Erros no Hino!


Num dos textos que escrevi por altura do campeonato da Eurpoa, num comentário foi mencionado o facto de muitos Portugueses não saberem o hino nacional, por isso neste texto, resolvi falar um pouco dele e deitar por terra, teorias de merda em volta do hino.

O nosso hino nacional intitula-se "A Portuguesa", este hino veio substituir aquele que ainda em 1826, em Portugal era considerado como hino oficial o "Hymno Patriótico", em que a letra era um incentivo Monárquico à continuação de actos heróicos por parte dos Portugueses.

Entretanto, na sequência da revolução de 1820, foi aprovada em Setembro de 1822 a primeira Constituição Liberal Portuguesa, que foi jurada por D. João VI. D. Pedro, então Príncipe Regente no Brasil, compôs o "Hymno Imperial e Constitucional", dedicado à Constituição.
Após a morte do Rei, e com a subida de D. Pedro IV ao trono, este outorgou aos portugueses uma carta Constitucional. O hino de sua autoria generalizou-se com a denominação oficial como "Hymno nacional", e por isso obrigatório em todas as solenidades públicas, a partir de Maio de 1834. Este hino começou a ser chamado de "A Carta" e teve diversas letras consoante a situação nacional, pois a letra mudava consoante a vontade do Rei.

"A Portuguesa" não nasceu como hino nacional para substituir "A Carta", não passava de uma canção popular de cariz Republicano, adoptado por estes como hino e proibida pelo regime Monárquico.
Devido à altura conturbada que vivemos devido ao facto de a Inglaterra ter dado um ultimato a Portugal para retirar as tropas estacionadas nos territórios entre Angola e Moçambique (à boa maneira Tuga estávamos a ver se juntávamos os dois países sem ninguém ver), existe a teoria que este hino foi escrito, como resposta a esse ultimato e que existia um verso que dizia "contra os Bretões marchar, marchar". Isto é errado e ridículo.


Na verdade "A Portuguesa", surgiu nessa altura como canção popular revolucionária e o que o ultimato Inglês nos fez, foi trocar "canhões" por "bretões", como trocadilho, mas nunca fez parte da letra, nem nunca essa foi a intenção. Foi uma alteração popular tal como dezenas de outras versões existentes na altura. Este trocadilho, deve-se unicamente ao facto dos Portugueses sempre terem lidado melhor com as tragédias usando o humor.

O que é dito sobre o assunto, em imensos blogues é ridículo. O que é dito sobre o assunto na Wikipédia é ridículo. Acreditar que que no final do Séc. XIX Portugal estava disposto a enfrentar a Inglaterra militarmente, é ridículo. Tão ridículo que negociámos a retirada das nossa tropas desses territórios Ingleses.

A Assembleia Constituinte de 19 de Junho de 1911, que aprovou a Bandeira Nacional, proclamou "A Portuguesa" como Hino Nacional. Sendo assim oficializada a composição de Alfredo Keil e Henrique Lopes de Mendonça que em 1890, conseguiram interpretar com elevado sucesso, o sentimento patriótico de revolta contra o ultimato que a Inglaterra, em termos arrogantes e humilhantes, impusera a Portugal mas nunca nesta letra figurou a palavra "Bretões".

Agora vou transcrever o hino e falar da parte onde todos os Portugueses, mesmo que saibam o hino, tropeçam. Está uma multidão inteira a cantar em coro e quando chegam ao segundo verso, já ninguém se entende. Um terço perde-se, um terço canta mal e outro terço disfarça:


I
Heróis do mar, nobre povo,
Nação valente, imortal
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memória,
Ó Pátria, sente-se a voz
Dos teus egrégios avós
Que há-de guiar-te à vitória!

Às armas, às armas!
Sobre a terra sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar Contra os canhões marchar, marchar!


ERRO 1:
Ora bem... "Heróis do mar, nobre povo, Nação valente, imortal"

Como é que devemos cantar a merda da virgula depois de "valente"?
Uns cantam "Nação valente e imortal" outros cantam "Nação valente (pausa) e mortal". Seja qual for a forma usada, soa a sempre a "e mortal" o que não me soa nada bem. Não dá para cantar a virgula, por isso a malta perde-se. Não dá, por mais que se tente, cantar este verso, sem soar mal.

ERRO 2:
"Ó Pátria, sente-se a voz, Dos teus egrégios avós, Que há-de guiar-te à vitória!"

O erro comum nestes 3 versos... é que malta canta "Que hão-de guiar-te à vitória!"
Errado. O avós já morreram e não vão guiar ninguém à vitória, o que vai guiar à vitória é a voz deles, por isso a voz "há-de". Este erro, sim, dá para ser corrigido!

Apesar de só cantarmos este versos como hino, a letra do nosso hino continua:

II
Desfralda a invicta Bandeira,
À luz viva do teu céu!
Brade a Europa à terra inteira:
Portugal não pereceu
Beija o solo teu jucundo
O oceano, a rugir d`amor,
E o teu Braço vencedor
Deu mundos novos ao mundo!

Às armas, às armas!
Sobre a terra sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!

III
Saudai o Sol que desponta
Sobre um ridente porvir;
Seja o eco de uma afronta
O sinal de ressurgir.
Raios dessa aurora forte
São como beijos de mãe,
Que nos guardam, nos sustêm,
Contra as injúrias da sorte.

Às armas, às armas!
Sobre aterra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!

Para terminar, mas quem é que contra os canhões marcha?
Eu que estive durante perto de 2 anos nas forcas aero-transportadas e estive durante 6 meses numa missão internacional de paz, nunca me foi dito para pegar na minha arma e enfrentar canhões, antes pelo contrário, o que me foi dito, foi para encontrar soluções de maneira a minimizar os estragos que esses canhões poderiam fazer, ou seja, solicitando um ataque aéreo ou pedir reforços blindados.

"Contra os canhões, improvisar, improvisar"

Férias 2008!


Saí sem nada dizer, mas cá estou novamente. Estou de férias, merecidas como sempre.

Dei um saltinho a Düsseldorf, pois queria ver o que era "a cidade com o maior bar do mundo", que afinal não é um bar, mas sim a maior concentração de bares num só local. Neste momento estou em Riga e parto para Helsinkia na Sexta-Feira. O sul da Europa fica mais lá para o final das férias.

Apesar de gostar muito de Portugal, decidi não ir a terras Lusitanas este ano. Quero ir a Portugal por saudades e não por obrigação, por acharem que devo ir. Não quero ser chamado de "Alemão rico" e ouvir as misérias dos outros. Outros esses que são meus amigos, mas que por comodismo não lutam pelo que querem, preferindo comer sandes de manteiga, para poupar os 50 Euros de uma ida a um restaurante, dinheiro esse usado para comprar um iPhone que não precisam, mas fica bem ter. São amigos, mas deprimem-me, são um pouco como eu fui um dia, até que acordei para a vida.

Compreendo hoje o que o poeta que morou na minha cidade natal, Afonso Lopes Vieira queria dizer com "Tive de deixar o meu país, para o continuar a amar", é um pouco isto. Preciso de férias de Portugal e ver outros mundos.

Passarei por aqui sempre que possível.

Erämaan Viimeinen


Nukkuu korpi, ja nyt, aatoksissain minä matkaa teen
Yli metsien, uinuvan veen
Kuutar taivaan yön valaisee
Maalaa maiseman, pohjoisen siimeksen

Unta onko tää,
Vai kuolema jossa palata sinne saan missä
hiillos jo luovuttaa lumen alla
Kun astun maailmaan, erämaan aikaan

Ensilumi satoi kahdesti
Maalasi sieluni taulun

Tää jylhä kauneus ja ääretön yksinäisyys
Lapsuuteni metsän, taivaan
Kaikuu se haikeus halki tän matkan
Aamun tullen yö tarinansa kertoo
Jylhä on kauneus ja ääretön yksinäisyyteni
Sitä henkeensä halajaa
Kehtoni hauta, hautani paikka
Erämaan viimeinen on

Minne katosivat muut
Suon noidat, neidontornit
Ja varjoissa havisevat puut
Kielon istutin ikihankeen
Ja hiljaisuuden tultua luotin tulevaan

Ensilumi satoi kahdesti
Maalasi sieluni taulun

Tää jylhä kauneus ja ääretön yksinäisyys
Lapsuuteni metsän, taivaan
Kaikuu se haikeus halki tän matkan
Aamun tullen yö tarinansa kertoo
Jylhä on kauneus ja ääretön yksinäisyyteni
Sitä henkeensä halajaa
Kehtoni hauta, hautani paikka
Erämaan viimeinen on

O vinho e a religiao


Acho que o vinho e a religião andam mais do que mão dada, são indiferenciáveis, se bem que o vinho mata menos pessoas a nível mundial.
Dizem que a religião é o ópio do povo. É mesmo, é uma droga perigosa que levou e ainda leva as pessoas a cometerem os mais hediondos crimes em nome do seu Deus.

Há dias estava eu num restaurante Português e reparo num grupo de quatro pessoas, uma delas estava muletas e com grande dificuldade em andar. Após 1 hora e meia de refeição e vinho Português e como é típico nos restaurantes Portugueses no estrangeiro é oferecido o digestivo. Na maioria das vezes o que se oferece é o bagaço, excepto quando pedem outra bebida. O bagaço é servido e a garrafa deixada na mesa, para que os clientes possam repetir. Meia garrafa depois, um deles levanta-se vai fumar. Reparo que é o homem das muletas. Levantou-se e foi fumar, deixando as muletas na mesa. Eu como agnóstico baptizado num país Luterano em vez de me levantar e gritar, gritei interiormente. MILAGRE!

Este acontecimento, foi o mais marcante da minha segunda-feira à noite entre as 19 e as 22h. Levou-me a pensar se quando Jesus disse ao inválido "levanta-te e anda", se o inválido não estaria com os copos. Ou ele ou Jesus, pois como sabemos na última ceia o vinho era o sangue de Jesus. Portanto, fica provado que Jesus tinha elevados níveis de álcool no sangue ao ponto de poder ser consumido como se de vinho se tratasse.

Isto explica um outro dilema religioso. Porque é que Jesus se prometeu voltar ainda não voltou passados 2008 anos? Simples, ele sabe perfeitamente que hoje em dia para espalhar a palavra de Deus, andar a pé já não é solução e com os níveis de álcool que ele tem no sangue, a Brigada de Transito não lhe perdoava e um gajo sem fontes de rendimento, teria de pagar com pena de prisão. Ou seja, no máximo ele espalharia a palavra do senhor a um grupo pequeno e fechado. Fechado na mesma instituição prisional. Mas com aqueles cabelos longos e cara assexuada, não sei o que lhe poderia acontecer.

Jesus é um gajo esperto, está à espera que o automóvel se torne obsoleto. Ou então está à espera que Portugal termine a sua linha de TGV, que o ligará à Europa.

Mas os milagres, nem sempre o são, os peritos acabam por os desmascarar. Antes de saírem e após 2 expressos, o homem pegou nas muletas e novamente com dificuldade, foi-se embora. O álcool faz milagres, mas de efeito temporário.

O ensino lá fora!


Há dias lia num jornal Português em Hamburgo "Portugueses no estrangeiro exigem mais professores para o ensino da língua Portuguesa".

Ao ler esta notícia eu gritei "Não, mais não!".

Quem me conhece sabe, que ainda estou para conhecer um professor de Português que saiba falar Português. Acho incrível a quantidade de "professores" de Português que vão para outros países ensinar, quando nem falar sabem.
Eu não digo que não existam professores de Português que saibam falar a nossa língua, ou que falem melhor que eu, o problema é que ainda não conheci nenhum. O que para mim é preocupante.
Em Hamburgo estão registados 50.000 Portugueses, mas na cidade vivem por volta dos 15.000, aqui conheço 8 professores de Português e deve de haver mais uns quantos com quem nunca contactei. Destes 12 nenhum sabe falar. Noto que se esforçam ou por falar de uma forma mais eloquente para se distinguirem do português comum, ou por falar com o tique gay de tia de Cascais, mas cometem erros daqueles que me fazem encolher, como se tivesse acabado de levar um pontapé nos tomates. Ser-se eloquente, seria se fossem expressivos, convincentes, persuasivos. Mas de que vale ser-se expressivo em erro, não convincente e o seu efeito persuasivo ser mais do tipo enjoativo?

Mais de 50% dos Professores de Português, são Brasileiros. Há 2 dias, conheci uma Brasileira que ensina Português em Hamburgo há mais de 20 anos. Esta Brasileira, acredita que fala Português sem sotaque. Na verdade ela esforça-se por pronunciar as palavras sem sotaque, acabando por soar ainda pior. Porque motivo o faz?

Crest: Então você dá aulas de Português onde?
Prof: Numa iscola privada, você podji não notar mas eu sou Brasileira.
Crest: A sério?
Prof: Sim, si quizé posso falá com sotaque Brasileiro também!
Crest: Fantástico!

Outros dizem barbaridades como "eu vou ir".
Os Portugueses que ensinam Português, são ainda piores, pois teem a mania que um canudo os torna eruditos, adoram usar derivacoes acabadas em "mente" e algumas palavras, que parecem ter sido retiradas das palavras cruzadas de um qualquer jornal, das quais muitas vezes desconhecem ou não teem a certeza de como, quando e onde as devem utilizar. Depois ouço um professor Português de Português a dizer "eu comi foi, uma imperial e um...". Nestas alturas eu penso que o melhor é não aprender Português, por isso imploro ao Estado Português para por amor à língua Portuguesa, não mandarem mais professores de Português para fora de Portugal, pois para ofender a nossa língua já nos bastam os imigrantes de segunda geração, que aprendem mau Português, com os pais que falam mal.
Uma coisa é certa, o mau Português passado de pais para filhos é bem mais tolerável que aquele que é passado de um diplomado na língua para um aluno!

Por vezes penso: "Se eu tivesse filhos..." É que tenho a certeza que iria fazer a vida negras a estes professores, ao ponto de eles voltarem para a terrinha de onde vieram e ensinar os seus vizinhos a falar como idiotas.

Um professor de uma língua, antes de ensinar, deve no mínimo saber falar. Um professor não deve somente preparar as aulas, devem também preparar-se para as dar, mas acima de tudo deve falar correctamente no seu dia-a-dia. Claro que eu não sou perfeito, tenho a certeza que haverá gente a apanhar-me em erro quando falo, mas eu sou suficientemente responsável para não dar aulas. Uma licenciatura em letras para mim não basta, nem em conversa eu atiro o meu diploma para cima da mesa como argumento justificativo para dar aulas. Já dei aulas de Português em Londres, em substituição temporária de um professor doente e posso vos dizer, que nunca estudei tanto, como naquelas 3 semanas.

Um licenciado em Letras, não preparado e sem cuidado com a maneira como fala, é o mesmo que colocar o Egas Moniz a dar aulas de medicina. Sim, ele foi prémio Nobel da medicina, não estaria preparado para leccionar hoje em dia. O facto de terem recebido um diploma, não significa que saibam tudo, o estudo é para toda a vida. Só quem estuda, se pode auto-intitular, professor.

O teu amor é mentira!

Enquanto estava aqui sentado, sem saber o que escrever, a MTV deu-me assunto. Estava a ver e ouvir um videoclip e ao prestar atenção à letra, lembrei-me da V. Podem ouvir a música enquanto leem o texto, pois tem tudo a ver:



A V. era uma menina de 17 anos que apareceu de um momento para o outro no meu grupo de amigos, pois era irmã de um grande amigo meu. O nosso grupo de amigos encontrava-se sempre no mesmo bar, onde falávamos durante horas. As conversas começavam de uma forma inteligente e acabavam em merda, mas passavam sempre mas SEMPRE pelas histórias loucas da minha adolescência (que durou até aos 23 anos). Tal era o fascínio deles pelo meu passado recente mais sombrio.

Depressa eu a V. ficámos mais próximos, mais amigos. Ela namorava com um amigo meu e eu preferia as namoradas dos que não eram meus amigos. Eles acabaram e numa noite de abuso de álcool fiquei sem dinheiro e ela ofereceu-se para me acompanhar ao MultiBanco. Demos o primeiro beijo, desde aí, sempre que estava com os copos e ela estava por perto, beijava-a mas não queria namorar com ela. Assim se passou 1 ano. Durante esse ano, ela começou a perder peso ficando com um corpo de cair para o lado. Não paravam de me chatear, dizendo que ela gostava de mim, mesmo com todos os meus amigos atrás dela.

Vi a saber mais tarde, que ela teve imensos problemas em ser minha amiga e nada mais. Sofria ao ver-me com outras raparigas, que eu nem me lembro quem eram. Deixou de comer e diziam que só sorria quando me via. Eu? Eu não acreditava em nada, só acreditava no que via e o que via era uma amiga. Mas, passados 6 meses, via-a numa noite de verão com um outro rapaz. Deu-me um aperto no estômago e em pouco tempo ela era minha. Ao estar perto de a perder é que lhe dei o devido valor, pois a perda desperta sentimentos, abre os nossos olhos.

Namorámos muito tempo, não sei se foi da manutenção que lhe dei, mas ela nunca mais voltou a aumentar de peso. Estivemos juntos mais de 3 anos e cheguei a pensar que ela não era mais uma, mas sim The One. Estava errado! Eu tenho um lado feminino do qual gosto muito, tenho uma forte intuição quando algo não bate certo e não descanso enquanto não descubro o verdade.
Notei que algo estava diferente numa noite de Dezembro e perguntei-lhe "Há outra pessoa na tua vida?", não sei bem porque lhe perguntei isto. Ela abraçou-me e disse-me que não. Senti naquele momento que a tinha perdido.

Eu não sabia, sentia. Em pouco tempo fiquei a saber que na verdade desde o exacto dia em que senti que algo estava errado, ela andava a sair com um outro rapaz. Um rapaz de quem ela tinha gostado muito quando tinha 15 anos, mas que nunca lhe ligou por ela ser na altura gordinha. Hoje, com um corpo de parar o transito ele já a queria.

Agora eu sabia, mas há algo nos homens em que podemos saber a verdade mas precisamos sempre de ver para acreditar. É como quando se coloca uma ficha nos carrinhos de choque, a ficha entrou mas o carro não anda, ele só anda quando a ficha cai. O mesmo se passa com o homem, já temos toda a informação (entrada da ficha), mas só acreditamos quando vemos, é aí que a ficha cai

Perguntei-lhe novamente se havia mais alguém, ela mais uma vez respondeu que não. Perguntei-lhe se ela conhecia um rapaz e até lhe disse o nome e ela disse que não. Eu disse-lhe que sabia e mesmo assim ela negou. Eu tinha de ver e vi. Numa noite em que a deixei em casa, ele veio-a buscar.

No dia seguinte terminei com ela. Ela chorou. Ainda gostava de saber o motivo das lágrimas. Seriam lágrimas de culpa? Gostaria de mim? Não acredito que se possa amar duas pessoas. Ela tentou tudo para me manter por perto, enquanto o outro tentava tudo para não se cruzar comigo na mesma rua. A insistência dela em continuar a fazer parte da minha vida, levou a que me afastasse de muitos dos meus amigos. Acabou. Fim. Bye bye. Foi bom enquanto durou mas acabou, custa muito mas acabou.

Ela era a minha última amarra em Portugal, pouco depois aceitei uma proposta de uma empresa em Londres que me andava a assediar nos últimos 4 meses, proposta que eu recusava por causa dela. Ela, apesar de eu a motivar a ir para erasmos, não ia, dizia que não queria ir e que não era por mim. Eu parti para Londres e ela foi para Erasmos. O nosso namoro estava a limitar a vida de ambos.

Libertei-a. Ela libertou-me.

No verão passado vi-a em Portugal. Ela não está com esse rapaz e pelo que me dizem não está com ninguém. Esse rapaz faz agora parte do meu grupo de amigos. Talvez penssasse que poderia tomar o lugar deixado vago por mim, mas com a minha chegada, percebeu que nao, pois acho que nunca vi ninguém a ser tao ignorado como ele foi. Eu e ela estivemos juntos durante essas férias, parecia os velhos tempos, mas já sem magia. Quando parti novamente, ela abraçou-me e sussurrou-me ao ouvido "volta".

Agarrei-a quando senti que a podia perder. Larguei-a quando senti que a perdi.
Eu luto sempre para não perder, mas não luto por aquilo que perdi, mesmo que possa recuperar. Se perdi, já não é meu, não reclamo nos perdidos e achados. Não corro pela rua com lágrimas nos olhos a gritar "alguém viu o meu isqueiro?". Perdi, perdi, que se foda!.

Esta música lembrou-me dela e fez-me ver que não sou o único, que ela não é a única, muita gente acaba por sofrer, por muita gente não saber o que quer.

A letra desta música diz:

"You can tell me that there's nobody else
(But I feel it)"

Isto não se escreve sem ter sido sentido. Ele pergunta na letra o que eu já me perguntei:

"You look so innocent
But the guilt in your voice gives you away
Yeah you know what I mean
How does it feel when you kiss when you know that i trust you
And do you think about me when he fucks you?
Could you be more obscene?"

Será que elas pensam no namorado quando estão com o outro?
Quem é que vêem quando fecham os olhos?
Será que sentem que algo está errado?
Será que comparam o beijo, o sexo?
Será que não sabem mesmo o que querem ou quem querem?
Será que esperam para ver se dá certo com um, para largar o outro e se não der teem sempre alguém de braços abertos, para as receber?
Será que ao voltar para os braços do namorado enganado, isso não lhes pesa na consciência?
Afinal como funciona o cabeça da mulher?

Ok, esta última pergunta é parva, pois nem a mulher sabe a resposta. É o maior mistério da humanidade.

Esta música mereceu o meu respeito, pois não são palavras ocas como a maioria das letras de musicas. Só escreve assim quem sente e ao sentir, conseguem fazer os outros sentir também. Isto é a magia da escrita. A forma de escrever que mais respeito. Escrever o que se pensa e o que se sente, de uma forma directa, sem rodeios.

Desculpa!


Desculpa é uma palavra difícil de dizer, mas devemos dizê-la mais vezes.

Os maiores problema em dizer esta palavra são:

-Orgulho
-Má interpretação
-Uso da palavra como arma

Orgulho:
Para mim é fácil dizer que devemos pedir mais desculpa, mas sempre fui estupidamente orgulhoso que chegava ao ponto de ter convulsões nervosas sempre que pensava em dizê-la. Hoje lentamente vai-se tornando mais fácil.

Má interpretação:
Após uma discussão, assim que um pede desculpa, o outro interpreta esse pedido como uma admissão de erro, como estando a dizer que o outro está certo.
Se após uma discussão, eu pedir desculpa, não estou a dizer "tens razão, eu estou errado, desculpa", estou a sim a dizer, "fica na tua, que eu fico na minha, mas desculpa lá estarmos a perder tempo com estas merdas".

Uso da palavra como arma:
Ao usar a palavra desculpa, mesmo que não repare o dano, algo muda na pessoa que a ouve. Talvez um pouco por má interpretação do seu significado, mas lá no fundo, dão valor (talvez demasiado) à palavra e ficam em parte,desarmados, ficam mais calmos, mais suscéptiveis a compreender ou pelo menos a aceitar.

Desculpar não é esquecer.
Desculpar é dar um passo em frente.

Se são traídos e vos pedem desculpa, ao não desculpar, estão a guardar rancor, estão a envenenar os vossos sentimentos. Neste caso, é preferível desculpar, o que não esquecer. Desculpar é a melhor maneira de o/a mandar pregar para outra freguesia, indo ela/ele mais atingida/o que nós. Desculpar não é perder a razão, não aceitar alguém de volta. Desculpar é na verdade ser condescendente para com terceiros. Desculpar pode ser sincero ou como caridade.

Eu desculpo e peco desculpa por caridade, quando raramente o faço. Sei que deveria pedir desculpa mais vezes, não por o que faço, mas por ser orgulhoso ao ponto de manter feridas das discussões com as pessoas que mais amo.

A minha saída de Portugal foi controversa dentro da minha família, ao ponto de me ter afastado de grande parte dela. Por vezes dá-me vontade de pedir desculpa, mas não o faço pois sei que vão interpretar, que eles estavam certos e eu errado. Não. Foi a minha família que falhou comigo, eu nunca falhei com eles. Hoje digo que estava e estou certo e dei o rumo que queria à minha vida, mas um dia irei querer pedir desculpa, não pelas minhas decisões, mas pela guerra que elas causaram. Quando esse dia chegar, só espero ter tempo para o fazer.

Pedir desculpa, deve ser feito, como que um libertação, o primeiro passo para dar outros passos com um sorriso nos lábios.

Estao a destruir o meu país!


Um gajo vive fora de Portugal e recebe notícias trágicas. Até as lágrimas me vieram aos olhos.
Fecharam a Ginginha do Rossio? Não pode, mas que seres maquiavélicos se lembrariam de fechar um dos mais importantes locais de Lisboa? A ASAE claro!

Uma tasca que deveria ser património mundial.
A ginginha do Rossio era um local de passagem obrigatória, a quem visita Lisboa.
A ginginha do Rossio aumentava os lucros do Coliseu de Lisboa.

Amigo: Os pica-na-mula vêem a Portugal, queres ir ver?
Crest: Quem são os pica na mula?
Amigo: É um grupo de musica pimba, Albanês.
Crest: Achas que vou?
Amigo: É no Coliseu!
Crest: Ginjinhas!!!!!

Não importa quem actuava no Coliseu, eu ia. Era a melhor desculpa para apanhar uma moca na tasquinha. Um gajo ia à baixa pombalina e dizia: "já que estou aqui...". Ao entrar víamos uma típica taberna, onde 6 pessoas enchiam o balcão, do outro lado uma pergunta "com ou sem?". "Sem" era sem ginja no copo, "Com" era com ginja no copo sem pagar mais por isso.

Que se lixe a economia nacional, o encerramento da Ginginha do Rossio é motivo para eu fazer luto por Portugal!

O que se segue? Só falta fechar o Pratas em Coimbra! Se é que não o fecharam já. Se a ASAE for lá, fecham aquilo por o pó não ser limpo desde que o Egas Moniz lá ia. Mas a verdade é que todos os estudantes de Coimbra conhecem o pratas, tenham 60 ou 30 anos, todos o conhecem e ninguém que lá vá espera beber num copo lavado. Quem lá vai espera ver o mesmo pó que os seus pais viram.

Bolas, porque raio a ASAE não fecha o Parlamento? Esse sim está cheio de merda!

Um ano!


Pronto, este blogue fez um ano. E agora?

Agora nada, nem sequer tenho alguma coisa minimamente interessante a dizer sobre o assunto.

Tenho uma excelente memória para caras, nunca esqueço uma cara, ao ponto de a conseguir identificar com o local onde a conheci. Mas nomes? Esqueço-me de nomes e esqueço-me de datas. Lembrei-me unicamente deste aniversário, pois foi o dia que escolhi para dar início ao meu novo blogue, que será diferente dos blogues normais.

O blogue terá textos mais longos com actualizações semanais e cada novo texto é suposto ser a continuação do anterior, ou pelo menos é essa a minha intenção. Claro que dificilmente alguém terá o tempo ou paciência de ler tudo o que irei escrever lá, por isso tentarei que os episódios façam algum sentido, mesmo para quem não leu os primeiros textos ou perdeu algum.

O novo blogue, pode ser encontrado, aqui!
Quanto a este blogue, continuará aqui, pois é o local onde liberto a minha insanidade mental... sim, admitir a minha insanidade pode ser um passo para a cura, mas espero que não!