"Aqui estamos, tendo a mesma velha discussão novamente.
Lá vai ela, o mesmo jogo que parece não ter fim.
Se eu conseguisse dizer as palavras certas, sei que faria com que ficasses.
Se eu conseguisse dizer as palavras certas, tudo ficaria bem.
Mas se partires, eu não irei acreditar que será para sempre.
Podes partir, eu nunca partirei, pois isto não é o fim.
Relembrando a noite anterior. Conversar não melhora as coisas.
Eu sei que ela tentou, mas todo o meu mundo é ela e aquilo que temos agora.
Mas se partires, eu não irei acreditar que será para sempre.
Não desistirei, mesmo que ela diga que terminou.
Sei que será diferente desta vez, se ficares...
Quando escrevemos esta história, como terminava?
Era tu e eu, para toda a vida.
Vá, não o digas, pois podemos tentar novamente, pois se eu te abraçar, isto pode durar.
Ali está ela, suave, com lágrimas na cara, batendo-me, oh meu Deus isto é o fim
Eu esperaria aqui por ti, mas não há nada mais que eu possa fazer."
(Offspring - Denial Revisited)
........X........
Esta é sem dúvida uma letra que contrasta com a do meu texto anterior.
No texto anterior, ambos aceitam o final de uma relação, o amor fica em ambos, enquanto continuam as suas vidas.
No caso deste tema, o facto de ela querer um final, mesmo que lhe custe. A pressão dele para salvar uma relação sem futuro, faz com que o amor morra. Aqui o amor não fica, ele é transformado em mágoa ou pior ainda em ódio.
O final custa sempre e o final patente nesta letra é infelizmente o mais comum nas nossas vidas. Por muito que custe aceitar que terminou, prefiro um final como o do texto anterior, pois nele serão sempre lembrados os momentos bons, enquanto num final como este, os maus, são os que ficam gravados na nossa memória.
Sou levado a pensar que é por motivos egoístas que se luta desta maneira, pois se o sentimento for esgotado e substituído por dor e mágoa, torna-se mais fácil aceitar o fim. Ou seja, massacrámos tanto a outra pessoa para voltar, que ela não nos quer ver à frente nem pintados. Não nos resta outra opção se não aceitar e seguir em frente.
Mas a que preço? Será que vale a pena pagar tão caro, para aceitar algo que não queremos?
O difícil é aceitar no momento. Um quer o fim, o outro no máximo pode pedir esclarecimentos e aceitar. Tem de aceitar não existe outra opção lógica, pois não se pode obrigar ninguém a nada.
Depois vem a história do superar. Como se supera? Tudo se supera, leva mais tempo a umas pessoas do que a outras; mas tudo se supera. A frase, "não posso viver sem ti", é falsa, toda a gente pode viver sem a pessoa que acha que lhe é tão essencial como o ar.
Há de facto pessoas insubstituível, mas não existem pessoas de quem dependa a nossa vida.
Tudo se supera e a versão do texto anterior é a mais difícil de superar, mas é também a única que deixa boas memórias, tal como a única que deixa a porta encostada, para quem sabe... Um dia!
14 Comentários:
terça-feira, setembro 16, 2008 3:52:00 da tarde
é se duvida mt mais facil superar um relaçao em que atingimos o esgotamento total e já nem a imagem da outra pessoa conseguimos superar.é mt mais fácil odiar e cortar com alguem pela raiz, do que civilizadamente chegar a um consenso em que ,apesar de gostarem,ambos de afastam para que ao menos o respeito e o carinho não se percam.
há pessoas que ,por mais que nos magoem,simplesmente nao conseguimos odiar.
terça-feira, setembro 16, 2008 3:57:00 da tarde
Posso afirmar que passar por este tipo de separação é muito doloroso, como se lida com a situação de chantagem emocional constante?
O que poderia e devia ter acabado com um resto de amor e carinho, acabou em luta. Foi necessário criar uma armadura para me proteger dele e tambem de mim, para não ceder, por vezes o cansaço era tão grande que eu pensava: "desisto, esquecer que existo, esquecer o que sou e descansar, quero descansar."
Quando me levantava e abria a janela, compreendia que não podia desistir de mim. Durou muitos meses, foi até a revolta, a dor e a raiva serem os sentimentos que ficaram.
Hoje vivo em paz comigo, precisei de saber gerir os sentimentos negativos e ultrapassá-los, ficou a tristesa de nada sentir, indiferença total, pelo pai dos meus filhos.
Uma separação deve ser como descreves no texto anterior, pois a bem ou a mal, acaba por acontecer. Então para quê tanto sofrer?
"Lutar por aquilo que se quer", tretas, o lutar é antes no dia a dia, saber cativar, saber acarinhar, estar lá no momento necessário, saber devolver um sorriso e respeitar que do outro lado está um ser, uma pessoa.
Quando nos sentimos bem ao lado de alguém, não queremos ir embora.
terça-feira, setembro 16, 2008 4:26:00 da tarde
Bom, aqui concordo absolutamente contigo: não há nada pior do que a pessoa humilhar-se a pedir migalhas de amor que o outro já não quer dar. Pior talvez ainda seja assistir, sem nos conseguirmos livrar daquele fardo. Enfim, ambas são más! Péssimas até! E aí sim, o respeito que se tem pelo outro esvai-se completamente, fica uma certa raiva daquela pessoa, só nos lembramos do que aprontou...
Felizmente, sou orgulhosa demais para me humilhar a mim própria. Umas lágrimas sim, até é suposto, mas depois disso nada de andar atrás, ou em cima a pedir batatinhas. Uma vez cortei radicalmente com um gajo, fiquei sem lhe falar durante cerca de um ano. Nem lhe teria falado mais, caso não o encontrasse com frequência com amigos comuns. Depois de passado um ano, já era... como outro qualquer!
Mas tudo se supera, sim, que ninguém é insubstituível!!! :)
terça-feira, setembro 16, 2008 4:30:00 da tarde
algumas, marcam-nos definitivamente!
terça-feira, setembro 16, 2008 5:13:00 da tarde
exacto, apesar de custar acreditar nisso, tudo se supera. Embora não pense que nada é insubstituivel.
quarta-feira, setembro 17, 2008 12:44:00 da tarde
Olha...eu não estou a conseguir superar :(. Aqui a guerreira, a conhecida como fortalhona, não está a conseguir largar as memórias, os bons momentos...tudo me leva a ele. Podia ligar, saber se está bem mas algo me impede de tomar esse caminho. Se bem que ando por aqui a caminhar meio à deriva, planos e tudo o resto foram pelo cano e agora lá tenho de reorganizar ideías, "reunir tropas"...recuperar. Desta vez...está a ser mais complicado do que esperei. É que apesar de tudo o que me dizem (atitude certa a tomar), eu estou-me literalmente a cagar, parece que nem consigo ouvir. Estranho isto, pelo menos em mim que sempre fui uma "fortaleza". Eheheh acho que fui apanhada na curva e nem sei lidar com isto!
Abreijos e os teus textos parecem...de propósito :). Ajudam!
quinta-feira, setembro 18, 2008 12:16:00 da manhã
Miss Bradshaw:
"é se duvida mt mais facil superar um relaçao em que atingimos o esgotamento total e já nem a imagem da outra pessoa conseguimos superar.é mt mais fácil odiar e cortar com alguem pela raiz, do que civilizadamente chegar a um consenso em que ,apesar de gostarem,ambos de afastam para que ao menos o respeito e o carinho não se percam."
Sem dúvida que é mais fácil, mas não vale a pena. Acabando com algum carinho entre os dois é muito mais recompensador para ambos.
"há pessoas que ,por mais que nos magoem,simplesmente nao conseguimos odiar."
Isso eu não acredito.
Tiveste foi sorte de nunca teres terminado com um louco possessivo.
quinta-feira, setembro 18, 2008 12:23:00 da manhã
Cristi:
"Posso afirmar que passar por este tipo de separação é muito doloroso, como se lida com a situação de chantagem emocional constante?"
Com raiva, rancor e ódio. É nisso que a chantagem emocional ou não, torna o mais belo dos sentimentos.
"O que poderia e devia ter acabado com um resto de amor e carinho, acabou em luta. Foi necessário criar uma armadura para me proteger dele e tambem de mim"
Concordo, as coisas não precisam de ser assim, mas há quem entre num estado de loucura e deite tudo a perder. É um problema mais comum nos homens, mas cada vez mais mulheres criam essas situações também.
"Quando me levantava e abria a janela, compreendia que não podia desistir de mim."
Quando me levantava e abria a janela, tinha uma louca dentro do carro a vigiar a minha casa...
"Durou muitos meses, foi até a revolta, a dor e a raiva serem os sentimentos que ficaram."
É normal.
"Uma separação deve ser como descreves no texto anterior, pois a bem ou a mal, acaba por acontecer. Então para quê tanto sofrer?"
Orgulho, problemas de rejeição, loucura, é isso que causa os problemas e aceitar ou não, o fim.
""Lutar por aquilo que se quer", tretas, o lutar é antes no dia a dia, saber cativar, saber acarinhar, estar lá no momento necessário, saber devolver um sorriso e respeitar que do outro lado está um ser, uma pessoa."
Mas aqui entra o factor do conforto emocional. Muita gente conquista até casar e depois fica confortável pois acha que a conquista terminou. Desleixa e desleixa-se.
O lutar por aquilo se quer é quando se perde essa pessoa, e percebem, que a querem, aí tentam, tarde demais fazer o que deveriam ter feito, todos os dias.
quinta-feira, setembro 18, 2008 12:27:00 da manhã
Teté:
"Bom, aqui concordo absolutamente contigo: não há nada pior do que a pessoa humilhar-se a pedir migalhas de amor que o outro já não quer dar."
Acho que a discordância com o texto anterior, tem a ver com o facto de que interpretaste o texto de uma forma diferente da minha intenção. Este texto é tal como o outro um relato de um final de uma relação, num tema musical.
"Felizmente, sou orgulhosa demais para me humilhar a mim própria."
E sabes que há pessoas orgulhosas demais, para aceitarem serem rejeitadas e sem darem por isso humilham-se e humilham!
"Uma vez cortei radicalmente com um gajo, fiquei sem lhe falar durante cerca de um ano. Nem lhe teria falado mais, caso não o encontrasse com frequência com amigos comuns. Depois de passado um ano, já era... como outro qualquer!"
Isto, porque ele não fez da tua vida um inferno.
quinta-feira, setembro 18, 2008 12:28:00 da manhã
Noivo:
"algumas, marcam-nos definitivamente!"
Todas marcam, pois de todas aprendemos algo, mas umas fazemos questão de lembrar e outras é melhor esquecer, mas a lição fica sempre.
quinta-feira, setembro 18, 2008 12:29:00 da manhã
Van:
"exacto, apesar de custar acreditar nisso, tudo se supera. Embora não pense que nada é insubstituivel."
Claro, ninguém acha que vai superar quando está em baixo e tempos depois nem percebemos como é que estivemos tão mal.
quinta-feira, setembro 18, 2008 12:36:00 da manhã
Afrodite:
"Olha...eu não estou a conseguir superar :(. Aqui a guerreira, a conhecida como fortalhona, não está a conseguir largar as memórias, os bons momentos...tudo me leva a ele."
Será que estás a tentar?
Nao tens de largar as memórias, tens é de ultrapassar as barreiras que tu própria estás a criar.
"Se bem que ando por aqui a caminhar meio à deriva, planos e tudo o resto foram pelo cano e agora lá tenho de reorganizar ideías, "reunir tropas"...recuperar."
Isso, poderia dizer que é uma questão de tempo, mas não é, pois o tempo não tem nada a ver com isso. Só se diz que é uma questão de tempo, pois organizar as nossas ideias leva tempo. Mas isso és tu que fazes, o tempo simplesmente passa ao lado.
"É que apesar de tudo o que me dizem (atitude certa a tomar), eu estou-me literalmente a cagar, parece que nem consigo ouvir."
O que te dizem está errado, pois não existe uma atitude certa universal!
Os amigos são seres estranhos, que deveriam estar lá para dar apoio e o apoio é dado a ouvir, não teem nem devem dar conselhos, pois os conselhos valem o que valem, ou seja... Nada!
"Estranho isto, pelo menos em mim que sempre fui uma "fortaleza". Eheheh acho que fui apanhada na curva e nem sei lidar com isto!"
Podemos ser uma fortaleza, eu também sou conhecido por ter um escudo que mantém toda a gente longe e que impede que me magoem. O problema é que há pessoas que deixamos entrar na fortaleza e uma vez, do lado de dentro é fácil magoarem-nos.
"Abreijos e os teus textos parecem...de propósito :). Ajudam!"
Há textos que é só pedir, tenho escrito muito "à lá carte".
quinta-feira, setembro 18, 2008 3:20:00 da manhã
A base de qualquer relação, seja ela de amor, amizade ou trabalho é sempre o respeito mútuo.
É fundamental dialogar e respeitar a outra pessoa, o que pensa, o que sente, o que quer, se não se sente feliz ao nosso lado e quer acabar a relação, por muito que doa, temos que respeitar a sua decisão, está em jogo não só a felicidade dela mas também a nossa, pois é impossível ser-se feliz ao lado de alguém que não é feliz ao nosso lado.
Se as pessoas se respeitassem mais a si e aos outros muita magoa e muita humilhação podia ser evitada.
sexta-feira, setembro 19, 2008 1:23:00 da manhã
essa é uma boa verdade...a memória é curta, e quando a tempestade passa, esquecemo-nos completamente (de propósito, muitas vezes) que já estivemos com os pés pra cova...
Enviar um comentário