Namorados/as


Eu acho uma ofensa que uma miúda de 20 anos, ande deprimida porque perdeu o namorado.
Este tipo de depressão não é resultante do amor, mas sim da fixação e principalmente da ilusão.
A mulher vive de ilusões, alimenta-se delas, alimentando-as. Elas crescem, desenvolvem-se e ganham vida própria, até que se tornam demais para o homem. Deixa de ser uma relação baseada em sentimento e passa a ser baseada em sonhos.

Já contei aqui a história dos meus vizinhos em Portugal. Aos 84 estavam casados desde os 19 anos, todos os dias iam ao café à hora de almoço, de mão dada. Certo dia ela perdeu o andar e deixaram de dar as mãos, mas todos os dias ele empurrava a cadeira de rodas até ao café.
Até que ela faleceu e mais ninguém o viu. Deixou de ir ao café, ficando um recluso em casa. Ele seguiu-a 2 meses depois.
Ele não se suicidou, ele morreu de saudades. Ele morreu de amor.
O amor verdadeiro é isto e existe. E eu sempre que os via, pensava "é isto que procuro".

Há dias estava eu num restaurante e entra um casal. Ele amparou a mulher até à mesa, num percurso lento. Sentou-a. Beijou-a e voltou a sair para ir buscar a cadeira de rodas dela. Durante o jantar, perdi a conta a quantas vezes ele a beijou. Vi-o a cortar-lhe a comida, a alimentá-la e a acompanhá-la ao WC. Um percurso de 30 minutos ida e volta (eu contei), num percurso para o qual eu preciso de 1 minuto, com urinar, sacudir e lavar as mãos... vá lá 3 minutos.
O amor verdadeiro é isto e existe. E eu percebi que é isto que procuro.

Ou seja, se o amor existe e é assim, avassalador, eterno. Se temos exemplos disso nas ruas. Como é que me aparecem pessoas adolescentes, bem como nos seus 20's, 30's, desiludidas com o namorado que perderam a fé no amor? Como, e porque raio se perde a fé no amor?
Eu digo porquê! Porque não sabem o que o amor é. Nunca amaram. Podem ter gostado muito mas nunca amaram, nem foram amados e conseguem ser injustos o suficiente para perder a fé, em algo que desconhecem, não se permitindo conhecer, preferindo viver numa depressão auto-infligida.
Se perdem o namorado ou namorada é porque não era ele/ela. Há outro ou outra por aí, procurem ou pelo menos deixem-se encontrar, que é o que a maioria não faz.

Nunca é tarde para a amar, nunca é tarde para ser feliz.
O meu pai encontrou o amor aos 40 anos. Encontrou-o porque se deixou encontrar e, deixou-se encontrar porque sempre acreditou nele, mesmo sabendo que nunca o tinha sentido, ou que nunca tinha sido correspondido.

Não forcem algo que é natural.

A sociedade, diz-nos que é obrigatório amar, é preciso encontrar a nossa cara-metade, como se nós nascêssemos só com meia cara.
A busca por uma pessoa, como sendo a parte que nos falta, é das buscas utópicas, mais ridículas que existem. Nós somos já completos e o que devemos procurar é outra pessoa completa, com quem partilhar a vida.
"Ah e tal as mulheres não podem esperar tanto, por causa do relógio biológico".
Isto são desculpas da treta. São pessoas a pensar assim, que passam a vida a levar chapadas na cara. O relógio faz tic-tac-tic-tac e lá estão elas, com medo que ele pare. Por isso estão sempre a cair em esparrelas de otário em otário, porque ter um filho é importante. Até o pode ser, mas há milhões de crianças mal amadas em busca de amor, de um lar. Não precisamos de mais crianças a virem ao mundo, com um pai de merda que se está bem a cagar e só se aproveitou do pito da mãe, porque ela estava desesperada.
Bolas, vão a um banco de esperma, assim o vosso filho irá perceber o motivo pelo qual não tem pai. Agora, uma criança saber que não tem pai, porque a mãe andava com o pito aos saltos, com medo que o relógio biológico parasse, não é justo para ele.

Não digo para serem abstémios e não foder, enquanto esperam o amor. O sexo antes do amor é como ler uma revista na sala de espera do dentista, ajuda a passar o tempo. Mas só vale a pena, se, se souber exactamente que é sexo e tchau, nada de cair em esparrelas, só porque o gajo quer mais. Claro que quer mais, todo o homem quer uma cona certa e o amor que se foda. Está-se a cagar se ela se apaixona, aliás se ela se apaixonar, ainda mais certa é aquela cona.

Amo-te, é uma forma do homem chegar ao sexo e segurar o sexo. Amo-te, é uma palavra vazia de significado para maioria do sexo masculino, em particular quando as hormonas andam aos saltos. Amo-te, para o homem, não passa daquilo que ele sabe que ela quer ouvir. Amo-te, dito depois do sexo é tão honesto e ridículo como perguntar "foi bom"? Amo-te para o homem é o "abre-te sésamo" das vaginas. Amo-te é por fim, tudo sendo na maioria das vezes nada mais do que as palavras erradas ditas na altura certa.

Olhem olhos nos olhos, vejam os lábios a pronunciar a palavra e vejam o que dizem os olhos. Num amo-te realmente sentido, os olhos humedecem e brilham mais do que em qualquer outra altura.

121 Comentários:

  Pax

terça-feira, novembro 25, 2008 11:03:00 da manhã

Olha...
Fizeste-me uma coisa absolutamente rara:

Quase me deixaste sem palavras.

  Pax

terça-feira, novembro 25, 2008 11:11:00 da manhã

Mas eu disse "quase" ;)

É que acho que tens uma visão muito realista e certeira sobre esses assuntos.
Completamente.
Acontece que hoje em dia as miudas começam a namorar (serviço completo) aos 13, 14 anos. Quando chegam aos 20 já estão fartas de terem desgostos, começam a compreender que nem tudo o que parecia, é... e começam a pensar desse modo.

Quanto ao brilho nos olhos... só te digo: não é só no momento de um "amo-te" sentido... mas também é.

Excelente texto.
Excelente separação de Amor/Ilusão.

  afectado

terça-feira, novembro 25, 2008 11:59:00 da manhã

Excelente texto. E assim de repente não me ocorre mais nada a acrescentar...

  Anónimo

terça-feira, novembro 25, 2008 12:27:00 da tarde

bem....não podias ter escrito um post mais "perfeito" para mim nesta altura. fizeste-me sentir realmente parva =D obrigada.


e uma coisa que sempre me deixou parva foi ver esses casais que se aguentam desde os 20 aos 80! suportaram crises, filhos, empregos, doenças, a perda um do outro....se há realmente uma coisa chamada de amor será sem duvida isso.**

  Afrodite

terça-feira, novembro 25, 2008 12:32:00 da tarde

"A mulher vive de ilusões, alimenta-se delas, alimentando-as. Elas crescem, desenvolvem-se e ganham vida própria, até que se tornam demais para o homem. Deixa de ser uma relação baseada em sentimento e passa a ser baseada em sonhos." - No dia em que deixar de sonhar, o que serei eu??? Quem serei eu????


"Já contei aqui a história dos meus vizinhos em Portugal." - Linda história, amor sem dúvida! Não é o que procuro é o que QUERO para mim :)!


""Ah e tal as mulheres não podem esperar tanto, por causa do relógio biológico"." - Pois tenho :)...outra vez a dar horas...ahhh pois é! E o tempo??? Não espera! Não congela! Não me mantém os ovários funcionais até eu querer mas não, nunca mais voltarei a cometer o erro de entregar o meu útero a um gajo que não merece :)! Uma vez bastou! ;).A única coisa que o meu relógio diz é que se não acontecer no tempo certo...paciência, não correrei o risco, mais facilmente trago uma criança sem amor para o meu lar :) e encho-a do que tenho para dar!

"Amo-te para o homem é o "abre-te sésamo" das vaginas." - Ehehehe fantástica frase! :)

"Olhem olhos nos olhos, vejam os lábios a pronunciar a palavra e vejam o que dizem os olhos. Num amo-te realmente sentido, os olhos humedecem e brilham mais do que em qualquer outra altura." - E mesmo assim cuidado, há para ai profissionais do "amor" que em forma teatral dizem e fazem tudo, parecendo quase real!

Abreijinhos e obrigada pelo texto...fantástico. Até a madre gostou AHHAHAHAHAHA!

  I.D.Pena

terça-feira, novembro 25, 2008 12:35:00 da tarde

O meu Avô e Avó paternos eram assim , uma história extraordinária que um dia que possa conto no meu blog. :)

Quanto ao resto do post :

Sim.

  Ana

terça-feira, novembro 25, 2008 12:38:00 da tarde

Ai essas jovens!!!
O cerne aqui centra se numa coisa muito simples,a pressao da sociedade!
Cada vez mais as pessoas sentem que tem de pertencer, encaixar, fazer parte e isso e ser 'carneirinho' ir atras dos outros sem pensarem pelas suas cabecas ... depois trocam se todas, os sentimos banalizam se e fodem se todas fodendo o juizo de outros!
...
Eu sou uma crianca ainda e espero se lo durante muito tempo!
Olhar pelos meus olhos coisa que as criancas fazem tao bem...de forma tao natural, procuram, cheiram, sentem, amam...de forma pura!!!!
Cada vez mais cedo deixamos de ser criancas e a deixar nos atingir por estas pressoes...
Estas mentalidades carneiristas entrannham se me e fico tao furiosa!
Por isso elas se iludem e nao dao valor ao que e real...
...
O Amor esse... que tu viste nesse casal tambem o vi noutro ( julgo eu ) e tambem ela partiu e ele foi atras... tinham 80 anos e 81 respectivamente; Eles amaram se de uma forma que so o vi neles... aquele amor de so olhares te enche a alma! Tive sorte de o ver e ainda hoje acho que so vi aquele amor uma unica vez naqueles dois...

Mais um vez li -te e reli -me!

  Ana

terça-feira, novembro 25, 2008 12:39:00 da tarde

Fogo, ou é a tua página que está muito pesada ou é a minha conexão (netcabo...) que tá uma merdita...

Poisé, poisé, o amor não é algo que apareça do nada... o amor vai-se construindo em cima da amizade e da paixão, a par com mil e outros sentimentos. O amor não é um sentimento, é um conjunto de sentimentos: carinho, amizade, ternura, respeito, paixão, sensualidade, atracção, interesse...o objecto amado torna-se pai, mãe, irmão, amante, melhor amigo, filho...
Partilham-se os bons e os maus momentos. Ultrapassam-se os maus momentos, luta-se pelos bons, procura-se novos modos de melhorar a relação, tenta-se encaixar e compreender o outro.
É fácil amar? Não, não é. É uma luta constante para se conciliarem dois feitios diferentes. Não para mudar, mas para conciliar. É uma luta para ajudar o outro a voltar à tona de água, quando precisa. Mas é uma luta que vale a pena, porque depois de toda a tempestade vem a bonança.
O amor está nas pequenas coisas do dia a dia. No montar de um armário. No falar ao telefone em vez do outro. No beijo de olá. No beijo de adeus. No quero que vejas isto que encontrei. No quero que me digas o que achas disto. No afastar de um cabelo teimoso. Num banho a dois. Enfim, numa imensidão de gestos que só se alcançam ao fim de algum tempo, quando a tempestade de hormonas passa...

  Vício

terça-feira, novembro 25, 2008 12:39:00 da tarde

sorri ao ler o teu artigo porque me vi na tua opinião!
é banal dizer isto mas é a verdade!

  Anónimo

terça-feira, novembro 25, 2008 12:45:00 da tarde

Não sou muito dada a fazer cometarios, mas desta vez não consegui deixar de o fazer.

Concordo pelamente contigo quando dizes que:

"Num amo-te realmente sentido, os olhos humedecem e brilham mais do que em qualquer outra altura."

Já vi esse brilhar, mas não dos olhos que fazem brilhar os meus.

  Anónimo

terça-feira, novembro 25, 2008 12:53:00 da tarde

ups... não é pelamente, mas sim, plenamente.

é o que faz escrever e não se ler o que se escreve

  Anónimo

terça-feira, novembro 25, 2008 1:11:00 da tarde

25 anos. já fui deixada (1x) e deixei (1x - agora). acredito no amor e por isso deixei-o.
acredito porque os meus pais são um excelente exemplo que ele existe.
acredito porque não namorei até aos 19. talvez tarde mas pelo menos sabia o que queria.
2 paixões intensas e gosto de acreditar que os amei.
(in)felizmente sou demasiado independente. tenho ideias próprias e fixas. o que eu quero, eu consigo (ou faço por ter).
parece que isso chateia um pouco os machos de pêlo no peito.
mas sou paciente.
quanto ao relógio biológico. confesso que estou mortinha por ter uma criança, mas também prefiro recorrer a um banco de esperma do que ficar com qualquer um, ou talvez adoptar. o problema é que em Portugal não o posso fazer se não houver um "pai". é ridículo mas é a mais pura das verdades.
gostei do texto e acredito que todos nós temos aquele "alguém". gosto de contos de fadas e quero o meu "felizes para sempre"...até lá, fico sozinha por opção. porque um qualquer não me serve.
(acho que isto praticamente responde ao post do meu blog...).
beijinhos.

  Bruno Fehr

terça-feira, novembro 25, 2008 1:26:00 da tarde

Blogger Pax disse...

"Olha...
Fizeste-me uma coisa absolutamente rara:

Quase me deixaste sem palavras."

Quase? AHAHAHAHAHA
Eliminar"É que acho que tens uma visão muito realista e certeira sobre esses assuntos."

E onde é que está escrito que o amor tem de ser parvo e inconsciente? É que isso torna-o inconsequente e logo, falhado à partida.

"Acontece que hoje em dia as miudas começam a namorar (serviço completo) aos 13, 14 anos. Quando chegam aos 20 já estão fartas de terem desgostos, começam a compreender que nem tudo o que parecia, é... e começam a pensar desse modo."

Isso não justifica nada! Abrir as pernas é um processo mecânico e não sentimental!

  Bruno Fehr

terça-feira, novembro 25, 2008 1:27:00 da tarde

Afectado:

Grazie.

  Bruno Fehr

terça-feira, novembro 25, 2008 1:27:00 da tarde

Anónimo Miss disse...

"bem....não podias ter escrito um post mais "perfeito" para mim nesta altura. fizeste-me sentir realmente parva =D obrigada."

Ahahahaha, de nada :)

  Bruno Fehr

terça-feira, novembro 25, 2008 1:27:00 da tarde

Afrodite disse...

"No dia em que deixar de sonhar, o que serei eu??? Quem serei eu????"

Todos nós devemos sonhar, mas nao vivermos de sonhos. O sonho aqui entra como ilusão onde só porque sentes qualquer coisa por alguém, se acha logo que ela é "the one" e entregam logo os pratos todos. Ora, isto é viver um sonho sozinha e ao entregares os pratos todos, o homem que nao sente mais nada do que um forte tesao, vai deixá-los cair e lá vai a louca toda com os porcos. Quem é que fica na merda, por sonhar uma mentira? Ele ou ela? E quem serás tu, depois de sonhares uma mentira? Eu digo-te, serás insegura de ti própria e deprimida, pois entras num novo processo de te encontrares a ti própria.


"Pois tenho :)...outra vez a dar horas...ahhh pois é! E o tempo??? Não espera! Não congela! Não me mantém os ovários funcionais até eu querer mas não"

E entao? Nao percebo as pressas, ainda por cima na tua idade. A minha irma nasceu 23 anos depois de mim, quando a minha mae tinha 41 anos. Ainda hoje a minha mae é fértil, pois essa menina atrasou-lhe a já desejada menopausa.

"nunca mais voltarei a cometer o erro de entregar o meu útero a um gajo que não merece :)! Uma vez bastou! ;).A única coisa que o meu relógio diz é que se não acontecer no tempo certo...paciência, não correrei o risco, mais facilmente trago uma criança sem amor para o meu lar :) e encho-a do que tenho para dar!"

Entao, apesar de tentares escrever de uma discordante, concordas!

"E mesmo assim cuidado, há para ai profissionais do "amor" que em forma teatral dizem e fazem tudo, parecendo quase real!"

E o segredo está no quase, pois na verdade é fácil enganar uma mulher, dizendo algo que ela quer ouvir. Por elas o quererem ouvir é que eles parecem bons actores! Pois basta andar sempre com o "amo-te" na boca, para se perceber que é treta, de sentimentalóide forcado, por excessiva convivencia e proteccao feminina.

"Até a madre gostou AHHAHAHAHAHA!"

Ehehehehe, uma dia ainda me deixa aqui umas palavritas, para me dizer isso :)

  Bruno Fehr

terça-feira, novembro 25, 2008 1:27:00 da tarde

I.D.Pena disse...

"Quanto ao resto do post :

Sim."

O teu comentário mais curto de sempre :)

  Bruno Fehr

terça-feira, novembro 25, 2008 1:28:00 da tarde

Ana disse...

"O cerne aqui centra se numa coisa muito simples,a pressao da sociedade!"

A sociedade exerce a pressao que tu admitires.

  Bruno Fehr

terça-feira, novembro 25, 2008 1:28:00 da tarde

Van disse...

"Fogo, ou é a tua página que está muito pesada ou é a minha conexão (netcabo...) que tá uma merdita..."

Problema resolvido. Eu por vezes esqueco-me que os leitores deste blog usam ligacoes à internet primitivas, pois a net primitiva é o melhor servico que Portugal tem.

"É uma luta constante para se conciliarem dois feitios diferentes. Não para mudar, mas para conciliar."

E isso é o correcto de se tentar fazer.

  Bruno Fehr

terça-feira, novembro 25, 2008 1:29:00 da tarde

Vício disse...

"sorri ao ler o teu artigo porque me vi na tua opinião!
é banal dizer isto mas é a verdade!"

Um comentário realmente diferente e fora do teu estilo :)

  Bruno Fehr

terça-feira, novembro 25, 2008 1:29:00 da tarde

Sopro do Coração disse...


"Já vi esse brilhar, mas não dos olhos que fazem brilhar os meus."

Isso também acontece.

  Bruno Fehr

terça-feira, novembro 25, 2008 1:33:00 da tarde

Physalia physalis disse...

"25 anos. já fui deixada (1x) e deixei (1x - agora). acredito no amor e por isso deixei-o."

Atitude correcta.

"parece que isso chateia um pouco os machos de pêlo no peito."

Mesmo sem pelo no peito. Isso chateia o idiotas controladores.

"confesso que estou mortinha por ter uma criança, mas também prefiro recorrer a um banco de esperma do que ficar com qualquer um, ou talvez adoptar."

Qualquer opção é melhor do que o "Mr. Wrong" que é normalmente um idiota que dará um mau exemplo de modelo à criança.

"o problema é que em Portugal não o posso fazer se não houver um "pai". é ridículo mas é a mais pura das verdades."

Tenho de investigar o que dizes, pois é inconstitucional e viola liberdades.

  iTec(A)

terça-feira, novembro 25, 2008 2:05:00 da tarde

"Eu acho uma ofensa que uma miúda de 20 anos, ande deprimida porque perdeu o namorado..."
(sao novos ainda nao tem maturidade e tudo é vivido com mais intensidade.
Ninguem gosta que lhe deem com os pes. Mas passa, alias passa mais rapido aos 20 do que uns anitos mais tarde!! :P)

"A mulher vive de ilusões, alimenta-se delas, alimentando-as..."
(so falta dizer que é cabeça de alho chocho, vive no mundo da lua, ansiando ter um romance como na novela das 8h ou das 9 ou seja la quando as novelas começam!Por amor da santa!)


"..Como, e porque raio se perde a fé no amor?"
(é facil, depositas toda a tua força numa relaçao, que acaba por correr mal, ficas escaldado e depois evitas todo risco de passar pelo mesmo ou pior! mais vale prevenir que remediar :P ou entao a politica do, faz aos outros, antes que te façam a ti ...)

"... O relógio faz tic-tac-tic-tac e lá estão elas, com medo que ele pare"
(não acho que seja o relogio biologico, sera mais o medo de ficar só para o resto da vida, assim tem alguem que lhes dará, em principio, o amor incondicional que um filha/o pode dar a uma mae.)

"...amo-te..."
(acho que actualmente nao tem grande valor, uma palavra banalizada)

"Aos 84 estavam casados desde os 19..."
(tempos eram outros, o casamento era visto como algo definitivo e para o resto da vida.
Acho que acima de tudo para se aguentar tanto tempo, tem que haver bastante respeito um pelo outro, admiraçao, carinho. Actualmente respeita-se e tolera-se enquanto houver paciência, quando esta acaba sabes que te podes divorciar e voltar a tentar de novo, ninguem te julga por isso... banalizou-se o casamento tambem :D)

Mas acho que quem, é dado a essas coisas do amor e tal, se acredita não deve desistir...
:D

  Anónimo

terça-feira, novembro 25, 2008 2:11:00 da tarde

investigação feita:
quem pode requerer adopção plena?
- duas pessoas (blábláblá)
- uma pessoa se tiver mais de 30 anos; (já não é mau).

em Portugal não fazem inseminação artificial a mães solteiras (Lei nº 32/2006 - Procriação medicamente assistida).

além de que mesmo adoptando, a criança tem de ter o nome do pai no BI, porque em Portugal não pode haver ninguém com "pai desconhecido".
embora seja uma medida que toma em consideração os direitos da criança em saber quem são os progenitores, é uma medida antiquada e sem nexo.
e nem ir a Espanha adianta porque depois não se pode registar a criança no nosso país.
ou seja: queres filho? então fode um tipo qualquer mas depois não te esqueças de o avisar que a criança tem de ter o nome dele....

  Afrodite

terça-feira, novembro 25, 2008 2:16:00 da tarde

Concordei discordando que eu sou espiríto de contradição ;)!

Uiii quem sabe quem sabe mas é timída a madre! Puxa por ela, pode ser que ouse eheheheh!

Abreijinhossss ;)

  mf

terça-feira, novembro 25, 2008 2:21:00 da tarde

Obrigada pela visão realista da coisa. De facto, há cada vez mais homens a procurar apenas umas pernas abertas. E mulheres que se deixam arrastar por promessas e sussurros.
Difícil, difícil, hoje em dia, é encontar quem fique. Quem olhe nos olhos e se esforce depois de a paixão ter passado. Quem vá à luta. Porque hoje é tudo tão fácil, que mais vale ir à procura de outras pernas abertas do que tentar aprofundar conhecimentos e desenvolver a cumplicidade.

Os casais de velhotes de que falas serão assim: passou a paixão, ficaram as cumplicidades. E a ternura imensa de quem sabe que aquele outro que está ali só podia ser para mim. Tu dizes que não se completam. Aí discordo. Ninguém é perfeito, completo, acabado. E o outro que vem ajuda a descobrir as entranhas, a revelar os cantos. Preenche os vazios, introduz a diferença, acumula-se nos gostos. Por isso é que depois, perante o vazio da morte, quem fica morre também. Falta-lhe um bocado...

  Bruno Fehr

terça-feira, novembro 25, 2008 2:27:00 da tarde

ceptic disse...

"so falta dizer que é cabeça de alho chocho, vive no mundo da lua, ansiando ter um romance como na novela das 8h ou das 9 ou seja la quando as novelas começam!Por amor da santa!"

A mulher apaixonada faz filmes,não as estou a ofender, estou a constatar o facto de serem incapazes de uma observação lógica no que toca a sentimentos.


"sera mais o medo de ficar só para o resto da vida, assim tem alguem que lhes dará, em principio, o amor incondicional que um filha/o pode dar a uma mae."

Mas combater esse medo andando de cama em cama, nao as ajuda em nada!


"tempos eram outros, o casamento era visto como algo definitivo e para o resto da vida."

Aquela atitude nao tem nada a ver com imposições sociais.

  Bruno Fehr

terça-feira, novembro 25, 2008 2:31:00 da tarde

Physalia physalis disse...

"quem pode requerer adopção plena?
- duas pessoas (blábláblá)
- uma pessoa se tiver mais de 30 anos; (já não é mau)."

Sim, duas pessoas e nem precisam de estar casadas, uma pessoa só é colocada no final de lista e se for homem, vai para lista que se encontra no caixote do lixo.

"em Portugal não fazem inseminação artificial a mães solteiras (Lei nº 32/2006 - Procriação medicamente assistida)"

Faz-se lá fora!.

"além de que mesmo adoptando, a criança tem de ter o nome do pai no BI, porque em Portugal não pode haver ninguém com "pai desconhecido"."

Para o registo de uma criança, só é necessária a presença de um progenitor. Se a registares num consulado, nem irá haver confirmacao de identidade.

  Bruno Fehr

terça-feira, novembro 25, 2008 2:32:00 da tarde

Afrodite disse...

"Concordei discordando que eu sou espiríto de contradição ;)!"

Pois, sim, eu já te conto uma história!

"Uiii quem sabe quem sabe mas é timída a madre! Puxa por ela, pode ser que ouse"

Assim o farei :)

  Bruno Fehr

terça-feira, novembro 25, 2008 2:33:00 da tarde

Senhora I.

Vamos lá a exprimir esses sentimentos, estou curioso e tenho a certeza que tem algo a dizer.

Isto de vir ler aqui e não dizer nada, não me soa bem :)

  Afrodite

terça-feira, novembro 25, 2008 2:33:00 da tarde

Crest...

Prometes??? Eheheheh e que história será??? Hmmm???

Quero ver isso!

Abreijinhos :)

  Bruno Fehr

terça-feira, novembro 25, 2008 2:40:00 da tarde

mf disse...

"Difícil, difícil, hoje em dia, é encontar quem fique. Quem olhe nos olhos e se esforce depois de a paixão ter passado."

Isso é verdade!

"Tu dizes que não se completam. Aí discordo."

Eles complementam-se, já sao completos e só pessoas que compreendam que sao completas, encontram o amor. Os restantes que procuram a outra metade, usam-na como se fosse uma muleta. Sendo metade de nós é nossa propriedade, e isso é errado.

"Ninguém é perfeito, completo, acabado."

Ninguém é perfeito, mas entre qualidades e defeitos, somos completos.

"E o outro que vem ajuda a descobrir as entranhas, a revelar os cantos. Preenche os vazios, introduz a diferença, acumula-se nos gostos."

Na vida, nos sentimentos e nao em quem nós somos. Por isso é um complemento.

"Por isso é que depois, perante o vazio da morte, quem fica morreu também. Falta-lhe um bocado..."

Falta-lhe um bocado da vida, da razao de viver e nao um pedaço de si.

  Bruno Fehr

terça-feira, novembro 25, 2008 2:46:00 da tarde

Afrodite disse...

"Prometes??? Eheheheh e que história será??? Hmmm???"

Sei lá, hoje só me apetece escrever sobre cus :) Mas está a faltar-me a inspiração total e dominadora, só tenho partes...

  Afrodite

terça-feira, novembro 25, 2008 2:47:00 da tarde

Ahahahahahahahah epa epa...tu que és anti anal, vê lá se ainda te tornas um adepto daqueles, do melhor ;)!

Abreijinhossss

  Bruno Fehr

terça-feira, novembro 25, 2008 2:49:00 da tarde

Afrodite disse...

"Ahahahahahahahah epa epa...tu que és anti anal, vê lá se ainda te tornas um adepto daqueles, do melhor ;)!"

Nao sou anti-anal, nao quero receber que é para nao ter de dar o meu. Ahahahahaha

  Afrodite

terça-feira, novembro 25, 2008 3:11:00 da tarde

Não precisas de dar o teu...aiii que andas a conhecer mulheres estranhas. Conta-me tudo ehehehhe!

Abreijinhos

  Bruno Fehr

terça-feira, novembro 25, 2008 3:24:00 da tarde

Afrodite disse...

"Não precisas de dar o teu...aiii que andas a conhecer mulheres estranhas. Conta-me tudo ehehehhe!"

O meu medo vem desde isto, que escrevi:

http://so-me-apetece-cobrir.blogspot.com/2007/08/strap-on-e-siga.html

  Pronúncia do Norte

terça-feira, novembro 25, 2008 3:25:00 da tarde

Sem muitas palavras, porque não são precisas.
O texto é lindo e VERDADEIRO!

  Pax

terça-feira, novembro 25, 2008 3:47:00 da tarde

"Quase? AHAHAHAHAHA"

Quase sim; que ainda está para nascer o Homem que me deixe mesmo sem :)

"E onde é que está escrito que o amor tem de ser parvo e inconsciente? É que isso torna-o inconsequente e logo, falhado à partida."

O Amor É parvo e inconsequente.
Quem com ele lida é que o pode não ser.

"Abrir as pernas é um processo mecânico e não sentimental!"

Nem sempre. O botão está do lado sentimental muitas vezes.
(Pronto, já podes dizer que então o botão está do lado errado :)

  Bruno Fehr

terça-feira, novembro 25, 2008 3:48:00 da tarde

Pronúncia do Norte disse...

"O texto é lindo e VERDADEIRO!"

Obrigado

  Bruno Fehr

terça-feira, novembro 25, 2008 3:50:00 da tarde

Pax disse...

"Quase sim; que ainda está para nascer o Homem que me deixe mesmo sem :)"

Ele já nasceu há mais de 30 anos!!!!!

"O Amor É parvo e inconsequente.
Quem com ele lida é que o pode não ser."

Nao concordo!

"Nem sempre. O botão está do lado sentimental muitas vezes."

Se é um botão, é mecânico!


"(Pronto, já podes dizer que então o botão está do lado errado :)"

Nao. O errado é haver um botão!!!

  Demian

terça-feira, novembro 25, 2008 4:02:00 da tarde

É... Realmente, não há mais nada a acrescentar.

Realista, honesto e sincero: a verdade nua e crua, custe o que custar, não vale a pena negá-la ou tentar dissociar-se dela, isto atinge toda a gente sem excepção, por mais que tentemos acreditar que não é bem assim...

Casos como os dos velhinhos, que relatas no início do post, são cada vez mais raros nos dias de hoje. Por isso não admira que sorriamos, comovidos, sempre que a nossa concepção prematura do significado do amor é contrariada, de uma forma tão genuína e inegável como essa...

  Ana

terça-feira, novembro 25, 2008 4:08:00 da tarde

A pressao e muita, Crest e cada vez maior e de varias maneiras, feitios e sabores.
Mas isso acontece principalmente para as mulheres! Nos sofremos essas pressoes constantemente! Coisa que a mim me parece que os homens nao sofram e seja facil dizer:
'A sociedade exerce a pressao que tu admitires.'
Qual a diferenca entre as jovens de hoje e as jovens de uma era em que se namoravam as meninas a janela? Em que se pedia licenca para namorar as meninas? Em que se fizeram os mais belos e sofregos poemas sobre esse Amor que todos nos queremos sentir?
Porque razao as poucas relacoes de Amor de outrora eram tao sofregas mas duradoiras?
Para mim a resposta e o papel da mulher na sociedade!
Nota: Aquilo que tu referes como sendo a ilusao que alimenta as mulheres sempre existiu nao so para as mulheres mas tambem para os homens...depende da sua sensibilidade! Os homens sao apenas mais praticos que as mulheres!
Se reparares tu inicias o teu post com uma miuda que perdeu o namorado...nao um miudo! Depois mencionas uma situacao de Amor em que ela morre e ele vai atras... mais uma em que no restaurante ele ampara a mulher... tudo situacoes praticas... e colocas a mulher numa posicao em que o homem 'sabe amar melhor' do que a mulher... nao sei parece-me!

  Diabólica

terça-feira, novembro 25, 2008 4:40:00 da tarde

Antes de mais, parabéns pelo excelente artigo com que nos presenteias.

Por vezes não são eles/ elas que nunca amaram, mas sim nunca foram amados.

De resto, concordo em género, número e grau com tudo o que disses-te.

A história que contas-te é lindíssima, emocionei-me ao lê-la.

Isso, sim é o amor, sem dúvidas.

Beijinhos.

  Pax

terça-feira, novembro 25, 2008 4:57:00 da tarde

"Ele já nasceu há mais de 30 anos!!!!!"

Só se vive na China e fala mandarim. E não, à China a pé eu não iria :)

"Nao concordo!"

Um dia teria de acontecer ;)

"Se é um botão, é mecânico!"

O da rosa também não é macânico e não deixa de ser um botão.

"Nao. O errado é haver um botão!!!"

Sem botão não há click! Para haver click tem de haver botão!

:)

  iTec(A)

terça-feira, novembro 25, 2008 5:11:00 da tarde

"Crest© disse...
... estou a constatar o facto de serem incapazes de uma observação lógica no que toca a sentimentos."
(LOL, desisto...)

"Mas combater esse medo andando de cama em cama, nao as ajuda em nada!"
(Ao menos andam entretidas :P!
Não, claro que não ajuda, reduz a sua auto-estima...)


"Aquela atitude nao tem nada a ver com imposições sociais."

(não era bem isso que queria dizer.
Estava a pensar mais no valor que davam ao acto de casar com alguém. Antigamente, era diferente, de certa forma diria que levavam aquilo mais a sério, que agora...
Dá a sensaçao de não haver tantos conflitos antes como há agora...)

  Papinha

terça-feira, novembro 25, 2008 5:20:00 da tarde

Apenas...subscrevo!

Beijinhos
P@pinh@

  Ana

terça-feira, novembro 25, 2008 5:43:00 da tarde

Já tá mais rápida a abrir, mas ainda demora um cadito :(. O melhor que se arranjará é o MEO =D.

  Ana

terça-feira, novembro 25, 2008 5:52:00 da tarde

O quê? eu não dou o meu se não mo derem também (e como sei que não dá...ah ah ah!).

Discordo quando se diz nos comentários (lá tou eu armada em mirone, que se há-de fazer, há males sem cura...) que na velhice já não há paixão mas cumplicidade. Claro que há paixão! Os idosos também sentem e têm! E a cumplicidade é algo que tem de existir em qualquer relação e que, aliás, faz parte do leque de sentimentos que caracterizam o estado "amor".

O amor existe, sim. Algures, como diz a minha mãe, há a ovelha para a nossa parelha. Mas também é preciso estar-se disposto a deixá-lo entrar e a lutar por ele. O problema, é apenas que se trata de duas pessoas diferentes; por vezes são diferenças que tornam a convivencia impossivel (olha, mas até há solução pra isso: cada um com a sua casa!). Outras vezes, pura e simplesmente desiste-se de lutar. O ser humano é fraco e desiste há menor das dificuldades. A pensar assim já eu me tinha separado há que tempos...ou ele.

  Feitiozinho

terça-feira, novembro 25, 2008 8:07:00 da tarde

Sabes, acho que todos nós passamos pela fase da parvoeira, dizemos que amamos,sonhamos e encontramos a pessoa certa até que chega o dia e descobrimos que a pessoa certa afinal era uma pessoa que naquela altura até pareceia ser certa...

Para mim o truque está em deixar de procurar, simplesmente ser encontrado... e quando pensamos que encontramos algo realmente bom só temos que deixar andar, sem stress, sem confusões e ilusões... e se durar os tais 50 anos é porque no final da vida realmente amamos e valeu a pena! :)

  ipsis verbis

terça-feira, novembro 25, 2008 10:09:00 da tarde

Muito bom. E dois exemplos que deste, imagino-os lindos.

  mf

terça-feira, novembro 25, 2008 10:34:00 da tarde

A Van:
Só para esclarecer que quando digo que, nos casais idosos, 'passou a paixão, ficaram as cumplicidades', não pretendia excluir o desejo e a vontade de eles estarem juntos (fisicamente, entenda-se). É óbvio que os mais velhos também sentem. Eu espero que o meu desejo dure até ao fim. Quando falei de paixão (se calhar não usei o vocábulo correcto), estava a falar daquele desejo intenso e louco que nos faz partir a cama se necessário e que, por norma, vai acalmando com a idade, dando lugar a uma sensualidade mais serena (mas não menos agradável, não menos compensadora). Vai-se a paixão louca, fica a sensualidade e a cumplicidade. Se calhar é a frase que devia estar.

  mf

terça-feira, novembro 25, 2008 10:34:00 da tarde

Ao Crest©:

“Ninguém é perfeito, mas entre qualidades e defeitos, somos completos.”

Volto a discordar. Talvez seja uma questão relacionada com o que significa ser ‘completo’. Uma coisa completa é uma coisa acabada. É total, está cheia de si, não tem lacunas, lugares vazios. Por isso se emprega com sinónimo de ‘absoluto’, ‘perfeito’. Ora, por definição, o ser humano não pode ser completo. Não só porque tem defeitos; também porque, ao percorrer a vida, vai aprendendo novas coisas. Ou seja, vai aprendendo, amadurecendo. Vai-se completando.
Se tu me disseres que as pessoas se devem bastar a si mesmas, isso é outra coisa e concordo. Uma pessoa deve bastar-se a si mesmo antes de procurar outra. Mas isso é ser autónomo, ordenado, harmonioso, assertivo. É viver bem consigo mesmo. Só quem o faz consegue dar-se, consegue amar.



“Eles complementam-se, já são completos e só pessoas que compreendam que são completas, encontram o amor.”

Encontro aqui a contradição que me dá razão. ‘Complementar’ é completar alguma coisa. Ou seja, se duas pessoas se complementam é porque se completam. Se se completam não estão, em si, completas.



“Os restantes que procuram a outra metade, usam-na como se fosse uma muleta.”

O errado é isso: usar o outro como muleta. Uma pessoa que se conhece e se aceita como é não precisa de muletas. Precisa de alguém que a enriqueça e é o que busca num complemento. O outro não é uma muleta. É um tesouro a preservar. É esta admiração (a adoração que reconheceste e queres para ti) que faz alguns casais amarem-se até ao fim.



“Sendo metade de nós é nossa propriedade, e isso é errado.”

Concordo plenamente. Ver o outro com nossa propriedade é errado. É cercear-lhe a liberdade. Quem o faz não ama, domina.





Disse eu: "E o outro que vem ajuda a descobrir as entranhas, a revelar os cantos. Preenche os vazios, introduz a diferença, acumula-se nos gostos."
Disseste tu: “Na vida, nos sentimentos e não em quem nós somos. Por isso é um complemento.”

A minha vida é um espelho do que eu sou. Os sentimentos não são coisas, são aquilo que eu sou. Isto é parte do que eu sou. Se o outro me complementa aí, como tu dizes, completa o que eu sou.


“Falta-lhe um bocado da vida, da razão de viver e não um pedaço de si.”

Concordo. Se fisicamente falando, não lhe falta nada. Mas falta o complemento a nível de sentimentos, de afectos. Falta o que preenche, o que completa. Logo, falta-lhe um bocado. Por isso se morre de amor…

  Ana

terça-feira, novembro 25, 2008 10:49:00 da tarde

mf, ok :)) pois, nessas idades os ossitos já não perdoam lol :) De qq das formas, a paixão louca só existirá nos primeiros momentos do enamoramento, com a mesma pessoa, depois passa. E passam a existir momentos de paixão, que são quando quisermos (e a vida deixar...), e às vezes dão vontade de partir a cama dão =D. :)

  Ana

terça-feira, novembro 25, 2008 10:57:00 da tarde

Amor, é quando se fazem planos para daqui a vinte ou trinta anos. :)))

Fizeste-me lembrar uma série de bonecadas que se chama "amor é".

Só me lembro de duas porque estavam penduradas no quarto dos meus pais: "amor é estarem horas juntos sem terem de conversar"; "amor é ficar triste quando o outro parte de avião" (mais virgula menos virgula).

O amor não é uma coisa. São muitas coisas juntas.
Se o par se completa ou complementa? Totalmente, não. Hão-de haver defeitos dos dois que não se contrabalançam, porque as pessoas não são perfeitas. Mas há pontos em que se complementam: eu sou impulsiva, ele pensa demasiado; ou, ele super-organizado, eu sou desorganizada. Neste aspecto concreto, por exemplo, eu trouxe-lhe alguma impulsividade e ele trouxe-me alguma sensatez :D. Eu trouxe-lhe alguma desorganização e ele trouxe-me a organização.
Amor, é quando fazemos as diferenças aproximarem-nos, e não separarem-nos. =)

  Anónimo

terça-feira, novembro 25, 2008 10:58:00 da tarde

"O meu pai encontrou o amor aos 40 anos."

Eu acho muito bem que encontrem o amor nessa idade ou em qualquer outra.
Enquanto o corpo permitir desovem à vontade!!!

O que é chato é que ao terem filhos nessa idade, facilmente confundem o papel de pais, com o de avós.

Eu tenho um grande amigo, cujos pais se casaram ja na casa dos 40s, ambos divorciados e com filhos dos casamentos anteriores , esses filhos ja tinham filhos e alguns deles ja iam na 2º volta!

Nasceu ele, agora tem a minha idade, o pai ja morreu e morreu de velhice.
A mãe tambem ja tem os tradicionais problema inerentes à idade e trata-o como trata os netos, ele é filho, não é neto...
A minha mãe ja teve a minha irma bastante tarde tambem, e eu tambem noto isso.
A maneira como ela me educou a mim é completamentamente diferente da maneira como educa a minha irma.
Ela trata a minha irma, como a minha avó me trata a mim.

È da idade? O nivel de maturidade que atingem permite-lhes ver a vida de outra maneira, logo tratar os filhos de outra maneira?

è melhor sermos filhos ou netos?

chii

  Ana

terça-feira, novembro 25, 2008 11:02:00 da tarde

Queres ouvir uma coisa engraçada? Por causa do teu poste, dei comigo a querer celebrar esse amor, a achar-me sortuda. Traduziu-se somente em ser mais carinhosa e amorosa que o costume, e até em usar uma palavra que já não usava há algum tempo :) É bom ver os olhos do outro a brilharem. :-)

  mf

quarta-feira, novembro 26, 2008 12:56:00 da manhã

Van:
Eu sei que o amor é muitas coisas. Para mim, é tudo aquilo que o par queira e é diferente de casal para casal.
Concordo plenamente contigo quanto à complementaridade. É ela que nos permite ver no outro um tesouro.
E fico contente por ter provocado em ti vontade de celebrar esse amor. Só por isso já valeu a pena o post... :)

  mf

quarta-feira, novembro 26, 2008 1:20:00 da manhã

Olhando para as horas, os agradecimentos da Van são para o Crest... looooool!
Eu não te quero roubar nada! E ainda te agradeço teres-me feito pensar! ;)

  Teté

quarta-feira, novembro 26, 2008 1:58:00 da manhã

Adorei!

Mas isso das miúdas de 18/20 anos ficarem deprimidas com o fim de um namoro parece que é praga! Uma que conheço acabou com o estafermo do namorado, que andava a controlá-la a todas as horas, com uns amigalhaços a servirem de "espiões", se a miúda sorrisse a um colega de turma já sabia que havia cena de ciumeira. Mesmo assim, está deprimidíssima, quase não sai de casa e da cama, como se o mundo estivesse prestes a acabar...

Também me comove mais ver um casal de idosos ternurento um com o outro, do que jovens engalfinhados em grandes beijos insaciáveis. A tesão passa, o verdadeiro amor não!

E, se queres que te diga, as verdadeiras declarações de amor são silenciosas, notam-se num gesto, num carinho, no tal brilhozinho nos olhos e não em grandes e palavrosos discursos (sabe-se lá se retirados de um poema ou de uma canção).

Enquanto não se encontra o/a tal, pois, cada um toma as suas opções... :)))

  André

quarta-feira, novembro 26, 2008 2:02:00 da manhã

Por isso é que muitas pessoas experimentam muitas vezes na procura de encontrar o verdadeiro amor, mas parece que depois nunca é bem aquilo que afinal procuravam e partem par outro. Mas como vamos saber então que o encontrámos!? Sempre que o tivermos a experiênciar pensamos se afinal não poderá estar noutro sitio. nunca poderemos saber com certeza, por isso nunca podemos dizer que temos um verdadeiro amor, mas podemos sim fazer tudo por aquele que temos.

  ipsis verbis

quarta-feira, novembro 26, 2008 2:24:00 da manhã

Acredito que todos os que comentam aqui já tenham passado os 20 anos. E acredito também que todos já passaram pela depressão, (na altura esta palavra era muito forte, hoje deprimimo-nos por menos) de "perder" o outro, algures nessa idade. É claro que sofrem e pensam que o mundo para eles acabou! Não é à toa que se fala do primeiro beijo e do primeiro amor com carinho. É natural que se sofra mais. É a primeira vez.
Parecemos velhos do restelo, mas a falar mal de nós próprios.
Ai a hipocrisia... :)

  Lize

quarta-feira, novembro 26, 2008 2:31:00 da manhã

Não acho "anormal" ou ofensivo que alguém de 20 anos esteja deprimida por ter perdido o namorado. Era esquisito se não estivesse. Agora entre uma recaída emocional de algum tempo e uma depressão para a vida, ou dizer que o amor não existe, já vai uma grandeeee distância. Isso, concordo plenamente contigo... Se fosse mesmo amor verdadeiro, não tinha acabado assim. O amor verdadeiro, ultrapassa todas as barreiras... Ou assim eu quero acreditar.
E também quero acreditar que há homens que dizem "amo-te" de verdade, sentido, e não de forma a abrir mais umas conas. Há aqueles que se olharmos para os olhos, para os lábios... Está lá bem presente.

Beijocas

  Anónimo

quarta-feira, novembro 26, 2008 10:57:00 da manhã

Eu não acho insultuoso uma miúda de 20 anos sentir-se deprimida porque perdeu o namorado. (estou a falar de situações normais e não de situações limite)
Acho que, mais coisa menos coisa, todos passámos por isso um dia. Acontece que o tempo relativiza tudo. Crescemos, amadurecemos (de preferência) e passamos a ver as coisas de outra maneira, com a sua verdadeira dimensão.
Como em quase tudo na vida há coisas que temos de aprender por nós, no nosso tempo. Não adianta nada chegarmos ao pé de uma miúda numa situação dessas e dizer-lhe que aquilo passa, que tem uma vida pela frente e que muitas pessoas vão passar por ela, e que um dia vai encontrar o/a tal. Ela manda-nos à merda como eu mandaria se tivesse a idade dela.
Um dia escrevi que nós somos o "mapa das nossas feridas". É com as nossas feridas que aprendemos e amadurecemos e cada um tem uma visão especial das suas vivências, das suas experiências, e chega às suas próprias conclusões. Não é possível passar por cima desse "penoso" processo.
Falo por mim, claro(!), e lembro-me bem, numa situação ou outra (e não necessariamente por ter perdido o namorado), do que sentia quando me aparecia alguém mais velho com o seu tom paternalista a querer fazer-me ver que era ridículo o que eu estava a sentir(!).
O que nos leva hoje a pensar que essas reacções são ridículas é já termos passado por elas e outras, e mais outras, que nos foram mostrando a verdadeira dimensão de cada uma...
Foi a tua experiência de vida que te fez chegar a essas conclusões. Há pessoas que levam mais, outras menos tempo a aprender. Mas o que importa é que cada um aprenda no seu tempo.
Quanto ao resto... não sou de paixões (se algum dia fui devia ter 15 ou 16 anos :) ). Não consigo separar o amor da serenidade, da cumplicidade, da ternura, da amizade, do respeito, da tolerância. Nunca fui ciumenta nem possessiva e estes são sentimentos que me custa perceber.
Os filhos podem ser importantes (são importantes) mas não são tudo e não são concerteza a chave para tudo. Não sei o que é mais difícil se um casamento com filhos, ou um casamento sem filhos. O meu não tem filhos e não lhe acrescentava nada. Estou bem assim, estamos bem assim, e já passaram 22 anos...

PS: desculpa o "tamanho" do comentário mas tive tantas interrupções que perdi a noção...

  iTec(A)

quarta-feira, novembro 26, 2008 1:08:00 da tarde

ps- versao de ROAD dos portishead é "mais melhor boa..." que esta ;)

  Ana

quarta-feira, novembro 26, 2008 1:23:00 da tarde

LOOOL, Mf, no fundo sao para todos os que intervêm na discussão, pq todos nos fazem pensar. Bem ou mal, mas fazem loool.

  A Mor..

quarta-feira, novembro 26, 2008 2:06:00 da tarde

Devo dizer que concordo contigo.
Quando se refere a ilusão, é uma delas. De fato isto acontece com a maioria das mulheres, e o que vejo, é que não é só com as jovens. Inúmeras vezes com aquelas que julgamos ‘maduras’.
Eu penso que, isso é resultado de influências; a partir do momento que nascemos é pregado o conto de fadas, como se tivéssemos que ficar a espera do príncipe encantado que a qualquer momento pode bater em nossa porta e surpreender todas as nossas expectativas.
Desse modo, ficamos lá a sua espera, e quando batem ficam sempre a porta, pois não se permitem entrar ou lá dentro não há nada interessante para despertar o desejo de estar.
Assim, quando se vão acaba por deixar grandes estragos não por ele ter alimentado suas fantasias, mas sim por ela fantasiar demais.

O sexo é outra questão, que boa parte das mulheres também não consegue assimilar bem. Pois pra ela sexo e amor estão interligados. Como se sexo sem amor não fosse possível, permitido... prazeroso. Não sabendo diferenciar isso, acaba acarretando uma serie de descontentamento e frustrações.
As mulheres precisam se libertar disso, são ideologias impostas num tempo distante, quando as mulheres só podiam ter relações após o casamento. E caso tivesse relações com mais de um parceiro, seria vista como impura.
O passado se relaciona com o presente que por conseqüência se relacionara com o futuro.

E quanto ao amor, eu creio nele. Mas só existe quando nos permitimos... quando nos permitirmos nos perder no labirinto de alguém, ou entrar na casa do coração e não se importar com a bagunça dele. Pois o amor é uma bagunça, tem vestígios da pessoa amada por todos os lados. Sem entrega, não há amor. E o que ocorre é isso, ninguém mais quer se entregar, na verdade é o que mais desejam, mas não o fazem por medo de se frustrarem. Então, não se arriscam e os seus olhos se fecham sem brilharem sequer uma única vez.

Se despir é preciso, enquanto andarmos cheios de penduricalhos pelo corpo, não nos permitiremos ser felizes, quer seja no amor ou consigo mesmo.

  Bruno Fehr

quarta-feira, novembro 26, 2008 3:20:00 da tarde

Gravepisser disse...

„Casos como os dos velhinhos, que relatas no início do post, são cada vez mais raros nos dias de hoje. Por isso não admira que sorriamos, comovidos, sempre que a nossa concepção prematura do significado do amor é contrariada, de uma forma tão genuína e inegável como essa...“
Acho que mais do que sorte, ele procuraram e deixaram-se encontrar, sem bemque o factor sorte tem influencia.

  Bruno Fehr

quarta-feira, novembro 26, 2008 3:21:00 da tarde

Ana disse...

„Coisa que a mim me parece que os homens nao sofram e seja facil dizer:
'A sociedade exerce a pressao que tu admitires.'“

Isso nao é verdade, queres um exemplo? A luta da mulher contra a imagem de mulher objecto, mas em contradicao usam do „objecto“ corpo para controlarem ou obterem vantagens sobre o homem.
É fácil culpa a sociedade quando nao nos queremos culpar a nós. A mulher é quem mais luta pelas suas liberdades, mas é a própria mulher que mina o seu próprio caminho.

„Qual a diferenca entre as jovens de hoje e as jovens de uma era em que se namoravam as meninas a janela? Em que se pedia licenca para namorar as meninas? Em que se fizeram os mais belos e sofregos poemas sobre esse Amor que todos nos queremos sentir? „

Sim mas depois de casar era porrada nelas, agora temos o divorcio como substituto.

„Porque razao as poucas relacoes de Amor de outrora eram tao sofregas mas duradoiras?“

Havia mais respeito, mais fidelidade. Havia traicoes, mas hoje achamos que nao devemos trair o parceiro, naquele temo nao era um questao de serem falsos com o parceiro, mas sim serem falsos com eles/elas próprios onde era usada a religiao.

„Nota: Aquilo que tu referes como sendo a ilusao que alimenta as mulheres sempre existiu nao so para as mulheres mas tambem para os homens...depende da sua sensibilidade! Os homens sao apenas mais praticos que as mulheres!“

Os homens sao lógicos as mulheres abstractas, daí elas se deixarem levar por idealizacoes e sonhos enquanto o homem está lúcido. Esta (a mente lógica) é das unicas vantagens que o homem tem. Pelo menos temos uma e forte.

„Se reparares tu inicias o teu post com uma miuda que perdeu o namorado...nao um miudo! Depois mencionas uma situacao de Amor em que ela morre e ele vai atras... mais uma em que no restaurante ele ampara a mulher... tudo situacoes praticas... e colocas a mulher numa posicao em que o homem 'sabe amar melhor' do que a mulher... nao sei parece-me!“

Mas é essa a questao, inicio o texto com a menina cheia de sonhos, contos de fadas etc. Uma mulher ama, ama rápido e intensamente, mas quantas mulheres nao amam e deixam de amar? IMENSAS! Pois sonham que amam e acreditam nos sonhos. O homem quando ama, quando coloca de parte a sua lógica e se deixa levar por sonhos, ama como um cao... para sempre!
Mas de facto que o homem que ama é raro, e por isso die 2 exemplos de homens raros.

  Bruno Fehr

quarta-feira, novembro 26, 2008 3:22:00 da tarde

Diabólica disse...

„Por vezes não são eles/ elas que nunca amaram, mas sim nunca foram amados.“

Exacto.

  Bruno Fehr

quarta-feira, novembro 26, 2008 3:22:00 da tarde

Pax disse...
"Só se vive na China e fala mandarim. E não, à China a pé eu não iria :)“
Iria eu, mas de facto ele vive na Alemanha e já reparei que depois deste textos encontraste inspiracao para continuares a discutir um outro. Vamos a isso!

„O da rosa também não é macânico e não deixa de ser um botão.“
A sério? E como é que o botao de rosa abre? Electrónicamente?

„Sem botão não há click! Para haver click tem de haver botão!“

Click, click, click e acredita que nao tem botoes. Seria tao simples se tudo tivesse um botao, chagaria ao pé de ti e farim um „off“, sorry, volta a ligar-te dentro de 10 minutos! Ahahahahaha

  Bruno Fehr

quarta-feira, novembro 26, 2008 3:22:00 da tarde

ceptic disse...
"(LOL, desisto...)“
O amor é dos assuntos que homem e mulher nunca vao concordar, somos diferentes, vemos as coisas de forma diferente e amamos de forma diferente.

"(não era bem isso que queria dizer.
Estava a pensar mais no valor que davam ao acto de casar com alguém. Antigamente, era diferente, de certa forma diria que levavam aquilo mais a sério, que agora...
Dá a sensaçao de não haver tantos conflitos antes como há agora...)“

Antigamente como presente de casamento as mulheres ganhavam o direito uma surra diária. Nao me parece que aqueles casais tenham vivo assim.
Aqueles sao a bela excepcao, à triste realidade

  Bruno Fehr

quarta-feira, novembro 26, 2008 3:23:00 da tarde

Papinha disse...
:D

  Bruno Fehr

quarta-feira, novembro 26, 2008 3:23:00 da tarde

Van disse...

„Já tá mais rápida a abrir, mas ainda demora um cadito :(. O melhor que se arranjará é o MEO =D.“

Entao a arranja lá o TEO que eu fico com a minha queria Alice que nunca fica lenta.

„Discordo quando se diz nos comentários (lá tou eu armada em mirone, que se há-de fazer, há males sem cura...) que na velhice já não há paixão mas cumplicidade. Claro que há paixão! Os idosos também sentem e têm! E a cumplicidade é algo que tem de existir em qualquer relação e que, aliás, faz parte do leque de sentimentos que caracterizam o estado "amor".“

Mas dizer isto é o normal. Quando se tem como exemplos amores de verao, como é possível acreditar em amores de 60 anos?

  Bruno Fehr

quarta-feira, novembro 26, 2008 3:24:00 da tarde

Feitiozinho disse...

„Sabes, acho que todos nós passamos pela fase da parvoeira, dizemos que amamos,sonhamos e encontramos a pessoa certa até que chega o dia e descobrimos que a pessoa certa afinal era uma pessoa que naquela altura até pareceia ser certa...

Para mim o truque está em deixar de procurar, simplesmente ser encontrado... e quando pensamos que encontramos algo realmente bom só temos que deixar andar, sem stress, sem confusões e ilusões... e se durar os tais 50 anos é porque no final da vida realmente amamos e valeu a pena! :)“

Mas andamos cegos. Por vezes lá bem no fundo sabemos que é a pessoa certa, mas queremos um pouco mais de físico, um pouco mais de cu e depois dá em merda!

  Bruno Fehr

quarta-feira, novembro 26, 2008 3:24:00 da tarde

ipsis verbis disse...
„Muito bom. E dois exemplos que deste, imagino-os lindos.“

E sao.

  Bruno Fehr

quarta-feira, novembro 26, 2008 3:28:00 da tarde

mf disse...

“Concordo plenamente. Ver o outro com nossa propriedade é errado. É cercear-lhe a liberdade. Quem o faz não ama, domina.“

Entao nao vamos procurar metades, vamos procurar pessoas!


„Concordo. Se fisicamente falando, não lhe falta nada. Mas falta o complemento a nível de sentimentos, de afectos. Falta o que preenche, o que completa. Logo, falta-lhe um bocado. Por isso se morre de amor…“

Mas a componete sentimental nao faz com que nao sejamo completos desde o momento em que nascemos. Somos sempre completos, nao precisamos de metades, mas somos imperfeitos e só uma outra pessoa completa a entrar em fusao ou conflito connosco, poderá ajudar-nos a melhorar essa componente sentimental defeituosa. a discordar. Talvez seja uma questão relacionada com o que significa ser ‘completo’.

"Uma coisa completa é uma coisa acabada. É total, está cheia de si, não tem lacunas, lugares vazios.“

A partir do momento que nasces com cabeca tronco e membros, estás completa independentemente de seres perfeita ou nao.
O que tu falas é do completo como perfeito. Mas nada é perfeito mas pode ser completo. Um carro é vendido depois de estar completo, mudas-te para uma casa, depois de ela estar feita, completa, no entanto nao significa que o carro nao avarie ou a casa nao tenha infiltracoes.

„Por isso se emprega com sinónimo de ‘absoluto’, ‘perfeito’. Ora, por definição, o ser humano não pode ser completo.“

Lá está, considero a tua definicao de „completo“ uma definicao romantica e nao gramatical. É a diferenca entre o pensamento lógico masculino e o abstracto feminino. Ambos correctos mas contraditorios.

„Se tu me disseres que as pessoas se devem bastar a si mesmas, isso é outra coisa e concordo. Uma pessoa deve bastar-se a si mesmo antes de procurar outra. Mas isso é ser autónomo, ordenado, harmonioso, assertivo. É viver bem consigo mesmo. Só quem o faz consegue dar-se, consegue amar. „

Ou seja é ser-se completo :)

“Encontro aqui a contradição que me dá razão. ‘Complementar’ é completar alguma coisa. Ou seja, se duas pessoas se complementam é porque se completam. Se se completam não estão, em si, completas.“

Ora nao concordo. O condutor que é um ser humano completo desde que nasca normal, complementa um carro que por sí está completo visto que está à venda. Ora tanto o homem como o carro sozinhos estao completos mas juntos fazem coisas que sozinhos lhes sao impossíveis.
Um homem é completo, um cao é completo, ambos vivem bem um longe do outro, mas juntos mudam a vida um do outro.
É este o sentido da coisa



„O errado é isso: usar o outro como muleta. Uma pessoa que se conhece e se aceita como é não precisa de muletas. Precisa de alguém que a enriqueça e é o que busca num complemento. O outro não é uma muleta. É um tesouro a preservar. É esta admiração (a adoração que reconheceste e queres para ti) que faz alguns casais amarem-se até ao fim.“

Mas nao estar completo e precisar da outra metade, é precisar de uma muleta ou prótese.

  Bruno Fehr

quarta-feira, novembro 26, 2008 3:28:00 da tarde

Van disse...

„Amor, é quando se fazem planos para daqui a vinte ou trinta anos. :)))“

Isso nao é amor é ilusao. O amor é quando se vive o momento de amor a 100% como se o mundo fosse acabar amanha. Fazer planos para daqui a 20 anos é perder tempo no presente que poderia ser passado a amar.

  Bruno Fehr

quarta-feira, novembro 26, 2008 3:29:00 da tarde

Anónimo chii disse...
"Eu acho muito bem que encontrem o amor nessa idade ou em qualquer outra.
Enquanto o corpo permitir desovem à vontade!!!“
O amor nao é sexo, o sexo é só uma saborosa componente.

„O que é chato é que ao terem filhos nessa idade, facilmente confundem o papel de pais, com o de avós.“
Nao me parece que seja muito comum, quem inicia uma relacao aos 40 anos, sentir a necessidade de ter filhos, até porque em 99% dos casos já teem filhos grandinhos.
Encontrar o amor ao 40 anos, nao é ter a primeira namorada aos 40 anos. É simplesmente o final de relacoes fisicas e de viver mentiras.

„Nasceu ele, agora tem a minha idade, o pai ja morreu e morreu de velhice.“
Isso é irresponsabilidade dos pais, foder sem cuidado e se nascer um puto, que se foda!

„è melhor sermos filhos ou netos?“
Depende se sao melhores pais ou avós. A minha avó foi melhor mae para mim do que a minha mae foi mae ou avó.

  Bruno Fehr

quarta-feira, novembro 26, 2008 3:29:00 da tarde

Van disse...
„Queres ouvir uma coisa engraçada? Por causa do teu poste, dei comigo a querer celebrar esse amor, a achar-me sortuda. Traduziu-se somente em ser mais carinhosa e amorosa que o costume, e até em usar uma palavra que já não usava há algum tempo :) É bom ver os olhos do outro a brilharem. :-)“
Já serviu para alguma coisa. Ele que envie o cheque por correio. Sim pois foram 150 euros de conselheiro matrimonial que pouparam. Ahahahahahaha

  Bruno Fehr

quarta-feira, novembro 26, 2008 3:30:00 da tarde

Teté disse...

„Mas isso das miúdas de 18/20 anos ficarem deprimidas com o fim de um namoro parece que é praga! Uma que conheço acabou com o estafermo do namorado, que andava a controlá-la a todas as horas, com uns amigalhaços a servirem de "espiões", se a miúda sorrisse a um colega de turma já sabia que havia cena de ciumeira. Mesmo assim, está deprimidíssima, quase não sai de casa e da cama, como se o mundo estivesse prestes a acabar...“

Acho que se pensa que é tao obrigatório ficarem deprimidas, como é obrigatório terem namorado.

  Bruno Fehr

quarta-feira, novembro 26, 2008 3:39:00 da tarde

PsYcHo_MiNd disse...

„Por isso é que muitas pessoas experimentam muitas vezes na procura de encontrar o verdadeiro amor, mas parece que depois nunca é bem aquilo que afinal procuravam e partem par outro. Mas como vamos saber então que o encontrámos!?“

Quando antes de procurar defenicoes romanticas de livros e filmes, procuremos que o que queremos e para isso, temos de nos conhecer primeiro.

  Bruno Fehr

quarta-feira, novembro 26, 2008 3:39:00 da tarde

ipsis verbis disse...

„Acredito que todos os que comentam aqui já tenham passado os 20 anos. E acredito também que todos já passaram pela depressão, (na altura esta palavra era muito forte, hoje deprimimo-nos por menos) de "perder" o outro, algures nessa idade. É claro que sofrem e pensam que o mundo para eles acabou! Não é à toa que se fala do primeiro beijo e do primeiro amor com carinho. É natural que se sofra mais. É a primeira vez.
Parecemos velhos do restelo, mas a falar mal de nós próprios.
Ai a hipocrisia... :)“

Nao, eu nunca entrei em depressoes sem sentido por namoros, eu refirmo-me ao facto de haver pessoas que ficam depreimidas após TODAS as suas relacoes.

  Bruno Fehr

quarta-feira, novembro 26, 2008 3:40:00 da tarde

Lize disse...

„Não acho "anormal" ou ofensivo que alguém de 20 anos esteja deprimida por ter perdido o namorado. Era esquisito se não estivesse.“

Nao cortes a mensagem, pois perde o sentido, Eu disse que chegam ao ponto de desistir do amor, Isso é muito, muito esquisito.

„E também quero acreditar que há homens que dizem "amo-te" de verdade, sentido, e não de forma a abrir mais umas conas. Há aqueles que se olharmos para os olhos, para os lábios... Está lá bem presente.“

O que é que está bem presente? O que eles sentem ou o que elas querem que ele sinta?
Um homem pode-o dizer e sentir, mas será raro muito raro e se for realmente sentido poderá ser único. Uma coisa é certa, o homem que o diz regularmente, já nem sabe o que diz, quanto mais sentir.

  Bruno Fehr

quarta-feira, novembro 26, 2008 3:40:00 da tarde

ines disse...
„Acho que, mais coisa menos coisa, todos passámos por isso um dia.“

Ao ponto de desistir do amor? Nao me parece.

„Foi a tua experiência de vida que te fez chegar a essas conclusões. Há pessoas que levam mais, outras menos tempo a aprender.“
Mas há as que nunca aprendem.

  Bruno Fehr

quarta-feira, novembro 26, 2008 3:40:00 da tarde

ceptic disse...

„ps- versao de ROAD dos portishead é "mais melhor boa..." que esta ;)“

Já nao consigo ouvir Portished e ouvir este gajo a cantar algo assim, é unico visto que a area dele é o metal.

  Feitiozinho

quarta-feira, novembro 26, 2008 5:38:00 da tarde

Ora pois, mas um rabiosque bem jeitoso às vezes deixa uma tipa balheilhas!

Mas aí é que está a diferença, enquanto não encontrarmos aquele ou aquela vamos treinando para chegarmos à perfeição :D

  Ana

quarta-feira, novembro 26, 2008 5:47:00 da tarde

E verdade sim , Crest, o papel da mulher na sociedade mudou muito (e porque nos fizemos por isso, sim tambem) nos as mulheres temos que ser maes, mulheres, amantes, magras e sem celulite, profissionais (seja em casa ou numa empresa), amigas, companheiras, etc... e os homens nao! O papel do homem pouco mudou nos anos que passam, o pouco que me lembro neste momento e o papel de pai e de companheiro, e mesmo os poucos que o vao fazendo se ha um dia que nao lhes apetece existe sempre um amparo...nos!
Essa pressao vem da sociedades, sim! E claro que tambem vem de nos mesmas pelos seres abstractos que somos! Mas essa pressao comeca na sociedade, sim porque desde pequeninas que somos ensinadas que no futuro teremos que ser assim: boas maes e boas esposas ( com tudo o que isso acarreta), a pressao comeca cedo e por isso nao e facil!!
E qual e a forma mais facil de viver a pressao?

Assim o post resume se a isso, a forma de amar dos homens e das mulheres, certo?

  Ana

quarta-feira, novembro 26, 2008 5:58:00 da tarde

Quando tens uma relação, se amas, inevitavelmente fazes planos. Porque é com aquela pessoa que queres envelhecer. Amar também é isso.
Fazer planos pró futuro não invalida que se viva o presente, ora! :-p

Amor de Verão não é amor, é tesão.

  Ana

quarta-feira, novembro 26, 2008 6:00:00 da tarde

Olha ele a querer extorquir patacas aos incautos transeuntes!!! :o

Matrimónio? Infelizmente, aos olhos de alguns, não é. Mas, como aos olhos de quem interessa não há a necessidade de rótulos, olha, é cagando e andando.

  Anónimo

quarta-feira, novembro 26, 2008 6:06:00 da tarde

:(
Pois é verdade!
...
Pois concordo ainda mais a 100% na adopção de crianças... E na parte dos pais filhos da puta (como o meu) que eu rejeitei a partir de certa idade.
Tens sempre razão tu! Fodasse que até irrita!!! LOLOLOL

  Pax

quarta-feira, novembro 26, 2008 8:00:00 da tarde

"Iria eu, mas de facto ele vive na Alemanha"

Então deve ser algum gajo que só fala alemão, coisa que eu também não entendo ;)

"e já reparei que depois deste textos encontraste inspiracao para continuares a discutir um outro. Vamos a isso!"

Bóra lá, já não me vences, eu estou inspirada!

"E como é que o botao de rosa abre? Electrónicamente?"

Abre com o brilho dos olhares... ah, desculpa, queria dizer do sol :)

"Seria tao simples se tudo tivesse um botao, chagaria ao pé de ti e farim um „off“, sorry, volta a ligar-te dentro de 10 minutos! Ahahahahaha"

Ahahahahah, já precisas de botão para me venceres?!
Tás muito fraquinho!

:)

  Bruno Fehr

quinta-feira, novembro 27, 2008 12:10:00 da manhã

Feitiozinho disse...

"Ora pois, mas um rabiosque bem jeitoso às vezes deixa uma tipa balheilhas!"

E é ao ficar balhelhas por um rabo, que o ideal pode passar despercebido.

"Mas aí é que está a diferença, enquanto não encontrarmos aquele ou aquela vamos treinando para chegarmos à perfeição :D"

Claro que sim, até aparecer o/a certo/a, podemos treinar com o/a errado/a, mas manter os olhos abertos para o/a ideal nao passarem ao lado!

  Bruno Fehr

quinta-feira, novembro 27, 2008 12:13:00 da manhã

Ana disse...

"O papel do homem pouco mudou nos anos que passam, o pouco que me lembro neste momento e o papel de pai e de companheiro, e mesmo os poucos que o vao fazendo se ha um dia que nao lhes apetece existe sempre um amparo...nos!"

O homem nao muda, porque a mulher deixa-o ficar assim, no fundo voces sabem que conseguem tudo o que querem, desde que ele pense que é o chefe.

"Assim o post resume se a isso, a forma de amar dos homens e das mulheres, certo?"

Sim, a mulher ama demais e o homem ama a menos. A mulher sonha com perfeicao e o homem contenta-se com o que está ao ser alcance, mas nao respeita.

  Bruno Fehr

quinta-feira, novembro 27, 2008 12:14:00 da manhã

Van disse...

"Olha ele a querer extorquir patacas aos incautos transeuntes!!! :o"

Ahahahahaha

"olha, é cagando e andando."

Cuidado para nao salpicar os pés!

  Bruno Fehr

quinta-feira, novembro 27, 2008 12:15:00 da manhã

yargo disse...


"Tens sempre razão tu! Fodasse que até irrita!!! LOLOLOL"

Ahahahahah

  Bruno Fehr

quinta-feira, novembro 27, 2008 12:16:00 da manhã

Pax disse...

"Então deve ser algum gajo que só fala alemão, coisa que eu também não entendo ;)"

Sim, pois, claro!

"Bóra lá, já não me vences, eu estou inspirada!"

Ahahahahaha, NUNCA!

"Abre com o brilho dos olhares... ah, desculpa, queria dizer do sol :)"

Por magia?


"Ahahahahah, já precisas de botão para me venceres?!
Tás muito fraquinho!"

Entao com uma paulada na cabeca, sempre é mais forte!

:)

  Bruno Fehr

quinta-feira, novembro 27, 2008 12:26:00 da manhã

A Mor.. disse...

"Quando se refere a ilusão, é uma delas. De fato isto acontece com a maioria das mulheres, e o que vejo, é que não é só com as jovens. Inúmeras vezes com aquelas que julgamos ‘maduras’.
Eu penso que, isso é resultado de influências; a partir do momento que nascemos é pregado o conto de fadas, como se tivéssemos que ficar a espera do príncipe encantado que a qualquer momento pode bater em nossa porta e surpreender todas as nossas expectativas."

Sim, isso tem uma grande influencia e afecta a maneira delas verem o amor e a maneira como se apegam a um homem, que parece ser um amor de pessoa.

"O sexo é outra questão, que boa parte das mulheres também não consegue assimilar bem. Pois pra ela sexo e amor estão interligados. Como se sexo sem amor não fosse possível, permitido... prazeroso. Não sabendo diferenciar isso, acaba acarretando uma serie de descontentamento e frustrações."

A mulher diz "amo-te" depois do sexo, o homem diz "amo-te" para ter sexo!
"E quanto ao amor, eu creio nele. Mas só existe quando nos permitimos... quando nos permitirmos nos perder no labirinto de alguém, ou entrar na casa do coração e não se importar com a bagunça dele."

Ora, exactamente!!!

  Ana

quinta-feira, novembro 27, 2008 12:57:00 da manhã

A melhor forma de aliviar a pressao e viver sonhando!
As mulheres tem tendencia a desgastar mais rapido, a desgastar-se a ela mesma e a desgastar os sentimentos.
Nisto tudo continuo a achar que a mulher comporta-se desta forma, seja na ilusao, ou na forma de amar demais por aquilo que somos e temos que ser!!
Mas dou-te a total razao numa coisa: o homem quando ama, nao diz, age!

  Pax

quinta-feira, novembro 27, 2008 1:29:00 da manhã

"Ahahahahaha, NUNCA!"

Nunca digas nunca, já dizia o avô de alguém.

"Entao com uma paulada na cabeca, sempre é mais forte!"

Thsss... que é feito do teu poder de argumentação?!
(Ok, não há melhor argumento que uma boa paulada)

:)

  mf

quinta-feira, novembro 27, 2008 3:27:00 da manhã

Crest disse...

“Entao nao vamos procurar metades, vamos procurar pessoas!”

Continuo a concordar contigo.


“Mas a componente sentimental nao faz com que nao sejamos completos desde o momento em que nascemos.”

Só se estiveres a falar da parte física, como veremos a seguir…


“Somos sempre completos, nao precisamos de metades, mas somos imperfeitos e só uma outra pessoa completa a entrar em fusao ou conflito connosco, poderá ajudar-nos a melhorar essa componente sentimental defeituosa. a discordar. Talvez seja uma questão relacionada com o que significa ser ‘completo’. ”

Se é defeituosa, não é completa. Discordamos exactamente no que “significa ser ‘completo’. ”


“A partir do momento que nasces com cabeça, tronco e membros, estás completa independentemente de seres perfeita ou nao.
O que tu falas é do completo como perfeito. Mas nada é perfeito mas pode ser completo. Um carro é vendido depois de estar completo, mudas-te para uma casa, depois de ela estar feita, completa, no entanto nao significa que o carro nao avarie ou a casa nao tenha infiltracoes.”

Não entendo como podes comparar um carro ou uma casa a um ser humano. Para fazermos um carro, uma casa usamos um projecto que nos indica as peças de que precisamos. Usas aquelas e paras por ali, porque nada mais é necessário. Com um ser humano é absolutamente impossível fazer isso. Crescemos e aprendemos toda a vida. Estamos em constante evolução. Não há um projecto concreto que nos defina integralmente. Logo, mentalmente, não somos nunca completos. Fisicamente, sim. Mas circunscrever o Homem a ‘cabeça, tronco e membros’ é muito redutor. Por este andar, vais-me dizer que, na tua lógica (e só na tua, atenção) uma pessoa que nasce com uma perna a menos não é completa.


mf disse: „Por isso se emprega com sinónimo e ‘absoluto’, ‘perfeito’. Ora, por definição, o ser humano não pode ser completo.”

crest disse: “Lá está, considero a tua definicao de ‘completo’ uma definicao romantica e nao gramatical. É a diferenca entre o pensamento lógico masculino e o abstracto feminino. Ambos correctos mas contraditorios.”

LOL, Crest, escangalhei-me a rir! Olha que o pensamento lógico e gramatical é meu e o romântico é teu! Ora vai lá ao dicionário ver o que significa ‘completo’ e depois vem-me dizer! Queres alguma coisa mais lógica e gramatical do que a que te dei?
(Já agora, porque é que só o pensamento feminino é abstracto? Hã? Não percebi… Ou melhor, se calhar percebi: será que os homens não conseguem ver além do nariz ou do palpável? LOL outra vez!)


mf disse: „Se tu me disseres que as pessoas se devem bastar a si mesmas, isso é outra coisa e concordo. Uma pessoa deve bastar-se a si mesmo antes de procurar outra. Mas isso é ser autónomo, ordenado, harmonioso, assertivo. É viver bem consigo mesmo. Só quem o faz consegue dar-se, consegue amar. „

Crest disse: “Ou seja é ser-se completo :)”

Bastar-se a si mesmo não é ser completo. É ter a noção de que se é capaz de viver consigo mesmo. São coisas diferentes. Eu sou autónoma, ordenada, harmoniosa, assertiva, mas não me sinto completa. Não procuro metades, procuro outra pessoa (como tu dizes, é bem diferente) que me dê algo que não tenho, que me enriqueça. Ou seja, alguém que me complete.


“O condutor que é um ser humano completo desde que nasca normal, complementa um carro que por sí está completo visto que está à venda. Ora tanto o homem como o carro sozinhos estao completos mas juntos fazem coisas que sozinhos lhes sao impossíveis.
Um homem é completo, um cao é completo, ambos vivem bem um longe do outro, mas juntos mudam a vida um do outro.
É este o sentido da coisa.”

Eu percebo o sentido da coisa. Não concordo é com a nomenclatura. Remeto-te outra vez para a casa e o carro. E digo-te para não comparares um homem a um cão: o cão não tem o pensamento abstracto e lógico do homem (e da mulher, não te esqueças! LOL).


„O errado é isso: usar o outro como muleta. Uma pessoa que se conhece e se aceita como é não precisa de muletas. Precisa de alguém que a enriqueça e é o que busca num complemento. O outro não é uma muleta. É um tesouro a preservar. É esta admiração (a adoração que reconheceste e queres para ti) que faz alguns casais amarem-se até ao fim.“

Mas nao estar completo e precisar da outra metade, é precisar de uma muleta ou prótese.

Tu tens uma fixação pelas metades. Eu não falei nunca em metades. Isso não existe. Falei de ter um complemento, alguém que enriqueça. Isso não é uma muleta. É enriquecer-se. Eu sinto-me bem sozinha. Ok. Mas se tiver ao meu lado alguém que me complemente, sou bem mais rica. Não é muleta, é vontade de viver a vida de outra forma.

  Cold

quinta-feira, novembro 27, 2008 2:30:00 da tarde

Fantástico o texto... Já não vinha aqui há um tempo e confesso que me surpreendeu...

Sim, é o brilho nos olhos, é a expressão na face...

Alturas há também que não é preciso dizer, sente-se, nas atitudes, nas reacções...

Bjs

  Cor do Sol

quinta-feira, novembro 27, 2008 3:16:00 da tarde

Os meus avós era assim.

Passamos por pequenas desilusões, mas a meu ver, e pela minha parca experiência, as desilusoes dão-se mais por nós do que pelo amor em si, ou o outro.

  Vitória

quinta-feira, novembro 27, 2008 4:26:00 da tarde

A mim deixas-te mesmo sem palavras!

Como sempre está fantástico.;)

  Pequenina

quinta-feira, novembro 27, 2008 8:25:00 da tarde

Gostei muito...
É mesmo isto...
E eu também sei bem o que quero ao meu lado na minha vida.. *

  Bruno Fehr

sexta-feira, novembro 28, 2008 6:13:00 da manhã

Ana disse...

„A melhor forma de aliviar a pressao e viver sonhando!“

Mas nao viver a sonhar.

„Mas dou-te a total razao numa coisa: o homem quando ama, nao diz, age!“

O que tem vantagens e desvantagens :)

  Bruno Fehr

sexta-feira, novembro 28, 2008 6:13:00 da manhã

Pax disse...

„Nunca digas nunca, já dizia o avô de alguém.“

Nao o meu, ele nunca me disse isso. Eu nunca levei no cu e que morra se alguma vez levar. Nunca!

„Thsss... que é feito do teu poder de argumentação?!
(Ok, não há melhor argumento que uma boa paulada)“

Correcto!

  Bruno Fehr

sexta-feira, novembro 28, 2008 6:15:00 da manhã

mf disse...

„Se é defeituosa,não é completa. Discordamos exactamente no que “significa ser ‘completo’. ”“

Repito: componete sentimental defeituosa, o que nao nos torna incompletos. Mas afinal o que é que se procuram, pessoas ou sentimentos... ambos, mas o que é que se obtém? Pessoas! Logo completas!


“Não entendo como podes comparar um carro ou uma casa a um ser humano.“

Todos sao embalagens completas, mas que precisam de outros artigos completos para funcionar de maneira diferente.

„Para fazermos um carro, uma casa usamos um projecto que nos indica as peças de que precisamos. Usas aquelas e paras por ali, porque nada mais é necessário. Com um ser humano é absolutamente impossível fazer isso.“

Exacto, pois nao somos fabricados da mesma forma, somo criados já montados, completos.

„LOL, Crest, escangalhei-me a rir! Olha que o pensamento lógico e gramatical é meu e o romântico é teu! Ora vai lá ao dicionário ver o que significa ‘completo’ e depois vem-me dizer! Queres alguma coisa mais lógica e gramatical do que a que te dei?“

Quero tu colocas em causa que os sentimentos tornam uma pessoa incompleta, eu recuso-me a aceitar que os sentimentos podem alterar quem eu sou. A tua opiniao é romantica, mas nao completa :)

„(Já agora, porque é que só o pensamento feminino é abstracto? Hã? Não percebi… Ou melhor, se calhar percebi: será que os homens não conseguem ver além do nariz ou do palpável? LOL outra vez!)“

Ves como sabes, a visao do homem é cónica, só consegue focar um detalhe, ao ler uma página le aos zig zags, a mulher tem uma visao linear, consegue observar um todo, ao ler, le de cima para baixo. Quanto ao pensamento lógico vs abstracto, a teoria nao é minha.


„Bastar-se a si mesmo não é ser completo. É ter a noção de que se é capaz de viver consigo mesmo.“

Com esta é que me lixaste, entao se nao preciso de pecas, nao sou completo? Se sou auto-suficiente nao sou completo. Ora vai lá ver definicao de completo e depois volta cá!

„E digo-te para não comparares um homem a um cão: o cão não tem o pensamento abstracto e lógico do homem (e da mulher, não te esqueças! LOL).“

Nao? Em que é baseias isso?


„Tu tens uma fixação pelas metades. Eu não falei nunca em metades. Isso não existe.“

Eu estou a falar da estória da carochinha de encontrar a nossa cara metade, como se nos faltasse algo. Foi aqui que a discussao comecou e é aqui que quero manter. Nao precisamos de metades. Somos completos. Nem acho que isto seja discutivel, excepto no sentido romantico, ou seja o sentido que nao me interessa discutir.

  Bruno Fehr

sexta-feira, novembro 28, 2008 6:15:00 da manhã

Cold disse...

„Fantástico o texto... Já não vinha aqui há um tempo e confesso que me surpreendeu...“

Ainda bem :)

  Bruno Fehr

sexta-feira, novembro 28, 2008 6:15:00 da manhã

Cor do Sol disse...

„Os meus avós era assim.“

Um casal raro!

  Bruno Fehr

sexta-feira, novembro 28, 2008 6:15:00 da manhã

vita disse...

„A mim deixas-te mesmo sem palavras!“

Ahahahahahaha

  Bruno Fehr

sexta-feira, novembro 28, 2008 6:16:00 da manhã

Pequenina disse...

„Gostei muito...“

Ainda me lembro de há um ano, os meus textos de irritarem :)

  Pax

sexta-feira, novembro 28, 2008 10:24:00 da manhã

"Eu nunca levei no cu e que morra se alguma vez levar. Nunca!"

É assim mesmo. Enquanto recusares a primeira estás seguro. Os que eu conheço que aceitaram... nunca mais voltaram. Não deve ser tão mau assim :)

  Bruno Fehr

sábado, novembro 29, 2008 12:20:00 da manhã

Pax disse...

"É assim mesmo. Enquanto recusares a primeira estás seguro. Os que eu conheço que aceitaram... nunca mais voltaram. Não deve ser tão mau assim :)"

Pois... já me disseram :)

  Mafal∂a

domingo, novembro 30, 2008 2:16:00 da manhã

Adorei o texto e claro que a questão do que é o amor, como é vivido e sentido por cada um de nós poderia dar um infinito congresso.
Preferi comentar logo a primeira frase :),
penso que na origem da miúda d 20 anos estar deprimida por ter perdido o namorado quando devia estar sim preocupada em explorar a vida.. pode estar relacionado com imensos factores outras perdas ao longo da vida (uma sociedade cada vez mais individualista, muitas “fritas da tola :P( termo fantástico) ” invejosas e armadas em top modeles da pull bear , muitos meninos preocupados em explorar a potencia do instrumento “novo”, se é que me faço entender, os papas a trabalhar o dia todo e à noite ou os filhos se calam ou se enfiam no quarto na net, onde quiserem menos a chatear a cabeça dos pais que fazem tudo para lhes dar tudo menos o que mais precisam afecto e atenção, os professores deprimidos e à beira d um ataque de nervos quase sempre..enfim é normal eles encontrarem no namorado/a o suporte afectivo que não conseguem noutros lados e deveriam ter pois só assim sentiriam confiança e vontade de explorar o desconhecido, então é normal a perda do objecto amado suscite a depressão que fales .., mas no fundo, na verdade, pode não ser por ter perdido esse suporte disfarçado de amor.
Infelizmente nem todos temos a oportunidade de ter uma vida que nos amplifique os horizontes, ou até mesmo a alma (até pareço uma mulher d fé a falar :P, bem n importa).

aproveito para dizer que adoro deambular neste teu espacinho da blogosfera, obrigada.
È quentinho ;)
o meu está em arrumações, por isso para já fechado, desculpa ser meia anónima.

  Bruno Fehr

segunda-feira, dezembro 01, 2008 5:18:00 da manhã

Monica disse...

"Enfim... mas isto digo eu que sou do contra e faço questão disso... :)"

Nunca, quem vê as coisas pelo seu lado lógico é do contra. Os outros é que o são.

  Bruno Fehr

segunda-feira, dezembro 01, 2008 5:22:00 da manhã

Mafalda disse...

"penso que na origem da miúda d 20 anos estar deprimida por ter perdido o namorado quando devia estar sim preocupada em explorar a vida.. pode estar relacionado com imensos factores outras perdas ao longo da vida"

Sao só 20 anos e se essas perdas (que nao podem ter sido muitas), a deprimem, como será uma mulher assim aos 40?

"aproveito para dizer que adoro deambular neste teu espacinho da blogosfera, obrigada.
È quentinho ;)"

Eu diria que é do meu calor, mas na verdade é que tenho o aquecimento ligado!

  Mafal∂a

quarta-feira, dezembro 03, 2008 3:12:00 da manhã

Crest@ diz:


"Sao só 20 anos e se essas perdas (que nao podem ter sido muitas), a deprimem, como será uma mulher assim aos 40?"



Há 20 anos que valem por 40..:) e uma mulher de quarenta não só teve mais perdas que uma de 20 como tb teve oportunidades de ganhar através delas outra maturidade.

Crest@ diz:
"Eu diria que é do meu calor, mas na verdade é que tenho o aquecimento ligado!"

Se usasse esse cliché ficava desapontada, e claro com o frio que faz nessa terra é mesmo bom teres o aquecimento ligado e no máximo...:p
n sei,
digo eu.

  Bruno Fehr

quarta-feira, dezembro 03, 2008 4:21:00 da manhã

lontra=) disse...

"Há 20 anos que valem por 40..:) e uma mulher de quarenta não só teve mais perdas que uma de 20 como tb teve oportunidades de ganhar através delas outra maturidade."

Sim, mas uma miuda depressiva aos 20, frita antes de chegar aos 40!

"Se usasse esse cliché ficava desapontada, e claro com o frio que faz nessa terra é mesmo bom teres o aquecimento ligado e no máximo...:p"

No máximo frito, está ainda no minimo :P

  mf

domingo, dezembro 21, 2008 6:19:00 da tarde

Crest disse:
“Repito: componente sentimental defeituosa, o que nao nos torna incompletos. Mas afinal o que é que se procuram, pessoas ou sentimentos... ambos, mas o que é que se obtém? Pessoas! Logo completas!”

A componente sentimental é uma das coisas que te faz pessoa. Se és imperfeito, defeituoso ou o que quiseres chamar-lhe a esse nível, não és absoluto, estás em construção. Logo, não és completo.


“Todos são embalagens completas, mas que precisam de outros artigos completos para funcionar de maneira diferente.”

Continuo a achar que não podes comparar objectos com pessoas. As pessoas estão em constante evolução. Já o disse e reafirmo-o: Não há um projecto concreto que nos defina integralmente. Logo, mentalmente, não somos nunca completos. E, por isso, incomparáveis a objectos.


“Exacto, pois não somos fabricados da mesma forma, somo criados já montados, completos.”

Isto só faz sentido se estiveres a ver o ‘ser completo’ a nível físico. Eu não dissocio a parte física da mental: uma pessoa, para mim, é composta pelas duas. Se fosses criado já montado, já completo, não evoluirias com o tempo. E, convenhamos, uma criança não é como um adulto. Evolui. Logo, enquanto pessoa, não está, à partida, completa. Vai-se completando à medida que evolui.


“Quero, tu colocas em causa que os sentimentos tornam uma pessoa incompleta, eu recuso-me a aceitar que os sentimentos podem alterar quem eu sou. A tua opiniao é romantica, mas nao completa :)”

Os sentimentos podem alterar quem tu és, sim. Não é uma posição romântica, muito pelo contrário. É baseada na observação de factos. Quantas vezes assistimos a casos de pessoas que, depois de olharem para dentro de si e curarem as feridas que trazem (relacionadas com os sentimentos que foram experimentando, a partir da sua vida), se modificam? E o que fazes tu com aqueles que, depois de passarem por experiências traumáticas (como a guerra), se transformam por completo (frequentemente é a família que diz que foram uma coisa e regressaram outra)? Nós funcionamos a nível de sentimentos, não nos limitamos a usar o raciocínio.


“Ves como sabes, a visao do homem é cónica, só consegue focar um detalhe, ao ler uma página le aos zig zags, a mulher tem uma visao linear, consegue observar um todo, ao ler, le de cima para baixo. Quanto ao pensamento lógico vs abstracto, a teoria nao é minha.”

Eu conheço as mesmas teorias que tu. E um homem tem um pensamento tanto lógico como abstracto. Uma mulher também. Cada pessoa usa a lógica e a abstracção consoante as suas capacidades. Não aceito que digas que só o homem é lógico e só a mulher tem um pensamento abstracto. Isso não tem sentido.


“Com esta é que me lixaste, entao se nao preciso de pecas, nao sou completo? Se sou auto-suficiente nao sou completo. Ora vai lá ver definicao de completo e depois volta cá!”

A definição de completo já ta dei, não preciso de a ver outra vez. Já agora, diz-me lá: qual é o dicionário onde ‘bastar-se a si mesmo’ ou ‘auto-suficiente’ é sinónimo de ‘completo’?
Reafirmo-o: bastar-se a si mesmo não é ser completo. São coisas diferentes. Um carro é completo (tem as peças todas), mas não se basta a si mesmo, não é auto-suficiente. Se fosse, não precisaria do Homem para o pôr a trabalhar, para não ficar ferrugento, etc., etc. O carro é completo enquanto objecto, não se basta a si mesmo porque não é capaz de viver sozinho, apenas consigo mesmo.


“Nao? Em que é baseias isso?”

A teoria não é minha, também.


“Eu estou a falar da estória da carochinha de encontrar a nossa cara metade, como se nos faltasse algo. Foi aqui que a discussao comecou e é aqui que quero manter. Nao precisamos de metades. Somos completos. Nem acho que isto seja discutivel, excepto no sentido romantico, ou seja o sentido que nao me interessa discutir.”

Mas a tua definição de ‘completo’ é profundamente romântica… A coisa que achei mais interessante no post foi a tua visão do amor. Eu nunca me lembraria de contar os minutos que um casal demora a percorrer um caminho (e considero-me romântica). Fiquei agradavelmente surpreendida por te sentir tão sensível. E romântico, pois claro… :)

  Bruno Fehr

segunda-feira, dezembro 22, 2008 2:14:00 da tarde

mf disse...

"A componente sentimental é uma das coisas que te faz pessoa. Se és imperfeito, defeituoso ou o que quiseres chamar-lhe a esse nível, não és absoluto, estás em construção. Logo, não és completo."

Nao? E isso significa que precisamos da metade de outra pessoa incompleta? Isso é uma teoria social mas nos deixarem sempre dependentes de utopias amorosas. De econtrar uma outra pessoa que nos ajude a ignorar as nossas imperfeicoes. Nós nascemos completos ao ponto de podermos viver uma vida inteira sem termos de nos apoiar em terceiros!



“Todos são embalagens completas, mas que precisam de outros artigos completos para funcionar de maneira diferente.”

Continuo a achar que não podes comparar objectos com pessoas. As pessoas estão em constante evolução. Já o disse e reafirmo-o: Não há um projecto concreto que nos defina integralmente. Logo, mentalmente, não somos nunca completos. E, por isso, incomparáveis a objectos.

"Isto só faz sentido se estiveres a ver o ‘ser completo’ a nível físico. Eu não dissocio a parte física da mental: uma pessoa, para mim, é composta pelas duas. Se fosses criado já montado, já completo, não evoluirias com o tempo."

Entao, somos completos e nao metades uns do outros, deste-me razao!

"E, convenhamos, uma criança não é como um adulto. Evolui. Logo, enquanto pessoa, não está, à partida, completa. Vai-se completando à medida que evolui."

Mas... desde quando é que a evolucao completa alguém? Já temos tudo à nascenca a evolucao é um acto natural e nao o completar de nada.
Se compras um PC, ele é completo, ele tem a capacidade de fazer tudo, nao és tu que o completas só porque lhe instalas uns programas que te dao jeito.

O PC como ser humano.
Os programas como evolucao.

E evolucao nao é completar é o caminho de algo já completo e preparado.

"E o que fazes tu com aqueles que, depois de passarem por experiências traumáticas (como a guerra), se transformam por completo (frequentemente é a família que diz que foram uma coisa e regressaram outra)? Nós funcionamos a nível de sentimentos, não nos limitamos a usar o raciocínio."

Mas o que é que as vivencias e evolucao tem a ver com sermos ou nao uma embalagem completa?

"Não aceito que digas que só o homem é lógico e só a mulher tem um pensamento abstracto. Isso não tem sentido."

O lógico vs Abstracto é esta discussao :)

"Já agora, diz-me lá: qual é o dicionário onde ‘bastar-se a si mesmo’ ou ‘auto-suficiente’ é sinónimo de ‘completo’?"

Onde? Simples, significa que tens TUDO para sobreviveres, para poderes fazer TUDO sem excepcao, sem necessitares de uma "cara-metade". Porque é nisto que assenta o meu texto a ideia de duas caras-metades fazerem uma pessoa completa. Nao. Isso é ilógico é de um romantismo anti-evolutivo.

"Um carro é completo (tem as peças todas), mas não se basta a si mesmo, não é auto-suficiente. Se fosse, não precisaria do Homem para o pôr a trabalhar, para não ficar ferrugento, etc., etc. O carro é completo enquanto objecto, não se basta a si mesmo porque não é capaz de viver sozinho, apenas consigo mesmo."

Entao como se nao bastasse o homem nao ser completo por precisar de uma mulher para o completar, também nao somos completos porque vamos ao médico?
Esta discusao, está a entrar num campo surreal...


"Mas a tua definição de ‘completo’ é profundamente romântica… A coisa que achei mais interessante no post foi a tua visão do amor. Eu nunca me lembraria de contar os minutos que um casal demora a percorrer um caminho (e considero-me romântica). Fiquei agradavelmente surpreendida por te sentir tão sensível. E romântico, pois claro… :)"

Mas nao romantico ao ponto de achar que é imprescindivel uma outra pessoa para nos completar. Acompanhar, amar, apoiar, sim, agora cara-metade? Nunca. Eu quero uma cara inteira!