Pensei que não fosse necessário voltar a falar de José Luís Peixoto após o meu texto sobre o seu prémio literário onde após diversos pedidos de esclarecimento via blogue, E-mail e até por carta registada, os organizadores se recusam a esclarecer. No entanto sou obrigado a dedicar-lhe mais um texto pois este senhor não pára de me impressionar.
Apesar de ter cancelado a minha assinatura da revista Visão por estar farto de ler idiotices e mau jornalismo, como forma de tentarem recuperar um cliente perdido enviaram-me a Revista Nr° 879 de 7 a 13 de Janeiro de 2010. Esta revista nunca chegou a minha casa e após diversas queixas ao longo de 2 meses disseram que me enviaram outra... e outra... e outra revista imaginária, pois simplesmente não chegavam. Mas hoje chegou aquela que enviaram com sabor a "Sorry" e saltei toda a revista para ler o Especial - Sete Microcontos escritos por sete magníficos. A primeira imagem que me veio à cabeça foi a destes escritores portugueses vestidos de cowboys ao estilo dos "The Magnificent Seven" de William Roberts numa estranha analogia entre o mundo literário portugues e o velho Oeste americano.
Começo a ler sem ver nada de magnifico escrito pelos magníficos até que... chego ao microconto do José Luís Peixoto e me deu uma sensação de deja vu.
Começo a ler sem ver nada de magnifico escrito pelos magníficos até que... chego ao microconto do José Luís Peixoto e me deu uma sensação de deja vu.
Num cinema perto de si (num universo paralelo e mais ridículo que o nosso)
Onde é que eu já ouvi isto? A melhor parte do conto onde pode haver confusão em perceber se ele se está a masturbar intelectualmente com a sua conclusão ou a tentar fazer humor: "Foi só em 2010 que um escritor português de 35 anos assinalou essa mudança e a afirmou num texto de uma revista."
(Nem tudo o que se escreve deve ser publicado)
Será José Luís Peixoto um apreciador, como eu, de um dos melhores cómicos Stand Up da actualidade, o maratonista e travesti Eddie Izzard? No seu DVD intitulado Circle lançado em 2002, durante uma analogia entre a última ceia e os rituais pagãos ele diz: "Ninguém vai perceber isso durante 2000 anos até um travesti o afirmar em Nova York".
(É notório que José Luís Peixoto tem sentido de humor... Pelo menos espero que seja essa a intenção desta foto...)
Coincidências? Sim há casos em que as coincidências são possíveis mas tendo em conta o Prémio Literário José Luís Peixoto ser uma farsa desonesta (clicar no primeiro link deste texto), não lhe consigo dar o beneficio da dúvida. Concordo que o trabalho de um artista possa inspirar outro mas existe uma linha a respeitar entre inspiração e adaptação do trabalho de terceiros.
Espero que possa finalmente deixar de falar deste ser, mas julgo que ele ainda me vai dar muito material para este tipo de textos.
Espero que possa finalmente deixar de falar deste ser, mas julgo que ele ainda me vai dar muito material para este tipo de textos.
10 Comentários:
quarta-feira, setembro 01, 2010 9:57:00 da tarde
Bom dia Bruno, sei que este comentário vai ser offtopic, mas gostava de saber se porventura poderás escrever algo sobre o recente caso Carlos Cruz que diz que vai publicar nomes bombásticos no seu site sobre o caso Casa Pia e já agora, o que achas sobre este caso de pedofila, o caso de oliver shanti que se chamava Ulrich Schulz, que até tinha uma estátua tinha em Vila Nova de Cerveira, o povo adorava-o, ele esteve em hamburgo e munique, era alemão e foi repentinamente capturado e acusado de mais de 700 casos de pedofilia, este caso nunca foi muito bem explicado, ele tentou-se suicidar enquanto este preso à espera de julgamento, ele era um músico bastante querido no meio da música oriental e meditativa, trabalhava juntamente durante largos anos com Margot Reisinger, CostaVerde Productions em Vila Nova de Cerqueira.... gostava de saber a tua opinião sobre isto, se bem entenderes claro! Obrigado!
quinta-feira, setembro 02, 2010 12:43:00 da tarde
Do que li desse wanna be of something foi secante e sem grande interesse, e ya sinto muitas vezes aquela sensação que já li parecido noutro lado. Isso não deveria acontecer, ou então as histórias dele são altamente previsiveis.
Mas há muita gente que gosta, não sei se é pk ele é um player que conhece muita gente , ou se escreve o que as pessoas querem ler. Ainda assim acho que gostos não se discutem, pessoalmente não vou comprar livros dele por achar que é uma incrivel perda de tempo e depois com a net acho que nao ha necessidade de tanto lixo impresso, deveria-se poupar mais as arvores, apenas 3 a 4% da população portuguesa efectivamente, não era mais util destribuir cadernos e material escolar para as crianças que ainda estão a aprender a ler ? Pois claro que era.
Cultura de Merda não obrigada.
segunda-feira, setembro 06, 2010 3:40:00 da tarde
Até que enfim, alguém!
Como é que é possível que as pessoas levem este rapaz a sério?
Exemplo:
"Explicação da Eternidade
devagar, o tempo transforma tudo em tempo.
o ódio transforma-se em tempo, o amor
transforma-se em tempo, a dor transforma-se
em tempo.
os assuntos que julgámos mais profundos,
mais impossíveis, mais permanentes e imutáveis,
transformam-se devagar em tempo.
por si só, o tempo não é nada.
a idade de nada é nada.
a eternidade não existe.
no entanto, a eternidade existe.
os instantes dos teus olhos parados sobre mim eram eternos.
os instantes do teu sorriso eram eternos.
os instantes do teu corpo de luz eram eternos.
foste eterna até ao fim.
José Luís Peixoto, in "A Casa, A Escuridão" "
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José Luís Peixoto, o nosso escritor/ poeta obscuro. É ele e Ricardo Araújo Pereira, essa outra figura incontornável da cultura portuguesa - comediante inteligente e culto, escritor, comentador político, e... vendedor de TV por cabo.
segunda-feira, outubro 25, 2010 8:27:00 da tarde
Este senhor a cagar escreve melhor que qualquer um de vós em sonhos... haja critério.. " cultura de merda! não obrigado... " li isto algures pelos comentários, deu-me vontade de rir. Falsos elitistas e pseudo-opinantes... valha-me deus... Este país já está cheio de esterco que pensa que não o é..
segunda-feira, outubro 25, 2010 9:07:00 da tarde
Henrique:
"Este senhor a cagar escreve melhor que qualquer um de vós em sonhos..."
Isso é extremamente fácil, tendo em conta que é possível escrever a cagar mas não o é em sonhos. Julgo que não é necessário estar a passar um atestado de idiotice ao homem que está a tentar defender :)
"Falsos elitistas e pseudo-opinantes..."
Elitistas? ao ler este texto deveria ter lido o primeiro texto sobre este senhor para perceber elitismo. Pseudo-opinantes não sei o que é, será uma pessoa que diz ter uma opinião e não tem? Mas como é que alguém que dá uma opinião num blogue pode ser pseudo? Só se não foi ela que escreveu ou se escreveu em sonhos.
"Este país já está cheio de esterco que pensa que não o é.."
Esterco pensante até parece uma analogia do JLP... O seu comentário é tão pobre argumentativamente que você é o exemplo claro do público básico que o JLP conquista. Pessoas que mal se sabem explicar em português e que quando são magoadas no ego com factos caem do estado de graça de ilusão de qualidade regressando ao seu estado natural: a estupidez.
Tente novamente mais tarde.
segunda-feira, novembro 15, 2010 12:27:00 da manhã
Caríssimo Bruno,
Não valorizando o comentário a que respondeu, tenho no entanto que dizer que o seu em termos argumentativos é igualmente pobre.
1º não é por se vir escrever rabiscos no blogue que se pode chamar opinante a alguém. Nem tudo o que se diz ou escreve é opinião ( e muito menos válida ). Daí o pseudo ( penso eu! )Da próxima aconselho que consulte o significado das palavras no dicionário antes de criticar o seu uso.
Quem tem telhados de vidro......
2ºPara que conste , nunca li um livro do JLP, por isso não vou comentar esse senhor e o seu estilo.
3º Sr Henrique, não é por não concordar com o que as outras pessoas pensam e dizem daquilo que você gosta, que pode passar ao insulto barato. Aconselho-o a que !!Cresça!! ( mentalmente!! )
segunda-feira, novembro 15, 2010 2:44:00 da manhã
APV:
"Não valorizando o comentário a que respondeu, tenho no entanto que dizer que o seu em termos argumentativos é igualmente pobre."
O meu comentário não foi argumentativo foi sarcástico.
"1º não é por se vir escrever rabiscos no blogue que se pode chamar opinante a alguém. Nem tudo o que se diz ou escreve é opinião ( e muito menos válida ). Daí o pseudo ( penso eu! )Da próxima aconselho que consulte o significado das palavras no dicionário antes de criticar o seu uso."
A validade de uma opinião é uma questão de perspectiva. Nem tudo o que se escreve é opinião mas este texto é um texto de opinião.
Não percebi exactamente que palavra preciso de procurar... Será "opinião"?
segunda-feira, dezembro 27, 2010 12:20:00 da tarde
Bruno, li com atenção este post e um anterior relacionado com o prémio José Luís Peixoto. Li também alguns comentários prévios e as tuas respostas e gostaria de esclarecer algumas coisas:
1º Eu sou fã da escrita do JLP e não é porque não me sei expressar. Sou licenciado em Ciências da Comunicação pela UNL, actualmente estou a tirar um mestrado de Estudos Literários e Artísticos pela UALG e publiquei o meu primeiro livro há poucas semanas. A escrita do JLP é de facto fascinante, não apenas pelo conteúdo semântico mas também pelas inovações que introduz ao nível da sintaxe e do estilo. Tem dado um valoroso contributo à literatura portuguesa e não é você nem ninguém que pode colocar isso em causa. Pode-se gostar ou não, mas críticas opacas e iníquas nunca levaram a lado nenhum. Penso que isto possa responder quando diz que só pessoas que mal se conseguem exprimir é que admiram a sua escrita.
2º - Fiquei grato pela sua explicação em relação ao prémio ao qual ele dá o nome. Se for tudo verdade com diz, é um facto que não é o melhor alicerce para jovens escritores se lançarem. Mas eu sou também um jovem escritor com ambições de vencer prémios. Como tal, se concorrer a algum, lerei sempre os regulamentos e por isso das duas uma: ou aceito participar consoante as normas ou não me candidato. Simples. Penso que alguém que escreva um livro terá a mesma perspicácia.
3º- Em relação à suspeita (ou confirmação?) de plágio no microconto do JLP não lhe posso dizer garantidamente porque não conheço o trabalho do Sr. Eddie Izzard. Queria,no entanto, assegurar-me que o Bruno sabe que há muitos níveis de influências: Citação, adaptação e plágio directo. Certifique-se realmente das suas suspeitas antes de as partilhar, de forma a conseguir um trabalho de maior qualidade. Se se confirmar, e se mostrar o exemplo concreto, então serei o primeiro a aplaudi-lo.
4º- Por fim, queria dizer-lhe que gostei do seu blog, penso que as visões críticas sobre o mundo são fulcrais e de valor para que não se atire areia para os olhos das pessoas. No entanto, peca um pouco pela linguagem que utiliza e pela forma como expõe a sua opinião. Não sei qual será o seu objectivo com este blog, mas se quiser algo ainda mais rigoroso, era-lhe bastante profícuo se tornasse a sua linguagem mais limpa.
De qualquer das formas gostei de visitar este blog. Não sou nenhum pesudo-seja lá o que for porque falo apenas daquilo que conheço e sei. O que não sei procuro conhecer antes de criticar. Isto é sobretudo relativo a alguns comentários que li anteriormente.
Um abraço e continuação de bom trabalho.
segunda-feira, janeiro 24, 2011 12:56:00 da manhã
Fábio:
Começo por lhe desejar a melhor das sortes na sua aventura literária no ingrato campo comercial.
Tenho de salientar que referir habilitações literárias, na minha opinião, não dá validade extra à argumentação tendo em conta que neste caso é uma questão de opinião.
"Tem dado um valoroso contributo à literatura portuguesa e não é você nem ninguém que pode colocar isso em causa."
(1°-) Na verdade posso, e ninguém pode colocar em causa a minha liberdade de dizer que o contributo do JLP é rico em semântica enjoativa, repetições irritantes (Ler: Morreste-me) e valor literário medíocre, em particular na sua poesia onde imensos poemas se contradizem a si mesmos. No entanto não coloco em causa a sua liberdade de gostar e defender a escrita que aprecia.
Se todos gostássemos da mesma cor... coitado do amarelo!
(2°-) "Penso que alguém que escreva um livro terá a mesma perspicácia."
Quem escreve ou escreveu um livro poderá ter essa perspicácia mas estamos a falar de participantes muito jovens e a participação é de um simples conto.
(3º-) "o Bruno sabe que há muitos níveis de influências: Citação, adaptação e plágio directo. Certifique-se realmente das suas suspeitas antes de as partilhar"
Tenho perfeita consciência do que disse e não é o primeiro caso de plágio que refiro neste blogue. Neste micro-conto não há citação e tanto na citação como na adaptação há que referir as fontes.
Sou defensor da ideia de que são os livros que inspiram a maior parte dos livros e isso é saudável. Sei também que se eu e tu pegássemos na mesma sinopse para escrever um romance, teríamos dois romances diferentes e originais. Neste caso temos um claro furto de uma ideia, no caso da comédia é um plágio da "punch line" que goza de direitos de autor.
(4º-) "No entanto, peca um pouco pela linguagem que utiliza e pela forma como expõe a sua opinião."
Em que aspecto? Na chamada linguagem vulgar que é a linguagem das massas? O falar de forma a que compreendam o que digo sem que me sujeitem a criticas baseadas na interpretação? Prefiro assim, pois sou responsável pelo que digo e escrevo mas não pela interpretações de quem me lê.
"Não sei qual será o seu objectivo com este blog, mas se quiser algo ainda mais rigoroso, era-lhe bastante profícuo se tornasse a sua linguagem mais limpa."
Os meu objectivo é escrever sem destino para essa escrita. Com linguagem mais ou menos limpa tenho trabalhos publicados em Inglaterra, Alemanha e Brasil. Poderei não voltar a ter mas julgo que isso depende de mim.
Todas as palavras são limpas e inocentes. Não condeno ou censuro palavras pelos significados e rótulos dados/colocados pelas pessoas. O palavrão vive na mente de quem o vê como tal. Recomendaria a Bocage uma linguagem mais limpa?
"O que não sei procuro conhecer antes de criticar."
Não critico sem conhecimento e além de investigar chego a contactar os criticados para ter uma opinião mais abrangente. No caso do prémio JLP contactei os organizadores. Neste caso, não preciso pois tenho toda a obra de Eddie Izzard.
Obrigado pelo seu comentário.
domingo, outubro 02, 2011 6:23:00 da tarde
Saudações.
Bruno devo dizer-lhe que não concordo nada com o que diz, Penso de J. L. Peixoto é um dos melhores escritores da atualidade pela sua originalidade. Li o microconto em questão e voltei a lê-lo. Discordo por completo até por conheço tb o trabalho de Eddie Ezzard e esse DVD.
Luís M.
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