O Prince

O Prince era um Serra da Estrela foi o cão mais estranho que já tive. Tinha uma combinação de genes explosiva, pois na sua descendência havia a mistura desta raça com lobo. Não só ele era um Alfa, em que aparece um no meio de centenas, mas tinha a "unha do lobo" que é um dedo extra em todas as patas, mais ou menos a meio da perna. Estas duas combinações foram para o criador um aviso de cão perigoso. Foi por isto que o escolhi, por o ver como cachorrinho a mamar e todos os outros cachorros nem se aproximavam, esperavam que ele terminasse, com que vendo aquela bola de pelo igual a eles como mais perigosa.


Os primeiros 12 meses com o Prince foram terríveis, tínhamos lutas por domínio. Para o cão eu era mais um macho que ele tinha de dominar e eu não o poderia deixar fazê-lo. Com o tempo venci-o parcialmente, apesar de me ter um respeito imenso sentia-se na responsabilidade de me proteger mesmo contra a minha vontade. O controlo era parcial pois quando ele queria atacar outro cão, só o conseguia parar 8 em cada 10 vezes, tudo dependia da postura do outro cão. Se fosse um cão possante com presença dominadora o Prince sentia-se forçado a mostrar que a sua força era superior. O cão era tão agressivo que relutante acabei por o mandar castrar, pois assim ficaria mais manso. Errado, a castração em nada alterou a personalidade do animal.


A sua natureza selvagem fazia com ele se sentisse mal na cidade. Ele nunca bebeu água de um balde, nem daquelas taças que aqui dão aos cães nos cafés e restaurantes. Ele só bebia de poças de água, riachos e rios. No jardim, tive de improvisar um pequeno lago que enchia de água e cobria de folhas verdes para lhe dar o aroma que o incentivava a beber. Dentro de casa ele só aceitava água... da sanita, chegando ao ponto do WC da cave ser só dele.


Quando ele tinha 5 anos, já 8 seguradoras tinham rescindido contrato comigo, já tinha tido mais de 12 processos judiciais por danos a outros cães, já tinha pago uns bons milhares em indemnizações. Nenhuma companhia o queria passear enquanto eu trabalhava. Comecei a contratar só homens, estudantes ou desempregados com bom porte físico para o passear sem nunca o deixar solto. Um desses homens foi um Ucraniano de 1,90m e excelente porte físico, a quem o Prince partiu um braço e o arrastou pelo passeio, só para ir morder num Pastor Alemão de um vizinho meu, que o meu cão odiava.

Certo dia fui de férias, deixei o Prince tal como a Monalisa e a Shiva num hotel. As instruções deixadas eram claras, Não deixar o Prince solto com outros machos, unicamente com fêmeas, pois ele nunca mordia em fêmeas. A meio das férias telefonam-me, o Prince envolveu-se numa luta com um Pitbul e durante 20 minutos ninguém naquele hotel conseguiu separar os dois. O pitbul sobreviveu à luta e à cirurgia mas faleceu horas depois, e o meu cão teve de se submeter a 6 cirurgias para recuperar o andar.


Ao descreve-lo assim faço-o parecer um monstro mas não era. Com os seus 98Kg e o seu pelo longo amarelo, ele parecia um urso, era gigantesco e não passava despercebido na rua. Toda a gente lhe queria tocar, algo que o aborrecia. Adorava crianças e deixava-se montar por elas, e se o deixava com uma criança ele não tirava os olhos dela, não deixava que nenhum desconhecido se aproximasse dela. A agressividade dele era sempre territorial em relação a outros cães, machos e de grande porte.

Em Janeiro de 2006 foi detectado cancro no sangue do Prince no final de Agosto apesar da força dele eu notava as dores que ele sentia. E matei-o. Chamei o veterinário lá a casa e assinei a autorização para a injecção letal. Até ao veterinário vir brinquei com ele, abracei-o e ele olhava para mim. Ele sabia o que eu ia fazer, eu conseguia ler isso nos seus olhos.


Mandei-o entrar na parte de trás da carrinha, que acabei por vender por me lembrar dele, e lá dentro o veterinário deu-lhe a injecção letal; deu-lhe uma, duas, três e o cão estava ali vivo cabeça no meu colo que só levantava para olhar para mim, parecia dizer que compreendia o que eu estava a fazer, mas eu não compreendia a minha decisão. Perguntei ao veterinário o que se passava e ele só me disse que nunca tinha visto um animal a aguentar tanto. Acabou por levar 5 doses. Demorou tanto tempo, eu queria controlar as lágrimas porque ele observava-me com os olhos super brilhantes, e lentamente senti-o partir. No final paguei ao veterinário sentindo um ódio terrível daquele homem, só para após ele ter saído sentir ódio de mim próprio.

Agora, dois anos depois da partida prematura do Prince, tenho a minha Monalisa, mais velha que ele, com a mesma doença. Leucemia. Acho que a Leucemia é o meu mau Karma que me persegue e insiste em levar de mim aqueles que me são importantes, como se fosse uma espécie de equilíbrio universal o facto de eu ter de ver tudo e todos partirem. Como se eu tivesse de arcar com a negatividade para que outros tenham alegrias.
Todos os dias vejo-a partir lentamente, está muito mais fraca do que o Prince alguma vez teve mas não noto dor, só a noto triste.

Vejo a forma como a minha outra cadela, a Shiva, trata a Monalisa. Não a deixa 1 segundo sozinha, vai-lhe buscar bolas, bonecos e sapatos meus, tudo para a animar.
Dou por mim a observar tudo isto, e penso o quão fantásticos são os animais, o quanto eles sentem tão ou mais intensivamente que nós, a sua capacidade de amar os donos e outros cães incondicionalmente, estando sempre lá, sempre alegres e não esperando nada em troca. Concluo que apesar de elas precisarem de mim eu preciso muito mais delas.

Escrevi tudo isto como desabafo e como justificação da minha ausência nos próximos dias, estarei por aqui mas muito menos tempo.


34 Comentários:

  Fada

terça-feira, setembro 08, 2009 3:38:00 da tarde

:(

Beijinho...

  Fada

terça-feira, setembro 08, 2009 3:52:00 da tarde

E não consideres que terminar com o sofrimento do Prince foi "matá-lo"... Ele não te acusou, não te culpabilizes.

Aproveita bem os últimos tempos da Monalisa.
Despede-te...

E cuida da Shiva, porque ela está a precisar tanto de ti quanto tu delas.

Beijinhos grandes e não te preocupes, cá estarei quando voltares.

Take your time...

  S*

terça-feira, setembro 08, 2009 4:10:00 da tarde

Dar a injecção letal a um animal é a maior prova de amor que lhe podemos dar. É sinal que gostamos tanto deles que sabemos dar-lhes uma mote mais suave, menos sofrida. Já tive um pastor alemão a morrer assim. Choramos todos, mas ele partiu melhor.

O Prince nao era um monstro, era um cão com personalidade. Não se pode negar o passado de um bicho. Eles são irracionais e quando não gostam, não gostam. A minha pastora alemã Sara tem neste momento 7 anos e um odio de estimação pelo Lulu da vizinha. A vizinha insiste em vir passear o seu rodas baixas à frente da nossa casa (com quintal). Ha uns tempos o meu tio estava a meter o carro na garagem e a Sara fugiu. Pimbas, fez-se ao cão da vizinha, fez-lhe uns furos na barriga, mas felizmente não morreu.

No entanto, é a cadela mais fiel que se pode ter.

Boa sorte para a tua menina ***

  I.D.Pena

terça-feira, setembro 08, 2009 4:17:00 da tarde

oh pareces triste. :(

Isto das doenças é assim, não podes te sentir culpado ou justificar isso como sendo um equilibrio universal, e se pensas assim àcerca da leucemia ou de qualquer doença isso torna-te uma espécie de monstro e tu não és monstro nenhum, és um homem como qualquer um que goste de viver a vida ao máximo e que por acaso percebe da sorte que tem em ser comparativamente mais saudável.

Só de imaginar o esforço da shiva e esses actos de generosidade dá-me vontade de chorar.

Espero que não te debilites por todo o ambiente da tua casa estar assim melancolico...

Beijos aos 3

  Nagareboshi

terça-feira, setembro 08, 2009 4:25:00 da tarde

é tão triste ver um animal partir como ver alguém da família morrer, podem achar estranho mas é verdade...eu acho que quando o meu cão morrer não vou conseguir ter mais nenhum...
espero que aproveites os últimos momentos com ela e não te odeies por teres acabado com a vida do Prince prematuramente porque ele iria ter uma morte longa e dolorosa e isso é bem pior...

  ecila

terça-feira, setembro 08, 2009 4:30:00 da tarde

Tambem já perdi um amigo canino, e apesar de se terem passado mais de dois anos lembro-me dele regularmente (mais do que queria) e sempre que volto a Portugal. Ainda nao consigo ouvir falar dele, doi muito. Os caes têm a capacidade de nos amar incondicionalmente, sao grandes amigos. Desejo as melhoras para a Monalisa, dá-lhe muito mimo, ela vai gostar e ajuda a passar a dor. Beijinhos e força.

  Anónimo

terça-feira, setembro 08, 2009 4:31:00 da tarde

Depois de ler este texto, com uma lágrima a deslizar-me no rosto, só posso concluir: tu és mesmo muita bom!

E somas a essa característica o facto de possuíres uma imaginação delirante... (devias apostar forte na ficção, ias longe.)

  White_Fox

terça-feira, setembro 08, 2009 4:35:00 da tarde

A história é linda. Fiquei comovido. E estou mesmo a falar a sério!
Espero que corra tudo bem por aí!
abraços

  White_Fox

terça-feira, setembro 08, 2009 4:35:00 da tarde

E sim, os nossos cães amam-nos, mas muita gente esquece-se disso muitas vezes.

  Fada

terça-feira, setembro 08, 2009 4:43:00 da tarde

Anónimo:

Sim, o Bruno Fehr é mesmo muito bom, em vários sentidos.

A imaginação delirante, deixa-a para outros.

E creio que há momentos para tudo, até para comentários bestas, e este foi o momento errado.

Se não gostas de o ler, não leias.
Mas respeita a dor de alguém que estima os seus cães como membros da família, como filhas.

  * Estrela

terça-feira, setembro 08, 2009 4:54:00 da tarde

Fogo que triste.. tenho um gato e só d epensar que algo de mal lhe pode acontecer até me sinto mal :(

*

  B.

terça-feira, setembro 08, 2009 5:49:00 da tarde

Fiquei com lágrimas nos olhos e coração apertado ao ler isto. POrque sei o que sentes e o que custa. Força para ti.

  Lily

terça-feira, setembro 08, 2009 6:45:00 da tarde

Desde sempre estive rodeada por cães...os meus pais sempre gostaram de os ter e quando algum aparecia lá por casa, ficavamos com ele...
A maioria dos cães que já tive (e tenho) eram rafeiros, e prefiro que o sejam, porque já pude comprovar por experiencia que eles conseguem viver muitos mais anos que os de raça.
Eu tive um yorkshire terrier à uns anos atrás. Foi um dos cães que tive que mais me apeguei...e ele morreu-me nos braços. Foi uma correria naqueles dias...leva-lo ao veterinário porque ele não comia, depois o veterinário nao sabia o que ele tinha, ele ficou internado e tudo. Em vesperas de Natal mandaram-no para casa outra vez, mesmo estando ele muito fraquinho, a soro, e a levar montes de medicamentos por dia...diziam que ele devia ter uma ulcera ou até gastrite, e poucas horas depois de ter voltado para casa ele morreu-me nos braços, a vomitar sangue pela boca e pelo nariz...
Custou-me tanto tanto, que quando revejo fotos dele, ainda me vem a lagrima ao olho...

Enfim...apesar disto, somos mais felizes com eles do que seriamos se não os tivessemos connosco...

  Mel

terça-feira, setembro 08, 2009 7:44:00 da tarde

Anónimo, vai-te foder!!!!!!!!!!!!!!!!

  Ana

terça-feira, setembro 08, 2009 7:53:00 da tarde

Sei muito bem do que falas...e só alguém que passou por isso pode descrever tal situação. A de termos de eutanasiar os nossos melhores amigos. Humanos, canideos, aves, sejam quem forem.
Também tive uma cadela serra estrela. :) muito teimosa. Muito senhora do seu nariz. Sempre à pancada com os cães que não tinha escolhido para ela. Acabou por morrer numa das suas fugas...a certa altura começou a fugir várias vezes, voltando ao fim do dia. Sabemos que ia ter com um namorado. Um dia, isso foi a sua morte... :(

O Rambo, era filho dela. Alfa. Dominante. Mas sempre respeitador. O meu melhor amigo. O tal que ferrava quem me tocasse :D (exceptuando o jove, ele adorou o jove à primeira...bom sinal, hem). Mas, depois, o tempo passou e ficou muito velhinho. Resistiu para além do previsto, teve 3 anos extra. Mas um dia já nem se levantava, nem nós podiamos deixá-lo continuar a viver daquela maneira, com aquela dor e indignidade. Eu não estava em casa. Mas pressenti quando ele partiu. Nunca mais haverá outro como ele. :( Portanto, percebo-te muito bem. Eu e quase toda a gente com coração ou paixão por amigos de 4 patas.

Não acredito no Carma...acredito no caos. As coisas acontecem porque acontecem e pronto. O que é importante é o que deram uns aos outros enquanto puderam. Isso, nenhum caos ou carma vos tirará.

Lamento, Bruno. Espero que ela não sofra muito, nem tu.

Beijinho grande na bochecha.

  Ana

terça-feira, setembro 08, 2009 7:56:00 da tarde

Quanto a ti anónimo do raio, estás aqui, estás a ir prá panela. Sabes, os factos são facilmente comprováveis... e se só falasses quando tiveres conhecimento de causa, hem?...E sim, anda por aqui uma rede de capangas contratados pelo Bruno Fehr para confirmar o que ele diz. Só pode, não é?...

  Jane Doe

terça-feira, setembro 08, 2009 7:59:00 da tarde

:(

Força.

  SRRAJ

terça-feira, setembro 08, 2009 10:12:00 da tarde

Beijo.

  Anónimo

terça-feira, setembro 08, 2009 10:47:00 da tarde

Isto é tudo uma granda treta. Não sejam lorpas.

Anónimo (outro)

  Fada

terça-feira, setembro 08, 2009 10:57:00 da tarde

Anónimo (outro):

Não somos lorpas; para lorpas bastam-nos os anónimos ressabiados, mal educados e palermas que se lembram de andar por aqui a comentar...

  iTec(A)

terça-feira, setembro 08, 2009 11:47:00 da tarde

é sempre complicado...

No ano passado tive de mandar abater o meu cão, tinha quatorze anos, adiei o máximo que pude, acho que não o deveria ter feito, mas ele parecia que melhorava sempre que estavamos ao pé dele, ficava mais animado, chiava para irmos para o pé dele.
como se estivesse a pedir para nao desistir dele...

  Bruno Fehr

terça-feira, setembro 08, 2009 11:57:00 da tarde

Anónimo 1:

"Depois de ler este texto, com uma lágrima a deslizar-me no rosto"

Correcção: pelo rosto.

"só posso concluir: tu és mesmo muita bom!"

Correcção: Muito bom.

"E somas a essa característica o facto de possuíres uma imaginação delirante..."

Correcção: uma imaginação fértil.

"(devias apostar forte na ficção, ias longe.)"

Já o faço e estou a obter bons resultados, a ideia não é ir longe, pois a escrita não é um meio de transporte.

  Bruno Fehr

terça-feira, setembro 08, 2009 11:57:00 da tarde

Anónimo (o mesmo para parecerem muitos)

"Isto é tudo uma granda treta."

Correcção: grande treta.

Quando tentar escrever dois comentários querendo fazer-se passar por duas pessoas, tente não dar os mesmo erros de género.

  Bruno Fehr

quarta-feira, setembro 09, 2009 12:07:00 da manhã

Quanto a todos os comentários vindos de pessoas normais, não anónimas, agradeço-os.

Um destaque para o comentário da Mel que me tirou as palavras da boca.

Sempre tive aqui anónimos e sempre os terei, nunca percebi bem os motivos que os levam a comentar mas percebo que é a sua ignorância, inveja, medo, cobardia, idiotice, falta de intelecto e de nível, etc, etc, etc que os leva a esconderem-se num mundo pseudo-anónimo.

Para mim, qualquer anónimo que não comente o que é escrito e entre em devaneios num Português digno de um bronco, não merece mais do que um "fode-te e dança".

Nunca aqui identifiquei um texto como ficção, nem nunca identifiquei um como realidade, e em imensos textos essa dúvida fica no ar. A dúvida sobre se senti o que escrevi ou se escrevi para os outros sentirem. Mas no final que diferença isso faz?

Será que acham que é importante para mim? Será que é importante para quem lê? Saberá quem me conhece e com toda a certeza nenhum anónimo me conhece.

  Ana

quarta-feira, setembro 09, 2009 12:38:00 da manhã

Lamento muito.

  Stiletto

quarta-feira, setembro 09, 2009 2:24:00 da manhã

Que grande merda! Já tive que matar um cão e já tive uma cadela a morrer-me nos braços. Beijinhos

  Mafal∂a

quarta-feira, setembro 09, 2009 3:25:00 da manhã

Obrigada por partilhares um bocadinho do Prince,gostei dele e até fiquei com imensa vontade de ver uma foto, por ser um animal tão raro e claro teu..:P

Não tenho dúvidas que a Monalisa reconhecerá todo o carinho que certamente ainda lhe irás dar...um abraço para ti na "recolha" desses momentos.


Um abraço.

  Guernica

quarta-feira, setembro 09, 2009 3:33:00 da manhã

Infelizmente tambem já tive que levar uma cadela ao veterinário para eutanásia. Num espaço de 1 semana morreram-me 3 cães. Uma familia. A mãe e os 2 filhos (tinham uns 4ou 5 anos a mãe e os filhos 3 anos. Nessa altura tinha 5 cães. Um perdigueiro e 4 rafeiros. A causa da morte foi um herbicida, que o meu pai pôs nas ervas. Apesar disso não o culpei pois, sei que se ele soubesse que fazia tão mal não punha nada.
Uma das filhas morreu no inicio do fim de semana, ainda os outros 2 não mostravam sintomas nenhuns. Só depois quando os outros 2 começaram a mostrar os mesmos simtomas (mal comiam, respiração muito rapida, problemas nos rins), é que percebi que podia ser do herbicida (após muita pesquisa).
A meio da semana, era já noite quando um dos filhos, tinha a respiração muito rapida,a lingua azul, e desequilibrio (devido ao pouco ar que chegava ao cerebro). Fui logo com ele ao veterinário, e ele ficou lá internado. No dia seguinte de manha estava morto...
A mãe, tambem começou a mostrar "falta de ar" no dia seguinte. Levei logo ao veterinário. Ficou internada 2 dias, sem mostrar melhorias. Mas tambem não piorou. Após os dois dias, continuava com a respiração rápida. Segundo o vet, os pulmões provavelmente tinham ficado afectados, e se n tinha melhorado até ai, dificilmente ia melhorar.
A situação, era que mal ela andava uns metros, ticava logo azul com falta de oxigenio, e a cambalear.
Ainda teve em casa um dia a soro, mas não havia melhorias.
No fim de semana, Já era noite quando, decidi leva-la ao veterinário para lhe darem a injecção. Aquilo não era qualidade de vida. Custou-me muito aqueles ultimos momentos em que sabemos que não há volta a dar. O vet. ainda me perguntou se queria assistir. Disse que não. Não conseguia estár mais ali.
Apesar de me ter custado muito esta decisão, não senti raiva nem de mim nem de ninguem. Quando sai do vet, apesar de estar a conter as lagrimas, senti uma especie de alivio (tanto pelo sofrimento que passei, como pelo sofrimento que eu via os animais passarem).
Sei que tomei a decisão certa.

  sil

quarta-feira, setembro 09, 2009 10:33:00 da manhã

Nunca sei o que dizer em situações tristes. Fazer sei.
Atrevo-me... beijo

  Sammy

quarta-feira, setembro 09, 2009 1:39:00 da tarde

Nem sei o que te dizer, sabes que não tenho costume de comentar muito, mas o que te esta a acontecer tocou bem dentro... Eu sou especialmente sensivel com tudo o que tem a ver com animais, desde que tenho memoria sempre estive rodeada deles e é superior a mim ver ou sentir um animal sofrer.
A decisão que tomas-te com o Prince, provavelmente é das mais dificeis e mais duras que podem aparecer. Isso, foi o que determinou que eu não estudasse veterinaria e optei por outra coisa, precisamente porque é algo demasiado forte para eu assumir. E aceito que posso ser infantil nesses sentido, e espero que nunca tenha de me ver nessa situação com a minha Isis...

Muito força, e tenta guarda bons momentos com Monalisa.

  Green Eyes

quarta-feira, setembro 09, 2009 10:45:00 da tarde

realmente que importa se é ficção ou realidade, como alguém um dia me disse num dos meus textos...
adorei e identifiquei-me com a situação o que para mim é o mais importante.

bjs

  A Mor..

sábado, setembro 12, 2009 8:07:00 da manhã

Ah, como doi, como doi!
Tive que tomar a mesma decisão qdo diagnosticado cancêr na minha cadela.
Porém, lembrar-me dos 8 anos que dividimos juntas, mto me alegra.
Guarde as boas lembranças.

=]

  Ana C. Nunes

quarta-feira, outubro 14, 2009 1:10:00 da manhã

Sei perfeitamente o que isso é porque ainda há poucos meses tive de abater uma cadela que tinha há doze anos. Ela também tinha cancro, mas mamário. Vimos-la esbater-se a pouco e pouco enquanto nós adiávamos a decisão porque não nos queríamos separar dela, mas chegou uma altura em que não dava mais. Nesse dia abracei-a, brinquei com ela mais do que o costume e tive de me esforçar para não chorar à frente dela. Senti que ela sabia o que se ia passar e quando finalmente levou a injecção eu ainda fiquei uns bons minutos sem acreditar que ela já não ia estar mais ali para me entreter e chatear. Doeu, aliás, ainda dói, por isso nem quero imaginar o que deve ser ter de passar por isso duas vezes em tão curto espaço de tempo.

  Anónimo

terça-feira, janeiro 05, 2010 9:35:00 da tarde

mais uma vítima!
os meus sentimentos!