejou bom Natal a ninguém... :p

  Jane Doe

sábado, dezembro 27, 2008 6:13:00 da tarde

Estou com a Provocação! No meu blog também não houve feliz natal. Ainda que tenha havido cartas e tal... Mas pelo meu nao deves ter passado... Eheheheh;)

  Lize

sábado, dezembro 27, 2008 6:22:00 da tarde

Bem, nunca li o livro mas já vi o filme, mas parece-me que vai ser uma das minhas próximas leituras. Fiquei curiosa. Estou a ler na minha escola o rei Édipo, ou Oedipus em Inglês, e estou a adorar. Acho que toda a literatura grega tem o pormenor fantástico de se poderem tirar essas mensagens dos textos. Aliás, quase tudo o que se escreve e que é decente, TEM uma mensagem. Mas na literatura grega nota-se ainda melhor isto.

Beijocas

  Jane Doe

sábado, dezembro 27, 2008 8:25:00 da tarde

Obrigado Crest. Vou ler... em inglês. Sim, porque só das traduçoes a mim também me mete medo. Incluso porque passei pelo titulo da rapariga do fosforo na fnac e virei a cara pro lado (fnac virtual, leia-se, porque aqui a fnac não vende livros em português... e pensar que a nossa fnac tem uma secção de literatura em espanhol... Shame...)

  Bruno Fehr

sábado, dezembro 27, 2008 11:35:00 da tarde

I.D.Pena disse...

"Não conhecia esse teu lado de pedagogo Crest ..."

Eu tenho muitos lados e não é o meu primeiro texto pedagógico, simplesmente não ando numa de dar aulas :)

"mas também aprendi o Lusíadas cedo e ainda hoje não o entendo por completo."

Ninguém entende os Lusíadas por completo, nem o próprio Camões. A minha tese de mestrado foi sobre os Lusíadas e gerou tanta polémica, que o acesso a ela esteve vedado durante anos, era uma das poucas que não podia ser consultada. Segundo o que me disseram, já pode ser consultada na Biblioteca da Universidade de Coimbra, mas também já me disseram o oposto... não sei, só indo lá eu ver.

  Bruno Fehr

sábado, dezembro 27, 2008 11:38:00 da tarde

Caliope disse...

"nao te apetece fazer o mesmo para a Eneida, Rei Édipo e Oresteia de Sófocles? :)"

Nao me lembres que coisas tristes. A Eneida foi das piores merdas que já me obrigaram a ler.

Ah e tal, sem a Eneida não haveria Lusíadas, etc. Nao me lixem a Eneida é uma bosta, uma tentativa de merda de superar A Odisseia, mas no fundo um documento politico que lambe o cu aos Romanos!

  Bruno Fehr

sábado, dezembro 27, 2008 11:42:00 da tarde

Caliope disse...

"o meu professor fez referencia a historiadores que defendem que penélope não fora sempre fiel a Ulisses, chegando a fazer "test.drives" a todos os 112."

É possível mas os historiadores podem também dizer que ela fazia horas no Macdonalds... é que aquilo é uma estória e não uma história.
O que raio sabem os historiadores sobre um texto que é pura ficção? Os historiadores devem-se deixar ficar pela história e deixar A Odisseia em paz.

É que isso é como aparecer agora um historiador dizer que o Rato Mickey levava no cu do Pateta.

"O homem é um papa pitos e a esposa ou se porta bem ou apanha. pena que ainda hoje isto aconteca...."

Sim mas naquela atura e ainda hoje na Grécia uma mulher dá o cu, para se guardar para o casamento... basta ir lá de férias. Cu não falta!

  Bruno Fehr

sábado, dezembro 27, 2008 11:44:00 da tarde

provocação disse...

"Cresto, repõe a verdade, no meu blogue não se desejou bom Natal a ninguém... :p"

Nao faltei à verdade o teu ultimo texto foi dia 23, nao entraste em devaneios natalicios. Todos os blogues que visitei em 24 ou 25 falavam bem ou mal, mas sempre do natal :)

  Bruno Fehr

sábado, dezembro 27, 2008 11:44:00 da tarde

Jane Doe disse...

"Estou com a Provocação! No meu blog também não houve feliz natal. Ainda que tenha havido cartas e tal... Mas pelo meu nao deves ter passado... Eheheheh;)"

Falaste no natal :D

  Bruno Fehr

sábado, dezembro 27, 2008 11:47:00 da tarde

Lize disse...

"Fiquei curiosa. Estou a ler na minha escola o rei Édipo, ou Oedipus em Inglês, e estou a adorar. Acho que toda a literatura grega tem o pormenor fantástico de se poderem tirar essas mensagens dos textos."

É verdade os Gregos a nivel cultural eram a Babilónia da Europa. Todos abixanados e tarados sexuais, que comiam mulheres homens e crianças, mas lá que eram culturalmente ricos, eram, bem mais que os Romanos.

  Bruno Fehr

sábado, dezembro 27, 2008 11:50:00 da tarde

Jane Doe disse...

"Sim, porque só das traduçoes a mim também me mete medo. Incluso porque passei pelo titulo da rapariga do fosforo na fnac e virei a cara pro lado"

O problema em Portugal é nos títulos as traduções do conteúdo, regra geral nem são más.

"A leia-se, porque aqui a fnac não vende livros em português... e pensar que a nossa fnac tem uma secção de literatura em espanhol... Shame...)"

Seja onde for, Inglaterra e mesmo Alemanha, não há livros em Português. Se o mercado em Portugal já é pequeno, fora de Portugal é mesmo insignificante.

  Jane Doe

sábado, dezembro 27, 2008 11:57:00 da tarde

Falei no natal...´tá bem...

Mas nao desejei Feliz Natal!

Pois... em relação a isso... só digo porque... bolas portugal e espanha estão mesmo ao lado... Não sei, se calhar estou a dizer parvoices...

Pronto vou parvejar para outro lado.

Ah, obrigado pela honra... eheheheh:P

  Bruno Fehr

domingo, dezembro 28, 2008 12:10:00 da manhã

Jane Doe disse...

"Pois... em relação a isso... só digo porque... bolas portugal e espanha estão mesmo ao lado... Não sei, se calhar estou a dizer parvoices..."

Tudo o que um Espanhol possa querer ler, pode ler em Espanhol, nós é que não. Quando precisamos de livros técnicos, temos muitas vezes de os comprar em Espanhol pois nao existem em Português.

Eu há uns anos, precisei de traduzir uns documentos de medicina e para o fazer precisei que um dicionário de termos médicos que só encontrei em Espanhol. Isto acontece em diversas áreas. Os Espanhóis estão décadas à nossa frente.

Mas seja em que área for, medicina, química, biologia, etc, os melhores livros de apoio a qualquer estudante que não existem em Português, temos de recorrer ao Espanhol.

Nós ainda percebemos o Espanhol, mas os tótós de nuetros hermanos, mal se percebem uns aos outros, quanto mais a nós :D

  Jubylee

domingo, dezembro 28, 2008 1:58:00 da manhã

O meu irmão por acaso estudou este livro no secundário, mas leu apenas a versão portuguesa em prosa.

Eu já o tenho na lista para ler há algum tempo. Há já uns bons anos que meti na cabeça que devia ler os clássicos e estou a fazê-lo aos poucos. Já li a Íliada, estou a ler as várias novas edições de Dostoievski, peças de Shakespiere. Os clássicos são bastante importantes na formação de uma pessoa e é uma pena que essa cultura hoje em dia se tenha perdido...

  Anónimo

domingo, dezembro 28, 2008 3:22:00 da manhã

Muito boa a tua análise desta obra da literatura clássica, que todos deveriam conhecer, há adaptações para todas as idades e o filme.
Homero influenciou inúmeros escritores desde Camões a James Joyce, não conheço o plano curricular da disciplina de português, mas penso que devem falar nele antes de falarem de Camões e dos Lusíadas.
Odisseia é um livro que fala de tudo amizade, amor, ódio, justiça,... Deveria ser leitura obrigatória, aprofundada, para alunos mais velhos, com maior maturidade como dizes, não que idade seja sinónimo de maturidade, mas as probabilidades são maiores, para que entendam todo aquele imaginário, deuses, mitos, todo o simbolismo, analogias e metáforas, todas as mensagens importantes que o livro transmite e que podemos transpor para a nossa vida como tão bem mostras-te e o professor deveria chamar-lhes a atenção para isso.

“A vida é a viagem até á morte”

Estás certo, certíssimo a vida é uma viagem e a único destino certo é a morte.
Nunca sabemos o dia de amanhã, ninguém nos garante que amanhã não vai acontecer algo extraordinário e esse não será um dos dias mais felizes da nossa vida ou pelo contrário podemos já cá não estar.
Temos que viver o presente intensamente, os momentos bons devemos guardá-los para mais tarde recordarmos e dos menos bons devemos aprender, para não os repetirmos mas também são esses que ajudam a dar mais valor aos bons.
Devemos querer mais da vida sim, mas também devemos dar valor ao que temos e não valorizarmos só o que não temos.

  Bruno Fehr

domingo, dezembro 28, 2008 3:42:00 da manhã

Izzi disse...

"Eu já o tenho na lista para ler há algum tempo. Há já uns bons anos que meti na cabeça que devia ler os clássicos e estou a fazê-lo aos poucos."

É bom de ler, devido a ter influenciado positivamente muitos outros autores incluíndo Virgílio que escreveu Eneida como "continuação" da Odisseia mas com a intenção de a superar, na minha opinião falhou, por ter essa intenção.

  Anónimo

domingo, dezembro 28, 2008 3:42:00 da manhã

Como não voltarei por aqui antes do início do próximo ano, vou aproveitar para te desejar bom 2009 que no próximo ano te permitas ser feliz muitas e muitas vezes :)

  Bruno Fehr

domingo, dezembro 28, 2008 4:03:00 da manhã

São disse...

"Homero influenciou inúmeros escritores desde Camões a James Joyce"

Sendo o Ulysses de James Joyce um dos melhores livros que já li, mas por outro lado a tradução para Português ser a pior tradução que já li. Nunca nenhum tradutor teve coragem de traduzir James Joyce para Português, eu já o quis fazer, mas precisaria de escrever um livro de adenda, devido aos jogos de palavras que impedem uma tradução linear, que foi o erro do tradutor Brasileiro. Eu tenho a versão original e a tradução, pode ser que escreva sobre isso.

"não conheço o plano curricular da disciplina de português, mas penso que devem falar nele antes de falarem de Camões e dos Lusíadas."

Pois, eu não conheço o programa actual, mas eu comecei por dar Camões no nono ano e nunca mais parei de o dar. Só entrei em contacto com a Odisseia no segundo ano da faculdade.

Deveria falar-se sobre a Odisseia, Eneida e outros ANTES de falar de Camões, pois irá acontecer como me aconteceu, perceber que o nosso grande poeta não foi muito original. Se tivesse conhecido a Odisseia ANTES de conhecer os Lusíadas, teria visto unicamente a fonte de inspiração.

"Deveria ser leitura obrigatória, aprofundada, para alunos mais velhos, com maior maturidade como dizes, não que idade seja sinónimo de maturidade, mas as probabilidades são maiores, para que entendam todo aquele imaginário"

Sim, mas parece que a ideia é de apresentar a Odisseia a alunos do sexto ano. Eu acho cedo demais e irá afastar os alunos da obra, tal como conhecer os Lusíadas aos 13 anos me deu raiva de Camões.

"o professor deveria chamar-lhes a atenção para isso."

Num mundo ideal sim. O problema é que tal como foi a minha maior dor de cabeça com os Lusíadas, foi que nos podem para interpretar, só para nos dizerem que as nossas interpretações estão erradas, no caso de não serem concordantes com interpretações de analistas que estudaram o livro.
Pois a maioria dos maus professores são castradores e nem eles próprios teem opinião, seguem as opiniões dos seus mestres e dos "peritos" que escrevem sobre isso.

O único analistas que sabe exactamente a intenção de cada palavra é Camões e não um qualquer idiota que tenta impor as suas interpretações para ganhar nome no mercado.

"Temos que viver o presente intensamente, os momentos bons devemos guardá-los para mais tarde recordarmos e dos menos bons devemos aprender, para não os repetirmos mas também são esses que ajudam a dar mais valor aos bons."

Exactamente, seria óptimo se todos aprendessem dos maus momentos, mas a maioria tenta fugir deles, ou ignorar, ou até viver deles, sem retirar informação útil.

"Devemos querer mais da vida sim, mas também devemos dar valor ao que temos e não valorizarmos só o que não temos."

Acho que nem devemos dar valor ao que não temos, podemos desejar o que não temos, mas lutar para ter. Mas se não temos, não deve ter valor para nós.

  Anónimo

domingo, dezembro 28, 2008 4:56:00 da manhã

"“foi que nos pedem para interpretar, só para nos dizerem que as nossas interpretações estão erradas, no caso de não serem concordantes com a interpretação de analistas que estudaram o livro”

Pois isso acontece com tudo o que vai contra o que está convencionado, ensinam-nos a pensar mas depois não querem que o façamos se não pensarmos como a maioria, o único que sabe realmente o que queria dizer com o que escreveu é o autor o resto são tudo interpretações se há muitos a interpretar de determinada maneira e poucos de outra não significa que eles estejam certos e os outros errados.

  Pax

domingo, dezembro 28, 2008 1:04:00 da tarde

"Claro que aconteceu algo de estranho, foi natal e pela primeira vez não consegui fugir a ele, pois passei na blogosfera e não havia UM ÚNICO blog que não desejasse Feliz NATAL..."

E...?
É bom sinal desejar-se "feliz-seja-o-que-for", não achas?
Como sabes, este ano tive motivos para não me sentir tão feliz como noutras ocasiões mas nem por isso deixei de apreciar quem me deu esses votos. Também é bom.
Pena só acho que os votos de "feliz..." não sejam sempre e para todos os dias do ano, por isso, hoje deixo-te votos de feliz dia 28!

Beijos :)

  Teté

domingo, dezembro 28, 2008 7:11:00 da tarde

Por acaso acho que li uma versão para as crianças, quando era miúda, não entendi muito bem a simbologia. E também vi o filme - intitulado Ulysses - com Kirk Douglas, mas esse na época já era algo estranho, devido aos "pobres" efeitos especiais, numa época muito mais avançada nesse aspecto.

Contudo, lembro-me bem de algumas partes, nomeadamente a das sereias, do monstro cíclope, da "renda" da penélope, de ele voltar como guardador de porcos (ou coisa do género). Do que li da tua análise e do que me lembro, concordo perfeitamente que a ideia de Homero ia mais além do que a mera viagem do personagem/herói. Viagem como Vida de um mortal como todos nós, com todos os seus encantos e desencantos de percurso, parece-me uma leitura mais aproximada da obra.

Já o desfasamento do papel da mulher, de então para os dias de hoje, suponho não ser passível de qualquer comparação. O enquadramento temporal é substancialmente diferente e parece-me "tendencioso" ler qualquer história (a Odisseia, a História de Portugal ou de outro país qualquer, clássicos de vários géneros) à luz dos nossos dias... :)

  Anónimo

segunda-feira, dezembro 29, 2008 4:50:00 da tarde

Não li o livro, o filme não sei, talvez.

Mas como fiquei curiosa, qual o livro que aconselhas a ler?
(é que fiz uma pesquisa e deu muitos resultados :( )

  Bruno Fehr

segunda-feira, dezembro 29, 2008 5:11:00 da tarde

São disse...

"o único que sabe realmente o que queria dizer com o que escreveu é o autor o resto são tudo interpretações se há muitos a interpretar de determinada maneira e poucos de outra não significa que eles estejam certos e os outros errados."

Correcto, no entanto a minha tese de mestrado foi censurada, tendo um professor dito na minha cara que o que escrevi "nem um zero merecia". No entanto e segundo outras opiniões, "a argumentação justifica a nota".

Aceitei estas criticas e pedi contra-argumentação de um ponto de vista pessoal que não estivesse já em livros de analise... ainda hoje estou à espera dela.

  Bruno Fehr

segunda-feira, dezembro 29, 2008 5:12:00 da tarde

Pax disse...

"É bom sinal desejar-se "feliz-seja-o-que-for", não achas?"

Dispenso Feliz datas religiosas.

"Como sabes, este ano tive motivos para não me sentir tão feliz como noutras ocasiões mas nem por isso deixei de apreciar quem me deu esses votos. Também é bom.
Pena só acho que os votos de "feliz..." não sejam sempre e para todos os dias do ano, por isso, hoje deixo-te votos de feliz dia 28!"

29 seria melhor que 28 :)

  Bruno Fehr

segunda-feira, dezembro 29, 2008 5:15:00 da tarde

Teté disse...

"E também vi o filme - intitulado Ulysses - com Kirk Douglas, mas esse na época já era algo estranho, devido aos "pobres" efeitos especiais, numa época muito mais avançada nesse aspecto."

Irá em breve sair um novo filme de qualidade (pelo menos é suposto ter qualidade com os valores envolvidos), será com o Brad Pitt, como que a continuação do filme Tróia.

"Do que li da tua análise e do que me lembro, concordo perfeitamente que a ideia de Homero ia mais além do que a mera viagem do personagem/herói."

O original é composto por 6 livros e não existe um tradução que lhe faça justiça.

  Bruno Fehr

segunda-feira, dezembro 29, 2008 5:24:00 da tarde

Sara disse...

"Mas como fiquei curiosa, qual o livro que aconselhas a ler?
(é que fiz uma pesquisa e deu muitos resultados :( )"

Ora, em Português de Portugal só existem 2 traduções, existem mais em Português do Brasil que se nos apresentam com as diferenças características que a maioria do Portugueses não gosta de ler.

Mas já foi editada uma terceira tradução que julgo ser única em Português feita directamente do Grego. Traduzia com um Português corrente e acessível e sendo considerada a melhor e mais completa das 3.

"Odisseia - Homero
Tradutor: Frederico Lourenço"
Editora: Livros Cotovia

É um excelente trabalho de de Frederico Lourenço, o único defeito é o preço do livro que acho estupidamente alto e tipicamente Português de colocar a boa literatura, acima do poder médio de compra. 35€

No entanto, o preço não é desculpa para não ler, pois há em todas as cidades, bibliotecas que emprestam livros aos cidadãos.

  Francisco Norega

segunda-feira, dezembro 29, 2008 6:39:00 da tarde

Olá Crest! Já há algum tempo que não visitava o teu blog, nem o teu nem dezenas de outros que costumava ler assiuamente. Agora voltei e fiquei sinceramente com vontade de ler a Odisseia.

Gostei imenso da análise que fizeste da obra e da forma como passaste a mensagem.

Vou voltar a passar por cá assiduamente ;)


Cumprimentos.

  Sara

terça-feira, dezembro 30, 2008 12:46:00 da tarde

Obrigada :)

  Bruno Fehr

quarta-feira, dezembro 31, 2008 12:14:00 da manhã

Francisco Norega disse...

"Agora voltei e fiquei sinceramente com vontade de ler a Odisseia."

É um bom livro.

  Bruno Fehr

quarta-feira, dezembro 31, 2008 12:14:00 da manhã

Sara disse...

"Obrigada :)"

De nada :)

  Ana

terça-feira, janeiro 06, 2009 7:09:00 da tarde

Nunca li a odisseia. Nunca vi o filme. Mas conheço a história do Odisseu, pois já fui fanática por mitologia grega e papei os mitos quase todos. Hoje, pouco me lembro, mas há cenas que ficam, entre elas a Odisseia de Odisseu.

Mas, li um livro chamado "Penélope", era ainda muito miúda (demasiado miúda para compreender a mensagem escondida). O livro contava a perspectiva de Penelope, nos anos em que durou a odisseia do marido. Lembro-me de ter pensado, que raio de gajo abandona assim a mulher durante tanto tempo e ainda espera que ela se mantenha fiel, hem???? :-p

  Ana

terça-feira, janeiro 06, 2009 7:12:00 da tarde

Ah, também me lembro de achar o odisseu/ulisses e os seus marinheiros uns tótós, que se deixavam encantar sem mais nem menos pelas sereias...basta um palminho de cara e de busto, e trunfas, lá vão eles. Pois pois pois.

Obviamente que só me ficou a parte superficial da historia, não cheguei à profundidade da coisa. Mas despertaste-me a curiosidade.

  Ana

terça-feira, janeiro 06, 2009 7:15:00 da tarde

"Ulisses, Ulysses, Ulixes, são tudo teorias/versões em Latim logo menos correctas."

Na verdade, os Romanos apoderaram-se de toda a mitologia grega e renomearam os deuses e os heróis. Por exemplo, Hércules é o Heracles grego. Júpiter é o Zeus grego. Não diria que são versões menos correctas, diria que são a mesma versão com nomes diferentes.

  Ana

terça-feira, janeiro 06, 2009 7:19:00 da tarde

AAAAAAAAAH, parece que afinal não sou a única com a opinião do machismo da coisa... loooooooool! Só já não tinha a certeza se o Ulisses andou a encornar a rainha. Pois, pois, andou e à grande!! e depois ainda lhe exigiu fidelidade, sim senhora, e a coitada ali, de jejum, durante mais de dez anos...havia de ser comigo, havia, ó se havia...

  Ana

terça-feira, janeiro 06, 2009 7:25:00 da tarde

"A Penélope é cornuda mas fiel, logo um bom exemplo de mulher paciente. O Ulisses é um infiel mas nao mentiroso, pois ele não mentiu, simplesmente não contou a viagem. Omitir não é mentir."

A penelope é mas é uma toto!!! cornuda e ainda fiel??? ok, não sabia que era cornuda (quer dizer, devia adivinhar), mas, pelamordedeus, faze-la esperar por ele aquele tempo todo??? vai ali ver se eu estou na esquina, era o que era...

Desculpa, mas se é infiel, está a ser mentiroso!!!! E omitir é quase tão mau, às vezes senão pior, como mentir. As mentiras e as omissões descobrem-se facilmente.

Oh pah, afinal a minha opiniao de adolescente ainda é a mesma, ehehehehe.

O meio grego era de bacanal autentico. Para além de a mulher praticamente só servir pra procriar. Homem que fosse homem amava homens e não mulheres. :-p Machistas do raio, é o que eram...

  Ana

terça-feira, janeiro 06, 2009 7:29:00 da tarde

"Ninguém entende os Lusíadas por completo, nem o próprio Camões. A minha tese de mestrado foi sobre os Lusíadas e gerou tanta polémica, que o acesso a ela esteve vedado durante anos, era uma das poucas que não podia ser consultada. Segundo o que me disseram, já pode ser consultada na Biblioteca da Universidade de Coimbra, mas também já me disseram o oposto... não sei, só indo lá eu ver."

Caraças, que homem cheio de surpresas (tu, não o camões). Seria muito pedir que me deixasses ler?? :) agora fiquei interessada nessa análise!

  Ana

terça-feira, janeiro 06, 2009 7:35:00 da tarde

Ah ah ah, olha, eu só percebi um cadinho do camões, no 9o ano, porque já tinha papado mitos gregos e conhecia bem mitologia grega, na altura (já fui muito letrada, já sim senhora). Gostei do camões, apesar de o achar chanfrado e mulherengo e AMEI aquelas antiteses. Camoes esteve para as antiteses como Eça para a ironia, pelo menos para mim lol.
Lembro-me de camões no 9o e julgo que no 10o. O 9o acabou marcado, anos mais tarde, pelo suicidio da professora :(....

ps- sim, chega aqui a grafonola e são estes comentários todos de enfiada... :-p

  Ana

terça-feira, janeiro 06, 2009 7:42:00 da tarde

Mas, quando comecei a estudar a métrica e as regras de poesia, e etc, fiquei extremamente desiludida com os poetas e a poesia. Achava eu que a poesia era solta e livre, e aprendo-a cheia de amarras e grilhetas de estilo...achava eu que aqueles poetas eram tão originais e fantásticos e afinal estavam a seguir regras escritas por outros...
Lembro-me de, quando estavamos em mais uma sessão de interpretação de poemas de camões, de ter perguntado à profe como é que era possivel dizer-se com toda a certeza que era aquilo que camões queria dizer, se apenas camões sabia o que queria dizer?? Vai daí, começou a minha fase de escrever poemas com mensagens ocultas, a ver se os outros conseguiam chegar ao que eu estava realmente a dizer. E até hoje, nada. Porque, só eu poderia saber!
Mas, por acaso sempre tive profes que nos diziam que, desde que soubessemos argumentar e defender o nosso ponto de vista, eles aceitavam. Mas que fui um cãozinho amestrado que aprendeu o que era convencionalmente aceite, fui. Apenas por uma razão: porque sabia que era isso que queriam que eu dissesse, e que era isso que me daria o 20. As minhas opiniões, engraçadamente, sempre aprendi a guardá-las pra mim...porque será?...

  Bruno Fehr

terça-feira, janeiro 06, 2009 11:26:00 da tarde

Van disse...

"O livro contava a perspectiva de Penelope, nos anos em que durou a odisseia do marido. Lembro-me de ter pensado, que raio de gajo abandona assim a mulher durante tanto tempo e ainda espera que ela se mantenha fiel, hem????"

Nao conheço esse livro, tenho de pesquisar.

"Na verdade, os Romanos apoderaram-se de toda a mitologia grega e renomearam os deuses e os heróis. Por exemplo, Hércules é o Heracles grego. Júpiter é o Zeus grego. Não diria que são versões menos correctas, diria que são a mesma versão com nomes diferentes."

Sim, isso é verdade, por isso lhe chamo Odisseu e nao Ulisses.

"AAAAAAAAAH, parece que afinal não sou a única com a opinião do machismo da coisa... loooooooool!"

Tendo em conta a época, é normal.

"Pois, pois, andou e à grande!!"

Na primeira traicao, ele ou traía ou nao poderia continuar a Odisseia, com a Calíope ele estava preso na ilha para toda a eternidade... mas as mulheres interpretam sempre da maneira que mais lhes convém.

"A penelope é mas é uma toto!!! cornuda e ainda fiel???"

Nao totalmente, ela apanhou no cu!

"Desculpa, mas se é infiel, está a ser mentiroso!"

Falso sim, mentiroso consiste em contar uma mentira.

"Caraças, que homem cheio de surpresas (tu, não o camões). Seria muito pedir que me deixasses ler?? :) agora fiquei interessada nessa análise!"

Existem dois exemplares um na biblioteca da Universidade de Coimbra, outra nas minhas caixas com material da faculdade.

"Mas, quando comecei a estudar a métrica e as regras de poesia, e etc, fiquei extremamente desiludida com os poetas e a poesia. Achava eu que a poesia era solta e livre, e aprendo-a cheia de amarras e grilhetas de estilo...achava eu que aqueles poetas eram tão originais e fantásticos e afinal estavam a seguir regras escritas por outros..."

Na sua maioria as regras sao rígidas.
Basta veres na blogosfera todos os poetas de trazer por casa, só porque rimam e usam palavras helénicas acham que escrevem poesia. Eu gostaria de ver um desses a escrever algo de belo e com sentido, em que todos os versos respeitassem o mesmo numero de silabas métricas. Aí é onde se vê a genialidade.

"Lembro-me de, quando estavamos em mais uma sessão de interpretação de poemas de camões, de ter perguntado à profe como é que era possivel dizer-se com toda a certeza que era aquilo que camões queria dizer, se apenas camões sabia o que queria dizer?? Vai daí, começou a minha fase de escrever poemas com mensagens ocultas, a ver se os outros conseguiam chegar ao que eu estava realmente a dizer. E até hoje, nada. Porque, só eu poderia saber!"

Mas isso é mais pura verdade.

"Mas, por acaso sempre tive profes que nos diziam que, desde que soubessemos argumentar e defender o nosso ponto de vista, eles aceitavam."

É mentira, eu fui massacrado por ter tido o descaramento de afirmar que certas rimas, eram forcadas por nao haver outra palavra em Portugues que pudesse ser usada. Fui criticado, mas nunca ninguém me encontrou outras palavras.

  Ana

quarta-feira, janeiro 07, 2009 1:53:00 da tarde

Mas olha que eu costumava expor outros pontos de vista, geralmente em portugues e filosofia, fundamentava e eram aceites. Mas eu era uma das meninas "cridas" dos stores...looooool!

Só uma vez levei um grito de uma profe de psicologia licenciada em filosofia por ter tido o "desplante" de afirmar que o homem é um animal dominado por instintos....uiii, sacrilégio para os filósofos....e o que se vê à nossa volta senão instintos...

  Bruno Fehr

sábado, janeiro 10, 2009 12:41:00 da manhã

Van disse...

"Mas eu era uma das meninas "cridas" dos stores...looooool!"

Mas as "cridas" safam-se com as maiores barbaridades :)

"Só uma vez levei um grito de uma profe de psicologia licenciada em filosofia por ter tido o "desplante" de afirmar que o homem é um animal dominado por instintos..."

E era UMA prof... fantástico. Acho que ela era uma das mal fodidas!

  Fada

segunda-feira, março 02, 2009 1:13:00 da manhã

Muito bom, este post. :)

Beijitos

  Bruno Fehr

segunda-feira, março 02, 2009 8:57:00 da manhã

Fada disse...

"Muito bom, este post. :)"

Obrigado.