Os meus filhos


Por vezes e cada mais vezes me perguntam se eu gostaria de ser pai. A minha resposta é sempre a mesma, e as pessoas sentem alguma dificuldade em perceber o que quero dizer.

Sim, gostaria de ser pai mas não o quero ser. Contraditório? Sim é!
Gostaria de ser pai mais exactamente de 3, dois biológicos e um adoptado. Sei que a nossa vida muda, passamos a viver mais do que em função de nós, vivemos em função deles, tudo por eles. Eu sei que iria dar o meu melhor, sei que iria tentar ser melhor que o meu pai, e isso é colocar a barreira muito alta.
A questão pode parecer egoísta pois tem a ver com o meu trabalho e vida pessoal, sinto que tenho ainda objectivos a cumprir até me sentir preparado a dar esse tudo e dedicando uma vida a trabalho e projectos, não vejo esse tudo como um tudo real. Sim, poderei dar todo o conforto e tudo o que os meus filhos pedirem e precisarem, mas e o tempo? Passar o tempo com eles que eles precisam e merecem?

O mundo está num estado deplorável e para ter um filho precisamos não de os prender mas de certa maneira de os proteger, temos também de ser um exemplo a seguir e é aqui que reside o problema.
Existe uma musica com uma letra que explica exactamente o que penso e sinto. Não a vou copiar para aqui mas vou descrever o que nos diz essa letra em termos gerais (não pretende ser uma tradução fiel):

"O meu filho nasceu há dias, mas há aviões para apanhar e contas a pagar, tendo ele aprendido a andar enquanto eu estive ausente.
Começou a falar sem eu estar presente e assim que o fez disse: vou ser como tu pai, sabes que vou ser como tu.

O meu filho fez dez anos e disse: obrigado pela bola pai, vamos jogar. Eu disse: hoje não, tenho muito para fazer, ao que ele respondeu: não faz mal. Ele afastou-se, parou e virando-se para mim disse: vou ser como tu pai, sabes que vou ser como tu.

O meu filho terminou da faculdade há dias, estava um homem e disse-lhe: estou orgulhoso senta-te um pouco e ele respondeu: o que gostava é que me desses as chaves do carro, obrigado e até mais tarde.

Há muito que me reformei o meu filho já se mudou, há dias liguei-lhe: gostava de te ver se não te importares...
(filho): adoraria pai, se tivesse tempo. estou com muito trabalho e os meus filhos com gripe, mas gostei de falar contigo.

Ao desligar o telefone percebi; o meu filho cresceu para ser como eu, o meu filho é exactamente como eu."

E julgo que esta letra diz muito, muito mesmo de quem tem trabalhos em que não sabe onde poderá estar amanhã. Eu sou um deles e por isso, antes de trazer ao mundo inocentes preciso de estabilidade e não me refiro à financeira.

Aqui fica a versão musical (tema de Harry Chapin interpretado pelos Ugly Kid Joe)

73 Comentários:

  Fada

segunda-feira, abril 27, 2009 5:04:00 da manhã

Acho bonito isso de quereres 2 + 1. :)

Eu quero ter 3 da minha barriga e 2 adoptados... :)

Claro que estou a ficar cota, mas vou considerar isso como "ficar mais experiente" e entretanto espalho o meu instinto maternal pelos sobrinhos de sangue (7) e pelos sobrinhos de coração (uns 11, se não me enganei nas contas).

Mas compreendo perfeitamente quando falas no "Tempo". Mais do que perfeitamente, pois hoje sinto que o meu pai mal me conhece, devido a ter passado a minha infância e adolescência a trabalhar tanto que só o via quando me ia por a escola e ao jantar. E nalguns fins-de-semana (raros) em que não se enfiava no escritório. Estamos todos "bem criados", é certo, mas a componente emocional da parte do meu pai ficou com lacunas graves. Acredito que se não fosse a presença da minha mãe, éramos todos doidinhos... :p

Mas apesar dos teus 103 anos, o facto é que os homens podem esperar mais que as mulheres, podem sê-lo mais tarde, pelo menos do ponto de vista biológico.

Já stressei muito com o tic-tac, agora estou mais serena, pois se algum dia trouxer uma criança (ou as 3) ao mundo, quero que seja tão desejada por mim como pelo pai!
E quero um pai que seja "PAI" e não apenas o "gajo" que "come a mãe", paga as contas ou faz o bricolage da casa...

Post interessante! E boa perspectiva da paternidade. :)

Boa sorte!!! :D

Beijitos

  mjf

segunda-feira, abril 27, 2009 10:07:00 da manhã

Olá!
Concordo, mas só em parte, com este teu raciocínio...

Não podemos ser tão pragmaticos.
Tenho uma filha de 17 anos, e desde os 13 que estuda na Suécia, por opção minha, do meu marido e dela.
Eu tenho uma carreira que me ocupa quase 24h por dia...mas quando ela estudava em Portugal , tive eu e o meu marido de criarmos prioridades, e tirarmos tempo para ser uma família.
O meu marido actualmente passa 10 meses fora de Portugal...durante o ano...
Como vês, acho que ninnguem abdicou de " muito", cada um faz o que gosta, onde gosta ...
Se fizemos as escolhas certas???
Só o tempo o dirá...
Mas ter um filho é sem duvida uma experiência unica.

Beijocas

  Paula

segunda-feira, abril 27, 2009 10:52:00 da manhã

eu percebi perfeitamente! e gosto da tua perspectiva, não a deixes!

  SP

segunda-feira, abril 27, 2009 10:56:00 da manhã

Compreendo-te muito bem. Geralmente as pessoas esperam pela estabilidade financeira para ter filhos (como se isso acontecesse um dia...). O dinheiro, o "ter", não é o factor mais importante mas sim o "ser". Ser um pai amigo, ser presente...

O meu Pai foi um Pai ausente. Estava sempre fora e só vinha a casa 1 vez por ano desde os meus 21meses. Reformou-se, e nesse mesmo ano foi-lhe diagnosticada um cancro. O meu Pai desapareceu e nunca o conheci...

Que interessam as posses se não há tempo de as disfrutar com os fihos?

E é a partir da nossa idade (penso que tens mais ou menos a mesma que eu)que atingimos a serenidade que é necessária para ser pai/mãe.

  Hazel Evangelista

segunda-feira, abril 27, 2009 11:10:00 da manhã

Post muito acertado.

Os filhos só devem vir quando é o momento certo. E esse momento identifica-se quando passamos pela rua e começamos a reparar nas mulheres grávidas, nos carrinhos de bebé, nas crianças e os seus encantos. Enfim, quando nos apercebemos da quantidade de crianças que se cruzam connosco... aí é o momento certo. Não vais ter dúvida nenhuma quando ele chegar.

E mesmo que vivas num frenezim, vais arranjar forma de abrandar. É um processo natural.

Não vale a pena encarares a coisa de forma tão racional, pois se estiveres à espera de ter algumas horas de sobra todos os dias... em boa verdade te digo que isso só vai acontecer quando chegares à 3ª idade. Let it flow... e quando tu e a tua Mrs. Fehr estiverem emocionalmente preparados, tudo o resto se ajustará.

Não é apenas uma questão de tempo, de conforto ou de dinhero - é, acima de tudo, uma questão emocional.

  Feitiozinho

segunda-feira, abril 27, 2009 11:55:00 da manhã

Não tenho bem a mesma opinião que tu mas partilho de muitos pontos de vista.

Nunca senti aquele "acordar" do sentimento de maternidade, nunca achei grande piada a miudos, pelo que a minha vontade de ter filhos não é muita. Contudo acho que passa por achar que ainda não tenho disponibilidade para os ter.

Como tu não é a financeira que me preocupa, é a psicologica, é a emocional, de abrir a minha vida para outra pessoa, de ter alguém dependente de mim, de ter que por a vida de outros primeiro que a minha. É pura e simplesmente uma questão de egoismo, há muita coisa que quero fazer antes de me comprometer com essa responsablidade.

E depois eles nascem, crescem e nós não estamos presentes, infantários até às 20h, acordar às 7h para evitar transito, chegar a casa para lhes dar banho e os deitar e rezar para ter aqueles minutinhos para nós?! Enfim... Por agora não...

  Simone G

segunda-feira, abril 27, 2009 12:50:00 da tarde

Eles nascem, dizem que tu és o maior. E ser o maior deve ser muito giro. E esse vontade de não trazer ao mundo inocentes passa-te logo. Penso eu de quê!

  Catwoman

segunda-feira, abril 27, 2009 1:41:00 da tarde

Concordo em parte contigo. E fizeste-me recordar esta musica que adoro e à muito tempo que não ouvia..

Beijinhos :)

  Sofia

segunda-feira, abril 27, 2009 1:48:00 da tarde

Tens sem dúvida, uma boa perspectiva.

  Anónimo

segunda-feira, abril 27, 2009 2:21:00 da tarde

Compreendo bem a tua perspectiva, que partilhei durante mto tempo e com a qual ainda concordo em parte.
Por isso esperei tanto para ter um filho. Mas a verdade é que continuo a não ter tempo para ele.
Viajo muito, passo muito tempo longe, para não falar do pai que so o vê de vez em quando.
Sempre disse que gostava de ter 5 filhos, uma casa cheia de putos.
Mas acredito que me vou ficar pelo filho unico. O tempo, que nos escapa e nunca chega par ao que realmente interessa.
O meu unico consolo é saber que o pouco tempo que lhe dedico é de qualidade. Quando estou com ele, sou exclusimaente dele. Que se lixe o trabalho, a casa e afins. Jogo à bola e faço puzzles, pinto a cara e as mãos. Amo-o como sei e posso. :)

  Dida Prazeres

segunda-feira, abril 27, 2009 2:53:00 da tarde

Não queres ser o pai do meu proximo filho??? loool

As coisas são exactamente assim...por isso eu abdiquei de uma carreira e optei por ter um trabalho a tempo parcial!!!
Claro que há dias (muitos!!! hihihihi) em que me arrependo por «me» ter «posto de lado»....mas quando olho para a minha filha...vejo que se eu não estivesse lá, não havia mais ninguem!!!

  Provocação 'aka' Menina Ção

segunda-feira, abril 27, 2009 2:55:00 da tarde

Bruno, entendo perfeitamente o teu ponto de vista mas porque acho quequeres tanto que seja perfeito podes correr o risco de não ter, entendes? às vezes mais vale confiar um bocadinho mais na vida e deixar rolar, mas mais importante que o tempo para estares com eles é o amor que tens de ter pela pessoas com quem os tens. Isso quanto a mim é a chave, o resto vem depois...

  LURBA

segunda-feira, abril 27, 2009 4:41:00 da tarde

Como "senti" este teu "post"... sempre disse o mesmo: 2+1
... mas os dois biológicos gostava que fossem gémeos!!!

Também ainda não me senti com tempo e em tempo e continuo a andar no tempo... e para mim, mulher existe um limite no tempo!!!
Confuso??!
;-DDD
Boa semana!!!

  Osga

segunda-feira, abril 27, 2009 8:00:00 da tarde

E se os tens muito tarde ficas habilitado a ouvir,

"Quem é? É o teu avô?!"

Isto é que me custa...

  Mel

segunda-feira, abril 27, 2009 8:27:00 da tarde

Tu primeiro tens é que encontrar quem te ature, a partir dai é que podes começar a pensar em filhos, ah pois é!

  izzie

segunda-feira, abril 27, 2009 10:38:00 da tarde

Muito bom.
Do mais verdadeiro que já ouvi dizer/confessar/assumir sobre este tema.
Parabéns, mas mais que isso obrigada.

Beijinho,

  JS

segunda-feira, abril 27, 2009 11:12:00 da tarde

Eu acho que darias um excelente pai, por teres consciência de tudo isto.

Eu tive uma mãe ausente, por opção dela, e por isso sou uma mãe extremamente presente. Tenho um emprego de cáca, para poder sair às 17h30 e ser só delas. E apesar de andarem sempre comigo e de tentar fazer/ser um pouco melhor mãe todos os dias,também há dias que dava tudo para que voltassem para dentro de mim. Não sei o futuro delas e nos dias de hoje temo o dia de amanhã, mas é a melhor coisa do mundo. Ás vezes estou exausta e preciso de 10 minutos de silêncio,mas foi a minha melhor escolha.

Um abraço*

  Veruska

segunda-feira, abril 27, 2009 11:37:00 da tarde

Não querendo ser pessimista, parece-me assim de repente que nunca vais ter filhos (pelo menos que isso seja uma decisão consciente)! Sorry! :(

Esse texto já eu escrevi muitas vezes!

  I.D.Pena

terça-feira, abril 28, 2009 12:48:00 da manhã

Odeio quando escreves textos profundos, porque me sinto na obrigação de contar a minha vida pessoal e n gosto grrrrr. Sou mãe de 1 filho, às vezes penso se quereria mais ? Sim , claro, mas não penso muito nisso. Sei otrabalho e tempo que é necessário empregar para 1 quanto mais para mais ...

Se bem que as ligações se deteorem, eu já tive uma que foi harmoniosa por 5 anos, a primeira ao qual nasceu o meu filho.

Filhos planeados ou não planeados ?

Porque a pilula nem sempre resulta , como me aconteceu, eu aceitei de imediato, ele levou mais tempo , mas tb aceitou, se não achasse que iria ser boa mãe arranjava maneira de fazer aborto, que foi o que sempre aconteceu neste país ainda antes de ser legalizado.
Acho engraçado o facto de teres esses numeros tão certinhos e alinhavados, já agora podias calcular quantas fraldas são necessárias ? Just Kidding.
Belas recomendações as que dás, vou ler com tempo.
Ser pai não é só a parte financeira, é muito mais. Por isso concordo contigo mais uma vez.
Beijos e boa sorte para a organização na tua vida.

  Mulheka

terça-feira, abril 28, 2009 1:12:00 da manhã

Percebo e concordo com a tua maneira pensar.

Não ter o tempo e a atenção dos pais nos anos mais cruciais da nossa vida, vai marcar para sempre... e quer queiramos quer não, vai influenciar a nossa maneira de ser.

  Stiletto

terça-feira, abril 28, 2009 3:34:00 da manhã

Nem tanto ao mar nem tanto à terra. As tuas preocupações são genuínas e fazem todo o sentido. Hoje em dia corremos todos muito e não temos tempo para nada.
Mas vais ver que quando ou se decidires ter filhos as tuas prioridades mudam. E arranjas tempo. Pela simples razão que eles passam a ser uma prioridade.
Eu já vivi para trabalhar. Hoje, trabalho para viver. Abdiquei de uma maior progressão profissional, por não ter a disponibilidade que tinha. Mas garanto que vale a pena!

  Susana

terça-feira, abril 28, 2009 4:44:00 da manhã

Será que me andas a ler os pensamentos?!
Ipsis verbis.

:)

  Bruno Fehr

terça-feira, abril 28, 2009 5:57:00 da manhã

Fada:

O meu pai dizia que nenhum é pouco, um já chega e dois são demais, eu acho que três chegam, cinco já é uma equipa de hóquei.

Sim os meus 103 e perto de fazer 104 ainda me permitem ser pai :)

  Bruno Fehr

terça-feira, abril 28, 2009 5:58:00 da manhã

mjf:

Não julgo que esteja a ser pragmático, simplesmente olho para a minha vida e não vejo espaço para uma criança. Isto não significa que não a possa ter, posso sim, mas sei que não tenho possibilidades de lhe dedicar o tempo que quero. No entanto trabalho agora para em breve abrandar o ritmo e aí sim terei esse espaço.

O teu exemplo é um pouco diferente, pois tiveste a oportunidade de juntamente com o teu marido de arranjar esse tempo. Eu estou a escrever isto e a qualquer momento posso ter um avião para apanhar, ao ponto de ter constantemente a mala feita. Sei que irá acalmar e passarei a ter uma vida mais calma, mas sei também que depende do meu sucesso agora.

Quanto à tua filha, ela está num dos melhores sistemas educativos do mundo e numa das sociedades mais aberta e justas, e isso é o melhor para ela e é um sacrifício para o pais não financeiro mas pela distancia.

"Mas ter um filho é sem duvida uma experiência unica."

Eu tenho a certeza que o é, por isso enquanto puder escolher, escolho adiar mais um pouco.

  Bruno Fehr

terça-feira, abril 28, 2009 5:59:00 da manhã

Paula:

Não deixarei.

  Bruno Fehr

terça-feira, abril 28, 2009 5:59:00 da manhã

DeusaMinervae:

Julgo que serenidade já a tenho, o facto de pensar nisto já revela uma preparação mental, mas tendo em conta que tive uma mãe ausente e um pai/mãe/fonte de dinheiro que para me dar tudo tinha de trabalhar de manha à noite. Não é isso que quero para os meus filhos.

  Bruno Fehr

terça-feira, abril 28, 2009 5:59:00 da manhã

HAZEL:

Eu já reparo nas mulheres grávidas que acho que ficam toda muito mais bonitas. Já fico a olhar para comportamentos de bebés. Mas preciso de esperar e por isso evitar "acidentes" e se acontecer ser pai sem o planear, tenho a certeza que irei mudar algo e estar com ele/ela, mas julgo que o ideal seria ele/ela virem de uma forma planeada.

"Não vale a pena encarares a coisa de forma tão racional, pois se estiveres à espera de ter algumas horas de sobra todos os dias..."

Claro que sobram horas todos os dias, mas também passo dias em casa e noites a trabalhar durante meses, passo semanas inteiras fora de casa, esse é o problema.

  Bruno Fehr

terça-feira, abril 28, 2009 5:59:00 da manhã

Feitiozinho:

Sempre gostei de crianças, mas sempre sublinhei que gostava dos filhos dos outros com os quais podia brincar, devolver aos pais e ir para casa sossegado. Trabalhei também durante 3 anos com crianças do primeiro ciclo, mas só recentemente me deu para pensar nisto. Acho que é por estar cercado de bebés. O Euro de futebol gerou outro baby boom na Alemanha que está a nascer agora

  Bruno Fehr

terça-feira, abril 28, 2009 5:59:00 da manhã

A Outra!:

Sim, eles nascem e somos os maiores, depois crescem e passamos a ser malucos, crescem ainda mais e somos uns velhos queridos mas chatos :)

  Bruno Fehr

terça-feira, abril 28, 2009 5:59:00 da manhã

Catwoman:

Por acaso lembrei-me dela quando escrevia o texto :)

  Bruno Fehr

terça-feira, abril 28, 2009 6:00:00 da manhã

Sophie:

Obrigado.

  Bruno Fehr

terça-feira, abril 28, 2009 6:00:00 da manhã

Maya Gaarder:

Foi uma decisão que tomaste conscientemente e tens agora de fazer o melhor que sabes e podes. O meu caso é que ainda não cheguei a esse ponto de decisão, aliás ainda nem sequer escolhi a mãe dos putos.

  Bruno Fehr

terça-feira, abril 28, 2009 6:00:00 da manhã

Dida Prazeres:

Ahahahahaah

Exacto, abdicaste após reflectires, fizeste uma escolha que não me sinto preparado a fazer. O meu trabalho é um desafio constante, pode ser recompensador ou deixar-me louco, mas gosto deste tipo de desafios e tenho a tendência para me aplicar a 100% num novo projecto. É por isso que não fico com tempo para uma criança. E certamente não é o meu tempo anti-stress na blogosfera que poderia ser usado para educar um filho, pois é pouco tempo.

  Bruno Fehr

terça-feira, abril 28, 2009 6:00:00 da manhã

provocação:

Não julgo que queira que seja perfeito (acabas de me dar uma ideia para o próximo texto), quero sim que seja justo e por isso preciso de ultrapassar esta fase laboral com sucesso de forma a ficar mais tempo sentadinho atrás de uma secretária e mandar outros viajar e ficarem sem tempo para eles.

  Bruno Fehr

terça-feira, abril 28, 2009 6:00:00 da manhã

LURBA:

Gémeos e já agora um casal :)

  Bruno Fehr

terça-feira, abril 28, 2009 6:00:00 da manhã

Osga:

Eu em Portugal já ouvia "é tua filha"? E na verdade é a minha irmã. Tenho uma irmã mais nova do que muitos dos filhos de pessoas da minha idade.

  Bruno Fehr

terça-feira, abril 28, 2009 6:01:00 da manhã

Mel:

Verdade e Mentira.

Tenho realmente que encontrar quem me ature o que só por si é um grande desafio. Mas tenho que pensar já e arranjar o espaço para uma criança já, assim quando encontrar essa santa mulher, já não haverá dúvidas.

  Bruno Fehr

terça-feira, abril 28, 2009 6:01:00 da manhã

izzie:

Obrigado eu.

  Bruno Fehr

terça-feira, abril 28, 2009 6:01:00 da manhã

JS:

Eu também tive uma mãe ausente por opção dela e tive um pai semi-presente pois tinha de gerar o dinheiro que eram dois a gerar.

Eu sei bem o que isso é pela criança que fui, eu chegava a ser subornado para haver um pouco de paz em casa dando-me dinheiro para ir ao cinema ou quando me compraram o meu primeiro PC para eu me sentar, calar um bocado :)

  Bruno Fehr

terça-feira, abril 28, 2009 6:01:00 da manhã

Veruska:

Se não os tiver será uma escolha tão válida como os ter, pois será fruto de uma decisão reflectida, o que sei é que não os terei sem que sejam planeados pois nesse campo não facilito e penso sempre com a cabeça de cima.

  Bruno Fehr

terça-feira, abril 28, 2009 6:01:00 da manhã

I.D.Pena:

A questão dos filhos planeados ou não planeados não pode ser considerada acidente, pois ao confiar na pílula estão a correr um risco.

A maior parte das vezes em surgiu a ideia de não usar preservativo ela partiu sempre de mulheres e sempre dizendo que eu não precisava porque elas tomavam a pílula, ora eu nunca me deixei ir nessas tretas e sem preservativo elas que usem um vibrador e acho que é por isso que hoje não sou pai. Mas se fosse certamente teria um emprego diferente.

  Bruno Fehr

terça-feira, abril 28, 2009 6:01:00 da manhã

Mulheka:

Não vejo a falta de atenção dos pais como uma marca negativa. Eu não tive uma mãe presente e não sou um sociopata, o meu tinha pouco tempo e não sofro de carências afectivas, tem tudo a ver como nesses anos aprendemos a lidar e a analisar as situações. Podemos ficar uns adultos problemáticos ou adultos racionais que queiram evitar impor a sua infância aos seus filhos.

  Bruno Fehr

terça-feira, abril 28, 2009 6:02:00 da manhã

Stiletto:

Eu sei que eles passam a ser uma prioridade, mas o meu trabalho é "on call" 24/7, não há dias livres definidos, não há fins de semana, posso ter dias inteiros livres e madrugadas de trabalho, posso ter de num prazo de 2h estar a apanhar um avião e como poderia encaixar uma criança nesta insanidade?

É que nem posso ter um descuido que origine uma gravidez... bem poder, posso mas teria de mudar de emprego, o que tenho, neste momento não me permite mas sei que num futuro próximo o permitirá.

  Bruno Fehr

terça-feira, abril 28, 2009 6:02:00 da manhã

Susana:

Se o fiz, foi sem querer :)

  Fada

terça-feira, abril 28, 2009 6:48:00 da manhã

Bruno, disseste:
"Sim, eles nascem e somos os maiores,... malucos, ...velhos queridos mas chatos :)"

Ahahahaha Nem sempre, Bruno, nem sempre!!! :D

"assim quando encontrar essa santa mulher"

Aahahahahahahah Santa?!?!?!? Ahahahahahahahah

"porque elas tomavam a pílula,... sem preservativo elas que usem um vibrador..."

Huuummm... Ora aqui está uma pergunta para a revista Maria: "Uso muito um vibrador a pilhas e estou grávida, será que vou ter um bebé-chorão com um botãozinho On-Off?" ahahahah

Agora a sério, eu deixei de tomar a pílula porque me apercebi que ovulava na mesma, ao fim de a tomar uns 15 anos. Acho que o organismo se fartou. E não é só para evitar a gravidez que o preservativo serve, andam aí muitas doenças, não falando apenas nas mortais, como o HIV.
Até hoje, o melhor método anti-concepcional é a abstenção... eheheh

"Eu sei que eles passam a ser uma prioridade, ...como poderia encaixar uma criança nesta insanidade?"

É aqui que entra a santa, pá, a santa!!!! Boa??
:D

Bem, acorda uma gaija a esta hora para se rir que nem uma tontinha...eheheh Antes isso do que ter pesadelos! :p

Beijitos, Bruno, e boa noite!!!

  AlfmaniaK

terça-feira, abril 28, 2009 7:07:00 da manhã

Embora a perspectiva seja simpática e, digamos, altruísta no sentido em que colocas o interesse dos teus possíveis filhos acima dos teus objectivos, não deixa de passar a sensação que é uma perspectiva muito curta!
A estabilidade que precisas e aguardas ter, espero ter para os meus netos! E tu?

  Mulheka

terça-feira, abril 28, 2009 9:07:00 da manhã

"Podemos ficar uns adultos problemáticos ou adultos racionais que queiram evitar impor a sua infância aos seus filhos."

Ora, aí já está a influenciar a nossa maneira de ser ou a dar ainda mais enfase a algo que já vinha de nós. Porque caso não tivessemos sentido isso na pele, se calhar não pensávamos tanto a assim. "Eu não vou fazer isto, isto e isto, porque não quero que passem pelo mesmo."

Não disse que tinha que nos influenciar negativamente. Grande parte das vezes pode levar-nos a ser melhores.

Eu não quero ter filhos por algo que já vem de trás. Não quero, porque não quero que exista a mínima possibilidade de que passem pelo que eu passei.
Com a experiencia não podia eu saber o que não devia fazer ou acontecer? Claro que sim! Mas a nossa vida pode mudar completamente de um dia para o outro e eu nunca poderia garantir isso. O medo de que saiam magoados daquela maneira, faz com que não queira ser mãe.
E não me considero egoísta por isso. Seria egoísta sim, se pensasse que quero ter filhos porque é muito giro mas não pensasse neles. Na minha opinião, é algo que deve ser bem pensado.

De qualquer forma, influencie para o bem ou para o mal, vai marcar sempre.

  Fada

terça-feira, abril 28, 2009 9:41:00 da manhã

Ah, esqueci-me do mais importante:

Disseste: "O meu pai dizia que nenhum é pouco, um já chega e dois são demais, eu acho que três chegam, cinco já é uma equipa de hóquei."

Se os meus pais tivessem tido apenas 3 ou 4, eu não existia. :)

Se a minha irmã tivesse decidido abortar da última gravidez, uma vez que já tinha 3 filhos, os meus afilhados e sobrinhos nº 5 e 6, não existiam.

Sim, 5 dá para hóquei, dá para equipa de futebol de salão, dá para necessitarmos de carros de muitos lugares, muitas despesas, muitas preocupações. Mas dá para uma boa aprendizagem de amor, cooperação, altruísmo, brincadeiras, diversão, companheirismo... Tudo tem vantagens e tudo tem desvantagens.

Também acho que 3 é bom, da minha barriga... :)
Mas não invalido a possibilidade de criar mais 2, mesmo que seja numa altura em que os filhos biológicos já estejam mais encaminhados. :)

Beijitos :)

  Hanokh

terça-feira, abril 28, 2009 11:02:00 da manhã

eu acho que se tiveres à espera do momento ideal (que, para ti, é o que referiste no texto)nunca vais ser pai...não existem momentos ideais...existe sim a força de vontade...a força de vontade ajudar-te-á a encontrar a situação ideal possível para acolheres e educares os teus filhos...

ainda assim congratulo-te pela tua maturidade...tivessem todos os pais e mães deste mundo os mesmos valores (e possibilidades) para educarem os filhos como idealizas...

  VCosta

terça-feira, abril 28, 2009 11:24:00 da manhã

Deve-se pensar bem antes de ter um filho mas o mais importante é querer. Essa é a base principal!!!

  Oásis

terça-feira, abril 28, 2009 2:31:00 da tarde

O primeiro post do DiarioOnlineII aka Vida no Paraiso é sobre isto precisamente e tem este vídeo também porque gosto da letra e porque traduz muito bem o que para mim seria um dilema não fosse a minha vida encarregar-se de me "pregar" uma bela de uma surpresa que se chama António e tem hoje seis anos. Também planeava adoptar, para além do filho biológico, mas a vida tem seguido outro caminho... Tenho a certeza que vais criar uns belos de uns filhos, podemos não lhes dar a felicidade mas damos-lhe amor, o nosso tempo e disponibilidade (mais tarde serão eles que nos dão o seu tempo) bem como as ferramentas que precisam para viver. O resto, é com eles.

  I.D.Pena

terça-feira, abril 28, 2009 4:37:00 da tarde

2ª reacção:
Vai depender de pessoa para pessoa, e pela forma como gere o seu próprio tempo. Na verdade a questão n é complicada para nós que fazemos parte de uma mera estatistica. Aquela percentagem que usa internet, que tem electricidade, e o que é necessário para viver confortavelmente, mas existem muito mais mulheres e homens sem nada que fazer.

A Adopção deveria ser mais fácil nos países da Europa e de forma igual, mas aqui em PT toda a gente já sabe que isso n acontece, aqui anda tudo aos papeis.

Enfim, um português que é prático não tem paciência para isso, e por isso emigra.

Já na china é diferente. Mas se bem que eles possuam mais "armas" para combater a crise(como destribuir dinheiro às familias mais desfavorecidas, ou o incentivo à descentralização das capitais pela agricultura.) A nivel de humanidade, ainda lhes falta saber a missa a metade.

Enfim à quem fique chocado com a China a permitir que os seus habitantes matem os filhos mais velhos pela limitação e penalização de familias mais numerosas, não me choca, mas relembro que isso de humano não tem nada, aliás uma pequena percentagem da classe animal assassina deliberadamente filhos saudáveis, só por estarem no lugar errado e na hora certa.
Beijos

  I.D.Pena

terça-feira, abril 28, 2009 4:46:00 da tarde

ps:
Achei graça à história do teu primeiro pintelho porque é HILARIANTE !
ahahahahah
só rir!
:D

  I.D.Pena

terça-feira, abril 28, 2009 4:58:00 da tarde

Bruno
"A questão dos filhos planeados ou não planeados não pode ser considerada acidente, pois ao confiar na pílula estão a correr um risco.

A maior parte das vezes em surgiu a ideia de não usar preservativo ela partiu sempre de mulheres e sempre dizendo que eu não precisava porque elas tomavam a pílula, ora eu nunca me deixei ir nessas tretas e sem preservativo elas que usem um vibrador e acho que é por isso que hoje não sou pai. Mas se fosse certamente teria um emprego diferente."

Aahahah okay, é verdade a probabilidade da pilula diminui conforme o seu uso, e dava-me tão bem com as pilulas que me receitavam mesmo de diferentes dosagens de estrogéneo, que para a minha médica ginecologista/obstreta foi um choque, sim é um risco, calculado de 99% para 1.

Para mim é um pequeno risco , mas o que hoje em dia não é um risco ? O papa que é o PAPA , usa vestido e tudo n confia nos preservativos porque nunca experimentou se calhar não ?
:D

  aNGie

quarta-feira, abril 29, 2009 1:00:00 da manhã

Eu não diria melhor!

Confesso que o meu relógio biológico já "tocou" há muito tempo, mas fiz questão de o desactivar por uns tempos pelas mesmas razões que decretas no teu post.. mas, por vezes, assalta-me uma necessidade quase incontrolável de esquecer a razão e ouvir apenas o instinto e a necessidade de ser algo mais do que filha, irmã, noiva,etc.
A ideia de ser mãe pode ser muito romantica ou pode ser apenas um acto egoista, dependendo da forma como lidamos com isso..

Como já referi antes sou educadora de infãncia, e ver a maternidade e a paternidade do outro lado desilude muito e inibe esta vontade. A maioria dos casos familiares com que contracenei não são, de todo, fáceis e, muitas vezes, chego a pensar que seria melhor para aquela criança nunca ter nascido.. com que direito pomos uma criança neste mundo perverso sem termos capacidade de amar, sem termos capacidade de proteger e guiar os nosso filhos..

  aNGie

quarta-feira, abril 29, 2009 1:05:00 da manhã

voltei..
só para acrescentar um ponto que me esqueci de abordar..

as crianças não cobram nem exigem tempo em quantidade..
é, para eles como para qualquer um de nós - seja qual for a faixa etária, mais importante a qualidade que tem cada pequenino espaço temporal..

  Helena santana

quarta-feira, abril 29, 2009 10:20:00 da manhã

Olá Bruno,

Adoro os meus filhos e adoro as crianças em geral.Mas confesso que gostaria de ter tido essa visão das coisas (Não digo "discernimento" relativamente a ti , porque estou sempre a dizê-lo) antes de ter tido filhos.Tudo teria sido diferente.Para melhor, para pior, isso é a grande incógnita. Mas é certo que me sacrifiquei e me sacrifico todos os dias da minha vida por eles, em detrimento muitas vezes de mim própria.

  Ana

quarta-feira, abril 29, 2009 7:06:00 da tarde

Olha, e eu a pensar que afinal tinhas filhos e te ias confessar... :-p :D

  Bruno Fehr

sábado, maio 02, 2009 5:12:00 da manhã

Fada:

"E não é só para evitar a gravidez que o preservativo serve, andam aí muitas doenças, não falando apenas nas mortais, como o HIV."

HIV até os irritantes herpes que basta ter uma vez e tornam-se como aquelas pessoas chatas que nos visitam de tempos a tempos.

  Bruno Fehr

sábado, maio 02, 2009 5:12:00 da manhã

AlfmaniaK:

"A estabilidade que precisas e aguardas ter, espero ter para os meus netos! E tu?"

Eu espero ser um pai sempre presente, quero educar os meus filhos e não os meus netos.

  Bruno Fehr

sábado, maio 02, 2009 5:12:00 da manhã

Mulheka:

"Não disse que tinha que nos influenciar negativamente. Grande parte das vezes pode levar-nos a ser melhores."

Sim, se conseguirmos ver que a culpa não é nossa iremos ser melhores, mas muitos sentem-se culpados toda uma vida.

"Eu não quero ter filhos por algo que já vem de trás. Não quero, porque não quero que exista a mínima possibilidade de que passem pelo que eu passei."

O que passei não foi mau, só acho que tive de crescer depressa demais quando deveria ter sido criança mais tempo.

"E não me considero egoísta por isso. Seria egoísta sim, se pensasse que quero ter filhos porque é muito giro mas não pensasse neles. Na minha opinião, é algo que deve ser bem pensado."

Ora aí está, há quem os tenha porque é giro, ou porque a sociedade nos diz que é a nossa função, crescer e procriar.

  Bruno Fehr

sábado, maio 02, 2009 5:12:00 da manhã

Fada:

Se a minha irmã tivesse decidido abortar da última gravidez, uma vez que já tinha 3 filhos, os meus afilhados e sobrinhos nº 5 e 6, não existiam.

  Bruno Fehr

sábado, maio 02, 2009 5:13:00 da manhã

Hanokh:

"eu acho que se tiveres à espera do momento ideal (que, para ti, é o que referiste no texto)nunca vais ser pai...não existem momentos ideais...existe sim a força de vontade...a força de vontade ajudar-te-á a encontrar a situação ideal possível para acolheres e educares os teus filhos..."

Eu sei, mas imagina... Eu estou agora aqui a escrever e posso receber uma chamada para apanhar um avião pela manha e ficar dois dias, uma semana fora. Não posso fazer grandes planos. As minha ultimas férias em Portugal foram interrompidas porque tive de ir para Varsóvia, ou seja da praia fui para um local onde nem sabem o que é o mar.

  Bruno Fehr

sábado, maio 02, 2009 5:13:00 da manhã

VCosta:

Claro que querer é importante, mas sem esquecer o poder.

  Bruno Fehr

sábado, maio 02, 2009 5:13:00 da manhã

Marisa:

Sim, o António apareceu e conseguiste fazer tudo o que se espera de uma mãe e ainda arranjar tempo para estudar. Eu mal tenho tempo para me sentar na sanita, tirando o tempo que escrevo aqui, que começa já a ser muito pouco.

  Bruno Fehr

sábado, maio 02, 2009 5:13:00 da manhã

I.D.Pena:

"Vai depender de pessoa para pessoa, e pela forma como gere o seu próprio tempo."

É verdade mas por enquanto ainda nao tenho poder de decisão sobre o meu tempo, ainda é o deus da empresa que o decide.

O caso da China é grave, mas é demonstrativo de algo muito grave, ou seja... Pessoas a mais no mundo e mesmo sabendo disso, todos os países da Europa pedem mais filhos.

"oi um choque, sim é um risco, calculado de 99% para 1."

E esse um, deu-te uma alegria para quem arranjas sempre tempo. Eu iria ter de o abandonar durante os primeiros tempos de vida até organizar a minha vida profissional.

  Bruno Fehr

sábado, maio 02, 2009 5:13:00 da manhã

aNGie:

"A ideia de ser mãe pode ser muito romantica ou pode ser apenas um acto egoista, dependendo da forma como lidamos com isso.."

É verdade. Sei que no meu caso não será um acto egoísta, esse acto será o não os ter.

"Como já referi antes sou educadora de infãncia, e ver a maternidade e a paternidade do outro lado desilude muito e inibe esta vontade."

Trabalhei só dois anos com crianças dos 4 aos 8 e gostei de o fazer, mas em nenhum momento imaginei um meu no meio de todos aqueles. Hoje até imagino :)

"as crianças não cobram nem exigem tempo em quantidade.."

Podem não cobrar ou exigir, mas precisam de tempo.

  Bruno Fehr

sábado, maio 02, 2009 5:13:00 da manhã

HCS:

"Mas confesso que gostaria de ter tido essa visão das coisas (Não digo "discernimento" relativamente a ti , porque estou sempre a dizê-lo) antes de ter tido filhos.Tudo teria sido diferente.Para melhor, para pior, isso é a grande incógnita."

Acho que toda a gente pensa assim, pensa como teria sido se eles não tivessem nascido, mas acho que basta olhar para eles para perceber que valeu a pena.

  Bruno Fehr

sábado, maio 02, 2009 5:14:00 da manhã

Vani:

Que eu saiba, ainda não!

  Morena

segunda-feira, maio 04, 2009 12:03:00 da manhã

Sou a Isabela, Morena é a minha cadela que agora também é blogger e tal.

Bem, sobre esta questão que me interessa deixa-me dizer-te o seguinte:
tenho 46 anos e até há 10 anos atrás não pensava ter filhos. Talvez por a minha mãe me ter tido aos 40, e isso ser uma espécie de idade decisiva e possível para a procriação de uma mulher, a meu ver.
Aos 36, quando esse desejo começou a aparecer estranhamente em mim (e devo dizer que não penso que tenha sido um estímulo meramente cultural, penso que houve ali algo físico, algo de instinto, algo do animal que quer parir e dar de mamar) pensei que com a falta de candidatos a pais só me restava a adopção e pensei seriamente no assunto. Larguei porque me informaram que uma mulher solteira, naquela altura, em Portugal, só conseguia adoptar em casos muito especiais.
Entretanto a vida mudou e arranjei candidatos a pais (uns voluntários, outros à força) mas a coisa não resultou. Quer dizer, resultou mas não vingou, e eu lá me voltei outra vez para a adopção, cujo resultado aguardo.
Não quero ser mãe para ter alegrias. Sei que não posso esperar maravilhas, que o meu amor e dedicação nunca serão correspondidos porque nenhum filho é capaz de satisfazer esse amor estranho de uma mãe. Quero ser mãe porque preciso de ser mãe. Porque preciso de dar banho, de lavar a cara, de meter na cama, de ler histórias, de pôr de castigo porque não se faz isso aos outros meninos. Quero ser mãe porque preciso de ensinar a alguém que embora o mundo seja um lugar terrível para se estar vivo, estar vivo continua a ser um lugar maravilhoso para se ser. Claro que este desejo chegou demasiado tarde na minha vida, numa altura em que o meu corpo já não colabora, o que não acontece convosco, homens, que conseguem ser pais até por volta dos 150 anos, portanto ainda és uma criança. Pode ser que um dia tenhas vontade de ser pai. Pode ser que um dia tenhas vontade de ser pai à força (eu acho que é o caso de 99% dos homens). Pode ser que nunca tenhas vontade e nunca venhas a ser. O que importa é que sejas feliz e faças os outros felizes.

  Bruno Fehr

terça-feira, maio 05, 2009 9:35:00 da manhã

Morena disse...

"Não quero ser mãe para ter alegrias. Sei que não posso esperar maravilhas, que o meu amor e dedicação nunca serão correspondidos porque nenhum filho é capaz de satisfazer esse amor estranho de uma mãe."

Ora aí está uma bela maneira de colocar o assunto, um amor realmente estranho.

"Claro que este desejo chegou demasiado tarde na minha vida, numa altura em que o meu corpo já não colabora, o que não acontece convosco, homens, que conseguem ser pais até por volta dos 150 anos, portanto ainda és uma criança."

Ena, então tenho quase uma vida pela frente para encontrar a corajosa "hospedeira" ideal para a minha prol de pestes insolentes :)

Se não for pai serei padrinho como sou, quer de baptismo quer solidário no programa Sponsor a child. Não é a mesma coisa mas de certa forma sei que há uma criança que tem comida na mesa e vai à escola com a pequeníssima ajuda que dou e aqueles postais no natal e no meu aniversário valem muito mais do que aquilo que dou. É arte :D

  streetwarrior

sábado, fevereiro 27, 2010 1:58:00 da manhã

Boas Bruno.
Tenho noção que este Post ou como lhe queiram chamar,já tem algum tempo,no entanto,para mim é actual,pois acabei agora de o ler.

Em relação ao tópico vou-te deixar a minha expriençia de vida em relação ao ter ou não 1 filho.

Quando a minha companheira da altura que não o é agora, engravidou,ela estava desempregada.
Eu apesar de não o estar,para o nivel financeiro de vida que sempre procurei ter e manter,senti que não era a altura indicada para trazer 1 filho ao mundo.
Após algums contactos, consegui encontrar uma enfeira,(na altura o aborto era ilegal)que os fazia.
A minha Ex, já tinha tirado uma ecografia em que apontava que o feto(ou ??? )teria aproximadamente 4 semanas de gestação e foi-nos dit que seria possivel efectuar o aborto ou seria possivel até ás 8 semanas,por isso optamos por essa via.
Quando chegamos a casa da Sra enfermeira(era na casa dela que se iria tratar da questão)ela conversou com a minha Ex e depois comigo separadamente,pois á altura,a Ex encontrava-se numa outra sala a preparar-se.
Eu esperei cá fora,noutra divisão, pois não me deixou assistir e foi lá dentro apalpar e inteirar-se d situação...passado uns 5 minutos,chegou cá fora e disse não ser possivel,pois o feto ( ou ??? )já teria mais que as 8 semanas,logo não arriscaria e disse-me uma frase que mudou para sempre a minha vida e a maneira de eu encarar 1 filho(e até mesmo outras situações)que foi assim.

Olhe Sr. Nuno,se o Sr está á espera de reunir condições, financeiras,morais ou de ouro motivo para ter 1 filho,esqueça,HÁ CERTAS COISAS NA VIDA QUE NUNCA CHEGARÁ A ALTURA CERTA,ESTA É UMA DELAS.

Passado 1 ano, encontrei a enfermeira,que me reconheçeu e perguntou pela criança, se tudo correu bem e eu agradeci,no entanto,ela confidenciou-me uma coisa que me alterou a minha perspectiva que foi dizer-me que na altura teria sido possivel fazer o aborto, só não o fez,pois apesar de as razões que eu tinha serem validas e importantes, ela reconheçeu em mim, 1 lutador (podia ter-se enganado) e que certamente,melhor ou menos bem, a criança iria ter alguem que se esforçaria para garantir o minimo que uma criança deve ter.

Hoje a minha filha tem 9 anos,para mim é de uma beleza inigualável,pois é 1 ser unico,a cada momento que a vejo sorrir com alegria,puno-me por 1 dia,ter tido nas mãos,a hipotese,de nunca vir a exprienciar a sensação de criar este doce e lindo sorriso.
Talvez,o criador (???) quissese que eu tivese passado por esta expriencia para me fazer crescer interiormente.
A ( ??? ) é uma criança com muitas caractristicas minhas da minha expressão como ser unico,sendo original noutras tantas.

Serve este texto para deixar a ideia que ter 1 filho, é certamente uma decisão ponderada como a que expressas( deveria de o ser ser ) mas na maioria das vezes,nunca é a altura ou certa ou ideal para se ter 1 filho,ou por medo que foi o meu caso,ou por termos outras ambições pessoais que também são válidas.

1 abraço sentido,continua, gosto muito de ler o que escreves...em breve ,penso que virás a ouvir falar de mim.

Nuno Guerreiro

  Bruno Fehr

sábado, fevereiro 27, 2010 2:08:00 da manhã

Nuno Guerreiro:

Eu tenho a certeza que nunca acharei que é a altura certa e que por isso, muito provavelmente nunca serei pai (algo que não acho ser essencial), mas sei que se por acidente engravidar alguém que irei fazer tudo por essa criança e o aborto nunca será opção. Digo isto exactamente porque um dia não quero imaginar como a criança, ou não quero sentir a culpa de um dia ter pensado em não a ter.

Venha uma ou venham 10, serão bem-vindas mas nunca poderei dizer que foram planeadas.