O amigo Sócrates, parte 3

Vamos agora ver os documentos referentes às cadeiras terminadas em 1996:

-Estruturas Especiais, 16 Valores em 08-08-1996.

-Betão armado e pré-Esforçado, 17 Valores em 08-08-1996.

-Análise de Estruturas, 18 Valores em 08-08-1996.

- Inglês técnico, 15 Valores, sem data.

Durante a investigação por parte da Inspecção Geral do ensino superior, a inspectora-geral Helena Dias Ferreira após saber que a Universidade estava na posse dos originais de todos os processos de alunos, solicitou acesso aos seguintes documentos:

-Dossier de pautas de engenharia de 1993/94 a 1995/96.
-Dossier de informações estatísticas dos alunos de 1995/96 e 1996/97.
-Documentos originais do processo do aluno nº 95389 - José Sócrates.
-Livros de termos de Engenharia Civil de 1993 a 1996".

Não tendo tido sucesso em ver qualquer destes documentos, chegou a enviar um Fax à Universidade questionando o motivo de eles estarem a bloquear a investigação:



A Inspecção Geral teve finalmente acesso aos documentos exigidos mas tarde e a más horas, ou seja, depois de passar o prazo legal de 10 dias, por isso nada poderia ser feito. No entanto é importante salientar que nesses documentos constava que Sócrates estava isento de propinas e isto coloca em causa as afirmações anteriores a esta data de que pagou todas as propinas e que tinha os documentos comprovativos. Em que é que ficamos?

Agora vamos a factos:

1°- Até às eleições se 2005 que Sócrates venceu com maioria absoluta, Sócrates apresentava-se nos seus currículos com tendo terminado o Bacharelato e licenciatura em Lisboa (1981), mas só o poderia ter feito a licenciatura no Instituto Superior Técnico e ele não consta como aluno desse instituição. Tanto no ISEL como no politécnico a licenciatura em Eng. Civil só começou em 1988/89, mesmo que tivesse sido no ISEC onde fez o bacharelato, isso não seria possível pois só no ano lectivo 1998/99 é que começaram as licenciaturas. Poderia ter em 1981 essa licenciatura, tendo estudado na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra ou do Instituto Superior Técnico mas nunca foi aluno desses estabelecimentos. Poderia também ter a licenciatura em 1981 sendo aluno da Faculdade de Engenharia da Universidade de Porto, mas apesar de dizer na sua inscrição no PPD estudar lá, ele nunca esteve inscrito. Em 1981 ele não era licenciado e por isso mentia descaradamente.

2°- Não estava inscrito na Ordem dos Engenheiros e por isso não era engenheiro.

3°- 15 das cadeiras sobre as quais Sócrates conseguiu equivalência e que não faziam parte do Bacharelato não existiam no ISEC (onde tirou o bacharelato) nem no ISEL (onde retomou os estudos). Essas cadeiras começaram no ISEC em 1991 e no ISEL em 1989. Onde é que Sócrates fez essas cadeiras, para ter obtido equivalência?

4°- Disse mais tarde possuir uma Pós-Graduação em Engenharia Sanitária emitida pela Escola Nacional de Saúde Pública no entanto esse curso é leccionado na Universidade Nova de Lisboa desde 1975 e exige uma licenciatura. Sócrates obviamente não era pós-graduado.

5°- Em 2005, Sócrates frequentava o Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, inscrito num Mestrado em Gestão de empresas o que exigia uma licenciatura (nesta altura tinha a da Universidade Independente), mas nesse mesmo ano em entrevista ao Correio da Manha disse ter concluído recentemente esse Mestrado, algo que não era possível devido a não ter apresentado até à data qualquer tese.

Estes assuntos não mais foram abordados por Sócrates assim que, após as eleições (2005), a suas habilitações começaram a ser expostas por António Balbino Caldeira, autor do blogue Do Portugal Profundo e autor também do livro O dossier de Sócrates. Este livro pode ser comprado ou feito o download aquiEste foi o homem, investigador e Bloguer que José Sócrates processou sem levar o processo avante por motivos óbvios.

As datas e os factos:

1°- O diploma que Sócrates apresenta agora, tem a data: 13 de Junho de 2003 mas que foi emitido  depois dessa data, pois ele usava outro documento nesta altura em que dizia ser licenciado desde 26 de Agosto de 1996, o que não é verdade.

3°- Como viram nos primeiros links, ele recebeu as suas notas a 08 de Agosto de 1996 excepto a de Inglês Técnico que não tem data mas o exame foi feito no dia 22 de Agosto de 1996 e a nota recebida a 26 de Agosto de 1996.

4°- O diploma que Sócrates apresentou na Câmara Municipal da Covilhã tinha a data de 26 de Agosto de 1996, o que significa que a nota foi dada 4 dias depois do exame e que o certificado foi emitido de imediato, mas não foi bem assim... A folha desse certificado possuía um código postal e numero de Fax que só foi introduzido em 1998... ou seja, um certificado vindo do futuro!

5°- Esse mesmo diploma apresentado na Câmara Municipal da Covilhã referia que Sócrates estava licenciado deste 8 de Agosto de 1996.

Sócrates estava licenciado desde o dia em que recebeu as notas das cadeiras que apresentei nos primeiros links, mas ainda não tinha feita a prova de Inglês que era uma cadeira semestral do primeiro ano! Além disso o seu certificado tinha dados do futuro e não os reais de 1996.

Continuando...

6°- O diploma que Sócrates apresentou numa entrevista à RTP1 tem a data de 8 de Setembro de 1996, um domingo, facto que  Universidade Independente declarou ser normal. O presidente da empresa que era detentora a Universidade Independente confirmou que Sócrates se licenciou a 8 de Setembro de 1996.

7°- As notas de um e outro certificado não coincidiam.

Mas... então como se justifica o segundo certificado de 26 de Agosto de 1996, que simplesmente corrigia o "erro" de uma licenciatura antes do último exame mas que continuava errado? 

O que temos aqui é mesmo falsificação de documentos, ou por parte de Sócrates ou por parte da própria instituição de ensino. Primeiro temos um certificado de licenciatura com uma data anterior à última prova. Segundo, temos um outro certificado de licenciatura antes de estar licenciado. Não admira que ele tenha precisado de um terceiro certificado e mesmo esse possuí uma lacuna entre a sua emissão e a data em que foi realmente emitido. (Mais aqui). A data deste novo certificado é um simples carimbo e não imprimido no documento.

Em Abril de 2007 foi a própria Universidade Independente a anunciar a abertura de uma investigação interna: "Na sequência da divulgação de diferentes certificados de habilitações de José Sócrates que a UnI considerou poderem ser forjados". Poderem? Se ele não estava licenciado é ÓBVIO que foram forjados. Como diria a Lili Canecas: "Ser falso é o contrário de ser verdadeiro".

(retirado de wehavekaosinthegarden.blogspot.com que tem excelentes foto-montagens)


Detesto dar razão a ditados populares, mas é verdade: "Apanha-se mais depressa um mentiroso do que um coxo", nem que seja pelo facto de eu andar atrás de mentirosos e nunca ter tido motivos para perseguir um coxo. Se Sócrates além de mentiroso fosse coxo, poderia ser que a deficiência física lhe desse uma vantagem e talvez não tivesse sido apanhado tão depressa.

5 Comentários:

  I.D.Pena

quarta-feira, outubro 06, 2010 5:35:00 da tarde

O que me leva a perguntar será legal estes mandatos do ps ? Existe alguma instancia que julgue presidentes que não saibam inglês muito bem ? e por fim, outra pergunta será legal um presidente da republica jogar na bolsa e lucrar com isso ??
Desculpa a ignorancia nunca entendi muito destas "leis".

  Anónimo

sexta-feira, outubro 08, 2010 2:44:00 da tarde

Não estar inscrito na Ordem não prova que não seja engenheiro. Sou Engenheiro Licenciado pela FEUP e nunca me inscrevi na Ordemn não pagando por isso quaisquer cotas.


Angelo

  Bruno Fehr

sábado, outubro 09, 2010 12:37:00 da manhã

I.D.Pena:

Não deveria ser legal para um Primeiro-Ministro ou Presidente jogar na bolsa, da mesma forma que um funcionário bancário não pode jogar num casino. É que basta um Primeiro-Ministro falar ao povo de economia e a bolsa sobe ou desce consoante o que ele diz. Jogar na bolsa é muito fácil quando temos o poder de a manipular... o engraçado é a manipulação é legal :S

  Bruno Fehr

sábado, outubro 09, 2010 12:37:00 da manhã

Anónimo Angelo:

"Não estar inscrito na Ordem não prova que não seja engenheiro. Sou Engenheiro Licenciado pela FEUP e nunca me inscrevi na Ordemn não pagando por isso quaisquer cotas."

Como engenheiro sabe bem o motivo de não ter de se inscrever na OE. O seu curso não foi acreditado pela ordem e portanto não tem de estar inscrito nela. A OE deixou de acreditar novos cursos em 2007 e o curso de Sócrates como acreditado pela OE exigia a sua inscrição para que pudesse exercer.

  Anónimo

sábado, outubro 09, 2010 7:43:00 da manhã

Ó Anónimo Angelo, antes de andar a mandar imprimir cartões de visita/cheques com a abreviatura Eng. a anteceder o seu nome, o melhor mesmo será consultar a informação que a sua faculdade (FEUP) tão gentilmente lhe faculta: Inscrição na Ordem dos Engenheiros

P.S.: Não é que eu concorde particularmente com o modo como é atribuído o título de engenheiro em Portugal, mas esta é a lei vigente.

- Críton