Census 2011 no Reino Unido

Se o nosso Census foi já aqui exposto e provado com tendo bases ilegais, o Census no Reino Unido é simplesmente criminoso.
No Reino Unido colocaram em concurso público o processo de recolha de dados, é foi mais do que impressionante foi chocante conhecer as empresas que venceram esse concurso e que terão na mão os dados de todas as pessoas a viver naquele país. Devido a este factor, aliado às perguntas insanas, grupos de protesto estão a ser formados e estão a incentivar o povo a boicotar o Census por a multa de 1.000 Libras na não resposta, ser tal como em Portugal assente no factor medo, pois na verdade é ilegal.

Não é o Office of National Statistics, equivalente ao INE português, que irá realizar o Census, pois não lhes apetece sair de casa e preferem gastar 100 vezes mais dinheiro a pagar a uma firma, do que a retirar, mesmo que temporariamente, pessoas do desemprego para desempenhar estas funções.

A empresa que ganhou o concurso para a recolha de dados do Census em Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte, foi a Lockheed Martin. Esta empresa é nem mais nem menos a maior fabricante de armas do Reino Unido e uma das maiores do mundo que a realiza também actos de investigação militar, criminal e simplesmente porque sim em busca de tudo e de nada para qualquer utilidade definida ou por definir. É a principal fabricante Europeia das ilegais Cluster Bombs que são usadas em todas as guerras e que vi pessoalmente na Bósnia.
O que raio faz uma empresa especializada em guerra, a recolher dados pessoais e privados sobre a população de um país? Que segurança tem o povo de que esta empresa não guardará esses dados? Uma empresa cujo o negócio é a guerra a ter acesso às capacidades de um país de formar um exercito? Passando a saber quantos policias, soldados, seguranças e potenciais soldados existem, passando a saber tudo sobre eles, desde moradas, família, problemas de saúde, sexualidade.
Ainda bem que não moro no Reino Unido desde 2005, pois certamente iria solicitar pessoalmente a coima de 1.000 libras, pois não iria entregar os meus dados a esta empresa nem que eles me ameaçassem de cagar cluster bombs sobre a minha casa.

 (No logotipo eles dizem nunca esquecer para quem trabalham. Mas não dizem para quem trabalham, pois na verdade trabalham para o Reino Unido, EUA, UE ou quem precise de armas de guerra)

A Escócia, por ter um governo local, lançou um concurso próprio, mas a empresa que venceu o concurso também chocou a população. A escolhida foi a CACI que é uma empresa responsável por obter informações, mais especificamente é especializada em interrogatório sob tortura. Esta empresa foi e é usada para interrogar prisioneiros no Iraque e é a responsável pelos interrogatórios na prisão de Guatanamo. O método usado nos interrogatórios é considerado crime pela convenção de Genebra mas estão sob protecção legal da legislação especial conferida a Guatanamo e aos cenários de guerra do Afeganistão e Iraque.

 (CACI, sempre de olho em ti, pois todos vós podem ser terroristas como nós.)

Só por o Census ser realizado por estas empresas, não há qualquer garantia válida dada ao habitantes do Reino Unido, de que os seus dados estão seguros. Se uma é especializada em guerra a outra é especializada em obter informações sobre terroristas, possíveis terroristas e recolha de dados em cenários de guerra e a prisioneiros.

Quando vi isto, juro que pensei: "Puta que pariu... e eu a pensar que Portugal era um país corrupto e obscuro..."

O Census Britânico também contem inconstitucionalidades, mas no caso deles é às dezenas pois são umas loucas 32 páginas, que serão mais páginas do que as que um Britânico lê em média por ano. Tal como no census português, além de perguntas inconstitucionais e outras ilegais eles referem que só a pergunta referente à religião é voluntária. As semelhanças são tantas que levam-me a crer que tanto o Census Português como Britânico seguem directivas vindas de Bruxelas e portanto são um Census Europeu e por isso ilegal, pois os dados recolhidos não podem sair dos países onde foram realizados de acordo com a lei Portuguesa e Britânica.
Para além das ilegalidades e inconstitucionalidades estão perguntas hilariantes como:

"Quem estará a morar consigo no dia 25 de Março de 2011" e "Qual é o seu estado civil a 27 de Março de 2011?"
Hilariante pois o Census pode ser respondido ANTES destes dias e até lá muita gente se pode separar, juntar, podemos receber visitas... uma infinidade de coisas podem acontecer, até podemos estar a morar com os anjinhos ou diabinhos. Eu responderia: "Se tudo correr bem, com a mulher dos meus sonhos, ou homem dos meus sonhos se de hoje até lá mudar as minhas tendências sexuais" e "Estarei solteiro se não casar até essa data". Estas respostas seriam legais e teriam de ser aceites se eu respondesse online ou offline antes desta data, pois devido à minha incapacidade de prever o futuro, optei por exprimir um desejo/possibilidade voluntariamente apesar de não ser obrigado a isso. Gosto também da utilização do verbo ser no presente quando se referem ao estado civil futuro...

Os questionários não são enviados ao dono da casa como proprietário mas sim como "ocupante", um deslize legal idêntico ao dos EUA que se referem aos proprietários como "inquilino". Prova que nestes países, mesmo que compres casa, ela não é tua e podes ser desapropriado se o Estado necessitar do terreno. Ao colocar o meu nome em "ocupante" dou o meu consentimento de que apesar de ter comprado a casa, ela pertence ao Estado. Outra coisa engraçada, é que se eu morar numa casa e convidar alguém para tomar conta da minha casa enquanto eu vou de férias, essa pessoa está a ocupar a minha casa... Passará essa pessoa a ser responsável pelo meu Census, usando os seus dados pessoais? Isto é hilariante!
Eu não sou o ocupante, sou dono. A casa é minha e não um país que invadi ilegalmente e ocupo só porque sim.

Outro factor cómico é a promessa do governo Inglês de proteger e manter os dados privados durante 100 anos. Ou seja, eles estão a prometer algo em nome de futuros governantes que ainda não nasceram!
Existe uma pergunta que diz: "Esta pergunta foi intencionalmente deixada em branco, siga para a pergunta seguinte". O que se deve perguntar é porque motivo foi deixada em branco e se foi deixada em branco, não existindo, porque motivo é uma pergunta?

A lei que tal como em Portugal foi criada exclusivamente para este Census, diz que quem responder antes do dia 27, deve responder tendo o dia 27 em mente. Ou seja, a lei diz que se eu responder no dia 24 tenho de prever o futuro. A lei diz mais, diz que quem der informações incorrectas poderá sofrer uma coima de 1.000 libras e ficar com registo criminal. Isto é dizer que quem não conseguir prever o futuro correctamente ficará com cadastro e 1.000 libras a menos. Acontecerá o mesmo a quem não responder, ou seja, não fazer nada até ao dia 27 passa a ser crime.

Uma nota final no Census, imediatamente antes de assinarem diz: "Este questionário foi preenchido na totalidade, no melhor do meu conhecimento", eles querem que esta frase seja interpretada como: "Preenchi este questionário na totalidade, por tudo quanto sei", no entanto a frase tem um segundo significado que pode ser interpretado, que é melhor realçado trocando de posição as duas partes da frase: "No melhor do meu conhecimento, este questionário foi preenchido na totalidade", e temos como interpretação: "Por tudo quanto sei, preenchi este questionário na totalidade". Notam a diferença? A primeira interpretação implica que preencheram tudo com a verdade, a segunda interpretação implica que seja verdade que preencheram tudo. Se usaram a segunda interpretação, que é legal, não precisam dizer a verdade, basta preencher tudo.
Não há obrigação legal de responder ao Census, independentemente da lei que obrigue, pois a lei não obriga, recomenda. Lembrem-se disso! A lei não passa de um conjunto de recomendações que não sendo seguidas podem levar a castigos, mas não vos obriga a nada! Nem em tribunal a lei vos obriga a responder ao que quer que seja. O silencio é um direito. O Census deve ser respondido da mesma forma que este Britânico respondeu:


3 Comentários:

  pocahontas

terça-feira, março 22, 2011 6:33:00 da tarde

Bruno, obrigado. Obrigado, por te preocupares, obrigado por nos alertares, obrigado por expores o cócó todo em que este mundo está mergulhado. Os jovens em Portugal, neste momento estão mais preocupados em preencher a sua Caderneta de Cromos no Facebuk. Sim, falo do Facebuk, outra espécie de Census, ou seja, outra Lista de Schindler, onde as pessoas dão livremente e a cores todos os dados da sua vida. É deprimente, simplesmente deprimente, ver as miúdas a colarem lá a sua melhor foto do dia, todos os dias e dia após dia, à espera que 130 nerd lhes digam todos os dias: és boa como o milho. Essa pessoas, como é que deixam de preencher os Census?

  Bruno Fehr

quarta-feira, março 23, 2011 12:10:00 da manhã

pocahontas:

"Os jovens em Portugal, neste momento estão mais preocupados em preencher a sua Caderneta de Cromos no Facebuk."

Tenho um grande amigo meu do meu tempo de serviço militar que trabalha neste momento na PJ e me disse ainda há pouco tempo: "O Facebook é o melhor que há na Net, neste momento". Ao continuarmos a conversa, percebi que o que ele via de bom era o que eu via de mau. Apesar de estarmos de acordo com os perigos desse site, ele facilita em muito o seu trabalho.

  Streetwarrior

quarta-feira, março 23, 2011 12:18:00 da tarde

...e as pessoas não conseguem simplesmente perceber!!

Fiz uma pesquisa acerca dos outros censos...No Ingles, Irlandês, escoces, ainda é pior.

Os gajos chegam ao cumulo de pergunta qual é a Etnia da pessoa ede seus descendentes...vai lá vai.
E os camelos ainda dizem que vão responder, " NÃO TENHO NADA A ESCONDER "
...
Meu santinho protector do Sabão azul e branco!
Dãããããããã