Emigrantes, novamente!


Eu sou uma pessoa muito estranha, admito-o!
Quando era puto, dava-me com os putos ricos e com os putos pobres. Apesar de não ser de famílias ricas, era de classe média trabalhadora, mas tinha tudo o que os ricos tinham, sendo aceite por eles. Gostava de estar com eles na piscina, ir dar cabo da mota para o pinhal, frequentei uma escola privada de elite bem como uma pública. Por outro lado, passava mais tempo na rua com os pobres, a tocar às campainhas, a jogar à bola e partir vidros. Andar à porrada e pedrada com putos de outras ruas, defendendo a minha. Dizer caralhadas, subir a árvores e roubar fruta.






Ao ser assim, sempre me inseri bem em qualquer lugar e sempre fui respeitado por todos.


Quando resolvi mudar-me para Inglaterra, temi tornar-me no estereotipo de imigrante que tinha em mente. Estereotipo criado pela minha mente, tendo como modelo os imigrantes, que nos invadem no verão. Ao viver em Londres e hoje em dia, em Hamburgo, vi que há mais tipos de emigrantes.


Já falei aqui no imigrante rico e no imigrante pobre. Mas este texto, serve para definir duas novas categorias de Portugueses no estrangeiro, ambas, exemplos dos quais não me quero tornar.


Categoria 1:
Os filhos de emigrantes que nasceram no estrangeiro, ou que vieram cá parar em pequenos. Este jovens são simpáticos e acolhedores mas irritam-me profundamente. Por um lado são Portugueses, por outro cresceram no meio da cultura Alemã. Irrita-me falar com eles, pois as conversas não fazem sentido para mim. Dizem metade de uma frase em Português e a outra em Alemão. Irrita-me. Tenho de os interromper para dizer, "ouve, ou falas em Português ou falas em Alemão, misturar as duas língua é que não".

Neste campo, eu sou fodido. Como Português, se estou a falar com um Português, falo em Português, ponto final. Tira-me a "tesão verbal" ouvir mistelas Luso-Alemãs.


Categoria 2:
Os novos imigrantes. É nesta categoria em que me incluo, mas com a qual não me identifico. Os novos imigrantes, são regra geral licenciados ou estudantes. Reparo com desagrado na maneira como eles "escolhem equipas", formando grupos de pseudo-intelectuais, usando de uma pose superior, como se o fossem.


"Eu sou licenciado em ciências de troca as tintas"


"Então e trabalhas em que área?"


"Não trabalho, ando à procura de emprego na minha área"


Ora bem, quem procura emprego na sua área, pode trabalhar enquanto procura. Trabalhando, seja no que for, significa ter ordenado, ser-se útil à sociedade. Não é humilhação nenhuma trabalhar, antes pelo contrário.


Vejo que muitos dos nossos licenciados, se acham de um estatuto superior, olhando de cima para baixo para todos aqueles que não o são, ou que pensam que não são. Falando de uma forma erudita, de maneira a se destacarem, não se misturando com a "ralé". Detesto essa atitude de nariz empinado, que infelizmente é tão comum, em muitos dos emigrantes licenciados.


Eu não sou assim. Adoro falar com o "Manel", ele trabalha em limpezas e foi pescador, um homem "que não dá uma para a caixa", só diz merda e acha-se um gajo inteligente, que afirma, "gostava de ter estudado como tu e saber certas coisas, tu és um gajo esperto", após chamar-me "esperto" afirma "eu sou inteligente demais, eu nem queria ser assim, se tivesse uma barba era cientista". Acho deliciosa a presunção dele. Ao ser uma pessoa de baixa cultura, é uma pessoa vivida e que me faz rir, sempre que tenta incluir uma palavra difícil no meio de uma frase.


Disseram-me que gostam da maneira como falo, pois entendem o que digo. E porque? Porque sei com quem estou a falar e vocabulário a usar. Um licenciado em letras, tem acesso a um vocabulário que muitos podem não entender, mas essa riqueza vocabular permite-nos falar de forma complicada bem como de forma simples. Falo como "Zé da esquina", com o "António da tasca", com o "Manel das limpezas", bem como, com o maior empresário Português em Hamburgo ou com o Cônsul Geral. Uso vocabulário, diferente, mas falo com todos, como iguais.


Se estou errado em ver a coisas assim, então estou errado com muito gosto.


Não preciso para isso, de andar nas tascas a beber vinho tinto do garrafão, mas também não preciso de andar constantemente em eventos culturais de "elite" Portuguesa.


Aprecio mais falar com o Manel pescador que tenta usar palavras difíceis ao falar comigo, palavras como "Apóstrofo" em vez de "apóstolo", jogar "golfo" em vez de "golf", aprecio a tentativa dele, o esforço.


Não aprecio que, quem deveria saber falar, dizer "otorringolarinologista" e outro idiota que pensa que fala bem, rir-se, gozar e corrigir erradamente para "otorringolaringologista". É pá, quem não sabe pergunta, ou está calado e muito menos corrige um erro com um erro. Nesta conversa, deu-me vontade de os interromper dizendo "otorrinolaringologista", mas acho que isso, seria comportar-me como eles. Falar bem sim, desde que se saiba. Digam "médico dos ouvidos, do nariz ou da garganta" ou melhor ainda, dos 3 juntos.


Será que estou a criticar estas pessoas? Acho que não! Estou a fazer uma observação, pois quem é realmente inteligente, pode-o demonstrar mas não precisa de se impor. Modéstia é uma virtude ainda pouco difundida nos Portugueses. Há excepções, mas é pena que essas, se deixem ir na onda da maioria...


Felizmente, dou-me com toda a gente, pois adapto-me. E acreditem quando digo, que aprendo mais com essa tal de "ralé", pois o que a "elite" sabe, eu também sei.

89 Comentários:

  Sílvia

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 2:34:00 da manhã

Essencialmente, faz sentido o que escreves.

É uma virtude conseguirmo-nos adaptar às várias situações. Eu também sou assim, tanto falo com um como com outro, mas tento sempre adaptar a minha linguagem. Vai da educação também...se formos ensinados a tratar os outros como il faut :P, ter a capacidade de discernir. Essa sim...é uma grande riqueza.

No entanto, não se deve generalizar quanto aos ditos licenciados,certamente, não são todos snobs com a mania das grandezas.
:)

  Bruno Fehr

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 2:40:00 da manhã

SílviA:

"No entanto, não se deve generalizar quanto aos ditos licenciados,certamente, não são todos snobs com a mania das grandezas."

O meu texto fala dos emigrantes em Londres e Hamburgo não é uma generalização. Também refiro que há excepções, umas deixam-se ir na onda outras ficam à margem como eu.

Não generalizei, constatei um facto com o qual sou confrontado regularmente.

  Sílvia

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 2:41:00 da manhã

Mea culpa.lol.

  Anónimo

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 3:45:00 da manhã

Isso acontece em Inglaterra, Alemanha, Portugal, snobs, novos-ricos... é tudo falta de Cultura, de educação.
beijos do Obélix e da Falbala que não estão para essas merdas.

  Teté

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 3:58:00 da manhã

Tenho um tio que emigrou para Inglaterra, ainda novo, e que tem feito lá toda a sua vida: casou com uma inglesa, teve filhos e netos, trabalhou e já está reformado. Nunca ensinou a língua portuguesa aos filhos, volta quase todos os anos a Portugal, ultimamente por períodos mais prolongados, que o clima é melhor. Mas caíu naquela treta que em Portugal todos "arranham o inglês", um dia queria pedir uma sobremesa de morangos, o empregado do restaurante não percebia (nem tem de perceber) strawberries, não se tinha safado sem os familiares portugueses. Nada de confusões, ele viveu cerca de 20 anos em Portugal, está há mais de 50 em Inglaterra...

Entendo a emigração como um modo de melhorar a vida, tanto dos mais pobres a tentar ter uma vida mais digna, como dos mais estudados, com melhores perspectivas de sucesso negocial, em investigação, etc. e tal...

Daí, à melhores conversas serem com os mais cultos e letrados vai um grande passo! Prefiro as sinceras e simples, das pessoas a dizerem o que lhes passa na mente, em vez de se alongarem em grandes diálogos que quase ninguém entende patavina... :)))

  M

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 9:40:00 da manhã

Foi suave, mas era uma crítica. é mais forte que tu. :-D

Com o texto lembraste-me uma reportagem da TVI sobre os licenciados desempregados no nosso país. Meteu dó... not. Cambada de idiotas que pensm que por terem um canudo são mais que os outros e não podem trabalhar em áreas que não exijam uma licenciatura. E depois é vê-los sempre sem dinheiro e a iver à custa dos papás, alguns pobres coitados que de desunharam para dar uma boa educação aos filhos.

  me

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 10:12:00 da manhã

Relativamente a esta segunda categoria, nem precisavam de ser emigrantes, são portugueses e pronto.

Com isto não quero dizer que são piores ou melhores do que os de outras nacionalidades - estes são os que conheço bem.

Infelizmente presunção é o que não falta, vontade de trabalhar já nem tanto. Temos por aqui muita malta filósofa e erudita que muitas vezes não têm vontadinha nenhuma de trabalhar.

Quanto aos primeiros são os típicos francesinhos de Alcochete! :)

  Abobrinha

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 10:43:00 da manhã

Filhinho

Deste gostei, mas ainda só o li na diagonal por isso não posso ainda opinar.

Até logo.

  Anónimo

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 10:45:00 da manhã

Gostei muito do post!

  Afrika

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 11:16:00 da manhã

O que escreves sobre os Tugas imigrados, e' exactamente o ue eu pensava. Nunca pensei em vir a ser mais um! Felizmente nao me enquandro em nenhuma das categorias e muito do que dizes ser(se nao for 100%) aplica-se a mim!
Mas isso sou eu que sou muito estranha (tambem)

  SP

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 11:22:00 da manhã

Não estás errado não. Pelo contrário! Também sou assim. No meu caso em Portugal mesmo. Só não se adapta à linguagem ou à cultura de cada um, quem não quer.
Quem não se esforça por isso, porque se sente superior...

Beijo:)

  Anónimo

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 11:32:00 da manhã

Identifico-me perfeitamente com o que dizes...
Trabalho numa multinacional com sede em Paris. Toda a gente que trabalha aqui em Portugal comigo é ex-emigrante em frança. Os mais novos nasceram la, outros emigraram e voltaram.
Em comum: a mania de começar uma frase em português e acaba-la em francês ou vice versa.
Eles proprios reconhecem que são um pouco dos dois e nada de nenhum.
Não são franceses e em Portugal são olhados de lado...
Quanto à necessidade de nos adaptarmos às situações, concordo ctgo é obvio. Aprendemos de tudo com pessoas de todos os niveis sociais, e todas elas acabam por nos acrescentar algo.
Ha pouco fui confrontada por algumas pessoas quanto à escolha do infantario do meu filho, porque aparentemente so o frequentavam meninos menos bem socialmente. Bom, eu fui educada no meio de meninos menos bem, e tem piada que a grande maioria desses meninos, que vieram de um nivel social bastante inferior ao meu, é hoje licenciada como eu, alguns até doutorados...
Que comentario longo como o caraças...
Tudo para dizer que não devemos limitar as pessoas tendo como base as origens mais ou menos humildes que têm.
e pornto :)

  China Girl

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 12:48:00 da tarde

Good morning,buenos diaz,bonjour,guten tag,buon giorno,يوم جيّدة,bom dia alegria!!!!

Ser emigrante sempre foi algo que me fez alguma confusão pelos exemplos de emigrantes portugueses que invadem o nosso país de norte a sul em pleno Agosto...
Os carrões que compram com a comida que não comem nos paises em que estão emigrados,os penteados á lá franciu ,o misturarem as duas linguas deliberadamente não falando bem nem uma nem outra,os leões á porta das casas que constroem,enfim,uma panóplia de qualidades ás quais não dou muito valor...
Mas é claro que nem todos os emigrantes são assim!E ainda bem que tu és um exemplo disso!
Quanto ás categorias que referes,penso que a primeira categoria talvez seja a que mais sofre com a situação.São jovens muitas vezes com crises de identidade,não são portugueses,não são alemães,falam português em casa e com os amigos portugas,falam alemão na escola e em todos os outros meios,são mais aceites no país do que os seus pais mas mesmo assim continuam a ser descriminados.Não deve ser fácil.
Quanto á outra categoria é a tal que me irrita,os portugas que por estarem a estudar lá fora ou com prespectivas de um bom emprego se julgam superiores ,uma elite como tu referes.Os novos ricos ,os elitistas,são irritantes aqui ou na China,e por isso são pessoas que tento evitar a todo o custo no meu quotidiano.
Também me irrita profundamente pessoas que não trabalham,que não produzem,que estão á espera.Será por eu trabalhar 14 horas por dia?Será por ter começado a trabalhar com 12 anos a dar explicações a putos com necessidades especias na escola e nunca mais ter parado a partir daí?Talvez...:)
No entanto,e tal como referes,temos que saber falar com toda a gente,desde o trolha ao sr dr,da prostituta ao engenheiro.A minha profissão assim o obriga,e nunca tive dificuldade em o fazer,em me integrar em qualquer grupo seja ela qual for.A
isso chamo empatia e inteligência social,o saber estar não importa onde nem com quem ,mas estar bem!
Seja num iate em Saint Tropez com os principes do Mónaco ou a comer uma sande de torresmos e um copo de receita na tasca do Manel!:)
Um bom dia para ti,ó emigra!!!

  Anónimo

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 12:54:00 da tarde

acredito que num país estrangeiro, numa "atmosfera" emigrante, isso seja mais notório, mais incisivo, mas... não é mais do que o extrapolar do que aqui acontece, em Portugal.

direi até algo mais : alguém (seja doutorado ou simplesmente rico...), neste país, que guarde a sua humildade e dela faça uso no seu dia-a-dia... tem de ter uma personalidade firme... pois vai ser muito pressionado por esse tipo de gentinha a que faça uso do seu "estatuto"... sentirá uma certa discriminação até !

portanto, em muitos aspectos, pode ser uma bola de neve.

  Marta

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 1:37:00 da tarde

Bom, essa coisa da mania dos cursos superiores não é só em Hamburgo! Aqui há aos montes!

De facto há emigrantes que me fazem rir imenso! São os tais do Verão: E fazem-me rir porquê? Porque se acham superiores a toda a gente quando aparecem com um carro todo XPTO e fazem uma casa na santa terrinha que parece um hotel. Acham que são mais evoluidos mas a maior parte das vezes nem notam que Portugal evoluiu desde que eles emigraram e que eles, apesar de estarem no estrangeiro,nunca sairam daquele espaço onde vivem e acabam por ser mais retrogrados do que os que cá ficaram!
Tornam-se ridiculos de tão bimbos que são!
Especialmente quando os oiço falar "franciu" em Portugal.
Mas porquê ridículos? Exactamente por essa necessidade de afirmação e mania de superioridade.

Será isto uma critica? Talvez! Ou uma constatação de factos.
Enfim, rio-me!

  Bruno Fehr

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 2:06:00 da tarde

luafeiticeira:

"Isso acontece em Inglaterra, Alemanha, Portugal, snobs, novos-ricos... é tudo falta de Cultura, de educação."

A superioridade de quem não passa de tapetes sociais?

  Bruno Fehr

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 2:11:00 da tarde

Teté:

"Nunca ensinou a língua portuguesa aos filhos"

E algo de muito comum e não é por falta de oprtunidade, pois o que não falta nas grandes cidades, são escolas grátis de Português formadas pela Cáritas.

"Nada de confusões, ele viveu cerca de 20 anos em Portugal, está há mais de 50 em Inglaterra..."

No entanto o esquecimento de língua Portuguesa é propositado. Com 20 anos em Portugal já tinha o conhecimento necessário para não esquecer a língua. Muitos optam por a esquecer não esquecendo!

"Entendo a emigração como um modo de melhorar a vida, tanto dos mais pobres a tentar ter uma vida mais digna, como dos mais estudados, com melhores perspectivas de sucesso negocial, em investigação, etc. e tal..."

E não só. Eu se procurasse isso teria ficado em Londres. Há quem o faça por outros motivos, expandir horizontes, arriscar um bocadinho.

  Bruno Fehr

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 2:13:00 da tarde

Allie:

"Foi suave, mas era uma crítica. é mais forte que tu. :-D"

Mas ao contrário à critica à Madre Teresa, estes estão próximos de mim, ao ponto de partilhar piolhos!

"Cambada de idiotas que pensm que por terem um canudo são mais que os outros e não podem trabalhar em áreas que não exijam uma licenciatura."

Quando o simples facto de trabalharem no que quer que seja, lhes dar uma vantagem no mercado de trabalho, pois o potencial patrão vê, que esse individuo, não tem qualquer problema em trabalhar.

  Bruno Fehr

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 2:15:00 da tarde

Mamie2:

"Relativamente a esta segunda categoria, nem precisavam de ser emigrantes, são portugueses e pronto."

É verdade, isso existe em todo o lado, mas é muito mais fácil de reparar longe de Portugal, onde se vê essa maioria todo o dia, nos cafés a beber um café e um copo de água da torneira, ou em restaurantes a comer sopa e beber água Del Cano!

  Bruno Fehr

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 2:16:00 da tarde

Abobrinha:

"Deste gostei, mas ainda só o li na diagonal por isso não posso ainda opinar."

Tens de resolver esse teu problema de leitura diagonal... não acho que seja muito saudável...

  Bruno Fehr

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 2:17:00 da tarde

Afrika:

"Mas isso sou eu que sou muito estranha (tambem)"

Já não me sinto tão isolado :) there is someone out there...

  Bruno Fehr

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 2:19:00 da tarde

DeusaMinervae:

"Não estás errado não. Pelo contrário! Também sou assim. No meu caso em Portugal mesmo. Só não se adapta à linguagem ou à cultura de cada um, quem não quer.
Quem não se esforça por isso, porque se sente superior..."

Neste caso é diferente. Eles bem que se tentam adptar à cultura onde estão inseridos, o problema é a sua atitude de superioridade em relação à sua própria cultura.

  Bruno Fehr

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 2:23:00 da tarde

Maya Gaarder:

"Em comum: a mania de começar uma frase em português e acaba-la em francês ou vice versa."

Sem esquecer o "ãh" é que até os Franceses que por aqui andam a estudar/trabalhar, têm de meter o "ãh" no final das frases, mesmo que em Alemão :)

"Eles proprios reconhecem que são um pouco dos dois e nada de nenhum."

Falta de querer. Eles podem ser um pouco dos dois e nada de nenhum e mesmo assim separar as coisas. Conheço Portugueses que estão na Alemanha à 30 anos, muitos deles vieram para aqui em criança. Portugueses que já passam por Alemães pois não têm sotaque. Falam perfeitamente ambas as línguas e separam-nas na perfeição. Nem têm cursos superiores,sabem é separar as coisas.

  Bruno Fehr

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 2:37:00 da tarde

Ana Reis:

"Good morning,buenos diaz,bonjour,guten tag,buon giorno,يوم جيّدة,bom dia alegria!!!!"

Tanto "bom dia" mas em Alemão sais-te com um "boa tarde"? Era uma armadilha? Que se diga "Guten Morgen", pelo menos até às 11:30, depois passamos a dizer "Mal Zeit" até às 13:30, pois é hora de refeição e significa "bom proveito". Guten Tag diz-se durante muito pouco tempo após as 14h e termina quando se inicia o "Guten Abend" apartir das 16h (inverno) ou 18 (verão).

"Ser emigrante sempre foi algo que me fez alguma confusão pelos exemplos de emigrantes portugueses que invadem o nosso país de norte a sul em pleno Agosto..."

Ora aí está outra na qual não me incluo... o ir à terra nas férias. Bah, a terra já eu conheço, eu quero é viajar para outras paragens. Eu não vou a Portugal,este ano, vou estar no Euro 2008, depois vou para a Letónia, Lituania, Russia e finalmente Finlândia.

Ser imigrante não significa ir à terrinha :)

"Os carrões que compram com a comida que não comem nos paises em que estão emigrados"

Muitas vezes são alugados, raramente comprados.

"os leões á porta das casas que constroem"

Ó porra,conheço muitos com esses bichos que nunca foram imigrantes :)

"penso que a primeira categoria talvez seja a que mais sofre com a situação. São jovens muitas vezes com crises de identidade,não são portugueses,não são alemães"

Porquê? Muitos têm BI tuga, muitos BI Alemão, muitos têm ambos. Eles sabem exactamente quem são. O problema vem dos país, uns ensinam aos filhos o orgulho de se ser Português o que os faz exibir essa língua em frente aos Alemães. Outros pais transmitem a vergonha de se ser Português, levando o filhos a querer dar uma imagem de que não sabem falar Português e muitas vezes não sabem mesmo!

"são mais aceites no país do que os seus pais mas mesmo assim continuam a ser descriminados. Não deve ser fácil."

Isso não existe, é um mito!

"ou com prespectivas de um bom emprego se julgam superiores"

Na maioria, sem qualquer prespectiva!

  Bruno Fehr

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 2:42:00 da tarde

sextrip:

"portanto, em muitos aspectos, pode ser uma bola de neve."

É mesmo, pois muitos recém chegados, se integram nesses grupos para serem orientados e ajudados.

Estes tugas não fazem parte de associações Portuguesas, pois isso seria muito "pobre", optam por se organizar em associações Luso-Alemães que dá um ar mais "in", sendo algo ainda mais degradante. O simples facto dessas associações serem geridas, por velhos Alemães que dizem gostar mais de Portugal do que do seu próprio país, no entanto estão reformados e não saem daqui.

Claro que hipócrisia atrai hipócrisia, tornando essas associações em perfeitas comédias baseadas em desfiles de jantares em restaurantes, pagos pelos donativos dos otários emigrantes!

  Bruno Fehr

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 2:45:00 da tarde

Marta:

"Aqui há aos montes!"

Eu sei, mas falar daí seria perigoso para mim, pois eu vejo esses idiotas como uma larga maioria e iria ter a tendência para generalizar.

"Especialmente quando os oiço falar "franciu" em Portugal."

Os emigrantes em França são os mais típicos, ninguém vê os imigrantes da Alemanha a falar Alemão em Portugal, pois sabem que nem vale a pena tentar. O problema dos emigrantes em França é que são contagiados pela arrogância Francesa, de que todo o mundo fala ou devia falar Francês. Na verdade os Franceses julgam que ainda estão nos anos 60, onde a sua língua era a mais estudada no mundo.

  China Girl

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 2:47:00 da tarde

"...Tanto "bom dia" mas em Alemão sais-te com um "boa tarde"..."

Estupidamente pensava que o guten tag era como o nosso bom dia,dava para qualquer hora!!!

"...Eu não vou a Portugal,este ano, vou estar no Euro 2008, depois vou para a Letónia, Lituania, Russia e finalmente Finlândia...2

Leva-me contigooooooooooo!!!Bom futebol e férias,kerooooooo!!!!

"...Ó porra,conheço muitos com esses bichos que nunca foram imigrantes :)"

Podem não ser emigrantes,mas então têm uma tremenda falta de gosto!!!!

".."são mais aceites no país do que os seus pais mas mesmo assim continuam a ser descriminados. Não deve ser fácil."

"...Isso não existe, é um mito!..."

Desconheço,ser emigrante nunca me tinha passado pela cabeça,embora ultimamente essa ideia não me saia da cabeça,estou tão fartinha de Portugal...

"...Na maioria, sem qualquer prespectiva!"

Não suporto pessoas sem prespectiva...Bola pá frente que atrás vem gente!!!:)

  Bruno Fehr

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 3:05:00 da tarde

Ana Reis:

"Podem não ser emigrantes,mas então têm uma tremenda falta de gosto!!!!"

Claro!! São do Sporting!

"Desconheço,ser emigrante nunca me tinha passado pela cabeça,embora ultimamente essa ideia não me saia da cabeça,estou tão fartinha de Portugal..."

Eu pensava que deixava saudades... afinal não deixa :)


"Não suporto pessoas sem prespectiva...Bola pá frente que atrás vem gente!!!:)"

Eles até podem ter prespectivas, o que não há são prespectivas de realizar as suas prespectivas. Vieram parar à Alemanha com um diploma, mas não sabem falar Alemão, logo as empresas Alemãs não os querem. Eles como não querem trabalhar noutra área não entram em contacto constante com Alemães, logo nunca aprendem a língua sem ter aquele vergonhoso sotaque. As empresas que eles querem, nunca os vão querer, por isso!

  Erotic Spirit

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 5:10:00 da tarde

Good to know somethings about Crest... I usually end up talking both languages within one thought. It just comes out like that :) when told to make a decision I'll end up speaking only english, which I think it is sad. So don't be so mean :(

  Afrodite

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 5:12:00 da tarde

Por muito estúpida que possa parecer no que vou escrever...sair deste país é a melhor decisão que se pode tomar, a melhor e a mais inteligente. Se no estrangeiro nos tratam melhor, que fazemos ainda aqui??? Esta pergunta é para mim...que faço aqui? Nada...estagnei...cheguei à conclusão que se quero evoluir só indo para fora das ditas raizes e sinceramente caguei para as raizes já que estas têm cagado para mim. Lindo o nosso país sim sim...e??? Como a avó diz "A beleza não se põe à mesa" (uma senhora humilde do nuorte carago) e aplica-se redondamente ao país, lindo mas que não dá fruto, é bruto bruto bruto...
Estou prestes a dar o salto para fora...esperemos que me corra bem...preciso! Se as coisas não nos correm bem...é necessário fazer por isso...

Aqui vai um desabafo num dia que não me corre nada bem e que não fiz nada por isso....

Abreijos e um bom dia

  Anónimo

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 5:32:00 da tarde

Vou só comentar um ponto do teu texto, contando uma história:
Conheci uma Senhora (alta sociedade), elegantíssima nos seus setentas, esposa de um militar importante, sempre usando várias jóias (valiosíssimas). Um dia intrigou-me vê-la sair com um vestido mais simples e só os brincos nas orelhas, pelo que a minha mãe me explicou que ela ía levar "umas coisas" a umas famílias de "meninos pobres".
Eu, na altura, não devo ter percebido o real significado daquilo mas, mais tarde, compreendi: a verdadeira elegância dela estava no facto de não querer exibir o seu nível social para com quem não tivera as mesmas oportunidades na vida. Assim como a elegância de qualquer 'doutor' está, não no facto de usar as palavras (ou as 'poses'), mas sim em saber em que circunstâncias e com quem as usa.
Há elegância e educação na humildade, não na arrogância.

  Abobrinha

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 5:51:00 da tarde

Filhinho

Desculpa o abuso, mas queria promover esta causa. Já falaste de snowboad, por isso acho que és sensível à coisa.

http://aboborapequenina.blogspot.com/2008/02/como-reconhecer-um-grande-talento-fazer.html

  Moyle

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 6:38:00 da tarde

e além desses (talvez encaixasse nos 2os se fosse emigrante) há o manuel machado que fode completamente o próprio discurso, tornando-se às vezes impossível de entender, porque quer usar palavras completamente desajustadas do momento e às vezes do próprio conceito. era de mijar a rir ver as conferências de imprensa enquanto treinador do Nacional e aqui em Coimbra às vezes também.

  Anónimo

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 6:47:00 da tarde

Impressão minha ou o texto nem é tanto sobre emigrantes? :| pronto...culpada...licenciada e desempregada...mas só porque não existem vagas nem na zara, nem no continente, nem na salsa, nem...enfim já perceberam a ideia. Também não entendo muito bem essa do "ficar desempregado porque não é a minha área"...trabalhei durante a licenciatura aos fins-de-semana e não me matou. Agora perdi-me...em que categoria é que insiro?? Ah emigração...não sei se emigraria...gosto muito de Portugal e...se nós todos fugirmos de cá, quem é que o vai poder mudar para melhor? :) mas não ponho a ideia de ir trabalhar fora uns tempos para depois voltar. Uau...com esta escrita até pareço...esperta...ahahahah

  Anónimo

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 6:53:00 da tarde

Outra vez os emigrados, páh!!

A cena do licenciado em ciência fez-me lembrar certo personagem que conheci, da nossa idade, que emigrou para Londres. Perguntei-lhe qual era a sua ocupação. Responde-me, Sou Cientista! E eu, hah?...cientista?...e de de que ciência, posso saber? Poisss, ciência do ambiente e trabalha para uma empresa qq que faz na sei o que nas ruas de londres. Trabalha, é verdade! É um mérito. Mas para dizer que "sou um cientista", omitindo que o é em ambiente, pareceu-me estar a envergonhar-se do seu canudo. Enfim. Adiante. Em seguida perguntou-me a mim o que eu fazia, eu respondi "sou bioquímica", e ele, hah, e trabalhas com o que? e eu, com vanádio. E ele, mmm, não conheço, nunca ouvi falar. E eu, a testar, "olha, em inglês é vanadium" e ele, aaaah, já sei já sei já sei, conheço perfeitamente. Pois, devia conhecer mesmo, tanto que não reconheceu o nome exactamente igual, mas qd dito em ingles, já era conhecido...enfim...cientistas... :-p

Eu sou elitista. Detesto ciganos. :-p E mais. Detesto jetset. Não suporto gente afectada. E mais. Detesto gente burra e ignorante com a mania que é superior e inteligentissima. Detesto gente mesquinha. Detesto o bush. Detesto o santana. Abomino o valentim loureiro. Não suporto o paulo portas. Não vou com o tique do miguel esteves cardoso. Detesto o nobel saramago. Não vou com a tromba do lombo antunes. Detesto snobeiras.
E odeio, pura e simplesmente odeio que me digam como me comportar em determinadas ocasiões!!!!!!! Fico piursíssima e o resultado é fazer o máximo possivel para dar estrilho e ser o mais socialmente incorrecta que conseguir!!!

E depois tu é que és estranho?? LOOOL.

  Anónimo

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 7:02:00 da tarde

Na verdade, passei-me certa vez com um evento, e nem sequer foi um evento em que eu iria (isto para ir de encontro ao tema, saber estar com tanto com manéis como com senhores excelentissimos doutores), nem era nada comigo! Certa mana que eu tenho, aquando do seu desgraçado namoro com um gajo que nem vale a pena referir, foi convidada para o casamento do excelso primo da familia. E não é que a sogra (ex-sogra agora e ainda bem senão acho que mais dia menos dia lhe ia às trombas) fez o favorzinho de comprar um vestidinho (pessoalmente nem curti o vestido) à certa minha mana???? siiiiiiim, e porque??? para garantir que ela ia bem vestida!!!! aaaaaah??? passei-me, completamente. Uma gaja que nunca fez nada na vida a não ser chular os gajos com quem se enrolava (sempre de marido e amante, a tipa, para ter um rendimento melhor), que nunca aguentou um trabalho que não fosse sugar dinheiro a especime masculino (chegando ao ponto de o sugar ao filho que, de resto, saiu à mãe, e anda por aí a sustentar-se com namoradas e amantes, que nem um gigolo), que é um camafeu, antipática como o raio, mais brenha que sei lá...essa gaja, é que tinha medo que a minha certa mana não fosse bem vestida para o excelentissimo evento da sua excelsa e chulérrima famelga??????????????????????
Mas isto sou eu, que sou elitista...

  Anónimo

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 7:52:00 da tarde

sem dúvida que existem diversos tipos de ralés e de elites. Normalmente as elites julgam possuir o que os outros não têm. e até têm alguma razão! Têm arrogância, o rei na barriga e falta de educação.

  tavguinu

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 8:36:00 da tarde

"Felizmente, dou-me com toda a gente, pois adapto-me. E acreditem quando digo, que aprendo mais com essa tal de "ralé", pois o que a "elite" sabe, eu também sei."

grandaaaaaaaa TANGA !

das fritas foges :-D

  Patrícia Grade

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 8:47:00 da tarde

Crest,

Costuma dizer-se que quem é não precisa de mostrar e isto aplica-se a tudo.
Em Portugal acredita-se piamente que ter um canudo é a reposta a todas as orações e então toca de o pessoal ir para a Uni e ser doutor, só que se esquecem que ser-se doutor é mais que ter um canudo. Quando me chamam doutora ou quando me pedem que trate alguém por doutor, respondo que doutores são os que têm consultório e me mandam despir, ou abrir a boca, as pernas, o raio que os parta...
Não gosto de ser tratada assim não gosto de tratar assim e acho que quem vê o canudo como objectivo não é de facto Dr. Um curso superior é tudo menos um fim, ele é um principio, é a possibilidade de se saber mais um bocadinho sem se ter de esperar anos... mas não e nenhum bálsamo para todas as feridas.
Também te digo o seguinte, o facto de pensares assim (como eu, aliás) acresce em responsabilidade, porque todos esses que arrogantes olham de cima para os que não estudaram por circunstâncias que só a eles interessa, são como crianças e tu tens a responsabilidade de os chamar à razão. É demais?
É só dizer - "pró caralho tu e a tua mania de que és superior, é tuga dum cabrão!"
Vais ver que lhes passa logo a mania

  Foi Bom

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 8:48:00 da tarde

"Moi-te" e' a maneira que arranjaste para comunicar comigo? E achas isso bem? Entao para ti, e em especial, vai-te moer!!!!!

  Unknown

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 8:59:00 da tarde

Grande Homem, sim senhor :) Humildade é o que falta a muita boa gente hoje em dia. Os iletrados tb têm sabedoria, sabedoria empírica. E aos outros que pensam que o status social, lhes traz prestígio, deviam praticar a humildade, o respeito para com os outros.
Beijocas

  Anónimo

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 10:27:00 da tarde

LOOOOOOOOOL, com aquela o Tav já te apanhou!!!!! incha!!!! =DDDD

  Maria

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 10:36:00 da tarde

Concordo contigo...
Um beijinho.

  iFrancisca

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 10:43:00 da tarde

Gostei muito do texto. A parte que mais me chamou a atenção foi quando disseste que quem anda à procura de emprego na área pode trabalhar. Concordo plenamente cntg.
Fiquei muito bem impressionada! só é pena não gostares de jogar raquetes... ;-)
Beijocas e parabéns

  Abobrinha

quarta-feira, fevereiro 20, 2008 11:25:00 da tarde

Crestfallen

Começo por atacar a tua afirmação que um licenciado em Letras tem necessariamente um vocabulário extenso.

Este post (http://dererummundi.blogspot.com/2008/02/o-exame-de-acesso-carreira-docente.html) é sobre o acesso à carreira docente, mas foca os alunos de Letras. Se fosse procurar os de Ciências (exactas ou as outras) e Engenharias, a coisa seria possivelmente idêntica, mas aos de Letras seria (em princípio) exigida correcção no uso da língua.

Destaco este parágrafo:

"Segundo notícia do “Expresso” (9.Fev.2008), intitulado “Erros nas universidades”, os alunos mais responsáveis da Faculdade de Letras de Lisboa queixam-se de que os “maus tratos do Português chegam ao corredor da universidade. Temos colegas que dizem ‘púzio’ (em vez de ‘pu-lo’(…). ‘Fizestes’, ou ‘dizestes’, em vez de ‘disseste’ ou’ fizeste’, ‘derivado a…’ ou ‘ténhamos’ são mais alguns exemplos do que os estudantes escutam a toda a hora” . Se é assim que falam, difícil não me parece descortinar erros de palmatória no que concerne a textos seus manuscritos numa sociedade em que os correctores de texto dos computadores “escrevem” pelo autor."

Se por um lado dói que as Faculdades não corrijam erros destes, está doente um sistema de ensino que deixa isto chegar à Faculdade.

DIto isto, conheço autênticos lavradores a falar e que são excelentes nas suas áreas de especialidade (e bem falantes que são uma nódoa no que supostamente aprenderam).

Mas seres licenciado em Letras ter-te dado vocabulário... ... mmmm... cheira-me que terá sido mais a tua formação inicial. Mas não é esse o ponto: o ponto é que a fluência linguística pode ou não ser função das habilitações académicas. Na própria língua e em estrangeiras.

  Abobrinha

quinta-feira, fevereiro 21, 2008 12:20:00 da manhã

Filhinho

Quanto ao aprenderes mais com este ou com aquele, digo eu que o mundo é uma enorme sala de aulas e há sempre que aprender (menos no meu blogue, onde não se aprende nada).

Alguns eruditos podem querer passar a imagem que só eles é que sabem e que a realidade é só o que eles mostram, mas claro que não é assim. A realidade é a totalidade da sociedade e não só a comedora de livros e produtos intelectuais.

Não considero que se aprenda mais com este ou com aquele: aprende-se coisas diferentes. E não necessariamente o que seria de esperar: as coisas que se aprendem dependem mais do indivíduo que da classe social de que este é originário.

Assim, não se aprende só a melhor maneira de tirar aquela mancha nojenta de gordura que parece querer morar no mármore da cozinha, mas também que o primo do tio do irmão do empregado de limpeza ganhou um processo em tribunal por ser mais esperto que o outro tipo. Do mesmo modo, pode aprender-se que o primo do filho do enteado do "doutorzinho" da empresa arranjou uma maneira de grelhar carapaus na marquise sem fazer fumo para dentro da casa. O que não se pode é compartimentar o que é expectável aprender deste ou daquele membro de uma determinada classe social.

  Abobrinha

quinta-feira, fevereiro 21, 2008 12:29:00 da manhã

Crestzinho

Não quero monopolizar a tua caixa de comentário, mas os filhos de emigrantes e emigrantes em si fascinam-me. Sou de terra de emigração (e retorno) de pessoas de várias terras e frequentemente comparamos destinos e o que produziram. Por norma consigo detectar maneirismos e pedaços de sotaque que identificam migrantes de vários sítios (mas também volta e meia engano-me indecentemente).

Os filhos de emigrantes sentem-se divididos entre o país em que estão e o país em que sentem que deviam ou não estar. Pertencem a ambos e a nenhum. Se uns houve que incorporaram 100% o país de acolhimento, outros há que sonham com o país dos pais. O problema é quando esse país só existe no passado ou só na cabeça dos pais. Um país onde as pessoas são simples e pobres e felizes e honestas e o diabo a quatro.

QUanto à língua, há os mais e os menos dotados (acho que já falei insistentemente da problemática das más línguas). E se há quem misture ambas as línguas para ser chique para um português, falando uma língua mais "evoluída" (parvoíce, porque temos uma língua bestial), haverá quem se sinta genuinamente dividido. Não te esqueças que boa parte dos filhos de emigrantes têm pais com baixo nível cultural em primeiro lugar.

  Bruno Fehr

quinta-feira, fevereiro 21, 2008 1:24:00 da manhã

Erotic Spirit:

"So don't be so mean :("

I am not mean, i am simply irritating :)

  Bruno Fehr

quinta-feira, fevereiro 21, 2008 1:28:00 da manhã

Afrodite:

"sair deste país é a melhor decisão que se pode tomar"

É uma decisão, mas não quer dizer que seja a melhor decisão para todos. Em qualquer ponto do mundo há mercado, há áreas onde podemos vencer, só temos de lutar por isso.

"só indo para fora das ditas raizes e sinceramente caguei para as raizes já que estas têm cagado para mim."

Eu também ligava muito às raizes, mas depois olhei-me ao espelho e vi que não era um árvore, logo não tenho raizes!

"Se as coisas não nos correm bem...é necessário fazer por isso..."

Se fizermos por isso, corre sempre bem, seja onde for.

  Bruno Fehr

quinta-feira, fevereiro 21, 2008 1:30:00 da manhã

Pax:

"a verdadeira elegância dela estava no facto de não querer exibir o seu nível social para com quem não tivera as mesmas oportunidades na vida."

Isso é ser-se elegante. Pois quem dá mostrando o que tem, dá a ideia de dar o que não precisa, o que parece ser mais uma descarda de lixo, do que um acto nobre.

  Unknown

quinta-feira, fevereiro 21, 2008 1:30:00 da manhã

olá

uma forma de olhar os outros com a qual me identifico plenamente. Tens razão, a presunção e falta de humildade é apanágio da classe média portuguesa. claro que não se deve generalizar.
parabéns pela verticalidade com que encaras a vida e os outros, algo que constato sempre que leio os teus post's. mesmo quando estás nos dias mais "fodidos", rsrsrs.

  Bruno Fehr

quinta-feira, fevereiro 21, 2008 1:31:00 da manhã

Abobrinha

"Desculpa o abuso, mas queria promover esta causa. Já falaste de snowboad, por isso acho que és sensível à coisa."

Para quem nasceu perto do mar e surfava todos os dias e hoje se encontra na neve... o snowboard era a "the best next thing" que se tornou num vicio e num prazer.

  Bruno Fehr

quinta-feira, fevereiro 21, 2008 1:32:00 da manhã

Moyle:

Não é só ele, basta seres parado por um GNR para ouvir idiotices :)

  Bruno Fehr

quinta-feira, fevereiro 21, 2008 1:37:00 da manhã

Physalia physalis:

"Impressão minha ou o texto nem é tanto sobre emigrantes? :|"

É sim. Foi inspirado sobre um gang de licenciados viciados em copos de água da torneira porque o café é caro demais, para as suas vidas boémias rodeadas de ideais utópicos de emprego.

"Ah emigração...não sei se emigraria...gosto muito de Portugal e...se nós todos fugirmos de cá, quem é que o vai poder mudar para melhor? :)"

Emigrar não é fugir, mas sim mudar. Lá por nascer na Lapónia, não tenho o dever moral de fazer a lapónia evoluir. O mesmo se aplica a qualquer país ou região. Alguém que sai de Portugal, foge tanto como alguém do Estoril que trabalhar para o Barreiro.

"mas não ponho a ideia de ir trabalhar fora uns tempos para depois voltar."

Isso também eu dizia, por isso nunca vendi a minha casa. A questão é que passados uns tempos, já duvidas se existe mesmo algo à tua espera que valha a pena.

  Bruno Fehr

quinta-feira, fevereiro 21, 2008 1:47:00 da manhã

Vanadis:

"Responde-me, Sou Cientista! E eu, hah?...cientista?...e de de que ciência, posso saber? Poisss, ciência do ambiente e trabalha para uma empresa qq que faz na sei o que nas ruas de londres."

Ou seja é Jardineiro :) ahahahahah

Uma colega minha Alemã estuda informática que aqui é inserida na área de ciências, por isso diz que estuda para ser cientista :) Eheheh

"aaaah, já sei já sei já sei, conheço perfeitamente. Pois, devia conhecer mesmo, tanto que não reconheceu o nome exactamente igual, mas qd dito em ingles, já era"

Também conheço Vanadium foi descoberto em 1801 e o seu nome foi dado em honra da Deusa Escandinava Vanadis...

És escandinava?

Também conheço a banda Vanadium, mas já não uns ouço há uns anos :)

"Detesto ciganos... Detesto jetset... Detesto gente burra e ignorante com a mania que é superior e inteligentissima... Detesto gente mesquinha... Detesto o bush... Detesto o santana... Abomino o valentim loureiro... Não suporto o paulo portas... Não vou com o tique do miguel esteves cardoso... Detesto o nobel saramago... Não vou com a tromba do lombo antunes... Detesto snobeiras."

E eu é tenho mau feitio? eheheheheh

"E depois tu é que és estranho?? LOOOL."

Estava a pensar o mesmo. Obrigado por me fazeres sentir normal :)

  Bruno Fehr

quinta-feira, fevereiro 21, 2008 1:47:00 da manhã

Noivo:

"as elites julgam possuir o que os outros não têm. e até têm alguma razão! Têm arrogância, o rei na barriga e falta de educação."

É verdade!

  Bruno Fehr

quinta-feira, fevereiro 21, 2008 1:48:00 da manhã

tavguinu:

"grandaaaaaaaa TANGA !

das fritas foges :-D"

Por acaso estou rodeado de fritas, só fujo quando elas se colam :)

  Mãe Happy

quinta-feira, fevereiro 21, 2008 1:50:00 da manhã

Eu ao menos, felizmente... tanto consigo falar com o trolha, com o marinheiro, com o estivador, como com o doutor, o armado em esperto, o menos culto, enfim... como também tive uma infância multi-cultural, deu para aprender a saber utilizar diferentes tipos de discurso, com diferentes tipos de pessoas!

É como com as asneiras! Eu utilizo essas palavras com bastante frequência! Alguns amigos meus até poderão dizer que as utilizo com demasiada frequência, mas em contrapartida, a minha sogra em 8 anos e tal de relacionamento, pode contar pelos dedos das mãos as vezes em que me ouviu dizer merda. Ou filho da puta (e desta feita, sempre em relação ao meu ex-cunhado!)

  Mãe Happy

quinta-feira, fevereiro 21, 2008 1:50:00 da manhã

Este comentário foi removido pelo autor.
  Bruno Fehr

quinta-feira, fevereiro 21, 2008 1:57:00 da manhã

indomável:

"Em Portugal acredita-se piamente que ter um canudo é a reposta a todas as orações e então toca de o pessoal ir para a Uni e ser doutor, só que se esquecem que ser-se doutor é mais que ter um canudo."

Enquanto em Portugal não for crime usar o titulo de Doutor sem o ser, não saimos da cepa torta.

No passado verão, estive em Lisboa para cancelar um acordo com uma empresa Portuguesa, fui almoçar de fatinho e fui tratado pelo empregado de um restaurante em Cascais por "Senhor Doutor", eu respondi que não era doutor. O empregando disse-me "desculpe senhor engenheiro". Desisti de tentar comunicar, pois ele ainda me chamava merdas piores...

"Quando me chamam doutora ou quando me pedem que trate alguém por doutor, respondo que doutores são os que têm consultório e me mandam despir, ou abrir a boca, as pernas, o raio que os parta..."

Discordo esses são Dr. e não Doutores, para usarem Doutor por extenso, têm de tirar um doutoramento.

"Também te digo o seguinte, o facto de pensares assim (como eu, aliás) acresce em responsabilidade, porque todos esses que arrogantes olham de cima para os que não estudaram por circunstâncias que só a eles interessa, são como crianças e tu tens a responsabilidade de os chamar à razão. É demais?"

Eu ignoro-os, excepto quando na minha presença tentam pisar essas pessoas, aí ataco-os onde lhes dói mais, no ego!

Já o fiz em Hamburgo ao Cônsul geral de Portugal, a quem todos tratam por doutor, quando ele apenas tem uma licenciatura. Ele afirma à boca cheia que não é doutor, mas está registado no senado de Hamburgo como doutor, os convites do consulado vêm assinados por um doutor e até a placa na porta dele tem "doutor". Num dia de má disposição minha, até lhe disse que na Alemanha é crime usar esse titulo sem o ter.

"É só dizer - "pró caralho tu e a tua mania de que és superior, é tuga dum cabrão!""

Eu fico-me pela pergunta, "sobre o que foi a tua tese de doutoramento?" ou "onde tiraste o doutoramento?".

  Bruno Fehr

quinta-feira, fevereiro 21, 2008 1:57:00 da manhã

Foi Bom:

"E achas isso bem? Entao para ti, e em especial, vai-te moer!!!!!"

Moo-me sempre que possível e quando me mandas :)

  Bruno Fehr

quinta-feira, fevereiro 21, 2008 1:59:00 da manhã

i just can´t get enough:

"Os iletrados tb têm sabedoria, sabedoria empírica. E aos outros que pensam que o status social, lhes traz prestígio, deviam praticar a humildade, o respeito para com os outros."

O meu pai, sem estudos, escreve melhor do que eu. Sempre leu imenso e é impossível encontrar-lhe um erro ortográfico, por vezes faz más construções gramaticais, mas sem erros de ortografia. Ele durante anos, foi o meu dicionário ambulante.

  Bruno Fehr

quinta-feira, fevereiro 21, 2008 2:00:00 da manhã

vanadis:

"LOOOOOOOOOL, com aquela o Tav já te apanhou!!!!! incha!!!!"

Se assim fosse. Se eu fugisse delas, não tinha tantos problemas com elas. Normalmente fujo durante a noite, mas passo boas horas com elas :)

  Bruno Fehr

quinta-feira, fevereiro 21, 2008 2:01:00 da manhã

Nostálgica:

Grazie.

  Bruno Fehr

quinta-feira, fevereiro 21, 2008 2:04:00 da manhã

iFrancisca:

"A parte que mais me chamou a atenção foi quando disseste que quem anda à procura de emprego na área pode trabalhar."

Eu acho que o facto de trabalhar, seja no que for melhora o curriculum, um potencial patrão vê que essa pessoa é lutadora e esforçada, seja no que for. Eu não confio numa candidatura de alguém que está desempregado desde a licenciatura, em particular quando já passaram anos.


"só é pena não gostares de jogar raquetes... ;-)"

Nem raquetes, nem futebol. Na praia o único desporto que pratico é banhos de sol, de mar e colocar creme nos corpos das meninas... um Volley é o único desporto que faz suar que me atrai na praia.

  Bruno Fehr

quinta-feira, fevereiro 21, 2008 2:21:00 da manhã

Abobrinha:

"Começo por atacar a tua afirmação que um licenciado em Letras tem necessariamente um vocabulário extenso."

Não digo que tem, mas deveria ter.

"Este post (http://dererummundi.blogspot.com/2008/02/o-exame-de-acesso-carreira-docente.html) é sobre o acesso à carreira docente, mas foca os alunos de Letras."

Os alunos de letras que vão para docentes, regra geral é recurso e por algum motivo se segue um recurso. Imenso alunos de letras, partem do principio que já sabem Português e entram em cursos idiotas com duas línguas estrangeiras (Inglês/Alemão, Francês/Inglês, etc).

É prática corrente na faculdade estes alunos atacarem os que têm Português/lingua estrangeira, dizem que não é curso mas sim recurso. Eu sempre ataquei esse seres, pois quem não sabe a sua língua, nunca saberá língua nenhuma. Os alunos de letras que sigam Português + lingua estrangeira, invariavelmente terão um melhor vocabulário. O problema é que a maioria dos alunos de letras FOGEM do Português, optando por línguas fáceis, ou seja, todas as outras.

Tal como os alunos de letras que seguem tradução, além de não poderem leccionar (o que é uma vantagem), são melhores falantes e escritores.

"Se por um lado dói que as Faculdades não corrijam erros destes, está doente um sistema de ensino que deixa isto chegar à Faculdade."

Claro que chega, a culpa é dos docentes, que o são na sua maioria por recurso e não por amor à profissão. Como se explica que alunos cheguem ao 12° ano sem saber ler, ou usar pontuação. Porque motivo os ditados, terminam na quarta classe. Porque motivo as aulas de Português não têm literatura voluntária, mas sim programada, o que tira todo o prazer à leitura, afastando os alunos dos livros. Porque não fazer os alunos ler mais em voz alta?

"Mas seres licenciado em Letras ter-te dado vocabulário..."

Basta para isso que estudes Português, gostes de Português, gostes de ler e escrever.

"Não considero que se aprenda mais com este ou com aquele: aprende-se coisas diferentes."

Espero o dia em que um licenciado de nariz empinado da minha área me ensine algo de positivo.

"Pertencem a ambos e a nenhum."

Todos os que conheço não têm dúvidas, de que pertencem ao sitio onde moram, mas não deixam de respeitar as origens dos pais.

  Bruno Fehr

quinta-feira, fevereiro 21, 2008 2:23:00 da manhã

maria:

"algo que constato sempre que leio os teus post's. mesmo quando estás nos dias mais "fodidos", rsrsrs."

Não. Nos dias mais fodidos eu nem escrevo, quando escrevo, seja mal ou bem, seja de uma forma limpa ou badalhoca, estou sempre bem disposto :)

  Bruno Fehr

quinta-feira, fevereiro 21, 2008 2:24:00 da manhã

Zaka:

"Ou filho da puta (e desta feita, sempre em relação ao meu ex-cunhado!)"

Ehehehe :)

  Afrodite

quinta-feira, fevereiro 21, 2008 12:14:00 da tarde

Fiquei a pensar nesta tua frase:

"Se assim fosse. Se eu fugisse delas, não tinha tantos problemas com elas. Normalmente fujo durante a noite, mas passo boas horas com elas :)"

Então? Ressonam? Sofrem de flatulência? Ou é o charme do bilhetinho "Foi tão bom para ti como foi para mim?"..e se passas boas horas porquê fugir? O Homem é um animal estranhamente estranho não é? Se é bom para quê fugir? Fugir ou não fugir, eis a questão!

  Abobrinha

quinta-feira, fevereiro 21, 2008 1:42:00 da tarde

Filhinho

No meio do testamento que ontem escrevi falhou uma coisa: não sei até que ponto em algumas pessoas o "ah, eu não sou doutor" não será parte da snobeira. As coisas têm que ser encaradas com naturalidade.

Uma vez no banco, não sei por alma de quem (já era licenciada há uns anos) passaram-me um cartão multibanco com "Dra" atrás. Eu pedi para o próximo não trazer o título. Uma outra moça mandou o cartão para trás, toda chateada, que o nome dela não era "Dra tal". Ora eu precisava da porra do cartão, por isso não o mandei para trás: o "Dra" não me ofendia assim tanto. De qualquer modo, quando me roubaram a carteira meio ano depois veio um cartão novo só com o meu nome. Era exactamente igual, só não tinha o título e não chateei ninguém para emitir um novo.

Não me aborreço com quem me chama ou não doutora: faço-me valer pelo que sou e pelo que faço e não pelo título e pelo que tenho de valores.

Há por aí muita falsa modéstia!

  Vício

quinta-feira, fevereiro 21, 2008 3:39:00 da tarde

é sem duvida divertido ouvir esses licenciados a falarem!
há uma frase que os define bem!
se alguém duvidar da tua inteligência, cala-te para não acabares com a duvida!

PS - ali onde dizes que ele procura trabalho na sua area substitui em quanto por enquanto :D

  Ana

quinta-feira, fevereiro 21, 2008 5:12:00 da tarde

Lol, não sou escandinava, mas gostava de ser... ;-) mas, supostamente faço parte do grupo Biovanadium, que estuda as interacções deste metal na fisiologia/bioquímica do processo de contracção muscular. O meu suposto trabalho para a tese de mestrado incide no estudo de compostos deste meTal (pode formar muitos ao ligar-se a átomos de oxigénio e hidrogenio e muitos muitos outros, eu chamo-lhe o átomo maria vai com todos) que possam possuir uma acção anti diabética, por mimetizarem a acção da insulina. Tudo muito bioquimica inorganica que envolve determinar inibição de actividades de enzimas chave, alterações no funcionamento e estrutura destas, etc, coisas destas...deixa lá ver qd arranjo pachorra e tempo para isso...é que como não dá guito, acabou por ser mais uma pedra no sapato do que outra coisa...não tenho muito feitio para estar para aqui à custa do dinheiro dos pais a fazer estas merdas que são só uma gota num oceano imenso (ok, ok, sei que sem essa gota o oceano era mais pequeno, mas pronto...e adivinha de quem é esta quota hehehe) e não me metem comida na mesa por mim mesma. Daí que me tenha metido a dara formação, mas só a meio tempo, embora me ocupe a tempo inteiro... enfim...

  Ana

quinta-feira, fevereiro 21, 2008 5:13:00 da tarde

No lab, agora, só há duas vanadis =) hehehe...

  canelle

quinta-feira, fevereiro 21, 2008 11:33:00 da tarde

mas um post interesante, o emigrante...
fui emigrante na frança 33 anos,nasci la,nao havia escola portuguesa onde habitava,o que sei aprendi sozinha,fiz estudos,mas como nao aranjei na minha aréa ,fui fazer limpesas,é que precisava de viver até aranjar....
depois vim para ca,e confesso que foi dificil,porque aqui pareçe que o emigrante frances tem uma tara qulquer,quantas vezes me disseram,vai para o teu pais emigrante de merda......portanto nunca falava frances na rua,sempre consegui me fazer comprender na lingua de camoes,mania nunca,ainda agora o fim de 7 anos,dizem me,a senhora é emigrante,nao é?
agora,devo admitir que a certos emigrantes que.......até apeteçe dar ums par de bofetadas valentes,é mas aquela mocidade de15-25 anos,cheguam ca,só sabem criticar,fico fula quando ouço,em portugal nao ha nada,mas claro ,senao for a portugal de ferias com os papás ,tudo pago,fiquam la,nos predios,onde nao ha nada..
acho que sai do contesto(tambem sei dizer palavras estudadas,mas nao escrever las)do post...desculpem

  Bruno Fehr

sexta-feira, fevereiro 22, 2008 1:28:00 da manhã

Afrodite:

"Então? Ressonam? Sofrem de flatulência? Ou é o charme do bilhetinho "Foi tão bom para ti como foi para mim?"..e se passas boas horas porquê fugir? O Homem é um animal estranhamente estranho não é? Se é bom para quê fugir?"

Porque uma coisa é passar bons momentos a outra é entrar em compromisso. Há algo no cérebro da mulher que as faz pensar em compromisso ao acordar ao lado de um homem. E se acorda em nossa casa, quando damos por ela, já temos no nosso WC em vez de uma, duas escovas de dentes!

  Bruno Fehr

sexta-feira, fevereiro 22, 2008 1:32:00 da manhã

Abobrinha:

"não sei até que ponto em algumas pessoas o "ah, eu não sou doutor" não será parte da snobeira. As coisas têm que ser encaradas com naturalidade."

É mesmo falsa modéstia!

"Não me aborreço com quem me chama ou não doutora: faço-me valer pelo que sou e pelo que faço e não pelo título e pelo que tenho de valores."

Eu, como vivo num país onde usar o título de doutor sem o ser, pode dar até 10.000 Euros de multa e até 3 anos de prisão, deixo bem claro que não o sou. Por outro lado respeito quem o é. Se em Julho deste ano, for aceite na Universidade de Hamburgo, dentro de algum tempo serei doutor, mas para isso tenho de passar por exigentes exames de Alemão, muito dificeis para estrangeiros, ainda por cima, quando só aqui estou há 2 anos.

  Bruno Fehr

sexta-feira, fevereiro 22, 2008 1:34:00 da manhã

Vício:

"se alguém duvidar da tua inteligência, cala-te para não acabares com a duvida!"

Ahahah, boa :)

"substitui em quanto por enquanto :D"

Bem visto, grazie!

  Bruno Fehr

sexta-feira, fevereiro 22, 2008 1:36:00 da manhã

Vanadis:

"eu chamo-lhe o átomo maria vai com todos"

Lol, tens de escrever um livro "Bioquimica para dummies", tens jeito :)

  Bruno Fehr

sexta-feira, fevereiro 22, 2008 1:38:00 da manhã

canelle:

"fiz estudos,mas como nao aranjei na minha aréa ,fui fazer limpesas,é que precisava de viver até aranjar..."

E é essa a atitude correcta!

"vai para o teu pais emigrante de merda..."

Essa frase só por si, é uma idiotice, dita por atrasados mentais :)

  Marta

sexta-feira, fevereiro 22, 2008 1:59:00 da tarde

E ornitorrincolaringologista? ahahaha

Que é? Só os animais racionais é que trabalham? Humpf!

  AmSilva®

sexta-feira, fevereiro 22, 2008 4:53:00 da tarde

olha lá
não ha direito a uma terceira categoria?!?
como imigrante que sou não me incluo assim em nenhuma das duas, haverá uma intermédia?
um aparte
o licenciado snob só se faz grande quando está na presença de pessoas que considera inferiores, estando em presença de iguais ou superiores fica caladinho com o rabo entre as pernas!!

quanto ao assunto de falarem portulemão... pior mesmo acho os de que falam o porturancês...
mas esta é a minha opinião, já faz anos que deixei de falar portugunhol!! eheheh
claro, ainda não me formei...

  Bruno Fehr

sábado, fevereiro 23, 2008 1:32:00 da manhã

Cold_cold_Bitch:

"E ornitorrincolaringologista?"

Isso deve ser um biólogo que estuda a vida sexual do Otorrino!

  Bruno Fehr

sábado, fevereiro 23, 2008 1:34:00 da manhã

Amsilva:

"como imigrante que sou não me incluo assim em nenhuma das duas, haverá uma intermédia?"

Há sim, a minha categoria, que é a de todos os que trabalham fora do país e se estão a cagar para ambos os grupos.

"o licenciado snob só se faz grande quando está na presença de pessoas que considera inferiores, estando em presença de iguais ou superiores fica caladinho com o rabo entre as pernas!!"

Claro que sim, mas ele parte do principio que todos são inferiores, só depois levam um coça verbal, eles rastejam para o seu buraco.

  AmSilva®

sábado, fevereiro 23, 2008 8:21:00 da manhã

nesse caso serei dessa categoria, eu aprendi o idioma, mas claro que não sendo o meu há sempre palavras que a entoação é complicada, nesse caso pra não meter uma palavra aportuguesada ou algo do tipo prefiro dizer o mesmo mas com outras...
dou-te o exemplo flagrante que denuncia os portugueses: "rojo" sabendo dizer esta palavra correctamente tens o idioma completamente dominado, levei mais de um ano para a pronunciar correctamente, hoje em dia, não escondo que sou um português em Espanha, mas só o sabem se eu quiser, vantagem também de ser um país grande e com alguns regionalismos.

  Bruno Fehr

domingo, fevereiro 24, 2008 12:50:00 da manhã

Amsilva:

"dou-te o exemplo flagrante que denuncia os portugueses: "rojo""

Eu diria mais "Rojões", visto que os estranjeiros têm dificuldades no "r", "j" e no "õ".

  crazy_girl

quarta-feira, março 12, 2008 12:26:00 da manhã

è muito triste constatar isto de que falas. Eu moro no algarve, e estou no último ano de uma licenciatura na área da Literatura ,e isso nunca fez de mim uma pessoa maior ou menor que todos aqueles que me rodeiam. Estar a estudar nunca me impediu de no verão acumular o emprego de nadadora salvadora durante o dia, com o de empregada de bar à noite.
E como todo o movimento que existe neste período no algarve cruzamos-nos muitas vezes com a "socialite" portuguesa, que insiste em distratar qualquer trabalhador da hotelaria, com antipatias, "bocas foleiras" sobre inexistente formação... entre outras coisas mais insultuosas que nos obrigam a "comer", calar, e sorrir, o português de classe média alta ou alta é muito rude e arrogante. Basta visitarem o Algarve durante o verão pra constatar o que digo.

  Bruno Fehr

quarta-feira, março 12, 2008 12:59:00 da manhã

crazy_girl:

"no algarve cruzamos-nos muitas vezes com a "socialite" portuguesa, que insiste em distratar qualquer trabalhador da hotelaria, com antipatias, "bocas foleiras" sobre inexistente formação..."

Quando hotelaria é muitas vezes o trabalho deles fora de Portugal. Hotelaria, Limpezas e trabalhos pesados é o que 80% dos Portugueses fazem fora do seu país. Depois vão gastar fortunas num mês em Portugal, com todo o dinheiro que pouparam em 11 meses a passar fome e sem sair de casa!

"Basta visitarem o Algarve durante o verão pra constatar o que digo."

Sabes que só estrangeiros de classe média baixa vão para o Algarve?

A maioria dos Alemães que vão para o Algarve estão no desemprego ou vivem da assistência social. Ir para o Algarve é barato pois vão em excursões baratas que são organizadas todos os anos.

Os Ingleses que vivem da assistência social, recebem férias no Algarve e no Sul de Espanha, pois convém ao estado Inglês tê-los fora do país nesses meses de verão.

  r i t a

domingo, janeiro 11, 2009 8:15:00 da tarde

Concordo em parte com o teu post! Sou emigrante de categoria 2(como tu mesmo dizes) e não me considero nada assim. Conheço muitos (muitos mesmo!) portugueses que estão tal como eu em Madrid e não são assim, não temos poses superiores!

Não é preciso procurares um emigrante licenciado para ouvires "Eu sou licenciado em ciências de troca as tintas...", em Portugal há destes licenciados aos montes! Não é por ser ou não emigrante que isso muda!

É a cultura...somos assim e ponto final, em Portugal um médico é visto como alguém muito superior a todos os outros, em Espanha por exemplo é igual...um engenheiro em Portugal é o Sr. Engenheiro Manuel em Espanha é o Manuel....

Daí que acho que isso nunca se alterará, questões culturais são muito difíceis de mudar...

  Bruno Fehr

segunda-feira, janeiro 12, 2009 3:10:00 da manhã

r i t a disse...

"Concordo em parte com o teu post! Sou emigrante de categoria 2(como tu mesmo dizes) e não me considero nada assim. Conheço muitos (muitos mesmo!) portugueses que estão tal como eu em Madrid e não são assim, não temos poses superiores!"

Pois os de Hamburgo dizem o mesmo, mas não é o que demonstram.

"Não é preciso procurares um emigrante licenciado para ouvires "Eu sou licenciado em ciências de troca as tintas...", em Portugal há destes licenciados aos montes!"

Eu não disse o contrário, os emigrantes em Portugal não trabalham porque por vezes são lhes recusados trabalhos por excesso de qualificações. Um licenciado imigrante não trabalha porque não quer. O que querem é chegar a um país estrangeiro e receberem um emprego de mão beijada sem sequer falarem a língua do país convenientemente. ALIÁS a vergonha de MUITOS é nem falarem a sua própria língua convenientemente.

"Não é por ser ou não emigrante que isso muda!"

Muda. Pois ao seres imigrante o que te dá acesso ao mercado de trabalho não é só o diploma, mas sim o teu domínio da língua desse país. Esta nova moda de emigrantes com canudos, cheios de si próprios, que pouco se esforçam por se inserirem na sociedade ou por dominarem a língua desse país de forma aceitável.
Pessoalmente vejo-os e dá-me náuseas, pois aqui na Alemanha abusam de um generoso apoio social e compreensão desmedida do governo local.

"É a cultura...somos assim e ponto final, em Portugal um médico é visto como alguém muito superior a todos os outros, em Espanha por exemplo é igual...um engenheiro em Portugal é o Sr. Engenheiro Manuel em Espanha é o Manuel..."

A cultura popular que um licenciado Português trás na mala, só o vem prejudicar. visto que neste caso vem para uma cidade em que 1 em cada 2 tem uma licenciatura com 1 ano a mais de estudos.

Venham mais modestos. Aprendam a língua. TRABALHEM.
Eu vim para aqui com um mestrado no bolso e fui secretário mal pago enquanto aprendia Alemão e se fosse preciso ia descascar batatas, não venho chular o sistema social de ninguém.


"Daí que acho que isso nunca se alterará, questões culturais são muito difíceis de mudar..."

Nao altera quem não quer alterar. Em cada 10 imigrantes licenciados aqui em Hamburgo, só 1 sobrevive e é sempre o 1 que resolve trabalhar em qualquer coisa, enquanto estuda. Esses vencem sempre. O resto volta para casa e tecem criticas estúpidas aos países que os acolheram por não darem oportunidades.
Criticas essas que já li no Portugal Post, uma delas de um IDIOTA Português que teve aqui 15 dias e não encontrou emprego... Emprego? Trabalho há, agora emprego terá de o ir pedir ao seu paizinho!

Os Alemães não aceitam pedidos de emprego (Job), aceitam sim o que os Portugueses licenciados raramente podem, trabalho (Arbeit).

Nao acredito que os imigrantes licenciados em Espanha sejam especiais, podes é conhecer as pessoas certas.