Bastidores da música (parte 33) Dr.Dre, Dmx

O rapper Dr. Dre, passa a imagem de Gansgter. Diz-se o pai de todos os rappers gangster. Diz que cresceu a murro em bairros violentos vendendo drogas e envolvido em gangs, será?

Dr. Dre quando se iniciou na musica disse: "Não confiem em filho da puta nenhum no mundo da musica, todos te querem foder". Tempos depois aumentou os ataques à industria e deixou a sua editora Ruthless Records que pertence a Easy-E, criando a Death Row Records.
Um rumor diz que Dr. Dre usou de homens armados para obrigar Easy-E a deixa-lo sair da empresa. Dr. Dre diz que não cometeu crimes mas não explica como saiu. Easy-E diz que foi um acordo e que Dr. Dre saiu mas continua a ser escravo dele, tendo de lhe pagar uma percentagem de todos os álbuns de todas as bandas da sua nova editora durante 6 anos. Dr. Dre diz que não lhe dá um cêntimo.
Aqui começou uma guerra de rappers com musicas ofensivas e vídeos ofensivos de parte a parte onde cada um dos lados investigou o passado do outro para o expor.


O passado de Dr. Dre, afinal, não tem nada a ver com bairros degradados nem gangsters, ele foi DJ , sob o nome de Dr.J formou uma espécie de boyband negra, que se vestiam com vinil e lantejolas e só cantavam coisas politicamente correctas, tendo na altura dito que nunca na vida se drogou.  Ora vejam bem este como ele era antes do Rap:

 (Dr.Dre é o da esquerda em ambas as fotos)


Ele não era badboy, nunca foi gangster, nunca foi pobre. Era de uma família negra privilegiada da classe média alta e não sabe como é a vida num guetto. Depois como Rapper, criou um passado cheio de violência e drogas, pois um passado assim, vende mais discos (podem ler mais sobre o seu passado, aqui).


Ele hoje controla alguns dos melhores rappers como Snoop Dog e Eminem, controlou também aquele que ainda hoje é considerado o melhor rapper de todos os tempos 2Pac (assunto já abordado nesta série).

Mas Dr. Dre conseguiu manter uma empresa independente dentro da industria, mas só a manteve porque cedeu à industria e o momento em ele cedeu notou-se com o vídeo de Dr.Dre e B-Real "The puppet master", que é um nome muito sugestivo. O vídeo como podem ver (se quiserem) é obscuro, um jogo de tabuleiro entre o dark-Pope e o Diabo, esse jogo é figurativo pois retrata O jogo pelo controlo das almas. O Diabo interpretado por B-Real canta: "és um fantoche, eu sou o mestre, fazendo-te fazer o que fazes, tomando controlo de todo o jogo". O jogo, ou The Game, é também uma referencia no Hip-Hop à industria da musica, qualquer rapper diz estar no jogo e a tentar sobreviver nesse jogo, que é o mundo da música. Este vídeo fala de controlo, um controlo total sobre tudo e todos com uma origem, the dark side...

A letra é inspiradora e é mais actual agora do que quando foi escrita: "civis tornados soldados aos milhões", "cada movimento teu é manipulado, é o movimento que escolho", "só vês o que eu quero que vejas", "a tua mente, corpo e alma foram capturados e tornados cativos pelo mestre dos fantoches". No final chove o objecto que permite o controlo... chove dinheiro.


Dmx tem uma letra interessante que diz: "Vendi a minha alma ao diabo e o preço foi baixo, mas não me ouves, a ignorância é uma bênção", mas nós ouvimos-te, já não somos ignorantes.

Estes vídeos não são exemplos únicos, nesta altura todos os vídeos andavam em torno de demónios, oculto e sempre com a vitória do mal sobre o bem. Parece que há duas agendas separadas retratando o oculto mas é a mesma agenda apresentada de forma diferente: Impor medo e dúvida e tornar visualmente aceitável o que de outra forma não o seria. 
Eles podem não perceber a fundo a mensagem que passam, mas eles sabem que são quem são e só continuam no topo, enquanto jogarem o jogo de acordo com as regras viciadas da industria.

Até há pouco tempo Dmx tinha muito mais poder do que actualmente, como cantor e actor sempre fez o que lhe era exigido, passando a ter um pouco de mais liberdade, e com essa liberdade Dmx conseguiu editar uma musica católica de arrependimento num vasto reportório Satânico, o tema é "Lord give me a sign", em que ele durante toda a musica pede um sinal de Deus por se sentir perdido e só no mundo, onde canta: "Diabo eu repreendo-te pelo que estou a passar e por me tentares obrigar a fazer o que já fiz, mas acaba tudo agora aqui. Enquanto tiver Deus na minha vida, não terei medo" e canta também "Only I can stop the rain", que tal como já referi "rain" e "rainman" são referencias ao controlo sobre um artista.

É interessante notar que após ter gravado o álbum com esta música em que renegava o diabo que era presença constante em todos os seus 5 álbuns anteriores, a carreira dele acabou, quer como cantor, quer como actor e passou a viver mais tempo dentro de uma prisão do que em liberdade. A Epic Records dispensou-o e não conseguiu outro contrato com editoras de topo. Juntou-se agora uma pequena editora na qual planeava em 2010 lançar dois álbuns dele no mesmo dia, um auto-biográfico e um religioso de Gospel. No entanto sempre que ele é libertado, volta a ser preso e o lançamento destes álbuns foram adiados para o final de 2011, após ele ter sido novamente preso dias antes do lançamento em 2010.

Dmx vendeu mais de 20 milhões de discos, participou em diversos filmes de sucesso, era multi-milionário mas está agora perto da ruína financeira devido aos altos custos dos processos movidos contra ele. Os processos judiciais são uma forma de castigo e de retirar aos artistas tudo o que lhes foi dado  (como Michael Jackson). Actualmente em entrevistas ele refere que o seu maior desejo era fugir e desaparecer do mapa mas que isso é impossível pois a missão dele é: to fight the fight e é isso que ele tem feito sempre que está em liberdade:


Tanto Dmx como Dr.Dre vão voltar a ser abordados nesta série.

4 Comentários:

  Anonymous

quinta-feira, fevereiro 17, 2011 4:16:00 da manhã

Boas bruno, antes de mais quero apenas salientar que sigo esta sério desde o início, assim como sou seguidor assíduo deste blog, blog este que é um dos meus preferidos. Na tentativa de eliminar qualquer hipótese de poderem apontar algo a este texto, quero com toda a humildade, tentar dar o meu contributo.

Reparei que não mencionaste no texto o Suge Knight, que era o CEO da Death Row Records e a par com o Dr. Dre, co-fundador da mesma. Em relação à Brutal Records, eu pessoalmente nunca tinha ouvido falar, e nas pesquisas que fiz, também não encontrei nenhuma referência, não te estarias antes a referir à Ruthless Records? Em relação ao “beef” entre o Dr. Dre e o Easy-E, a meu ver, não teve exactamente a ver com a tentativa de quebra de contrato e a sua recusa, mas sim com o fim dos NWA e tudo aquilo que levou à criação da Death Row Records. Em ralação ao Easy-E, não ficou claro no texto que o mesmo já não está vivo, pois faleceu em 26 de Março de 1995, vítima de complicações relacionadas com o vírus da SIDA.

Tudo o que dizes está correcto, apenas alguns factos não estão precisos, no entanto são apenas factos que em nada mudam tudo o que queres dizer no texto.
Sou da mesma opinião que tu, e tudo o que dizes no texto está correcto, apenas esses factos no início poderão eventualmente estar incorrectos.

Não te consigo garantir que o que te digo esteja 100% certo, mas pelo menos penso que seja mais correcto que o que referes no início.

Peço desculpa mais uma vez por esta “intromissão”, e espero sinceramente que não a leves a mal, pois só a faço com o objectivo de tentar dissipar tudo o que possa vir a ser utilizado para o atacar.

Podes ver aqui algumas “fontes” para comprovares o que digo:

“Dr.Dre felt that he was not making enough cash with NWA and that the accounter was ripping him off so he left. Eazy-E was pissed because he was putting money infront of the group. So Dr.Dre and Eazy-E just beefed Dre did it as he said "i thought it was funny, part of the game", but then eazy-e was in critical condition with AIDS Dre eventually came to see him in the hospital but, Eazy-E was uncounsis he got to say Goodbye but Eazy didnt get to say it back. Later in the Chronic 2001 he would share his feeling with the world with the track 'whats the diffrence'. Go look at the lyrics and you see. It was a great battle but it was said to see Eazy-E go.”

(…)

“the beef began when suge wanted dre to leave Nwa to be on Deathrow Records so. Eazy-e Said that suge and some other people was going to beat him up with pipes and bats and shit if he dont give up Dre contract so he can leave NWA. Eazy-e went public on that and suge and dre said that he was talkin shit it that he was not tellin the truth and that's when the diss songs came out.”

http://www.rapworlds.com/forums/showthread.php?t=26190

Em relação ao Earl Simmons (mais conhecido por DMX) não tenho nada a apontar, apenas que, e infelizmente, muito provavelmente e a muito curto prazo, se tornará noutro Kurt Cobain ou Tupac Shakur, e passará a fazer parte do grupo dos “suicidados” ou algo do género.

Já se está a tornar incómodo de mais, e nem mesmo as constantes prisões estão a conseguir cumprir o objectivo de o fazer cair no esquecimento e perder toda a credibilidade, como tal, temo que muito em breve sejam tomadas medidas mais drásticas.

Existem inúmeras entrevistas relativamente recentes dele, a falar sobre esta “nova” fase da vida dele, e o porque de ela estar a acontecer (assim como já o tupac o tinha dito/feito), que podem confirmar tudo o que esta série diz, e que poderás utilizar.

Keep up the good work ;)

  Bruno Fehr

quinta-feira, fevereiro 17, 2011 4:39:00 da manhã

Anonymous:

"Reparei que não mencionaste no texto o Suge Knight, que era o CEO da Death Row Records e a par com o Dr. Dre, co-fundador da mesma."

Esta série é difícil de escrever pois é preciso abordar as mesmas pessoas várias vezes em vários textos de modo a inserir o episódio numa ordem lógica. Gostaria de abordar os artistas individualmente mas as suas histórias cruzam-se e teria de me repetir várias vezes. Foi por isso que não falei no Suge Knight, pois o caso dele e da editora foi abordado nos 4 textos sobre o 2Pac.

Neste caso, divaguei como divago sempre, mas a intenção desta série é unicamente analisar as agendas e o simbolismo e não fazer uma biografia dos artistas. Por isso os motivos que separaram Easy do Dr. se tornam irrelevantes. Dei alguma relevância ao passado de Dre para mostrar que ele é "full of shit" e tal como ele próprio disse uma vez "I would sell my soul to the Devil for 1 million bucks".

"não te estarias antes a referir à Ruthless Records?"

É um dos meus problemas... excesso de confiança ao escrever de cabeça. A isto chamo "escrita desprotegida" que é tão perigosa como o sexo desprotegido.
Agradeço a correcção.

Uma série como esta é complicada de fazer, pois não posso abordar artista a artista nem uma ordem cronológica. Na verdade abordo os assuntos mediante certos vídeos e letras bem como acontecimentos.

Sei também que esta série não tem fim, o fim será quando me sentir satisfeito com o resultado e nessa altura será muito mais fácil reorganizar todos os textos de uma forma mais lógica (coisa que tenciono fazer).

  I.D.Pena

quinta-feira, fevereiro 17, 2011 12:21:00 da tarde

Eu não sabia disto , mas porque é que dizes que Nibiru é uma deathstar ?

Boa semana !♥ ) ¸.•*´¯)¸.•*´¯) ¸.•*´¯)

  Rodrigo

quinta-feira, fevereiro 17, 2011 10:32:00 da tarde

essa serie abriu meus olhos a algum tempo atraz quando achei esses artigos . e isso ai