Até que a morte nos separe


Posso escrever sobre relações mas não escrevo sobre o amor. Por isso, dizem que fujo do amor como o diabo da cruz. Não, não é isso. Simplesmente a palavra amor, é usada fora de contexto para justificar sentimentos, que não merecem a palavra usada para os definir.
Têm-me perguntado na minha vida pessoal e mesmo MUITO na blogosfera, o que é que eu entendo sobre o amor. Visto que sou contra as definições que encontro.
Portanto, vou falar de amor e da minha definição do mesmo. Estando ciente que a minha opinião, poderá ser ridicularizada por todos aqueles que "amam" de 5 em 5 minutos. Aqueles que pensam que já amaram 20 pessoas. Aqueles que acham que a sua definição de amor é correcta.
A minha definição pode não ser 100% correcta, mas está certamente mais próxima da realidade, pois exclui a atracção ou paixão e merdas derivadas.



O amor, é mais do que o sentimento forte que senti pela minha ex-namorada.
O amor, é mais do que um sentimento que possa ser abalado por uma circunstância da vida.
Uma traição, não mata o amor, pode feri-lo, mas este fica lá para ser sentido.
Se o amor morreu não era amor. Foi algo de muito forte, perto de ser amor sem o ser.



Durante os votos de amor eterno numa igreja qualquer, esse amor é abençoado com a maior ofensa possível, "Até que a morte vos separe". Que merda de maneira de abençoar algo eterno! Se acaba com a morte, não é eterno.
A nossa pseudo-vida eterna depois da morte, isenta de amor, que morre connosco, deve ser uma eternidade muito infeliz.


Gostaria de saber quem inventou esta frase, só para lhe poder estacionar um camião, dentro do cu.



Tenho a certeza que foi um homem que inventou esta frase. Porquê? Porque esta frase é dita, por homens que fizeram votos de amar o próximo em geral, sem nunca poder amar ninguém em particular. Sem nunca poder, (pelo menos assumidamente) saber o que é, como é, amar e ser amado. E nós? Nós damos ouvidos as estes padrecos rebarbados, que não sabem o que dizem. Eles limitam-se a repetir o que foi escrito e dito vezes sem conta, por outros seres como eles. Seres, que aceitam tudo o que está escrito, tudo o que lhes é dito, sem questionar. Sem pensar. Para mim, quem não é capaz de desenvolver uma teoria própria, não é pessoa que eu tenha por perto, nem que respeite. Não desrespeito, mas ignoro.


Se o amor é realmente "até que a morte nos separe", o que se chama ao que vem depois? Depois da perda ainda se ama, mas como se chama esse sentimento, se o amor morreu com a pessoa amada?





Pergunto isto, porque amamos no momento que a pessoa amada fecha os olhos. Amamos quando a pessoa amada deixa lentamente de apertar a nossa mão. Amamos no momento em que percebemos que estamos sós. O Amor não morreu. O objecto materializado desse amor partiu, mas o amor fica.


Das cinzas ás cinzas, do pó ao pó e o corpo é levado à terra. A dor bate como nunca, pois a realidade atinge-nos. Não iremos voltar a ver, tocar, cheirar aquela pessoa.
Mas ainda amamos.
Dói mais, cada vez mais. De cada vez que o telefone ou a campainha tocam sentimos uma dor boa. A esperança.
Porque ainda amamos.
Lutamos por superar e não nos deixarmos seduzir pela morte. Tentamos ficar insensíveis ao estalo que nos é dado pela loucura. Porque ainda amamos.
As lágrimas já não correm, a dor parece diminuir sem diminuir. O tempo passa mas não cura, nós é que nos habituamos e parece doer menos.
Ainda amamos.
Lembramos porque amamos. Lembrar é manter a pessoa viva no nosso coração.
Enquanto lembramos, amamos.


Amor, não é atracção, paixão, fixação nem nenhuma outra palavra acabada em "ão", ou qualquer outra terminação. Pois, todos estes sentimentos podem ser definidos, todos temos exemplos destes sentimentos, normais no dia-a-dia. Agora amor? Quem tem na sua vida, ou na sua memória alguém a quem amou realmente, sabe o quanto a palavra amor é banalizada no dia-a-dia.



A morte não é o limite do amor, é transposição da maior das barreiras. É quando o amor passa a ser mais do que uma palavra ou sentimento vulgarizado, passando a ser algo que ultrapassa a compreensão humana. Algo que não pode ser traduzido por palavras por mais que se tente. Só sentindo. É quando a palavra amor é verdadeiramente honrada com a definição justa. É também a maior prova que amamos.


Agora, não me ataquem com merdas que não é preciso alguém morrer, para saber que amamos. Não. Não é preciso morrer, mas é preciso perder. Sem perder ninguém sabe a 100% se ama, ou se está simplesmente muito apaixonado. Pensa que sabe mas não sabe, não tem maneira de provar. Talvez dentro de 50 anos, tenha a certeza desse sentimento, mas agora não.


Os meu vizinhos, ele com 85, ela com 78. Saiam à rua de mão dada, beijavam-se em público. Ela caiu numa cadeira de rodas, deixaram de dar a mão, mas não deixaram de sair juntos e demonstrar o seu amor. Ela faleceu. Ele sobreviveu a perda dela, 2 meses e deixou-se ir também. Eles sim, podem dizer que amaram sem antes perderem. Mas só sabem que amaram, pois viveram uma vida inteira de amor e essa é a prova. Esse casal era uma inspiração a toda a gente que os via.
Agora, alguém com 20, 25, 30 anos a falar de amor à boca cheia, quando amanhã, esse amor pode já não existir, está a banalizar uma palavra que não merece ser usada em vão. 1 ano, 2 anos, 5 anos, poupem, isso não é tempo para definir qualquer sentimento como amor. É uma ofensa ao amor como sentimento.




Como exemplo, tive uma namorada que sempre pensei que amei. Perdemos a virgindade juntos. Passámos de adolescentes a adultos juntos. Ouvi "amo-te" pela primeira vez da boca dela, sem nunca retribuir. 3 anos de melhores amigos, seguidos de 4 anos de namoro. O fim, nem eu nem ela conseguimos explicar, mas acabou.

Este verão em Portugal, vi-a pela primeira vez após 6 anos. Nem sabia que era ela. Veio falar comigo e eu falei com ela. Farto da incerteza disse-lhe:
Eu: lembro-me da tua cara, mas não sei de onde.



Vejo o olhar dela a mudar, a cara a ficar rosa.


Eu: Acho que disse merda, não disse?


Ela: Como namorámos 4 anos, pensei que não fosse preciso apresentar-me. Eu sou a Filipa.


Resultado, gostei muito dela, mas não a amei, pois o amor nunca morre. Ao vê-la achei-a bonita, não me senti atraído.


Posso terminar a primeira parte do meu texto com estas 2 frases:
Amar é até que a morte nos separe e para além dela. Só a memória dessa pessoa é suficiente para amar.


Posso terminar a segunda parte do meu texto com estas 2 frases:
Quem amou nunca esqueceu, se esqueceu nunca amou. Por mais tempo que passe não esquecemos quem amámos.

62 Comentários:

  Suzy

sábado, setembro 08, 2007 5:23:00 da tarde

Lindo!!!!
Amor rima com inspiração.
COncordo 100% com o que li.

  ah e tal

sábado, setembro 08, 2007 5:35:00 da tarde

FODA-SE até que enfim!até que enfim!AINDA BEM QUE EU NÃO ESTAVA ENGANADA!!!Eu sempre me questionei desde que pus os olhos no teu blog: o que é que se passa aqui caraças????!!epa uma pessoa com um je ne sais quoi qq, what the fuck porque é que é tão ácido??!!"eu a falar em coisas bonitas e o gajo sempre a cortar-me a conversa!que stress!"

  ah e tal

sábado, setembro 08, 2007 5:38:00 da tarde

quanto aquilo da namorada, epa tu não te lembraste mm da cara dela?
que impressão!

eu lembro-me da cara de toda a gente nunca esqueço uma cara..

  Suzy

sábado, setembro 08, 2007 5:42:00 da tarde

E as rosas?????????
Um must!

  Anónimo

sábado, setembro 08, 2007 6:42:00 da tarde

Eu sei...

  Anónimo

sábado, setembro 08, 2007 6:51:00 da tarde

A morte não acaba com o amor que sentimos dentro de nós.Infelizmente eu não consegui chegar tão longe quanto os teus vizinhos mas já fiquei sem ele,e dói,dói muito.O tempo não ajuda pelo contrário e a certeza de sabermos que esse amor não volta dá cabo de nós.Quem ama não esquece.Pode haver outro alguém mas nunca outro amor.
Bjs,bonekinha.

  Anónimo

sábado, setembro 08, 2007 6:54:00 da tarde

Este comentário foi removido pelo autor.
  Bruno Fehr

sábado, setembro 08, 2007 7:26:00 da tarde

DUVIDAS COR DE ROSA:

LOL, havia de chegar o dia que iriamos concordar com algo!

  Bruno Fehr

sábado, setembro 08, 2007 7:29:00 da tarde

ah e tal (c):

Mas eu sou ácido e serei sempre!
Corto a conversa em coisas bonitas pois não acho as coisas bonitas.

Quanto à minha ex, sinceramente a cara não me era estranha, achei-a bonita, mas nada mais do que isso. Era mais uma cara no meio da multidão.

  Bruno Fehr

sábado, setembro 08, 2007 7:30:00 da tarde

DUVIDAS COR DE ROSA:

Claro e não podem faltar as rosas negras, mais caras mas de longe as mais bonitas!

  Bruno Fehr

sábado, setembro 08, 2007 7:30:00 da tarde

Musa:

Eu sei que sabes.

  Anónimo

sábado, setembro 08, 2007 7:31:00 da tarde

"Uma traição, não mata o amor, pode feri-lo, mas este fica lá para ser sentido." Enfim... tens razão... não tenho mais nada a dizer... ler estas coisas com a TPM é um desastre... foda-se!!!
As rosas são lindas... o texto faz todo o sentido e como o compreendo... mas quanto aquilo de não te lembrares da cara, também já me aconteceu... LOL

  Bruno Fehr

sábado, setembro 08, 2007 7:32:00 da tarde

Jane:

Não podemos dizer que não haverá outro. Há quem nunca o encontre, por isso poderá haver quem encontre 2.

Um não substitui o outro, mas quem sabe...

  ah e tal

sábado, setembro 08, 2007 7:32:00 da tarde

crest,

ok

  Bruno Fehr

sábado, setembro 08, 2007 7:33:00 da tarde

Comentario suprimido

Para a menina que apagou o seu comentário, a resposta é:

Sim!

  ah e tal

sábado, setembro 08, 2007 7:33:00 da tarde

rennie é bom para a acidez..

  Bruno Fehr

sábado, setembro 08, 2007 7:34:00 da tarde

sexy_hot:

Ainda bem que já te aconteceu, pelo menos não me sinto o único :)

  Bruno Fehr

sábado, setembro 08, 2007 7:35:00 da tarde

ah e tal (c):

Pronto, ok, não lhe vamos chamar ácido, podemos chamar-lhe, indiferente. Sou indiferente aos sentimentos peuqenos e mesquinhos que em nada contribuem para os meus objectivos!

  Anónimo

sábado, setembro 08, 2007 7:37:00 da tarde

Mas eu tenho um desconto... só andei com o rapaz 1 ano e qualquer já tu... 4 anos e esqueces da cara?! Aiai...

PS: Só espero que não me apareça à frente outra vez, porque sinceramente... voltei a esquecer a cara do rapazinho... loool

  ah e tal

sábado, setembro 08, 2007 7:38:00 da tarde

ainda bem que há pessoas ácidas assim faz-se bem a distinção entre estas e as pessoas que levam a vida com um sorriso na cara independentemente de tudo...

  Bruno Fehr

sábado, setembro 08, 2007 7:45:00 da tarde

sexy_hot:

As pessoas mudam muito em 6 anos...

  Anónimo

sábado, setembro 08, 2007 7:45:00 da tarde

Eu nunca encontrei rosas pretas à venda...compras-me 1?
Só te estou a pedir 1 flor, nem sequer é um perfume, e para ires comprar flores até dá pra usares fato de treino que ninguém se importa, lol!

  Bruno Fehr

sábado, setembro 08, 2007 7:45:00 da tarde

ah e tal (c):


AHHHHH, mas eu levo a vida com um sorriso, quer seja sentido ou irónico... isso não importa, mas sorrio!

  ah e tal

sábado, setembro 08, 2007 7:47:00 da tarde

menos mal

  Bruno Fehr

sábado, setembro 08, 2007 7:48:00 da tarde

Musa:

Ahahah, eu só uso fato de treino no ginásio.

As rosas negras não se encontram à venda. Não é uma cor natural é uma cor genéticamente alterada. Como podes ver nas fotos, não é bem negra.

Normalmente só se conseguem por encomenda e convém perguntar o preço antes de encomendar. São caras, mas há floristas que abusam!

  Anónimo

sábado, setembro 08, 2007 7:53:00 da tarde

Já estás a falar de preços...quando se oferece tem de ser de boa vontade, esquece lá os euros por 1 dia...:P

  Alien David Sousa

sábado, setembro 08, 2007 8:02:00 da tarde

Crest, vim até aqui - podes insultar a Ah e Tal - pelas mãos de uma amiga.

Li o teu texto de uma ponta à outra e concordo na generalidade com o que escreveste.
A palavra amor é banalizada por muitos. Por aqueles que como referiste não sabem fazer a distinção entre paixão, atracão, tesão etc

Quando dizes que o amor tem de ser testado, é verdade. Tem.

Mas agora vamos chegar a um ponto em que não estamos de acordo.
Eu também acredito que quando um casal passa uma vida inteira juntos, ultrapassando várias etapas da vida, ultrapassando juntos problemas, lidando com o que a vida lhes atira para cima e o seu amor permanece intocável. Esse casal superou a maior das provas.

No entanto tu mencionaste que 5 anos não é tempo suficiente para se saber se existe amor entre duas pessoas, ou se amamos aquela
pessoa.
E é aqui que discordamos. E vou fazer um copy/paste de uma frase tua:

"Quem amou nunca esqueceu, se esqueceu nunca amou. Por mais tempo que passe não esquecemos quem amámos."

A minha pergunta é esta: se eu estive numa relação durante 5 anos e esta acabou, mas eu ainda não esqueci a pessoa amada passado 2 anos. AMEI?

Eu respondo: SIM AMEI!
E não precisei de passar uma vida inteira com essa pessoa, como muito bem o dizes:

"Quem amou nunca esqueceu, se esqueceu nunca amou. Por mais tempo que passe não esquecemos quem amámos."

É neste ponto que discordamos. Entendes? Eu vejo os dois lados, o do casal idoso, e o daqueles que amaram mesmo não tendo passado uma vida inteira juntos.

Quem te diz a ti que um amor de cinco anos ou até de 4 anos não foi testado? Over&Over?

Como te disse, concordo na generalidade com o que escreveste, mas discordo neste ponto em particular.


Saudações alienígenas
p.s "True love is like ghosts, which everybody talks about and few have seen."
La Rochefoucauld

  ah e tal

sábado, setembro 08, 2007 8:09:00 da tarde

alien gostei do facto de teres citado o duque de la rochefoucauld, é uma bela frase.


Crest,
já me esqueci uma vez de uma cara mas não andei 4 anos com essa pessoa...shame on me porque reconheço toda a gente e menos que isso é inadmissivel...:P

  mymind

sábado, setembro 08, 2007 8:26:00 da tarde

concordo com algumas coisas k dizes!
o amor nem sempre é amor e kem diz amr mtas vezes n sabe amar! pensam k amar é possuir a pessoa e outras coisas do genero.
o tempo pra sabermos se é amor ou nao é subjectivo (n acredito em amor a 1ª vista!),mas penso k td dependa do tempo k passams junto com a pessoa e da convivencia!
amor eterno? nao, nao acredito! acredito k nc eskecemos as pessoas k amamos, mas ama-las pra smp? as vezes acontece, mas kdo n é possivel, next!

  Marta

sábado, setembro 08, 2007 9:17:00 da tarde

"Em cada verso há um lado do lado inverso
Uma história que ensombra a memoria
Da leveza irrisória de uma conquista notória
...
Foi por isto que esperei em cada noite que amei
Ou pensei que amei, porque é agora que eu sei
A razão da palavra consagrada
Que tanta gente dá á toa, em troca de quase nada"
Dialectos de Ternura, Da Weasel

Agora, sff, faz um post com que a malta discorde :)

  Ana

domingo, setembro 09, 2007 12:29:00 da manhã

Deve ser por isso que eu já gostei muito de algumas pessoas, mas nunca consegui dizer "Amo-te" a nenhuma. Quem sabe um dia?!

  suz

domingo, setembro 09, 2007 12:43:00 da manhã

Nunca pensei que fosses capaz de escrever algo assim. Não que eu duvide que possas um dia sentir uma coisa assim. Espero que a sintas, a sério, do fundo do coração, da mesma forma com espero vir a sentir.

Posso ser franca contigo? Não sendo psicóloga nem nada que se pareça, diria que o amor assim como o descreves é aquilo que mais te assusta, mas ao mesmo tempo o que mais queres. Espero que não te deixes assustar quando o sentires.

  The one you know

domingo, setembro 09, 2007 1:04:00 da manhã

Fdx andas-te 4 anos com ela e não a conheces-te? Ou só te encontras-te com ela três vezes nesses quatro anos... ou então tens falta de vista. pera, já sei! perdêste a virgindade com um ano de idade! eu às vezes tambem esqueço as coisas que me aconteceram na infância!

  Lord of Erewhon

domingo, setembro 09, 2007 1:45:00 da manhã

Ao início pensei que era um post sobre o Pavarotti... :) ... ainda bem que não.
Acho que és um bocado necrófilo...

Abraço.

  AmSilva®

domingo, setembro 09, 2007 2:50:00 da tarde

eh pa de todas as coisas que escreves tenho a mesma opiniao em 95% dos casos, mas neste concordo contigo a 100%
pode que 5 anos nao cheguem mas 10 anos já dá uma pequena ideia, principalmente quando ai pelo meio houve uma grande separaçao...
e finalmente há alguem que me entende quando me perguntavam: porque é que nunca me dizes que me amas?
eu sempre respondia:
queres que te minta??

por isso, não usem a palavra do sentimento em vão, para não perder o poder que tem

e sim; os homens amam, sofrem e tambem choram...

  Bruno Fehr

domingo, setembro 09, 2007 2:53:00 da tarde

Musa:

Eu não penso em dinheiro, era só um aviso.

Ofereço-te assim que for a Portugal. Fica prometido.

  Bruno Fehr

domingo, setembro 09, 2007 2:59:00 da tarde

Alien David Sousa:

Ui, agora é que são elas...

Alien, eu disse que para se amar tem de se perder, como dizes: "SIM AMEI!", significa que foi uma relação que acabou. Tu não podes ter a certeza enquanto está na relação. O sentimento de perde é que nos dá a certeza. Isto eaté no meu texto.

"Quem te diz a ti que um amor de cinco anos ou até de 4 anos não foi testado? Over&Over?"

A relação é testada over&over, a nossa teimosia é testada over&over, mas o amor não é testado, pois não precisa de ser testado. Ou existe ou não existe.

  Bruno Fehr

domingo, setembro 09, 2007 3:00:00 da tarde

ah e tal (c):

Eu não me sinto mal, por esquecer pessoas, sinto-me mal por lhes dizer que as esqueci!

  Bruno Fehr

domingo, setembro 09, 2007 3:05:00 da tarde

mymind:

Amor eterno é um amor que dura a tua eternidade. Se, ao perder o nosso amor para a morte, isso não faz do amor eterno?

Se a pessoa parte e o amor fica. Se o amor vence a morte. O que me garante que o amor não será a única coisa que levamos deste mundo?

Não acreditar em amor eterno é natural, mas não pode de maneira nenhuma ser negado.

Também não acredito em amor à primeira vista. Mas existe um sentimento que não dá para explicar, pois não tem tradução em palavras. Uma espécie de magnetismo, quando se encontra alguém de muito especial... leigamente referido como Alma gémea.

Para melhor visualizar o que acho ser amor eterno, recomendo o filme:

"What dreams may come" em Português, "Para além do horizonte", com Robin Williams. O livro é também muito bom.

  Bruno Fehr

domingo, setembro 09, 2007 3:06:00 da tarde

gaja_mais_q_fria:


Por acaso, sempre pensei que as gajas me fossem todas cair em cima!!

  Bruno Fehr

domingo, setembro 09, 2007 3:07:00 da tarde

Ana:

Quando essa palavra te sair da boca, vais ficar mais chocada que a outra pessoa. Vai perguntar a ti mesma:


"O que é que eu disse?"

  Bruno Fehr

domingo, setembro 09, 2007 3:08:00 da tarde

barbiedoll:

Está lá perto. Isto não é o que me assusta mas sim o que me assombra.

  Bruno Fehr

domingo, setembro 09, 2007 3:10:00 da tarde

The one you know:

Será assim tão estranho, esquecer uma namorada da adolescência depois de passar 6 anos sem a ver?

Eu deixei uma menina, encontrei uma mulher!

  Bruno Fehr

domingo, setembro 09, 2007 3:11:00 da tarde

Lord of Erewhon:

Se definição de necrófilia incluir amar quem já não se encontra entre nós, então sim, sou Necrófilo!

  Bruno Fehr

domingo, setembro 09, 2007 3:14:00 da tarde

Amsilva:


"quando ai pelo meio houve uma grande separaçao..."

É isso mesmo, o perder uma vez que seja é a confirmação desse sentimento. É quando sentimos que afinal a outra pessoa é parte de nós e sem ela seremos sempre incompletos.

Também ouvi muitas vezes o "amo-te", seguido da pergunta, "porque nunca me dizes que amas". Custa não dizer, mas custa mais mentir.

  mymind

domingo, setembro 09, 2007 5:14:00 da tarde

ok, percebi.
a ver se vejo o filme =)

  Menina do Rio

domingo, setembro 09, 2007 7:06:00 da tarde

Aplausos!!!!!!!!!!

Fizestes uma explanação perfeita!

beijos e, obrigada pela visita

  Mulheka

domingo, setembro 09, 2007 7:15:00 da tarde

Não acredito no amor. Pelo menos como o descrevem. Uma vez, no blog vizinho que falava do tal amor, eu disse algo como: "Não acredito no amor. Acredito num sentimento ainda não baptizado!"
E é verdade! Acredito num sentimento bastante forte! Amor? Não! A não ser que eu faça o meu próprio amor, mas esse vai ser sempre diferente do das outras pessoas e nunca vão chegar à conclusão do que é, realmente, o tal amor!

  Alien David Sousa

domingo, setembro 09, 2007 7:35:00 da tarde

Crest,

O amor é testado TODOS os dias. Pela rotina, pelos problemas que advém dela, por forças exteriores à relação. Ele esta sempre a ser testado porque a vida é assim mesmo.

Não me digas que és tão ingénuo ao ponto de achar que o amor dos teus vizinhos não foi testado ao longo das suas vidas? Que foi sempre tudo um mar de rosas?
Foi testado pela vida, e o amor deles venceu todos os obstáculos que encontraram pelo caminho. Porquê? Porque era um amor verdadeiro que ultrapassou muita coisa. Nós nunca sabemos o que se passa na casa dos outros. Mas o amor não pode ser tomado como um dado adquirido. Amo então o meu amor não precisa de ser testado.

Claro que NÃO PRECISA, mas é testado quer tu queiras ou não. Como já o disse; é testado pela rotina, pelo ultrapassar fases menos boas, pelo aceitar a mudança do outro que vai ocorrendo ao longo da vida etc etc etc

E não respondeste à minha questão, e eu que escrevi tanto. Bolas! hehe

Tu no teu texto mencionaste que 5 anos não é tempo suficiente para se saber se existe amor entre duas pessoas, ou se amamos aquela
pessoa.

Discordamos. Não discordamos no facto de a PERDA ser uma peça fundamental para se ter a certeza de que se amou. Aí estamos de acordo. Ok, eu perdi, logo fiquei com a certeza que amei. Ora isto é óbvio.

O que eu te quero fazer ver, é que aquela frase no teu texto para mim é infeliz porque tu só vês um lado da questão, quando dizes que 5 anos , ou quatro não são suficientes para se saber que amamos ou fomos amados.

Para mim são! E acrescento: durante esse período de tempo eu sabia que amava e ainda não o tinha perdido. E porquê? Porque foram partilhas muitas coisas, foram ultrapassados obstáculos, foram dadas provas. Recebi e dei, amei. E ponto final. Amei.

Não sei se me estou a fazer entender?

É como te deixei no outro comentário:

"True love is like ghosts, which everybody talks about and few have seen."

Sentir. Não conseguir imaginar o amanhã sem a outra pessoa. Isto pode acontecer numa relação de apenas 4 anos ou numa de 20.

Sinceramente sinto-me parva por estar a debater um assunto que é para ser vivido e não analisado. MY FAULT. :)

Saudações alienígenas

  Bruno Fehr

domingo, setembro 09, 2007 7:59:00 da tarde

mymind:

Vale a pena!

  Bruno Fehr

domingo, setembro 09, 2007 8:00:00 da tarde

Menina do Rio:

Obrigado.

  Bruno Fehr

domingo, setembro 09, 2007 8:02:00 da tarde

Mulheka:

Percebo o que queres dizer. O motivo pelo qual a esse sentimento não chamas amor, é porque a palavra amor foi destruida de significado. Anda de boca em boca como uma pastilha elástica, e como tal é cuspida.

  Bruno Fehr

domingo, setembro 09, 2007 8:12:00 da tarde

Alien David Sousa:

Mas o que eu escrevi vai para além disso.

A minha pergunta é:
"Como é que sabes que o sentimento que estás a testar diariamente é amor?".

Claro que o amor daqueles velhotes foi testado, mas só é amor por ter chegado até onde chegou.
Quando foi testado, eles não poderiam dizer com 100% de certeza que era amor.


Eu respondi à tua questão. Não disse que 4,5 anos não chegam para saber se, se ama. Disse que sem perda, mesmo que temporária, esse tempo não chega. Sem perder ninguém me pode dizer com 100% de certeza que ama e é amado.


O problema na definição de amor é que o amor, como sentimento máximo, não pode ser usado como verbo. Quem amou, ama e amará sempre.

Eu já amei uma pessoa, amei, amo e amarei sempre. Não posso falar no passado de um sentimento que não morre.

Tal como falei de uma ex no meu texto, ex que sempre disse que amei. Poucos anos depois descobri que estava errado, quando vi o quanto esse sentimento era fraco, comparado com um novo que tinha descoberto.


Eu percebo o que tu dizes. Não posso contestar o que tu sentes ou sentiste. Eu simplesmente não acredito que o amor possa alguma vez ser passado!

"True love is like ghosts, which everybody talks about and few have seen."

Não poderia concordar mais.

  Alien David Sousa

domingo, setembro 09, 2007 8:52:00 da tarde

Crest, respondendo à tua pergunta:

"Como é que sabes que o sentimento que estás a testar diariamente é amor?".

A minha resposta é: ultrapassando aqueles problemas, aquelas questões que por exemplo nunca consegui ultrapassar noutra relação.

Vivendo aquela intensidade e ao mesmo tempo tendo consciência de que com aquela pessoa eu estou a ultrapassar os limites.

Estou a ir mais longe do que alguma vez fui. Como por exemplo: a minha entrega. É só um exemplo. Mas uma entrega verdadeira é aquela que faz com que eu vá mais longe com aquela pessoa e queira mais, não fugindo quando o nosso amor é testado por um qualquer problema. Ficando lá. Amando. Lutando. Partilhando o que não faria com mais ninguém! Isto porque me conheço e sei quando me dou por completo ou quando apenas me entrego aos poucos. E nesse verdadeiro amor, eu entrego-me completamente. Sem medo de enfrentar tudo o que venha por aí, sem medo de enfrentar os obstáculos porque para mim, aquela relação, aquele amor merece isso e muito mais. E no fundo é esse amor que me impede de fugir, que faz com que eu não tenha medo das provações que este irá ter de ultrapassar.

"Claro que o amor daqueles velhotes foi testado, mas só é amor por ter chegado até onde chegou.
Quando foi testado, eles não poderiam dizer com 100% de certeza que era amor."

Com é que tu sabes Crest? Que eles não tinham a certeza do amor que sentiam um pelo outro durante as várias fases das suas vidas?

Banal: mas cada indivíduo é diferente, sente as coisas de forma diferente. Eu respeito a tua perspectiva, mas não concordo que possamos saber se os teus vizinhos tinham ou deixavam de ter a certeza de que se amavam durante as várias etapas da sua vida.
Aos 20 anos podiam ter essa certeza, aos 40 podiam continuar a ter essa certeza. Eu não sei. Cada um sente e sabe de si.

"Tal como falei de uma ex no meu texto, ex que sempre disse que amei. Poucos anos depois descobri que estava errado, quando vi o quanto esse sentimento era fraco, comparado com um novo que tinha descoberto."


Claro que nos podemos enganar. Especialmente se somos muito jovens, ou se não temos aquela consciência para saber fazer a distinção entre paixão e amor.

Mas isto não quer dizer que eu por exemplo não tenha vivido o suficiente ( em termos de relações)para hoje poder dizer: EU AMO. Por tudo o que já te expliquei.

Entendes?

Isto é um tópico complicado como te disse.

O amor é um sentimento para ser vivenciado.

Debater sobre ele é sempre complicado. Por muitas palavrinhas que usemos estas são sempre um tanto ocas, comparadas com a intensidade que é amar.

Saudações alienígenas & kiss

  Bruno Fehr

segunda-feira, setembro 10, 2007 9:16:00 da manhã

Alien David Sousa:

Eu entendo o teu ponto de vista.

Aqui o problema é que eu não vivi a tua experiência e tu não viveste a minha e espero que não vivas. Por isso é que analizamos de forma impessoal, o que nos faz substimar o sentimento das outras pessoas.

O mais bonito no amor, é que duas pessoas o podem discutir uma vida inteira, sem nunca estarem 100% de acordo.

Só sentido, mesmo.

No entanto era bom que toda a gente tivesse a oportunidade de se sentir assim, pelo menos uma vez na vida. Acho que passamos por tanta merda, que temos o direito de conhecer o supremo sentimento.

  Anónimo

segunda-feira, setembro 10, 2007 7:52:00 da tarde

Bom texto. Mas tenho outra definição menos romântica, o amor é um cocktail de "traques" de neurotransmissores que inundam o nosso cérebro lol Não é tão bonito de se dizer, mas não deixa de ser verdade, e também não vai contra aquilo que tu disses-te.

  White_Fox

segunda-feira, setembro 17, 2007 3:03:00 da manhã

Bem, vamos lá começar com a descarga de comentários!
Concordo quando dizes que a palavra "amo-te" está a tornar-se cada vez mais banal. As pessoas dizem-na sem sentirem-na. O que elas não percebem é que para além de esperançarem o outro, se estão a enganar a si mesmas! Eu, pelo menos, só ouso pensar em dizê-la quando é sentida!

Mas a rapariga mudu assim tanto? É que uma relação assim não se esquece...

  Bruno Fehr

segunda-feira, setembro 17, 2007 4:48:00 da tarde

Skynet:

Sim, mas acho que uma em cada 20 mulheres iria entender o que dizes :)

  Bruno Fehr

segunda-feira, setembro 17, 2007 4:50:00 da tarde

White_Fox:

"Mas a rapariga mudu assim tanto? É que uma relação assim não se esquece..."

Ela mudou, eu mudei, da adolescência à vida adulta, muita coisa muda. Esqueci porque nunca a amei. Só depois de ouvio o nome é que comecei a lembrar.

  Ana

sábado, fevereiro 23, 2008 3:33:00 da manhã

Bem, parece que não és o único que pensa assim :) somos muitos a pensar assim, acho. Tenho a mesma opinião. Sempre achei ridicula a frase até q a morte nos separe, pelas razões que apontas.
Sei muito bem o que é o amor. E, pode ter momentos de paixão, mas não é paixão. POde ter atracção, mas não é atracção somente.
É um misto enorme de sentimentos e emoçoes que nutrimos por uma pessoa. Essa pessoa torna-se o nosso melhor amigo, um irmão, um pai, uma mãe, um filho, um amante, um namorado, um companheiro, um confidente, enfim...inúmeras coisas que, no seu todo, são amor. Amor é não te conseguires imaginar sem aquela pessoa ao teu lado. Amor é odiar essa pessoa com muita intensidade, por vezes. Amor é desejares ardemente que o dia passe para te poderes enroscar nos lençois com ele, conversando, dormindo (dando uns pontapés qd começam os roncos), sem ser preciso mais nada. Amor é ele ser a primeira pessoa em que pensas qd acordas. E qd adormeces. Amor é ser o primeiro que procuras qd o mundo te ataca. Amor é ser ele quem mais te magoa qd não pode estar presente. Amor é amar até os maiores defeitos e aprender a viver com eles lado a lado. Amor é quereres abraçar aquela pessoa e nunca mais a largares.
E, amor é nunca mais esqueceres quem amaste. Só amei uma vez na vida, agora. ;-) E como disse a mim mesma q só dava a virgindade a quem realmente amasse, tive de esperar que esse sentimento surgisse. E como soube? Olha, porque na altura nunca tive tanta certeza de algo, coisa que das outras vezes não aconteceu.
Tive a vantagem de estar com quem realmente amava e com quem sabia que me amava, pelo que foi fantástico. Mas, ficou a desvantagem de não ter experimentado outras paragens... :-p

  Bruno Fehr

sábado, fevereiro 23, 2008 3:53:00 da manhã

Vanadis:

"Amor é desejares ardemente que o dia passe para te poderes enroscar nos lençois com ele, conversando, dormindo (dando uns pontapés qd começam os roncos), sem ser preciso mais nada. Amor é ele ser a primeira pessoa em que pensas qd acordas. E qd adormeces. Amor é ser o primeiro que procuras qd o mundo te ataca. Amor é ser ele quem mais te magoa qd não pode estar presente. Amor é amar até os maiores defeitos e aprender a viver com eles lado a lado. Amor é quereres abraçar aquela pessoa e nunca mais a largares."

Mas o amor por vezes só se descobre com a perda.

Podes não ter experimentado outras paragens, mas saiste na tua paragem. Há quem não saia na paragem certa e o autocarro n↕o passa no mesmo local duas vezes.

  Fada

terça-feira, maio 26, 2009 12:38:00 da tarde

Bem, cá estou eu nos post antigos... :p

Em 1º lugar: coitada da rapariga!!!

Em 2º lugar: Já amei muito, tive 3 grandes amores e outros pequeninos... Lol

Vai contra os teus conceitos, creio, vais dizer que "banalizei o sentimento". Então, vamos lá...

O Amor não é algo exclusivo duma relação "homem-mulher" (não vamos entrar no campo da homossexulaidade, é só um exemplo), ou duma relação adulta.
Digo aos meus sobrinhos "Amo-te", digo aos meus amigos "amigo-te muito". Amo a minha família, os meus amigos (que são poucos, porque são Amigos mesmo), e quanto aos 3 Grandes Amores...

Provavelmente, não foi o amor que mudou ou desapareceu/morreu. Fui eu que mudei e, de certa forma, morri e nasci de novo, em várias ocasiões. Nunca os esqueci, nunca esqueci o que me fez amá-los, nunca esqueci o que me fez "partir". Uma vez que não odeio nenhum deles, nem me são "indiferentes", poderia até dizer que ainda os amo. Ou que parte de mim ainda os ama, aquela parte que fui naquele tempo. Mas isso não fará com que queira viver com eles, certo?
Também "me" amo... ;)

Além disto, não existe, em português, uma expressão mais banalizada que "amo-te", porque, na verdade, não tens opção. Não consegues dizer "eu apaixono-te muito", podes dizer "gosto muito de ti", "curto-te bue", whatever... Só que não consegues, com essas expressões, dar a importância a algo que te arde no peito.
E se disseres "amo-te" a um amigo, passas por homossexual. Já em Inglês, tens "I Love You", usado entre amigos e família, e tens "girlfriend" e "boyfriend", com sentidos de amiga/o e de namorada/o.

É difícil definir o amor, sim. Mas não acredito que apenas seja amor o que nos faz sentir incompletos, quando a outra pessoa parte. Porque EU existo, existia antes de conhecer a outra pessoa, existirei depois da outra pessoa partir. Eu SOU completa. Mutável, mas completa.

Todas as pessoas que entram na nossa vida, deixam marcas e mudamos também por isso. Mas a nossa essência não muda.

Nos meus tempos mais ácidos (também os tive, acredita...), eu dizia: "O Amor é eterno...enquanto dura.".

Hoje, digo: O Amor é eterno, sim. Tal como a nossa Alma.
E de todas as coisas em que acredito, essas são as que têm maior força.

"Só o amor é real", é o título dum livro de Brian Weiss (já te falei nele), que, baseando-se em experiências sobre reencarnação, tem histórias de Amor verdadeiro. Almas que se reencontram, como amigos, namorados, familiares... E o Amor existe. Sempre.

Poderia estar aqui horas a "falar", mas... Que sabe, um dia?...

Beijitos :)