Falência económica 2/2

A falência da Grécia para ser resolvida iria custar inicialmente à união Europeia 45 mil milhões de Euros. A Alemanha responde que não irá injectar dinheiro na Grécia mas que se disponibilizava para comprar algumas ilhas aos Gregos (obviamente numa atitude de ridicularizar esta pseudo-falência). A União Europeia pondera injectar 45 mil milhões de Euros na Grécia e o resultado foi a Grécia informar que afinal vai precisar de 135 mil milhões de Euros... Espanha e Portugal colocam-se na fila de países a falir... Porquê? Porque no caso de Portugal, cheirou a dinheiro, ao contrário de Espanha Portugal não é um país de risco!




Apesar de caber à Alemanha um investimento de 5,4 mil milhões de euros no caso de União Europeia decidir intervir, na verdade este país seria obrigado a investir 8,4 mil milhões de Euros por ano durante 3 anos, pois teria de investir uma percentagem do que caberia a países com menos dinheiro. Ora, os Alemães não querem fazer isto tendo em conta que acreditam tanto na crise mundial como acreditaram na pandemia H1N1, ou seja, NADA. Dezenas de cabeçalhos de jornal este ano saíram com o título "Crise? Qual crise?". A grande maioria dos Alemães não estão a sentir qualquer efeito da crise a nível económico e por isso não querem largar desta posição privilegiada dando fortunas a outros países, pois poderá ser isso o que colocará a Alemanha em crise.
O Ministro das Finanças Alemão anunciou ontem que a Alemanha não pode injectar tanto dinheiro dos contribuintes no saco sem fundo Grego, pois esse dinheiro não irá em nada alterar o estado da Grécia mas poderá contribuir para uma ruptura do sistema de ajuda social Alemão.

Vou usar uma analogia para se perceber estas falências: Quando bancos internacionais começaram a falir o governo Alemão anunciou ter criado um pacote de ajudas aos bancos Alemães no valor de 500 mil milhões de Euros e no dia seguinte os maiores e mais ricos bancos Alemães já estavam na fila para receber o cheque, e receberam, mas quando chegou a vez dos bancos mais pequenos o dinheiro já tinha acabado e eles faliram. O mesmo está a acontecer agora, ao termos a união Europeia a ponderar uma ajuda de 135 mil milhões de Euros à Grécia, outros países aproveitam para se colocarem na fila para serem também ajudados precisem ou não. Não há uma falência  verdadeira, há sim uma falência oportunista, tão oportunista como esta crise que revolucionou o emprego Europeu, onde a crise é argumento para despedimentos e redução de salários tal como redução de nível de vida resultantes da falta de crédito, aumento de preços e impostos. Por outro lado vemos um aumento de 100% nos ordenados dos deputados, um aumento astronómico das reformas de políticos e recompensas multi-milionárias de directores de empresas que falharam no seu papel, onde um director que causa a ruptura económica de uma empresa recebe dezenas de milhões de Euros para deixar o seu posto, uma prova que estamos a recompensar o fracasso e assumir que é mais lucrativo ser-se incompetente do que competente. Por que raio um director deverá combater com sucesso uma crise económica recebendo 30 mil Euros por mês quando pode simplesmente não fazer nada e receber 30 milhões de Euros em troca da sua demissão?

Então... Portugal? O país que dizia ter tido crescimento económico quando todos os seus parceiros assumiam as suas crises, está quase falido? Portugal é o país que há mais de uma década dá dinheiro aos agricultores para não produzirem pois temos de cumprir quotas de produção e de importação! O país que neste momento importa tudo incluindo produtos que já tem! O país que organiza eventos internacionais que são buracos financeiros de milhares de milhões de Euros. O país que se dá ao luxo de querer o TGV sem ter tamanho que o justifique. O país que tem a maior barragem da Europa e não a usa nem a 25% da sua capacidade. O país que quer um aeroporto novo pois o velho está obsoleto no entanto renova o velho enquanto investe no novo. Não percebo... se não temos dinheiro como é que temos tanto dinheiro?

Não há a falência de países pois a moeda não faliu, o Euro mantém o mesmo valor de mercado. O dinheiro está é a ser distribuído por poucos à vista de todos. Estão a esfregar milhares de milhões na nossa cara e dividir esse dinheiro entre as elites, onde pelo caminho ainda nos roubam a carteira... e nós? Nós vamos papando toda esta crise caladinhos pois a imprensa diz-nos que é grave, que é real e que nos devemos sentir gratos por termos um emprego mal pago, do qual não gostamos e onde somos voluntariamente escravizados pois, "vivemos numa época em que ter um trabalho é visto como uma privilégio ao alcance de poucos".



Se o país, num insulto à inteligência dos cidadãos, falir podermos ver algo com quando Portugal faliu em 1930? Não, pois o Euro não  desvalorizou!  Em 1930 na Alemanha famílias faziam fogueiras com dinheiro pois tinha mais valor a servir para se aquecerem do que para comprar o que quer que fosse.

O que podemos fazer? Nada!
O que pode ser feito? Muito!
A melhor forma de evitar a falência destes voluntários a quererem milhares de milhões em ajudas é não dar qualquer tipo de ajuda, não recompensar incompetência.

Se a Grécia vir que não vai receber ajuda Europeia a Grécia não irá falir pois isso poderia significar a expulsão da União Europeia. E se a Grécia mesmo assim declarar falência e não receber ajudas Europeias, todos os países na lista de espera para essas ajudas irão mudar de ideias e procurar outras maneiras de encherem os seus bolsos sem produzir riquezas nos seus países.

Portugal não está em risco de falência, é tudo propaganda que financiamos ao comprar as merdas dos jornais geridos por pilas moles que se submetem à censura e cedem a agendas corruptas governamentais!

Grécia e Espanha podem falir, Portugal não. Mas se ajudarem a Grécia vão falir todos e em pouco tempo até os países que vão ajudar irão entrar em crise. Lembrem-se que em Portugal pagamos mais impostos que qualquer parceiro Europeu, temos produtos de primeira necessidade e de luxo mais caros que os nossos parceiros Europeus, temos ordenados menores do que os nossos parceiros Europeus e ao contrário destes não temos sistemas de saúde ou educativos grátis, não temos subsídios de nascimento, morte, fundo de desemprego decentes, não temos reformas justas e não temos sistemas de ajuda social globais onde basta existir para ter direito a ele. Pagamos por tudo e não recebemos nada, pagamos estradas e pontes e temos de as continuar a pagar após as pagarmos pois são impostas portagens. O nosso Estado recebe tudo e não dá nada, como pode falir?

9 Comentários:

  Teté

sexta-feira, abril 30, 2010 8:02:00 da manhã

Obrigada, Bruno, por me dares outra perspectiva da situação!

Não concordo nem discordo, ando totalmente a apanhar bonés, que não entendo nada de política económica!

Só sei que o pessoal embarca em tudo, a culpa é dos pretos, ciganos ou ucranianos que vivem à conta da segurança social portuguesa! Raramente é do tuga armado em chico-esperto... ;)

Bom fim de semana para ti!

  Nuno Guerreiro

sexta-feira, abril 30, 2010 1:20:00 da tarde

Boas Bruno e restantes Users.

Esta é a minha contrinuição para que possam analizar de uma outra prespectiva o que aí vem.
Não que o que o Bruno diga, esteja errado, só que a analise do Bruno corresponde ao momento.

Vejam estes Videos


Collapse 2009
parte 1
http://www.youtube.com/watch?v=EwO2A-3zCyw&feature=related

parte 2
http://www.youtube.com/watch?v=J2SU2aQasDM&feature=related

Parte 3
http://www.youtube.com/watch?v=rn-EVOEofdQ&feature=related

parte 4
http://www.youtube.com/watch?v=Rzo0rUtd4Ls&feature=related

parte 5
http://www.youtube.com/watch?v=Jv-P_RFWlG0&feature=related

parte 6
http://www.youtube.com/watch?v=CpvK6TT2dxY&feature=related

Parte 7
http://www.youtube.com/watch?v=Hm8_4KMD3Jw&NR=1

Parte 8
http://www.youtube.com/watch?v=z_6o_rjYsAk&NR=1

Talvez assim perceberão o porquê dos EUA se prepararem para invadir o Irão,pois o Irão está já a preparar o seu futuro criando infraestruturas para usar o Nuclear como Energia e escapar a dominação global que irá acontecer no passo seguinte, quando a Europa estiver de joelhos motivada pelo colapso de sua economia.
Depois virá então, o novo sistema monetário que irá revitalizar todo o anterior Colapso.

Nuno Guerreiro

  quero ir pa ilha

sexta-feira, abril 30, 2010 3:30:00 da tarde

EU quero bazar daqui o mais rapidamente possivel... e ir para um país a sério......


cumps

  Bilder

sexta-feira, abril 30, 2010 5:13:00 da tarde

Já não há ilhas para onde fugir,a não ser que se possa investir num rebanho de ovelhas e num pedaço de terra lá nos Açores!
Embarcámos na Europa e agora vemos o iceberg à nossa frente,o que fazemos?
Saltamos borda fora?Hummmmmmmmmmm

  Anónimo

sexta-feira, abril 30, 2010 7:26:00 da tarde

Não consigo abrir nenhum desses vídeos do Nuno Guerreiro!

F.M.

  Nuno Guerreiro

sábado, maio 01, 2010 10:47:00 da manhã

Boas FM

Ora tenta lá apanhando o link todo...toma atenção que o link vai até aonde diz " related " .

Comigo funciona perfeitamente.
Há mais alguem que não consiga?
Em caso de nãoconseguirem tentem por pesquisa em:
Colapso - Collapse ( 2009 ) Michael Ruppert

Está dividido em 8 capítulos.

Nuno Guerreiro

  Diogo

sábado, maio 01, 2010 11:02:00 da manhã

Primeira questão - Os juros da Dívida Pública

Que entidades são essas que emprestam dinheiro a Portugal? Que necessidade tem o país de pedir dinheiro emprestado a bancos e a investidores privados e a outras instituições financeiras internacionais, ficando a pagar juros usurários, que rondam hoje os cinco por cento?

No fim de contas, o Banco Central Europeu [BCE] empresta aos bancos privados à taxa de 1%. Porque não há-de esta instituição emprestar a Portugal à mesma taxa? Para que serve, afinal, o Banco Central Europeu?


Jornal Expresso - 16 de Dezembro de 2009:

«O BCE vai emprestar 96,9 mil milhões de euros a 224 bancos, no último leilão que fará a um ano com juros baixos, esperando-se que a taxa de juro seja na ordem de um por cento, segundo a Bloomberg.

(...) No último leilão deste género, o BCE emprestou 75,2 mil milhões de euros, enquanto que, em Junho, tinha cedido mais de 442 mil milhões.»



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Segunda questão - O Desemprego

TSF – 21-04-2010 «O FMI aumentou, esta quarta-feira, a perspectiva para o número de desempregados em Portugal, acreditando que a taxa de desemprego poderá subir para os 11 por cento ainda em 2010 e reviu em baixa o PIB português.»



O Desemprego engendrado pela Banca:

Os bancos criam deliberadamente depressões económicas e correspondente desemprego, restringindo o crédito e portanto o dinheiro em circulação, auferindo, no processo, lucros fabulosos.

Em qualquer economia é necessária uma adequada disponibilidade de moeda. O dinheiro é o sangue da sociedade civilizada, o meio pelo qual são feitas todas as transacções comerciais. Se se remover o dinheiro ou reduzir a disponibilidade de moeda abaixo do que é necessário para levar a cabo os níveis correntes de comércio, os resultados são catastróficos. A falta de dinheiro causada pelos bancos traz a depressão e, com ela, o desemprego.


Milton Friedman: «Nunca tive conhecimento de nenhuma depressão económica séria em qualquer país, que não tenha sido acompanhada por um acentuado declínio da quantidade de dinheiro em circulação, e, de igual modo, nunca tive conhecimento de nenhum declínio acentuado de dinheiro em circulação que não tenha sido acompanhado por uma depressão económica séria.»


Diário Económico - 7/11/2008

«Banco de Portugal revela que a Banca voltou a restringir as condições para a concessão de créditos. Critérios deverão ser ainda mais apertados no futuro.»

«O inquérito realizado em Outubro pelo Banco de Portugal (BdP) a cinco grupos bancários portugueses revelou que estes restringiram ainda mais os critérios para a concessão de crédito no terceiro trimestre [de 2008], que se traduziu, entre outras coisas no aumento dos 'spreads' que praticam.

Segundo os resultados do inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito efectuado pelo Banco de Portugal relativamente a Outubro deste ano, o aumento das restrições da concessão de empréstimos foi verificada em "todos os segmentos considerados."

(...) Para o próximo trimestre, o BdP diz que os bancos inquiridos "perspectivam continuar a aumentar a exigência dos critérios de aprovação de empréstimos, sobretudo no que respeita aos empréstimos concedidos a longo prazo a empresas e a particulares para aquisição de habitação.»

  Anónimo

segunda-feira, maio 03, 2010 11:24:00 da manhã

Diogo, essas restrições da Banca já deveriam ter acontecido há muito tempo!
Se os portugueses não têm juízo e pedem empréstimos que não têm possibilidade de pagar, então alguém tem que assumir essa responsabilidade por eles. Por exemplo, em França, quando um cidadão quer fazer um empréstimo, para aquisição de habitação, o Banco concede-lhe o empréstimo na base do vencimento, considerando que deve deixar ainda uma determinada quantia para que o cliente tenha uma vida digna. Existe uma % fixa do ordenado, para tal, imposto por Lei (ñ posso precisar agora qual), mas se o Banco for além disso a responsabilidade é assumida por essa entidade. Se o cliente não conseguir pagar, o Banco é que fica a perder.

Em Portugal concedem-se créditos às cegas! Por isso há tantas famílias endividadas, com vários créditos e cartões a pagar outros cartões!

F.M.

  Anónimo

terça-feira, maio 04, 2010 5:42:00 da tarde

Consegui ver os vídeos, Nuno G. ;)

Muito, muito interessante!

F.M.